Tecnologia transforma calor do computador em energia elétrica

Por Felipe Gugelmin Valente

31/10/2011 - 05:281 min de leitura

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Imagem de Tecnologia transforma calor do computador em energia elétrica no site TecMundo

(Fonte da imagem: PTB)

Pesquisadores do Physikalisch-Technische Bundesanstalt (PTB) da cidade de Braunschweig, Alemanha, descobriram um método de controlar circuitos de computador através do calor gerado como resultado de sua própria atividade. O processo se mostra uma solução viável para o desenvolvimento de técnicas eletrônicas para o controle de temperatura em máquinas de uso pessoal.

A novidade não se aplica aos transistores de silício utilizados atualmente, mas sim às estruturas de nanotubos magnéticos presentes em dispositivos como memórias MRAM e na cabeça de gravação de discos rígidos. Nessas estruturas em forma de túnel, um material isolante com espessura de 1 nanômetro é exprimido entre duas placas de material magnético, gerando dois polos diferentes.

Processo complicado

Caso ambos os polos possuam a mesma magnetização, correntes elétricas fluem de forma livre pelo dispositivo. Sendo a magnetização dos polos oposta, gera-se a resistência que permite o armazenamento de um bit de informação não volátil. Os pesquisadores descobriram que as mudanças de magnetização não só afetam o fluxo elétrico como mudam a forma como o calor é transportado através das estruturas.

Quando a magnetização é a mesma, o calor flui de maneira mais direta, sendo bloqueado quando o inverso ocorre. Usando o calor desprendido por um computador, seria possível aquecer um dos lados da estrutura, gerando um potencial elétrico no processo. Ao alterar a magnetização do dispositivo, uma corrente elétrica iria fluir pelos nanotubos magnéticos.

Dessa forma, o método permite desenvolver computadores com maior eficiência energética e que esquentam menos. Segundos os responsáveis pelo projeto, batizado como Voltagem Termoelétrica, ainda será preciso esperar alguns anos antes que o método possa ser aplicado de forma eficiente. Porém, não é preciso tê-lo à disposição para ver o grande potencial que a descoberta tem para dispositivos portáteis ou em grandes centros de dados, cujo resfriamento é uma das principais preocupações de seus desenvolvedores.


Por Felipe Gugelmin Valente

Especialista em Redator

Redator freelancer com mais de uma década de experiência em sites de tecnologia, já tendo passado pelo Adrenaline, Mundo Conectado, TecMundo, Voxel, Meu PlayStation, Critical Hits e Combo Infinito.


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