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Imagem de O Ensaio, da HBO, é a série mais maluca que você vai assistir (crítica) no tecmundo

Realizada pelo comediante Nathan Fielder, O Ensaio é uma coletânea de episódios em que pessoas são convidadas a 'ensaiar' situações que desejam enfrentar.

Os cat&aacute;logos de streaming est&atilde;o repletos de op&ccedil;&otilde;es de <a href="https://www.tecmundo.com.br/series" rel="noopener noreferrer" target="_blank">s&eacute;ries</a> &ndash; muito mais do que qualquer um consegue acompanhar. Nossas decis&otilde;es sobre quais vamos assistir costumam envolver um reconhecimento sobre o g&ecirc;nero: h&aacute; os que preferem sitcoms, thrillers, tramas m&eacute;dicas, s&eacute;ries de horror,&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=reality-shows" rel="noopener noreferrer" target="_blank">reality shows</a>, dentre tantos outros.
Come&ccedil;ar a falar sobre&nbsp;O Ensaio, atra&ccedil;&atilde;o presente no card&aacute;pio do <a href="https://www.tecmundo.com.br/hbo-max" rel="noopener noreferrer" target="_blank">HBO Max</a>, &eacute; um desafio imenso. Como poder&iacute;amos descrever essa s&eacute;rie criada pelo comediante (?) Nathan Fielder, que n&atilde;o arranca gargalhadas do p&uacute;blico? J&aacute; que os participantes s&atilde;o &ndash; fora os atores &ndash; pessoas reais, daria para categorizar como um&nbsp;reality show ou como um document&aacute;rio?
Assistir aos epis&oacute;dios de O Ensaio&nbsp;n&atilde;o &eacute; suficiente para solucionar essas d&uacute;vidas. Mas uma tentativa de apresenta&ccedil;&atilde;o desta s&eacute;rie talvez pudesse ser: nela, Nathan Fielder convida pessoas para &ldquo;ensaiarem&rdquo; uma situa&ccedil;&atilde;o dif&iacute;cil antes de vivenci&aacute;-la de fato. No primeiro epis&oacute;dio, por exemplo, um sujeito tem um certo sofrimento porque &ldquo;mente&rdquo; para uma amiga com quem participa de uma equipe em que competem em um campeonato de tr&iacute;via, dentro de um bar. A mentira? Ele deu a entender que tinha um mestrado, mas na verdade s&oacute; completou a gradua&ccedil;&atilde;o.
Um sofrimento pequeno, talvez, ao olhar de alguns (n&atilde;o s&atilde;o assim todas as neuroses?), mas que &eacute; levado a s&eacute;rio em O Ensaio. A equipe de Nathan Fielder contrata v&aacute;rios atores e cria um sofisticado mise-en-sc&egrave;ne para representar o cara, sua amiga e a situa&ccedil;&atilde;o.&nbsp;
A atriz que a interpreta, ali&aacute;s, d&aacute; um jeito de conhecer o &ldquo;alvo&rdquo; na surdina para conseguir captar alguns trejeitos dela para poder represent&aacute;-la melhor. Na sequ&ecirc;ncia, dentro de um est&uacute;dio da HBO, a produ&ccedil;&atilde;o monta uma r&eacute;plica perfeita do bar para que o homem sofredor possa realizar o ensaio junto de Fielder antes de partir finalmente para o &ldquo;confronto&rdquo;.
Ao fim do primeiro epis&oacute;dio, talvez surja no espectador a quest&atilde;o: para que tudo isso? E &eacute; a&iacute; que as coisas come&ccedil;am a se complicar.
<h2>O mundo como um palco</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/08/26/26192711977446.jpg" alt="(Fonte: HBO)" />(Fonte: HBO)
H&aacute; uma frase muito famosa creditada a William Shakespeare que diz assim: &ldquo;o mundo inteiro &eacute; um palco e todos os homens e mulheres n&atilde;o passam de meros atores&rdquo;. Embora seja uma ideia complexa para ser abordada em curtas linhas, h&aacute; aqui a proposta de que a vida cotidiana &eacute; sempre &ldquo;encena&ccedil;&atilde;o&rdquo;- que n&atilde;o pode, de forma alguma, ser aqui confundida com a mentira.&nbsp;
Desde o momento que acordamos, desempenhamos uma s&eacute;rie de pap&eacute;is, como de pai, marido, namorado, filho, colega de trabalho, chefe. A vida social s&oacute; &eacute; poss&iacute;vel &agrave; medida que esses pap&eacute;is s&atilde;o reconhecidos pelos outros &ndash; o que acontece, claro, se conseguimos cumprir a contento as nossas performances.
O Ensaio traz uma proposta ousada: j&aacute; que temos que aprender na marra a ser cada uma dessas coisas, que tal se houvesse um ensaio? A ideia um tanto louca (e aparentemente sem sentido, mas talvez nem tanto assim) &eacute; que inspira Nathan Fielder a montar esta s&eacute;rie e a convidar alguns volunt&aacute;rios a participar. Al&eacute;m do homem que quer contar a verdade para a amiga, h&aacute; um outro que est&aacute; chateado com o irm&atilde;o que n&atilde;o libera a heran&ccedil;a do av&ocirc; porque acha que a namorada dele &eacute; uma golpista.
A quest&atilde;o aqui &ndash; e que talvez fa&ccedil;a com que a s&eacute;rie caminhe sempre na corda bamba entre o humor, o drama e a mera bisbilhotice &ndash; &eacute; que o &ldquo;ensaio&rdquo; vai escalonando, num v&oacute;rtice um tanto maluco que parece nos carregar para dentro da intrincada mente de Nathan Fielder.&nbsp;
Para ensaiar o confronto do rapaz com o seu irm&atilde;o, Nathan escala o seu av&ocirc; como ator, um idoso de sa&uacute;de fragilizada que necessita de cuidados. E a necessidade de outros ensaios para outras situa&ccedil;&otilde;es acaba fazendo com que Nathan Fielder treine atores para que cumpram o desafio de se tornarem outras pessoas, dentro do que vai chamar de &ldquo;m&eacute;todo Fielder de atua&ccedil;&atilde;o".
Contudo, o &aacute;pice de O Ensaio chegar&aacute; quando ele resolve &ldquo;ajudar&rdquo; Angela, uma mulher crist&atilde; solteira na casa dos 40 anos cujo principal objetivo de vida &eacute; casar e ter filhos. Nathan resolve proporcionar a ela a sensa&ccedil;&atilde;o desta experi&ecirc;ncia, para a qual n&atilde;o h&aacute; qualquer ensaio poss&iacute;vel.
A produ&ccedil;&atilde;o monta todo o cen&aacute;rio &agrave; altura dos mais altos sonhos de Angela: ela quer morar em uma casa de campo, em que plante a pr&oacute;pria comida, viva do pr&oacute;prio neg&oacute;cio e dependa pouco do mundo externo. Para dar conta disso, ela topa morar por meses em uma casa alugada, e a produ&ccedil;&atilde;o contrata atores infantis que possibilitar&atilde;o a ela vivenciar a rotina de criar um beb&ecirc; desde pequeno at&eacute; o momento em que o filho completar 18 anos.
Como aqui &eacute; vida real &ndash; na medida em que tudo isso pode ser real &ndash; &eacute; claro que a grande gra&ccedil;a da s&eacute;rie surgir&aacute; daquilo que n&atilde;o se pode controlar. S&oacute; que isso n&atilde;o envolve as rea&ccedil;&otilde;es apenas de Angela, mas as do pr&oacute;prio Nathan.
<h2>Um comediante que n&atilde;o faz rir</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/08/26/26191503123445.jpg" alt="(Fonte: HBO)" />(Fonte: HBO)
Desconhecido de boa parte do p&uacute;blico brasileiro, o canadense Nathan Fielder &eacute; um comediante bastante peculiar, que ganhou fama entre os americanos com o programa Nathan for you, da <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/tag/comedy-central" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Comedy Central.</a>&nbsp;
Seu estilo se situa, conforme apontado pela cr&iacute;tica, dentro daquilo que se costuma chamar de cringe comedy, um tipo de com&eacute;dia baseado no contato com situa&ccedil;&otilde;es constrangedoras (pense, por exemplo, em por que T<a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/the-office" rel="noopener noreferrer" target="_blank">he Office&nbsp;</a>nos faz rir). A n&oacute;s, os espectadores, sobra um certo papel de voyeur, no sentido de que nos divertimos com as situa&ccedil;&otilde;es justamente porque elas n&atilde;o est&atilde;o ocorrendo conosco.
A pr&oacute;pria persona de Nathan Fielder tem algo de embara&ccedil;osa. Nosso primeiro contato com ele evidencia um homem que parece meio inexpressivo e ensimesmado, cuja voz tem um tom sem ritmo, lembrando um pouco a voz de rob&ocirc; do Google. &Eacute; este sujeito estranho que se incumbe da responsabilidade de interferir em aspectos delicados da vida de pessoas aleat&oacute;rias, que confiam nele (ou na HBO) para ter uma experi&ecirc;ncia que, em v&aacute;rios sentidos, cobra um pre&ccedil;o caro.
Mas a grande sacada ao longo dos epis&oacute;dios &eacute; que, aos poucos, come&ccedil;amos a notar que o verdadeiro &ldquo;ensaio&rdquo; &eacute; o do pr&oacute;prio Nathan, que se confronta o tempo todo com quest&otilde;es internas e questiona certezas que tinha sobre si mesmo - inclusive sobre suas no&ccedil;&otilde;es de &eacute;tica. A gra&ccedil;a de&nbsp;O Ensaio &eacute; justamente possibilitar que se v&aacute; &ldquo;pescando&rdquo; um pouco do que h&aacute; em comum entre as vidas por estas experi&ecirc;ncias.
Se viver n&atilde;o &eacute; f&aacute;cil (e se, por vezes, d&aacute; at&eacute; um desejo de que pud&eacute;ssemos &ldquo;treinar&rdquo; para as situa&ccedil;&otilde;es dif&iacute;ceis que estamos prestes a experimentar) O Ensaio, da HBO, n&atilde;o deixa de ser um convite para encarar que n&atilde;o h&aacute; como fazer isso. Por mais clich&ecirc; que isto soe, viver s&oacute; se aprende vivendo &ndash; e &eacute; exatamente isso que parece sugerir esta s&eacute;rie maluca que promete ficar habitando a sua mente por dias.
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O Ensaio, da HBO, é a série mais maluca que você vai assistir (crítica)

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Imagem de O Telefone Preto: um filme para assistir sem grandes expectativas (Crítica) no tecmundo

Assistir O Telefone Preto, um dos filmes de terror mais aguardados de 2022, pode não ser tudo aquilo que se imaginou; veja análise narrativa e crítica do lançamento! 

Um serial killer de crian&ccedil;as que usa uma m&aacute;scara assustadora, dois irm&atilde;os com dons sobrenaturais e uma pitadinha m&iacute;nima de drama. Bata tudo isso em um liquidificador e voc&ecirc; ter&aacute; o filme <a href="http://www.tecmundo.com.br/minha-serie/243440-telefone-preto-2-diretor-sequencia-negociacao.htm" target="_blank" title="O Telefone Preto 2: diretor diz que sequ&ecirc;ncia est&aacute; em negocia&ccedil;&atilde;o">O Telefone Preto</a> (The Black Phone), lan&ccedil;amento de <a href="http://www.tecmundo.com.br/terror/" target="_blank" title="Terror">terror</a> da Universal Pictures e um dos <a href="http://www.tecmundo.com.br/filmes/" target="_blank" title="Filmes">filmes</a> de terror mais esperados de 2022.
Ok, confesso logo de cara que eu n&atilde;o estava t&atilde;o empolgado assim para assistir O Telefone Preto, ainda mais depois de ter visto o trailer do filme, que, por sinal, entrega alguns spoilers pesados e completamente desnecess&aacute;rios.
Contudo, como eu vi que a recep&ccedil;&atilde;o do filme, de maneira geral, foi muito boa, resolvi conferir. E a verdade &eacute; que, infelizmente (ou n&atilde;o), eu n&atilde;o estava t&atilde;o errado em ficar com um p&eacute; atr&aacute;s em rela&ccedil;&atilde;o a O Telefone Preto.&nbsp;
N&atilde;o que o filme seja horr&iacute;vel, imposs&iacute;vel de assistir ou coisa do tipo. Absolutamente nada disso. Mesmo. Mas o <a href="http://www.tecmundo.com.br/lancamentos/" target="_blank" title="Lan&ccedil;amentos">lan&ccedil;amento</a> de terror acaba deixando a desejar um pouco quando o assunto &eacute; profundidade narrativa, com arcos e personagens um tanto quanto superficiais e pouco explorados.&nbsp;
E, agora, chegou a hora de eu te contar tudo sobre O Telefone Preto, e fazer aquela an&aacute;lise narrativa e <a href="http://www.tecmundo.com.br/minha-serie/243888-sandman-serie-netflix-boa-analise-narrativa-critica.htm" target="_blank" title="Sandman: s&eacute;rie da Netflix &eacute; boa mesmo? Veja an&aacute;lise narrativa (Cr&iacute;tica)">cr&iacute;tica</a> do filme, com tudo o que eu encontrei de positivo e negativo no longa!
&gt;&gt;&gt; ASSISTA:
<iframe width="853" height="480" src="http://www.youtube.com/embed/_AkL9nxttzc?start=0" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
<h2>O que &eacute; O Telefone Preto? (SEM SPOILERS)</h2>
O Telefone Preto (The Black Phone) &eacute; um filme de terror lan&ccedil;ado em 2022, dirigido por Scott Derrickson e roteirizado por C. Robert Cargill. Obra, ali&aacute;s que j&aacute; se tornou uma das maiores bilheterias do g&ecirc;nero neste ano, passando da marca de US$ 100 milh&otilde;es em arrecada&ccedil;&atilde;o em apenas tr&ecirc;s semanas desde sua estreia.
Agora, partindo para a trama, o filme se passa no finzinho da d&eacute;cada de 1970 e acompanha o protagonista Finney Shaw, um garoto bem t&iacute;mido de 13 anos que vive com a irm&atilde; mais nova, a espirituosa Gwen, e o pai, que tem problemas com alcoolismo, chamado Terrence.
Logo no in&iacute;cio da hist&oacute;ria, n&oacute;s j&aacute; percebemos que a fam&iacute;lia composta pelos tr&ecirc;s &eacute; um pouco problem&aacute;tica, com o pai b&ecirc;bado e autorit&aacute;rio aterrorizando as crian&ccedil;as sempre que poss&iacute;vel, e os irm&atilde;os sofrendo bullying na escola, tendo que se defender de alguns valent&otilde;es e buscando seus espa&ccedil;os nessa fase t&atilde;o conturbada da vida, que &eacute; a da inf&acirc;ncia/pr&eacute;-adolesc&ecirc;ncia.
E a&iacute; vem a cereja do bolo: al&eacute;m de todas essas dificuldades, h&aacute; um sequestrador de crian&ccedil;as, chamado The Grabber, solto pela cidade em que eles vivem, e alguns dos conhecidos do Finney e da Gwen t&ecirc;m sumido repentinamente.&nbsp;
Ent&atilde;o, h&aacute; um clima bem pesado permeando a narrativa, com todos se sentindo muito inseguros e vulner&aacute;veis. Especialmente as crian&ccedil;as, que s&atilde;o os alvos do tal sequestrador.
E adivinha s&oacute;? Em um (n&atilde;o t&atilde;o) belo dia, o Finney tamb&eacute;m &eacute; sequestrado pelo criminoso, que &eacute; interpretado pelo &oacute;timo Ethan Hawke (Antes do Amanhecer, Cavaleiro da Lua), e que aqui se passa por um m&aacute;gico, vagando pela cidade todo caracterizado em uma van preta, cheia de bal&otilde;es pretos dentro.&nbsp;
Um pouco suspeito, n&atilde;o &eacute; mesmo? Pois &eacute;, s&oacute; um pouquinho&hellip;
A partir da&iacute;, o garoto &eacute; levado para uma esp&eacute;cie de cativeiro &agrave; prova de som, onde ele &eacute; mantido ref&eacute;m pelo assassino. L&aacute;, todavia, al&eacute;m de um colch&atilde;o, um vaso sanit&aacute;rio e uma janela min&uacute;scula, h&aacute; um item bem curioso, diga-se de passagem.&nbsp;
Sim, &eacute; o tal telefone preto, que n&atilde;o deveria funcionar, de acordo com o sequestrador. Mas, surpresa, surpresa, ele funciona. S&oacute; n&atilde;o da maneira que voc&ecirc; est&aacute; imaginando.
Explico: quem liga para o Finney durante seu cativeiro n&atilde;o s&atilde;o pessoas comuns, mas, sim, as v&iacute;timas anteriores do serial killer, que come&ccedil;am a passar dicas para o menino a fim de que ele consiga escapar daquele tormento antes que seja tarde demais.
<iframe width="853" height="480" src="http://www.youtube.com/embed/dCAbPQnFAU4?start=0" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
ATEN&Ccedil;&Atilde;O: A PARTIR DE AGORA, ESTE TEXTO TER&Aacute; SPOILERS DO FILME O TELEFONE PRETO. N&Atilde;O CONTINUE SE VOC&Ecirc; AINDA N&Atilde;O ASSISTIU. 
<h2>An&aacute;lise narrativa e cr&iacute;tica de O Telefone Preto (COM SPOILERS)</h2>
<h3>Estrutura</h3>
Bem, vamos come&ccedil;ar a desconstruir um pouco a narrativa e os arcos de O Telefone Preto.
Primeiramente, eu posso dizer que os tr&ecirc;s atos do filme s&atilde;o bem definidos e bem f&aacute;ceis de identificar. Inclusive, eles s&atilde;o bem padr&otilde;es e seguem &agrave; risca a f&oacute;rmula que j&aacute; estamos acostumados a ver por a&iacute; em outras pordu&ccedil;&otilde;es.
No primeiro ato, temos as apresenta&ccedil;&otilde;es dos personagens, das rela&ccedil;&otilde;es entre eles, do universo do filme como um todo e, claro, do problema, que &eacute; a presen&ccedil;a do serial killer.&nbsp;
&Eacute; neste ponto, tamb&eacute;m, que descobrimos os dons sobrenaturais da Gwen, a irm&atilde; mais nova do Finney, que tem algumas vis&otilde;es e revela&ccedil;&otilde;es atrav&eacute;s de sonhos.&nbsp;Dons, ali&aacute;s, que teriam sido herdados da m&atilde;e, que tirou a pr&oacute;pria vida justamente por n&atilde;o lidar muito bem com eles (de acordo com uma explica&ccedil;&atilde;o breve dada pela pr&oacute;pria narrativa).
O ponto de virada para o segundo ato &eacute; o sequestro do melhor amigo do Finney, chamado Robin, aquele garoto brig&atilde;o que defende o protagonista em alguns momentos. Provavelmente, voc&ecirc; vai lembrar dele.&nbsp;
Esse acontecimento gera uma instabilidade emocional nos personagens e, logo depois, Finney tamb&eacute;m &eacute; sequestrado, passando ele agora a lutar pela pr&oacute;pria vida durante o todo o desenvolvimento do longa.
J&aacute; o ponto de virada paro o terceiro ato acontece tamb&eacute;m com a participa&ccedil;&atilde;o do Robin, que liga para Finney atrav&eacute;s do telefone preto para dizer que ele (Finney) precisa se impor e se defender antes que seja muito tarde.&nbsp;
A partir da&iacute;, o garoto bola todo aquele plano mirabolante para enfrentar o assassino e sair vitorioso no final das contas, dando fim ao filme.
Enfim, uma estrutura bem padronizada, sem grandes surpresas ou plot twists, mas que faz bem seu papel em contar a hist&oacute;ria de O Telefone Preto de uma maneira linear e simples de entender, apesar da falta de ousadia do roteiro.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/08/26/26192716930447.jpg" alt="O Telefone Preto" />O Telefone Preto (Universal Pictures/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h3>Dire&ccedil;&atilde;o e narrativa</h3>
Sobre a dire&ccedil;&atilde;o de O Telefone Preto, &eacute; ineg&aacute;vel que ela &eacute; bem competente e n&atilde;o influencia, de maneira alguma, negativamente na narrativa. Todavia, tamb&eacute;m n&atilde;o produz nada que salte muito aos olhos ou que acrescente tanto assim &agrave; obra.
A fotografia mais fria e escura, t&iacute;pica de filmes de terror modernos, ajuda na composi&ccedil;&atilde;o da atmosfera soturna do longa, o que &eacute; um acerto. Especialmente aquele filtro de s&eacute;pia, que pinta o filme todo e que condiz muito com o per&iacute;odo em que O Telefone Preto se passa, que &eacute; os anos 70.&nbsp;&nbsp;
Contudo, o grande problema de O Telefone Preto, como um todo, est&aacute; em sua falta de criatividade e ousadia. Narrativamente, o filme me passou a seguinte sensa&ccedil;&atilde;o: &ldquo;n&atilde;o se preocupe, estamos seguindo a cartilha&rdquo;.&nbsp;
Faltou um pouquinho de esfor&ccedil;o e ousadia para que O Telefone Preto se destacasse mais e se transformasse em uma obra mais memor&aacute;vel dentro desse g&ecirc;nero, que j&aacute; explorou tantas e tantas ideias.&nbsp;
Mas, como eu disse anteriormente, O Telefone Preto n&atilde;o &eacute; um filme terr&iacute;vel ou algo do tipo.&nbsp;
H&aacute; uma cena, por exemplo, que &eacute; incr&iacute;vel, que &eacute; aquela em que o Finney sai de seu cativeiro, em uma armadilha criada pelo pr&oacute;prio sequestrador, que deixa a porta aberta de prop&oacute;sito, e tenta fugir enquanto o assassino acaba dormindo em uma cadeira.&nbsp;
Essa cena cria tens&atilde;o de uma maneira bem interessante, porque trabalha com elementos que, quando bem utilizados, d&atilde;o um tom assustador a filmes de terror e suspense S&atilde;o eles:
Imprevisibilidade, j&aacute; que o assassino pode acordar a qualquer momento; Escassez de tempo, porque o Finney tem que acertar a combina&ccedil;&atilde;o do cadeado que abre a porta o quanto antes e o tempo est&aacute; se esgotando; Medo, claro, j&aacute; que n&atilde;o h&aacute; como n&atilde;o nos sentirmos aterrorizados com a possibilidade do criminoso acordar e matar o garoto.
E tudo isso &eacute; muito bem retratado nesse corte, inclusive, com um movimento de c&acirc;mera bem legal, em que vemos o Finney em primeiro plano e o assassino dormindo na cadeira logo em segundo. Ent&atilde;o, o foco da c&acirc;mera vai trocando entre um e outro, criando esse clima bem nervoso, at&eacute; que o menino escapa, estourando aquela bolha de tens&atilde;o em que est&aacute;vamos imersos.&nbsp;
Por&eacute;m, o garoto &eacute; capturado novamente logo depois, fazendo com que voltemos l&aacute; para o in&iacute;cio da fila para come&ccedil;ar tudo de novo, quebrando totalmente a expectativa do espectador.&nbsp;
Enfim, essa foi, de longe, a minha cena favorita de O Telefone Preto e mostra como at&eacute; havia potencial dentro da obra, caso mais momentos como esse fossem explorados.&nbsp;
Porque, a verdade &eacute; que, na maior parte do filme, eu n&atilde;o me senti mais como eu me senti nessa cena espec&iacute;fica, em que eu fui do c&eacute;u ao inferno em quest&atilde;o de alguns segundos.&nbsp;Algo que &eacute; sempre muito-bem vindo em produ&ccedil;&otilde;es de terror e suspense.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/08/26/o-telefone-preto-26192926688448.jpg" alt="O Telefone Preto" />O Telefone Preto (Universal Pictures/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>Arcos de personagens</h2>
Tamb&eacute;m quero falar um pouco sobre alguns arcos de personagens em O Telefone Preto. Come&ccedil;ando pelo The Grabber, vil&atilde;o interpretado por Ethan Hawke, que eu achei pouqu&iacute;ssimo valorizado na narrativa.
Esse vil&atilde;o deveria ser um dos grandes chamarizes do filme. Inclusive, boa parte do marketing da obra foi feita em cima dele.&nbsp;
Mas eu fiquei com a sensa&ccedil;&atilde;o de que ele est&aacute; ali pelo simples fato de o filme precisar de um vil&atilde;o, entende? Me pareceu que, se fosse qualquer outra figura maquiav&eacute;lica ali, n&atilde;o faria muita diferen&ccedil;a.&nbsp;
E eu digo isso porque, al&eacute;m de usar uma m&aacute;scara bem assustadora, que o personagem vai trocando de acordo com o humor dele, e soar amedrontador, amea&ccedil;ador e por a&iacute; vai, o que mais h&aacute; nesse vil&atilde;o que nos deixe, de fato, interessados nele?
Qual &eacute; a origem desse cara? Por que ele mata crian&ccedil;as? Por que ele n&atilde;o consegue jamais tirar a m&aacute;scara e entra em desespero quando isso acontece? Ele j&aacute; ouviu o telefone preto tamb&eacute;m? Quais s&atilde;o as motiva&ccedil;&otilde;es dele?
N&oacute;s s&oacute; sabemos que ele se passa por m&aacute;gico, anda em uma van, tem um irm&atilde;o e cresceu na mesma casa em que aprisiona as crian&ccedil;as.&nbsp;
Enfim, n&oacute;s n&atilde;o temos quase nada, narrativamente falando, que enrique&ccedil;a esse vil&atilde;o e grave ele em nossa mem&oacute;ria. No fim, ele tem apenas um visual maneiro e nada muito al&eacute;m disso.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/08/26/26193024741451.jpg" alt="O Telefone Preto" />O Telefone Preto (Universal Pictures/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Por falar no vil&atilde;o, me incomodou bastante o fato de o irm&atilde;o dele, o Max, n&atilde;o fazer a m&iacute;nima ideia do que est&aacute; acontecendo e n&atilde;o desconfiar de absolutamente nada em rela&ccedil;&atilde;o ao familiar, sendo que ele (Max) dedica boa parte do seu tempo a, justamente, investigar os sequestros das crian&ccedil;as.&nbsp;
Ah, e detalhe, eles moram na mesma casa!
Portanto, a fun&ccedil;&atilde;o narrativa desse irm&atilde;o &eacute; praticamente nula e s&oacute; serve para criar uma rachadura no roteiro.&nbsp;N&atilde;o h&aacute; bons motivos para esse personagem estar na trama, especialmente se considerarmos que o maior ato dele no filme &eacute; encontrar o Finney, apenas para ser assassinado pelo pr&oacute;prio irm&atilde;o logo depois.
Por fim, encerro com a fam&iacute;lia principal. Gostei do papel do Terrence (o pai das crian&ccedil;as) durante o filme, porque ele n&atilde;o &eacute;, simplesmente, uma figura autorit&aacute;ria que est&aacute; ali apenas para criar obst&aacute;culos para as crian&ccedil;as.&nbsp;
Pelo contr&aacute;rio, ele se mostra um homem bem triste, com tra&ccedil;os at&eacute; depressivos, provavelmente por conta da morte da mulher e por n&atilde;o conseguir criar uma conex&atilde;o real com os filhos. &Eacute; um personagem tr&aacute;gico, o que o torna muito mais interessante do que se ele representasse apenas mais um &ldquo;problema&rdquo; a ser resolvido.&nbsp;
Inclusive, em alguns momentos, ele se mostra um cara at&eacute; bem vulner&aacute;vel, e parece se arrepender dos seus atos no final do filme, quando pede perd&atilde;o e chora em frente aos filhos.
J&aacute; os irm&atilde;os Finney e Gwen, assim como o sequestrador, tamb&eacute;m n&atilde;o apresentam arcos t&atilde;o satisfat&oacute;rios. E isso &eacute; um problema se pararmos para pensar que eles dividem o protagonismo da obra.
A Gwen termina o filme basicamente da mesma maneira que come&ccedil;ou, com suas vis&otilde;es ajudando a encontrar o irm&atilde;o. E, em rela&ccedil;&atilde;o a isso, &eacute; um pouco estranho como a pol&iacute;cia simplesmente acredita nela, sem questionar absolutamente nada ou demonstrar qualquer tipo de ceticismo.&nbsp;
&Eacute; realmente dif&iacute;cil de acreditar que isso aconteceria t&atilde;o facilmente e que a narrativa andaria do ponto A ao ponto B dessa maneira. Me soa um pouco pregui&ccedil;oso, para ser honesto. Mas, claro, posso estar apenas sendo chato e detalhista (volta e meia, acontece).
E o Finney? Bem, o protagonista tem o cl&aacute;ssico arco de her&oacute;i &agrave; sua frente: um menino t&iacute;mido e com problemas que supera as adversidades e se torna o grande her&oacute;i no fim, ap&oacute;s vencer a grande batalha contra o vil&atilde;o.&nbsp;
Funciona? Funciona. Mas n&atilde;o surpreende muito e, por isso, fica at&eacute; dif&iacute;cil ir muito al&eacute;m dessa curta an&aacute;lise, apesar da boa atua&ccedil;&atilde;o do ator mirim Mason Thames.
<h2>Conclus&atilde;o</h2>
O Telefone Preto, por fim, acaba sendo um filme mediano, bem comum e previs&iacute;vel, pouqu&iacute;ssimo ousado ou criativo, e com alguns arcos narrativos um pouco duvidosos. O que n&atilde;o significa que voc&ecirc; n&atilde;o deva assistir ou que eu seja dono da raz&atilde;o.&nbsp;
Independente das opini&otilde;es que voc&ecirc; encontra por a&iacute;, inclusive a minha, voc&ecirc; precisa criar a sua pr&oacute;pria tamb&eacute;m. E isso voc&ecirc; s&oacute; vai conseguir, finalmente, assistindo o filme.

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O Telefone Preto: um filme para assistir sem grandes expectativas (Crítica)

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Imagem de Sandman: série da Netflix é boa mesmo? Análise narrativa (Crítica) no tecmundo

Sandman, nova série da Netflix, é uma adaptação dos quadrinhos de mesmo nome do autor Neil Gaiman; veja análise narrativa e crítica da produção!

Se voc&ecirc;, assim como eu, &eacute; f&atilde; dos quadrinhos de <a href="http://www.tecmundo.com.br/sandman/" target="_blank" title="Sandman">Sandman</a>, a obra-prima do grandioso Neil Gaiman, eu tenho certeza de uma coisa: voc&ecirc; sempre &ldquo;sonhou&rdquo; com uma adapta&ccedil;&atilde;o digna das <a href="http://www.tecmundo.com.br/quadrinhos-hqs/" target="_blank" title="Quadrinhos/HQs">HQs</a> para as telas.
E eu n&atilde;o sei dizer se foi gra&ccedil;as ao Rubi do Morpheus ou a qualquer outra for&ccedil;a misteriosa do universo, mas, finalmente, nossos sonhos se tornaram realidade.
Pois &eacute;, a <a href="http://www.tecmundo.com.br/netflix/" target="_blank" title="Netflix">Netflix</a> acertou o alvo com essa nova s&eacute;rie de Sandman (2022), adapta&ccedil;&atilde;o em live-action que, em sua maior parte, conseguiu trazer para as telinhas de maneira primorosa todo aquele universo fant&aacute;stico das graphic novels que marcaram &eacute;poca.
E eu digo em sua maior parte porque, embora eu esteja bem contente e satisfeito com o que eu vi no seriado, ainda tenho algumas coisinhas para pontuar.
Ent&atilde;o, chegou a hora de eu fazer aquela baita an&aacute;lise narrativa e cr&iacute;tica e te contar absolutamente tudo sobre a s&eacute;rie <a href="http://www.tecmundo.com.br/minha-serie/243763-sandman-ganha-episodio-extra-netflix-entenda.htm" target="_blank" title="Sandman: s&eacute;rie ganha epis&oacute;dio extra na Netflix; saiba tudo!">Sandman</a>, da Netflix!
&gt;&gt;&gt;&nbsp;ASSISTA:
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<h2>O que &eacute; Sandman? (SEM SPOILERS)</h2>
Antes de eu mergulhar na cr&iacute;tica de Sandman, precisamos falar um pouquinho sobre o que &eacute; essa obra t&atilde;o ic&ocirc;nica, s&oacute; para quem ainda n&atilde;o conhece t&atilde;o bem entender um pouco melhor o porqu&ecirc; de toda essa euforia.
Sandman, ou The Sandman, como voc&ecirc; preferir, &eacute; uma s&eacute;rie de quadrinhos criada pelo famoso <a href="http://www.tecmundo.com.br/minha-serie/243147-sandman-neil-gaiman-series-spin-off-morte-constantine.htm" target="_blank" title="Sandman: Neil Gaiman gostaria de ver s&eacute;ries spin-off de Morte e Constantine">Neil Gaiman</a>, em 1989, e lan&ccedil;ada atrav&eacute;s do selo Vertigo, da DC Comics.
Ent&atilde;o, n&atilde;o, n&atilde;o &eacute; algo relativamente novo como muitos podem imaginar. E, sim, &eacute; uma obra que veio do universo da <a href="http://www.tecmundo.com.br//minha-serie/243025-sandman-neil-gaiman-explica-ausencia-personagens-universo-dc.htm" target="_blank" title="Sandman: Neil Gaiman explica aus&ecirc;ncia de personagens do Universo DC">DC</a>.
As HQs originais foram publicadas at&eacute; 1996, ent&atilde;o, Sandman ficou rodando por a&iacute;, mais ou menos, 7 anos, e contou ao todo com 75 edi&ccedil;&otilde;es.
Na hist&oacute;ria, acompanhamos o personagem Sonho, tamb&eacute;m conhecido como Morpheus, ou Sandman, que &eacute; um dos 7 Perp&eacute;tuos, um grupo de entidades poderosas que, na verdade, se apresenta como uma fam&iacute;lia um tanto quanto disfuncional.
&ldquo;Mas, calma l&aacute;, o que s&atilde;o os Perp&eacute;tuos de Sandman?&rdquo;
Bem, eles s&atilde;o seres antropom&oacute;rficos e imortais que representam aspectos do viver que s&atilde;o comuns a todos os seres humanos. S&atilde;o eles: Sonho, que &eacute; o protagonista, Morte, Desejo, Desespero, Destrui&ccedil;&atilde;o, Destino e Del&iacute;rio.
Cada um desses sete Perp&eacute;tuos, portanto, tem uma fun&ccedil;&atilde;o espec&iacute;fica no mundo e, juntos, s&atilde;o respons&aacute;veis por manter o equil&iacute;brio entre os humanos e ordenar o universo conforme n&oacute;s o conhecemos.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/08/19/sandman-19181651164330.jpg" alt="Sandman" />Sandman (Vertigo/DC Comics) 
Desde suas primeiras edi&ccedil;&otilde;es, Sandman fez um sucesso enorme e, com o passar dos anos, apenas se consolidou ainda mais como uma obra essencial para o g&ecirc;nero de HQs.
E isso se deve muito ao conte&uacute;do aut&ecirc;ntico e transgressor de Sandman, que rompeu, e muito, com aquele universo conhecido dos super-her&oacute;is para criar uma narrativa densa, sombria, introspectiva e muito criativa.
Neil Gaiman foi muito al&eacute;m de uma simples trama de &ldquo;her&oacute;i versus vil&atilde;o&rdquo;, e abordou atrav&eacute;s de Sandman temas bem interessantes e ousados, como sexualidade, solid&atilde;o, criatividade, arte e por a&iacute; vai.
Isso sem falar na escrita em si da obra, que &eacute; formid&aacute;vel e extremamente envolvente, bem como as capas das edi&ccedil;&otilde;es de Sandman, criadas pelo artista Dave McKean, e que s&atilde;o verdadeiras obras de arte surrealistas e sombrias.
Por isso, n&atilde;o &eacute; mera coincid&ecirc;ncia que Sandman tenha sido a primeira HQ a entrar na lista de best-sellers do The New York Times e tenha arrastado uma legi&atilde;o de f&atilde;s at&eacute; os dias de hoje.&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp; 
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ATEN&Ccedil;&Atilde;O: A PARTIR DE AGORA, ESTE TEXTO TER&Aacute; SPOILERS DA S&Eacute;RIE SANDMAN, DA NETFLIX. N&Atilde;O CONTINUE SE VOC&Ecirc; AINDA N&Atilde;O ASSISTIU.
<h2>An&aacute;lise narrativa e cr&iacute;tica da s&eacute;rie Sandman (COM SPOILERS)</h2>
Pois bem, j&aacute; vou come&ccedil;ar dizendo que, sim, eu adorei a s&eacute;rie da Netflix, especialmente a adapta&ccedil;&atilde;o do primeiro arco, que se chama &ldquo;Prel&uacute;dios e Noturnos&rdquo;, e que vai at&eacute; o epis&oacute;dio 6.
Ali&aacute;s, o epis&oacute;dio 6 de Sandman &eacute; algo que renderia um v&iacute;deo s&oacute; para ele. Mas eu falo mais sobre isso daqui a pouquinho.
Come&ccedil;ando, portanto, s&oacute; para voc&ecirc; entender melhor, a s&eacute;rie adaptou dois arcos dos quadrinhos: &ldquo;Prel&uacute;dios e Noturnos&rdquo;, que fica entre os epis&oacute;dios 1 e 6, e &ldquo;Casa de Bonecas&rdquo;, que fica entre os epis&oacute;dios 7 e 10.
E, como s&atilde;o duas tramas diferentes, apesar de estarem dentro da mesma macro-hist&oacute;ria de Sandman, vou analis&aacute;-las separadamente para ficar mais simples. At&eacute; porque eu amei a primeira parte e j&aacute; n&atilde;o me senti t&atilde;o empolgado com a segunda.
Foi por isso que eu disse no in&iacute;cio deste texto, inclusive, que, em sua maior parte, a s&eacute;rie &eacute; um primor, mas n&atilde;o em sua totalidade. At&eacute; porque nada &eacute; perfeito, mas Sandman chega pr&oacute;ximo disso.
<h3>Prel&uacute;dios e Noturnos</h3>
Entre os epis&oacute;dios 1 e 6, n&oacute;s temos tudo aquilo que um f&atilde; de Sandman sempre sonhou em ver. Uma adapta&ccedil;&atilde;o extremamente fiel &agrave; obra original, com um elenco super competente e aspectos visuais lindos, que fazem justi&ccedil;a ao universo m&aacute;gico e sombrio das HQs.
Ali&aacute;s, praticamente todos os grandes momentos do primeiro arco de Sandman nas HQs s&atilde;o trazidos para a s&eacute;rie.
Desde a miss&atilde;o de Morpheus para recuperar suas ferramentas, sua visita ao inferno e o massacre da lanchonete com John Dee, at&eacute; o papo do protagonista com a Morte e o arco em que ele fica visitando o mesmo ser humano de 100 em 100 anos para saber o que ele est&aacute; achando de continuar vivo por tanto tempo (apesar de esse arco n&atilde;o estar em &ldquo;Prel&uacute;dios e Noturnos&rdquo;).
Ou seja, querer reclamar de que faltou isso ou aquilo seria realmente querer ca&ccedil;ar agulha em palheiro.
Ainda mais porque a s&eacute;rie n&atilde;o s&oacute; trouxe esses grandes momentos, como os adaptou de forma muito satisfat&oacute;ria.
Nesse sentido, eu destaco alguns &oacute;timos momentos. Come&ccedil;ando com a visita do Sonho ao inferno para recuperar seu elmo. Como voc&ecirc; deve lembrar, l&aacute;, ele precisa duelar com o pr&oacute;prio L&uacute;cifer pra conseguir sair vivo e reconquistar seu capacete.
A composi&ccedil;&atilde;o do inferno &eacute; sensacional e realmente parece ter sa&iacute;do diretamente das p&aacute;ginas dos quadrinhos, bem como o desfecho do duelo, que traz algumas frases memor&aacute;veis das HQs.
Ali&aacute;s, ponto positivo para a s&eacute;rie por trazer muitas passagens originais do texto de Neil Gaiman para as telas e por n&atilde;o querer inventar a roda, tentando refazer ou modernizar di&aacute;logos e cenas das HQs que j&aacute; s&atilde;o incr&iacute;veis.
O epis&oacute;dio da lanchonete, o quinto da temporada, tamb&eacute;m &eacute; fant&aacute;stico, com o vil&atilde;o John Dee aterrorizando geral e transformando o lugar em um verdadeiro po&ccedil;o de loucura e desespero.
O clima sombrio que o epis&oacute;dio cria, somado &agrave; &oacute;tima atua&ccedil;&atilde;o do ator David Thewlis, que d&aacute; vida ao personagem John Dee, captam muito bem o ar assustador que &eacute; passado nos quadrinhos em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; trama.
Ah, e &eacute; nesse epis&oacute;dio que o Morpheus n&atilde;o s&oacute; vence John Dee e recupera seu rubi, mas aparece gigante e imponente, segurando o vil&atilde;o na palma de sua m&atilde;o. Um momento bem ic&ocirc;nico das graphic novels e que tamb&eacute;m foi retratado muito bem na s&eacute;rie. Outro baita acerto da adapta&ccedil;&atilde;o da Netflix!&nbsp; 
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/08/19/sandman-19182104799331.jpg" alt="Sandman" />Sandman (Netflix/Warner/DC)
Eis que, ent&atilde;o, temos o maravilhoso epis&oacute;dio 6 de Sandman, que, para mim, foi o ponto mais alto da s&eacute;rie. Ele adapta a edi&ccedil;&atilde;o 8 dos quadrinhos, chamada &ldquo;The Sound of Her Wings&rdquo;, ou, em tradu&ccedil;&atilde;o no Brasil, &ldquo;O Som de Suas Asas&rdquo;, que &eacute; uma das edi&ccedil;&otilde;es favoritas dos f&atilde;s, e uma das minhas tamb&eacute;m
Nesse cap&iacute;tulo, n&oacute;s acompanhamos um Morpheus vazio, sem prop&oacute;sito ou dire&ccedil;&atilde;o, logo depois de ele ter finalmente conclu&iacute;do sua miss&atilde;o de recuperar suas ferramentas. E, a&iacute;, aparece, finalmente, a personagem Morte, que &eacute; irm&atilde; de Sonho e um dos Perp&eacute;tuos tamb&eacute;m.
Juntos, eles fazem uma esp&eacute;cie de Antes do Amanhecer (filme maravilhoso do diretor Richard Linklater) e caminham pela cidade ao mesmo tempo em que trocam ideias sobre a vida. Tudo enquanto a Morte realiza a fun&ccedil;&atilde;o dela de coletar algumas almas.
&Eacute; um epis&oacute;dio altamente introspectivo, sem grandes batalhas, vil&otilde;es ou miss&otilde;es empolgantes. &Eacute; simplesmente uma grande reflex&atilde;o sobre prop&oacute;sito, vida, morte e destino, e que se d&aacute; por meio de di&aacute;logos super afiados e instigantes.
A s&eacute;rie pescou perfeitamente o que essa trama se prop&otilde;e a fazer, com representa&ccedil;&otilde;es muito fi&eacute;is e, novamente, falas que sa&iacute;ram diretamente dos quadrinhos e do &oacute;timo texto de Gaiman, para o del&iacute;rio dos f&atilde;s, e meu tamb&eacute;m, claro.
E n&atilde;o d&aacute; para deixar de citar o incr&iacute;vel trabalho da atriz Kirby Howell-Baptiste, que interpreta a Morte. Ela traz uma leveza muito grande e necess&aacute;ria para o papel, exatamente como vemos nas HQs, j&aacute; que a Morte, ao contr&aacute;rio do que se pode imaginar, &eacute; uma das personagens mais descontra&iacute;das e gentis de Sandman.
Nesse sentido, foi muito bom ver como Kirby captou muito isso e entregou uma Morte muito am&aacute;vel e inteligente.
Para completar, nesse mesmo epis&oacute;dio, os roteiristas ainda inclu&iacute;ram uma outra trama dos quadrinhos que eu achei que n&atilde;o veria na s&eacute;rie. &Eacute; aquela do homem que acaba se tornando imortal (gra&ccedil;as a Morte, que lhe concede esse &ldquo;presente&rdquo;) e, com o tempo, amigo de Morpheus, se encontrando com ele uma vez a cada s&eacute;culo, sempre no mesmo bar, para papear sobre a humanidade e a exist&ecirc;ncia.
Outra sacada muito legal da s&eacute;rie, j&aacute; que esse arco condiz muito com o momento em que o Morpheus est&aacute; passando, e complementa o encontro do protagonista com a Morte, fechando um ciclo narrativo bem interessante.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/08/19/sandman-19182322662332.jpg" alt="Sandman" />Sandman (Netflix/Warner/DC)
<h3>Casa de Bonecas</h3>
Muito bem, agora vamos falar um pouco dos &uacute;ltimos epis&oacute;dios de Sandman, que adaptam o arco &ldquo;Casa de Bonecas&rdquo;.
E foi a&iacute; que eu dei uma leve murchada, porque, claramente, h&aacute; uma quebra no ritmo da trama e no tom da narrativa como um todo.
E n&atilde;o me entendam mal, pois n&atilde;o acho que os &uacute;ltimos epis&oacute;dios sejam ruins ou que condenem a s&eacute;rie. Nada disso. Mas, a partir do epis&oacute;dio 7, &eacute; percept&iacute;vel como a narrativa acelera bastante, com trama, atr&aacute;s de trama, atr&aacute;s de trama, novos personagens, novas informa&ccedil;&otilde;es, etc.
A s&eacute;rie engrena em um ritmo extremamente r&aacute;pido, com muitas subtramas sendo armadas, o que torna um pouco dif&iacute;cil acompanhar e pescar tudo, at&eacute; mesmo para quem j&aacute; leu os quadrinhos.
Algo bem diferente dos primeiros epis&oacute;dios, que s&atilde;o um pouco mais cadenciados, tamb&eacute;m com muitas informa&ccedil;&otilde;es, mas que s&atilde;o gerenciadas de uma maneira mais organizada e suave.
Aqui, me pareceu que os roteiristas quiseram acelerar para poder, primeiro: resolver as tramas j&aacute; abertas anteriormente, como a do Cor&iacute;ntio, por exemplo; segundo: resolver as novas hist&oacute;rias do arco, como as da Rose, do Jed e da bisav&oacute; deles; e terceiro: criar ganchos para uma 2&ordf; temporada de Sandman.
E como s&oacute; sobraram 4 epis&oacute;dios para fazer tudo isso acontecer, o ritmo com que o espectador &eacute; bombardeado com novas informa&ccedil;&otilde;es &eacute; bem fren&eacute;tico. Mas, com bastante aten&ccedil;&atilde;o e esfor&ccedil;o, d&aacute; para entender tudo. Como eu disse, n&atilde;o &eacute; algo que estrague a experi&ecirc;ncia de assistir Sandman.
Por fim, acredito tamb&eacute;m que essa segunda parte da s&eacute;rie quebrou um pouco daquele tom mais soturno, cadenciado e misterioso que a primeira parte estabelece muito bem.
Especialmente se voc&ecirc; parar para pensar que sa&iacute;mos diretamente daquele epis&oacute;dio 6, super introspectivo e mais filos&oacute;fico, para uma nova trama, com personagens um pouco mais infantis e descontra&iacute;dos, como a Rosie, o Jed e os moradores da casa na Fl&oacute;rida, por exemplo.
Enfim, n&atilde;o h&aacute; problema com o arco em si, contudo, essa mudan&ccedil;a narrativa foi um pouquinho brusca e muda um pouco a tonalidade da narrativa sem aviso pr&eacute;vio, justamente quando j&aacute; est&aacute;vamos bem ambientados.
Digo e repito, todavia: nada que estrague a s&eacute;rie da Netflix, que, no fim das contas, foi realmente &oacute;tima e um prazer de acompanhar.
<h2>Conclus&atilde;o</h2>
Resumindo, a s&eacute;rie Sandman &eacute; uma adapta&ccedil;&atilde;o maravilhosa, muito fiel ao seu material de origem e realmente digna do hype e de todos os elogios que vem recebendo.
Apesar da oscila&ccedil;&atilde;o no segundo arco da hist&oacute;ria, realmente foi uma grata surpresa assistir Sandman e eu recomendo que voc&ecirc;, mesmo que n&atilde;o tenha lido os quadrinhos, assista o quanto antes!
O que voc&ecirc; achou de Sandman? J&aacute; viu? Leu os quadrinhos tamb&eacute;m? Comente!

Netflix

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Sandman: série da Netflix é boa mesmo? Veja análise narrativa (Crítica)

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Imagem de Sandman vai muito além das expectativas - que eram bem altas (crítica) no tecmundo

A série Sandman, adaptação da Netflix para os quadrinhos clássicos de Neil Gaiman, cumpre o papel de dar uma trama audiovisual digna ao personagem Sonho e seus irmãos perpétuos.

Criar uma adapta&ccedil;&atilde;o para os quadrinhos de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/sandman" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sandman</a>, escritos pelo brit&acirc;nico Neil Gaiman, sempre pareceu uma esp&eacute;cie de tarefa maldita. Isto porque desde que a HQ foi lan&ccedil;ada, h&aacute; 32 anos, ela se tornou um verdadeiro fen&ocirc;meno cultural, atraindo f&atilde;s apaixonados pelas hist&oacute;rias sobre Sonho (ou Sandman, ou Lorde Morpheus, dentre os v&aacute;rios nomes que ele carrega) e seus demais irm&atilde;os perp&eacute;tuos.
A &oacute;tima not&iacute;cia &eacute; que a s&eacute;rie da <a href="https://www.tecmundo.com.br/netflix" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Netflix</a> est&aacute; rendendo boas cr&iacute;ticas e cumprindo (na medida do que &eacute; poss&iacute;vel, claro) as expectativas de milhares de f&atilde;s. Vale lembrar aqui que um dos produtores da s&eacute;rie &eacute; o pr&oacute;prio <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/243025-sandman-neil-gaiman-explica-ausencia-personagens-universo-dc.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Neil Gaiman</a>, o que deixou mais garantido de que Sandman fosse capaz de se manter fiel ao universo m&aacute;gico e l&uacute;gubre que ele criou. Para sorte de todos &ndash; os que acompanharam e os que n&atilde;o acompanharam a famosa HQ &ndash; valeu a pena esperar por esta adapta&ccedil;&atilde;o.
Em linhas gerais, a s&eacute;rie visita a saga de Sandman, um dos sete perp&eacute;tuos, que s&atilde;o entidades divinas antropom&oacute;rficas. Os sete s&atilde;o irm&atilde;os, j&aacute; que descendem de duas entidades maiores, a Noite e o Tempo, e controlam sete elementos da vida humana. Seus nomes, no original, come&ccedil;am sempre com D: Sonho (Dream), Desejo (Desire), Morte (Death), Destino (Destiny), Destrui&ccedil;&atilde;o (Destruction), Desespero (Despair) e Del&iacute;rio (Delirium).
Mas como o pr&oacute;prio nome da HQ denuncia, esta &eacute; a jornada de Sandman, ainda que seus irm&atilde;os (que t&ecirc;m, cada um deles, um reino espec&iacute;fico) tamb&eacute;m apare&ccedil;am na trama da s&eacute;rie. Ao come&ccedil;o do epis&oacute;dio 1, que se passa em 1916, sabemos que Sonho (vivido de maneira perfeita e melanc&oacute;lica pelo ator Tom Sturridge, que parece ter nascido para encarar este papel) foi capturado por um mago meio charlat&atilde;o bastante sinistro &ndash; mas por acidente. Roderick Burgess (Charles Dance) queria, na verdade, capturar a Morte, para poder resgatar seu filho predileto, morto na guerra.
Sandman fica preso por cerca de 75 anos, submetido a situa&ccedil;&otilde;es horr&iacute;veis e sem nada poder fazer. At&eacute; que algo acontece, e seu arco narrativo finalmente inicia. Agora, ele precisar&aacute; buscar seus objetos que controlam o seu poder (seu saco de areia, seu elmo e seu rubi) para poder devolver &agrave; humanidade algo cuja import&acirc;ncia nem ela talvez reconhe&ccedil;a: o ato de sonhar.
<h2>Uma viagem ao mundo do sonho</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/08/12/12153807653286.jpg" alt="(Fonte: Netflix)" />(Fonte: Netflix)
Claro est&aacute; que Sandman n&atilde;o &eacute; uma s&eacute;rie de a&ccedil;&atilde;o &ndash; ao menos n&atilde;o de forma simples. Muito menos se trata de uma s&eacute;rie de super-her&oacute;is, tais como tantas em voga atualmente (embora Sandman seja um produto da <a href="https://www.tecmundo.com.br/dc-comics" rel="noopener noreferrer" target="_blank">DC Comics</a>, o que traz a possibilidade de v&aacute;rios outros desdobramentos da franquia). Os personagens trazidos aqui s&atilde;o todos densos, falhos, ainda que capazes de revelar muito conhecimento a partir do que puderam contemplar.
O que Neil Gaiman faz (com talento magistral) &eacute; adentrar no universo da mitologia - ou melhor, das v&aacute;rias mitologias que o homem foi capaz de criar e que at&eacute; hoje o auxiliam a habitar o mundo. Quem viu <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/american-gods" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Deuses Americanos</a>, do <a href="https://www.tecmundo.com.br/amazon-prime" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Amazon Prime</a> Video, tamb&eacute;m escrita por Gaiman, sabe que esta &eacute; a seara em que o autor transita brilhantemente.&nbsp;
Contudo, Sandman se centraliza em uma menor quantidade de mitos, e a hist&oacute;ria est&aacute; mais interessada em revelar o que todos estes elementos, oriundos da ordem do incompreens&iacute;vel (como a morte, o sonho, o desespero, o desejo), nos fazem compreender sobre o que h&aacute; no humano que, de alguma maneira, &eacute; pr&oacute;ximo do divino.
Um dos aspectos mais interessantes da s&eacute;rie da Netflix &eacute; ver o quanto Sandman nem sempre parece entender os cora&ccedil;&otilde;es dos reles mortais. Por um lado, cada confronto que ele tem &ndash; por exemplo, com Lucifer (vivida por Gwendoline Christie, de <a href="https://www.tecmundo.com.br/game-of-thrones" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Game of Thrones</a>, com quem batalha em uma inspirada rodada que poderia ter sa&iacute;do de um RPG) ou com o desgra&ccedil;ado John Dee (papel interpretado pelo respeitado ator brit&acirc;nico David Thewlis), que roubou seu rubi &ndash; &eacute; uma oportunidade &uacute;nica para que Sandman te&ccedil;a coment&aacute;rios marcantes sobre a ess&ecirc;ncia humana.
Em outro aspecto, Sandman est&aacute; sempre se surpreendendo (e se emocionando) com aquilo que vai descobrindo em seu caminho. Preste aten&ccedil;&atilde;o no encontro em que tem com Hob Gadling (Ferdinand Kingsley), a quem ele concedeu o sonho da vida eterna como uma forma de provar que deixar de morrer &eacute; mais uma maldi&ccedil;&atilde;o do que uma ben&ccedil;&atilde;o.
Embora tamb&eacute;m seja pouco abordada nesta primeira temporada, a rela&ccedil;&atilde;o entre Sonho e Morte (interpretada por Kirby Howell-Baptiste, de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/the-good-place" rel="noopener noreferrer" target="_blank">The Good Place</a>) &eacute; bel&iacute;ssima. A Morte &ndash; que, em Sandman, &eacute; muito mais suave e terna que o pr&oacute;prio Sonho, em um jogo muito interessante criado por Neil Gaiman &ndash; &eacute; fonte de sabedoria e participa de v&aacute;rios momentos em que deixa o irm&atilde;o com l&aacute;grimas nos olhos. E &eacute; claro que n&oacute;s, por tabela, tamb&eacute;m nos emocionamos.
<h2>Um saldo da primeira temporada de Sandman</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/08/12/12153946294291.jpg" alt="(Fonte: Netflix)" />(Fonte: Netflix)
Em resumo, a primeira temporada de Sandman se encerra com saldo muito positivo, cumprindo com louvor a expectativa que foi criada em torno desta adapta&ccedil;&atilde;o. Sua estrutura &eacute; criada de maneira a cruzar tantos epis&oacute;dios de sequ&ecirc;ncia cronol&oacute;gica, acompanhando a saga de Sandman, quanto alguns espec&iacute;ficos que servem para construir outros personagens e nos situar dentro deste universo on&iacute;rico, t&atilde;o encantador quanto sombrio.
Alguns epis&oacute;dios, ali&aacute;s, beiram o sublime. Destaco especialmente o quinto, que se passa dentro de um restaurante de manh&atilde; at&eacute; a noite, e mostram um experimento macabro feito por John Dee, um dos personagens mais perturbadores da s&eacute;rie; e o sexto, em que a ador&aacute;vel Morte cruza finalmente com a trama.
Embora n&atilde;o tenha ainda sido confirmada pela Netflix, a expectativa &eacute; de que a s&eacute;rie se viabilize para pr&oacute;ximas temporadas, explorando a complexidade de uma HQ amada por d&eacute;cadas e que durou 75 edi&ccedil;&otilde;es, dando um material vasto a ser abordado.
Al&eacute;m disso, Sandman parece conseguir cumprir um dos desafios mais dif&iacute;ceis deste tipo de adapta&ccedil;&atilde;o, que &eacute; o transpor uma linguagem para outra bastante diferente. A s&eacute;rie se revelou capaz de apresentar um universo para o sonho e para o pesadelo, para a vida dos homens e para a vida dos deuses &ndash; que, embora t&atilde;o distantes, est&atilde;o mais pr&oacute;ximas do que se pode imaginar. Basta fechar os olhos para saber.

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Sandman vai muito além das expectativas - que eram bem altas (crítica)

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Imagem de Physical é o retrato tragicômico de uma dona de casa em crise (crítica) no tecmundo

Atualmente na segunda temporada, a série do Apple TV+ Physical surpreende ao contar a história de mulher que encontra algum sentido na vida pela ginástica.

<head></head><body>Sheila Rubin parece ter tudo que uma mulher (nos anos 80) precisa. Ela é linda, magra, casada, com uma filha, e acabou de se mudar para a ensolarada California. O marido é um professor universitário de esquerda "prafrentex", envolvido com causas ambientais. Mas mesmo com tudo isso, Sheila está profundamente infeliz e com raiva de si mesma.O mote de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/222499-physical-serie-apple-tv-renovada-2-temporada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Physical</a>, série do <a href="https://www.tecmundo.com.br/apple-tv" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Apple TV+</a>, poderia ser definido assim, mas a verdade é que ela é muito mais do que isso. Isto porque a dramédia (mistura de drama com comédia) se centra na história de uma ótima personagem. Sheila (encarnada com braveza por Rose Byrne, de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/damages" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Damages</a>) é uma figura bastante marcante e controversa, que inspira simultaneamente empatia, mas também irritação.Sheila, para além de sua vida como dona de casa sem muito o que fazer, é uma mulher bulímica que extravasa suas frustrações em uma espécie de ritual: ela aluga quartos de motéis baratos e faz orgias gastronômicas com muita&nbsp;fast food&nbsp;– que são, obviamente, devidamente vomitados depois. É só assim que Sheila consegue escapar da sua frustração cotidiana com seu corpo e com seu casamento ruim. Dessa forma também ela parece estar consumindo as economias da família.Ou pelo menos era assim, até ela descobrir uma nova paixão: a ginástica, que foi uma febre mundial nos anos 1980. O exercício faz com que Sheila Rubin aos poucos se torne uma empreendedora, que começa a se aventurar no mercado de vídeos para ginástica que adentravam os videocassetes das casas de mulheres nesta década, sendo como precursores das academias de ginástica.<h2>Os monólogos interiores de Sheila</h2><img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/08/06/06190338650004.jpg" alt="(Fonte: Apple TV)">(Fonte: Apple TV)Todos estes aspectos são pratos cheios para os fãs da nostalgia desta década (os que curtem, por exemplo, <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/stranger-things" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Stranger Things</a> e <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/everybody-hates-chris" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Todo Mundo Odeia o Chris</a>). Mas a grande novidade da trama de Physical, na verdade, está em outro aspecto: a forma com que a voz de Sheila é retratada, em um ângulo narrativo bastante inusitado.Sheila, conforme já dito, é uma dona de casa que parece estar explodindo por dentro, embora sua vida pareça (externamente) ser perfeita. Até aí, nenhuma novidade: em <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/desperate-housewives" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Desesperate Housewives</a>, vemos exatamente o mesmo mote. Mas a diferença aqui é que Physical é narrada em off pelos monólogos interiores que Sheila mantém, e que deixam claro que toda a fachada que ela sustenta frente às pessoas em sua frente – como o marido, o chato Danny (Rory Scovel) ou a vizinha Greta (Deirdre Friel) – é sempre falsa, pois por dentro, ela está sempre raivosa.É por essa voz que sabemos também que Sheila se odeia. Ela está constantemente se xingando de feia, gorda, burra, inútil (o que pode fazer com que muitas mulheres, infelizmente, se identifiquem com este padrão comportamental). Este ódio vai além da relação com o corpo, e revela uma profunda incapacidade de ser generosa consigo mesma.É um recurso sofisticado, que nos faz lembrar dos solilóquios típicos do teatro, e nos traz a oportunidade de acompanhar a vida interior de uma mulher insatisfeita. O fato é que essa voz nos dá acesso à mente algo doentia de Sheila Rubin, que parece sempre disposta a tomar más decisões. Embora ela saiba que está se enganando (ou seja, que não está encarando de frente a infelicidade que sente), Sheila consegue bastante capaz de cair cada vez mais.A dona de casa, pelo que vemos ao longo dos episódios, está muito próxima de personagens femininas problemáticas, como a enfermeira Jackie, de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/nurse-jackie" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nurse Jackie</a>. É fácil sentir raiva de personagens mentirosas, que parecem fadadas à autodestruição, tal como Sheila e Jackie. Mas também é possível se colocar no lugar delas e notar que não somos tão diferentes assim.<h2>Evolução entre as temporadas</h2><img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/08/06/06190441401005.jpg" alt="(Fonte: Apple TV+)">(Fonte: Apple TV+)Atualmente na segunda temporada, Physical encara os desafios de dar continuidade a uma primeira que terminou no clímax. Sheila, aparentemente, parecia finalmente propensa a dar vazão a algum tipo de emoção para além do uso do recurso da bulimia (não falarei aqui mais para evitar os spoilers).Na temporada de 2022, Sheila ganha mais complexidade, assim como os personagens que estão à sua volta – muitos, inclusive, bem marcantes e bem construídos. O casal de ripongos Bunny (Della Saba) e Tyler (Lou Taylor Pucci) perdeu um pouco do espaço que tinha na trama, mas se envolve em uma tramoia um tanto cômica: eles ameaçam revelar a todos que Sheila tem um caso com o poderoso empresário John Breem (Paul Sparks, de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/house-of-cards" rel="noopener noreferrer" target="_blank">House of Cards</a>), um pai de família mórmon também incrivelmente insatisfeito com sua vida.Danny, o marido de Sheila, deixa de ser apenas o pateta pedante da primeira temporada e começa a se esforçar para ser um esposo melhor – o que até traz alguma possível empatia com este personagem que, incialmente, parece capaz apenas de suscitar a raiva na audiência. Já Greta e seu marido encontram um caminho mais viável para a felicidade conjugal quando ela resolve se abrir às fantasias sexuais do marido.Mas, por fim, a grande novidade da temporada dois é a chegada de um personagem marcante: Vinnie Green, um verdadeiro mago da ginástica na TV. O personagem é vivido com energia exacerbada pelo competente Murray Bartlett (que já havia brilhado antes como o gerente do resort em <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/224285-the-white-lotus-serie-acerta-abordar-vida-ricos-coluna.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">The White Lotus</a>). Vinnie parece ser exatamente aquilo que Sheila almeja para si: ele conseguiu construir um império dos negócios vendendo estilo de vida saudável e ajudando mulheres a resgatar a autoestima a partir da ginástica.Tudo isto, claro, tem um tanto de aparência, mas a graça aqui é ver Sheila se confrontando com uma espécie de espelho masculino, que evidencia a ela tudo que ainda pode ser caso se &nbsp;se dedique de fato ao mercado da ginástica. A dinâmica entre Rose Byrne e Bartlett é uma das grandes atrações desta temporada. Juntos, eles aparecem (literalmente) em uma dança em que ambas as performances se retroalimentam de maneira muito divertida.Ao trazer mais nuances à dramédia, a temporada dois de Physical nutre expectativa para que uma nova série de episódios seja lançada pelo Apple TV+ – o que ainda não foi confirmado pela plataforma de streaming. Se não acontecer, certamente sentiremos falta da problemática Sheila Rubin.</body>

Apple TV

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Physical é o retrato tragicômico de uma dona de casa em crise (crítica)

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Imagem de Trem-Bala é um clássico moderno da Sessão da Tarde (crítica) no tecmundo

Trem-Bala, filme de ação estrelado por Brad Pitt, estreia nesta quinta-feira nos cinemas; confira o que o Minha Série achou com nossa crítica!

Os <a href="https://www.tecmundo.com.br/filme-de-acao" target="_blank">filmes de a&ccedil;&atilde;o</a> nunca sa&iacute;ram e provavelmente nunca sair&atilde;o de moda, provavelmente por serem as produ&ccedil;&otilde;es mais &ldquo;f&aacute;ceis&rdquo; de se encaixar no estilo blockbuster de que temos not&iacute;cia. Contudo, assim como acontece com filmes de super-her&oacute;is, por exemplo, o g&ecirc;nero acabou ficando saturado.
O p&uacute;blico estava aparentemente cansado de longas-metragens gen&eacute;ricos de persegui&ccedil;&otilde;es, explos&otilde;es e tiros (exceto Velozes e Furiosos talvez), at&eacute; que <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/242191-john-wick-4-ganha-1-trailer-tiro-porrada-bomba-veja.htm" target="_blank">John Wick</a> apareceu para refrescar um pouco as ideias. Dirigido por David Leitch, que inclusive foi produtor das obras de a&ccedil;&atilde;o protagonizadas por Keanu Reeves, Trem-Bala surge para mostrar justamente que ainda &eacute; poss&iacute;vel divertir o p&uacute;blico com boas porradarias e muito humor.
E al&eacute;m de cenas de luta bastante empolgantes, Trem-Bala tamb&eacute;m traz hist&oacute;rias cativantes e personagens bons o suficiente para que o p&uacute;blico se importe com o desfecho deles.
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<h2>Treta no trem</h2>
Trem-Bala coloca um elenco estrelado de atores para brigar dentro do modal ferrovi&aacute;rio super-r&aacute;pido do Jap&atilde;o, que ultrapassa velocidades de 400 km/h. As brigas comem solta entre personagens como Joaninha (Brad Pitt), Pr&iacute;ncipe (Joey King), Lim&atilde;o (Brian Tyree Henry), Tangerina (Aaron Taylor-Johnson), Kimura (Andrew Koji), Morte Branca (Michael Shannon) e Lobo (Bad Bunny).
No enredo, cada um deles tem uma miss&atilde;o diferente envolvendo uma maleta que est&aacute; dentro dos vag&otilde;es do ve&iacute;culo. Joaninha &eacute; o protagonista e est&aacute; comprometido a realizar a miss&atilde;o de maneira pac&iacute;fica, j&aacute; que est&aacute; trabalhando no autocontrole e quer deixar de ser azarado. P&oacute;rem, para que o filme existisse, as coisas n&atilde;o saem como esperado e ele acaba se deparando com v&aacute;rios outros assassinos profissionais.
A trama se desenrola de forma a unir as hist&oacute;rias de quase todos os personagens de uma forma bastante org&acirc;nica. Mesmo personagens que parecem mais descart&aacute;veis, aparecendo mais para o final do segundo ato, recebem um pouco de desenvolvimento e conex&atilde;o com acontecimentos j&aacute; narrados.
<iframe width="853" height="480" src="http://www.youtube.com/embed/AEM8EhGxi90?start=0" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
A constru&ccedil;&atilde;o dessa grande teia vai se desenrolando de maneira a ajudar o p&uacute;blico a compreender os pontos de intersec&ccedil;&atilde;o entre as narrativas. De certo ponto de vista, esse pode at&eacute; ser um problema, j&aacute; que o roteiro &agrave;s vezes abusa dos flashbacks e dos momentos exageradamente explicativos para deixar o telespectador ciente do que est&aacute; acontecendo.
Por causa do excesso de personagens na tela, a dire&ccedil;&atilde;o provavelmente optou por praticamente desenhar a trama para quem est&aacute; vendo as correla&ccedil;&otilde;es entre as hist&oacute;rias e as motiva&ccedil;&otilde;es de cada indiv&iacute;duo, e esse pode ser considerado um ponto fraco para quem prefere que nem tudo seja entregue de bandeja.
<h2>Laranjinha e acerola?</h2>
Mesmo contando com um astro do quilate de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/174166-brad-pitt-quebra-o-silencio-e-fala-sobre-divorcio-bebidas-e-abuso-de-drogas.htm" target="_blank">Brad Pitt</a> no elenco, que entrega bastante como um assassino profissional zen, a dupla de al&iacute;vio c&ocirc;mico Tangerina e Lim&atilde;o rouba a cena. Como o nome dos dois pode sugerir, h&aacute; dezenas de piadas envolvendo o conceito de frutas e a troca entre eles gera v&aacute;rios dos melhores momentos do filme.
A hist&oacute;ria de Tangerina e Lim&atilde;o tem um mist&eacute;rio relativo sobre a liga&ccedil;&atilde;o entre eles e, mais para o final, o desfecho do assunto aparece em uma revela&ccedil;&atilde;o bastante emocional. Tyree Henry e Aaron Taylor-Johnson entregam uma atua&ccedil;&atilde;o bastante entrosada e mostram uma boa veia c&ocirc;mica, que consegue carregar o filme.
De coment&aacute;rios jocosos sobre o chefe que os contrataram para a miss&atilde;o at&eacute; sequ&ecirc;ncias de analogias com a anima&ccedil;&atilde;o Thomas e Seus Amigos (para quem n&atilde;o conhece, Thomas &eacute; um trem e fica a&iacute; a piada), a rela&ccedil;&atilde;o entre ambos evolui a ponto do telespectador se importar com o que acontecer&aacute; com eles.
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Do outro lado, n&oacute;s temos a personagem Pr&iacute;ncipe. Com uma trama mais dram&aacute;tica, a personagem acaba ficando extremamente desinteressante, j&aacute; que &eacute; uma das poucas que se leva a s&eacute;rio no meio da loucura dentro do trem-bala. Ligada ao principal antagonista da hist&oacute;ria, ela acaba despertando pouca ou nenhuma empatia, mesmo estando em cena at&eacute; os momentos finais do longa-metragem.
O mesmo descompasso acontece com o personagem Kimura e seu pai, interpretado pelo excelente Hiroyuki Sanada. Tentando trazer um pouco da mesma profundidade de Pr&iacute;ncipe, que tamb&eacute;m tem problemas paternos, o roteiro acaba deslizando, j&aacute; que precisa se equilibrar entre as tiradas de Joaninha, Lim&atilde;o e Tangerina e os momentos que deveriam ser mais reflexivos.
<h2>Cl&aacute;ssico da Sess&atilde;o da Tarde</h2>
Trem-Bala &eacute; lotado de clich&ecirc;s e elementos mais b&aacute;sicos que comp&otilde;em um <a href="https://www.tecmundo.com.br/filmes" target="_blank">filme</a>. Est&atilde;o l&aacute; as coincid&ecirc;ncias, o MacGuffin (objetos que movem a trama), vil&otilde;es que adoram um discursinho e que gostam de explicar seus planos e at&eacute; mesmo piadas estereotipadas. Contudo, tudo isso nem de longe faz com o que filme fique menos interessante.
Com o DNA e a influ&ecirc;ncia de John Wick nas veias, incluindo a fotografia cheia de neon (j&aacute; que a hist&oacute;ria se passa no Jap&atilde;o), o filme consegue divertir e impressionar pelas boas cenas de a&ccedil;&atilde;o. No final das contas, o longa cumpre justamente o que promete: entregar um pouco mais de 2 horas de entretenimento com uma hist&oacute;ria divertida e takes de tirar o f&ocirc;lego.
Apesar dos palavr&otilde;es, que certamente ser&atilde;o cortados na vers&atilde;o para a TV aberta, o filme &eacute; um cl&aacute;ssico moderno da Sess&atilde;o da Tarde.
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Aqui, cabe tamb&eacute;m um destaque importante para a vers&atilde;o brasileira. Reconhecidamente como uma das melhores do mundo, a dublagem do Brasil tem tudo para agradar at&eacute; mesmo os f&atilde;s mais puristas de filmes legendados. O trabalho com as vozes &eacute; muito bom e a adapta&ccedil;&atilde;o melhor ainda, com direito a refer&ecirc;ncias at&eacute; mesmo ao infame meme &ldquo;<a href="https://www.tecmundo.com.br/internet/239292-acorda-pedrinho-saiba-origem-musica-viralizou-internet.htm" target="_blank">Acorda, Pedrinho</a>&rdquo;.
O Minha S&eacute;rie assistiu &agrave; pr&eacute;-estreia de Trem-Bala a convite da assessoria da PlayStation Brasil. O filme estreia hoje (04) exclusivamente nos cinemas.

Sony Pictures/Reprodução

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Trem-Bala é um clássico moderno da Sessão da Tarde (crítica)

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Imagem de Pacto Brutal acerta ao priorizar a versão da vítima (crítica) no tecmundo

Série documental Pacto Brutal, do HBO Max, reconstitui a história do assassinato da atriz Daniella Perez em 1992; veja crítica!

Divulgada com bastante destaque pelo <a href="https://www.tecmundo.com.br/hbo-max/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">HBO Max</a>, a s&eacute;rie documental <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/242051-daniella-perez-entenda-caso-mostrado-nova-serie-hbo-max.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pacto Brutal</a>&nbsp;parece, &agrave; primeira vista, mais uma leva do g&ecirc;nero<a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=true+crime" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;true crime</a>, t&atilde;o em voga nos &uacute;ltimos anos. Afinal, estamos diante da recapitula&ccedil;&atilde;o de um dos crimes que mais repercutiu midiaticamente no Brasil no in&iacute;cio dos anos 1990: o assassinato da atriz Daniella Perez, filha da autora Gloria Perez, enquanto ela participava da novela De Corpo e Alma, da Globo, escrita pela m&atilde;e.
Mas um olhar mais atento ir&aacute; notar que a parte mais interessante de Pacto Brutal&nbsp;n&atilde;o diz respeito &agrave; bisbilhotice em torno do crime e da mente dos criminosos (o ent&atilde;o ator Guilherme de P&aacute;dua, que era par rom&acirc;ntico de Daniella na novela, e sua esposa Paula Thomaz) &ndash; que est&aacute; presente, sim, na <a href="https://www.tecmundo.com.br/series/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">s&eacute;rie</a>, incluindo aqui (muitas) cenas m&oacute;rbidas e enfoques no cad&aacute;ver de Daniella.
A parte mais interessante da s&eacute;rie est&aacute; na abordagem do circo midi&aacute;tico que foi montado a partir de 1992 em torno deste caso, a ponto de ele ter eclipsado nos jornais a ren&uacute;ncia do presidente Fernando Collor, que ocorreu no mesmo dia do assassinato. Ou seja, embora navegue na onda true crime,&nbsp;Pacto Brutal mostra-se mais relevante quando &eacute; vista como um resgate hist&oacute;rico de um tempo que n&atilde;o existe mais &ndash; ou ser&aacute; que existe?
<h2>O caso Daniella Perez</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/07/29/29111327869116.jpg" alt="(Fonte: O Tempo)" />(Fonte: O Tempo)
Muitos leitores deste texto talvez n&atilde;o tenham nascido em 1992 e, por motivos &oacute;bvios, n&atilde;o vivenciaram o impacto deste caso. Por isso, vale a pena contextualizar como o mundo era nesta &eacute;poca e por que a morte de Daniella Perez interessou a tanta gente que, aparentemente, n&atilde;o tinha nada a ver com ela.
Lembremos que, nesse in&iacute;cio dos anos 90, a internet n&atilde;o existia &ndash; ou, pelo menos, n&atilde;o em &acirc;mbito dom&eacute;stico no Brasil. A televis&atilde;o, por outro lado, centralizava a vida de boa parte da popula&ccedil;&atilde;o, e o hor&aacute;rio mais nobre era o da novela das oito na Globo. Os temas que transcorriam numa novela e os artistas que estavam nela geravam muito mais repercuss&atilde;o do que hoje.
Em 1992, era exibida&nbsp;De Corpo e Alma, primeiro folhetim de Gl&oacute;ria Perez neste cobi&ccedil;ado hor&aacute;rio. A novela, assim como todas as de Gl&oacute;ria Perez, trazia como mote central algum tema que transcorria na vida real. No caso desta, falava-se de transplante de &oacute;rg&atilde;os. A protagonista era Paloma, vivida por Cristiana Oliveira, que recebia o cora&ccedil;&atilde;o de Betina, a esposa de Tarcisio Meira. Ambos acabavam se apaixonando.
<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/J133PynPLig" title="YouTube video player" allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0"></iframe>
Daniella Perez, a filha da autora, participava da novela no papel da irm&atilde; de Paloma, Yasmin. Namorada de Caio (Fabio Assun&ccedil;&atilde;o), ela tinha um envolvimento com o motorista de &ocirc;nibus Bira, papel de Guilherme de P&aacute;dua. Uma vez que o romance dos dois na novela estava chegando ao fim, Guilherme teria come&ccedil;ado a se desesperar e a assediar Daniella para falar com a m&atilde;e sobre o seu papel. O resultado foi a morte dela em 28 de dezembro, contada em detalhes em&nbsp;Pacto Brutal.
Todos estes elementos s&atilde;o importantes para entender por que este assassinato repercutiu tanto, a ponto de levar multid&otilde;es para o vel&oacute;rio de uma atriz bastante jovem, que ainda n&atilde;o era t&atilde;o conhecida assim. A fus&atilde;o entre fato e fic&ccedil;&atilde;o foi estimulada pelo jornalismo da &eacute;poca e pela pr&oacute;pria Globo em suas reportagens. Muitos jornais noticiaram a morte n&atilde;o de Daniella, mas de Yasmin, pelas m&atilde;os n&atilde;o de Guilherme, mas de Bira.
A confus&atilde;o entre estes limites foi t&atilde;o exacerbada que at&eacute; hoje h&aacute; pessoas que guardavam na mem&oacute;ria (incluindo esta autora que vos escreve) que Daniella e Guilherme tinham um caso na &eacute;poca, o que provou-se ser mentira
<h2>Os desafios da reconstru&ccedil;&atilde;o do caso</h2>
<figure style="position: relative; display: inline-block;"><img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/07/29/29111231650114.jpg" alt="(Fonte: UOL)" /> <figcaption style="text-align: center;">(Fonte: HBO Max/Reprodu&ccedil;&atilde;o)</figcaption></figure>
Pacto Brutal&nbsp;tem como grande desafio reorganizar toda esta hist&oacute;ria confusa, escolhendo o que vai priorizar e o que se pretende deixar de lado, em prol de uma narrativa minimamente coerente. A op&ccedil;&atilde;o escolhida pelos diretores &eacute; o foco nos depoimentos dos envolvidos, sobretudo o de Gl&oacute;ria Perez, o que enfatiza o car&aacute;ter emotivo fortalecido nas lembran&ccedil;as sobre Daniella &ndash; sempre apontada como uma estrela, que estaria hoje entre as grandes atrizes do pa&iacute;s. Uma certa idealiza&ccedil;&atilde;o p&oacute;s-morte &eacute; inevit&aacute;vel, como acontece a todos que perdem um ente amado. Comove, por exemplo, ver o sofrimento que existe at&eacute; hoje na fala de seu ent&atilde;o marido, Raul Gazolla.
Algumas cr&iacute;ticas &agrave; s&eacute;rie do HBO Max apontam ao fato de que os assassinos (Guilherme de P&aacute;dua e sua esposa na &eacute;poca, Paula Thomaz) n&atilde;o foram ouvidos, nem seus advogados de defesa. &Eacute;, claramente, um document&aacute;rio com posi&ccedil;&atilde;o: enfatiza-se a vers&atilde;o dos parentes de Daniella e desconstr&oacute;i-se as vers&otilde;es dadas pelos ent&atilde;o suspeitos (inicialmente, Guilherme de P&aacute;dua tentou pintar uma vers&atilde;o de que seria um homem honrado que matou uma mulher assediadora para proteger sua honra, narrativa logo posta a ch&atilde;o pelas tantas evid&ecirc;ncias).
A grande quest&atilde;o em torno da s&eacute;rie parece ser essa: Pacto Brutal continua v&aacute;lida ao assumir sempre o lado da v&iacute;tima, representada pela voz de seus familiares? &Eacute; preciso haver isen&ccedil;&atilde;o nesses casos, mesmo que seja para promulgar mentiras &ndash; no caso, as defesas desesperadas que os assassinos &nbsp;deram no intuito de encaixar justificativas ao injustific&aacute;vel?
Considero leg&iacute;tima a posi&ccedil;&atilde;o dos diretores, Tatiana Issa e Guto Barra, conforme foi colocada em uma reportagem da Folha de S&atilde;o Paulo: trata-se de um document&aacute;rio, e n&atilde;o de jornalismo, o que tira dele certos compromissos de imparcialidade (mas n&atilde;o todos). Da mesma forma, estamos diante de um produto audiovisual, e n&atilde;o da postula&ccedil;&atilde;o de um caso judicial, em que ambos os lados precisam ter as mesmas chances de defesa. Isto, inclusive, foi feito, nos &acirc;mbitos adequados para isso.
Al&eacute;m disso, a mensagem de toda a abordagem feita nos epis&oacute;dios de&nbsp;Pacto Brutal&nbsp;tamb&eacute;m parece ser a seguinte: dar espa&ccedil;o infinito a certo tema, nem que seja para &ldquo;homenagear&rdquo; a v&iacute;tima, &eacute;, de alguma forma, revitimiz&aacute;-la. Daniella Perez depois de sua morte deve ter aparecido mais &ndash; e falada sobre &ndash; do que em toda sua curta vida de 22 anos. Sua imagem foi replicada e ela foi sedimentada no imagin&aacute;rio das pessoas nesta &eacute;poca como a mulher linda, talentosa, mas cuja mem&oacute;ria ficou eternamente atrelada &agrave; dos seus assassinos.
30 anos depois de sua morte, Pacto Brutal&nbsp;resgata sua hist&oacute;ria, espera-se, pela &uacute;ltima vez, e nutre a expectativa de que ela possa ser lembrada por si mesma e pelo pouco que pode viver.

HBO Max

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Pacto Brutal acerta ao priorizar a versão da vítima (crítica)

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Imagem de The Baby: série da HBO é uma metáfora sobre a vida das mulheres (crítica) no tecmundo

Minissérie The Baby, da HBO, propõe uma história inusitada sobre um bebê que carrega uma maldição.

H&aacute; uma discuss&atilde;o bastante frequente nestes dias que envolve o direito das mulheres de n&atilde;o desejarem a maternidade. Por todos os lugares, as taxas de natalidade est&atilde;o em decad&ecirc;ncia, e cada vez mais mulheres fazem outros planos para si al&eacute;m do de ter filhos e gerenciar fam&iacute;lias. Neste contexto, um bom mote para uma hist&oacute;ria de terror &eacute; o de um beb&ecirc; que simplesmente cai no colo de algu&eacute;m e n&atilde;o h&aacute; forma de se livrar dele.
Esta &eacute;, literalmente, a sinopse da miniss&eacute;rie The Baby, do <a href="https://www.tecmundo.com.br/hbo-max" rel="noopener noreferrer" target="_blank">HBO Max</a>, cuja trama &eacute; desenvolvida ao longo de oito epis&oacute;dios curtos de meia hora cada. Acompanhamos a vida de Natasha (vivida pela atriz e modelo Michelle de Swarte), uma chef de cozinha de vida meio errante que, aos 38 anos, n&atilde;o parece ser uma pessoa muito agrad&aacute;vel (mas, paradoxalmente, a personagem &eacute; bem carism&aacute;tica). Suas poucas amigas est&atilde;o tendo filhos, e sua irm&atilde; est&aacute; tentando adotar um com a companheira. Mas Natasha s&oacute; consegue pensar em quando vai poder acender o pr&oacute;ximo beck &ndash; o que n&atilde;o significa que ela seja exatamente feliz ou relaxada com o seu estilo de vida.
Mas tudo muda quando ela vai parar em um Airbnb alugado e um bebezinho de cerca de seis meses cai, literalmente, de um penhasco sobre seus bra&ccedil;os (?). Em seguida, um corpo de uma mulher se estatela na sua frente. Aparentemente, a m&atilde;e do beb&ecirc; se matou, e Natasha agora est&aacute; atada a um beb&ecirc; fofinho e sem nome que carrega uma maldi&ccedil;&atilde;o: todo mundo que est&aacute; ligado a ele parece estar fadado &agrave; morte, das formas mais aleat&oacute;rias poss&iacute;veis. Simplesmente estar perto desta crian&ccedil;a faz com que a pessoa tenha um fim tr&aacute;gico.
O mist&eacute;rio ent&atilde;o passa a ser o de descobrir n&atilde;o simplesmente quem s&atilde;o os pais do beb&ecirc; misterioso, mas qual &eacute; o segredo que ele carrega. O contrassenso &eacute; proposital: como pode uma crian&ccedil;a t&atilde;o indefesa ser capaz de causar tanto estrago? Fica claro que h&aacute; algo de muito sombrio que deve estar atrelado &agrave; exist&ecirc;ncia dele.
<h2>Uma alegoria sombria sobre a vida das mulheres</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/07/20/20183440616324.jpg" alt="(Fonte: HBO Max)" />(Fonte: HBO Max)
Claramente, a premissa de The Baby n&atilde;o tem nada de realista. Na verdade, trata-se de uma grande alegoria &agrave; situa&ccedil;&atilde;o hist&oacute;rica das mulheres e &agrave;s limita&ccedil;&otilde;es de suas vidas &ndash; n&atilde;o necessariamente &agrave;s causadas pelo nascimento de beb&ecirc;s. A crian&ccedil;a aqui &eacute; como se fosse uma met&aacute;fora de um pesadelo coletivo, de todas as raz&otilde;es que, ao longo dos s&eacute;culos, fizeram com que mulheres tivessem seus direitos violados, como se isso fosse normal ou at&eacute; mesmo esperado a elas.
Mas olhando a partir do sentido literal, o beb&ecirc; diab&oacute;lico tamb&eacute;m simboliza o &ldquo;poder&rdquo; que a maternidade opera na vida de boa parte das mulheres, sendo capaz de &ldquo;sug&aacute;-las&rdquo; para dentro de uma realidade sem deixar espa&ccedil;o para muita coisa al&eacute;m dela. Muitas vezes, ter um beb&ecirc; pode significar a destrui&ccedil;&atilde;o (involunt&aacute;ria) de tudo aquilo que est&aacute; em volta da m&atilde;e, incluindo a sua no&ccedil;&atilde;o sobre a sua individualidade.
No entanto, as respostas sobre quais s&atilde;o de fato as cr&iacute;ticas sociais que&nbsp;The Baby&nbsp;est&aacute; fazendo s&oacute; come&ccedil;am a se esclarecer a partir do epis&oacute;dio 5 &ndash; ou seja, depois da metade da trama. Portanto, leva-se um bom tempo para que a trama pegue no tranco, o que pode fazer com que alguns espectadores desistam no meio do caminho.
<h2>Personagens conflitantes</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/07/20/20183653460329.jpg" alt="(Fonte: HBO Max)" />(Fonte: HBO Max)
The Baby&nbsp;&eacute; uma s&eacute;rie oscilante &ndash; nossa rela&ccedil;&atilde;o com ela tende a mudar de epis&oacute;dio a epis&oacute;dio. &Agrave;s vezes, quando est&aacute; mais arrastada, &eacute; dif&iacute;cil engajar na hist&oacute;ria. Mas noutros, &eacute; quase imposs&iacute;vel escapar do drama de Natasha e das demais personagens que a circundam.
A mais interessante delas, sem d&uacute;vida, ir&aacute; cruzar seu caminho mais ou menos na metade da s&eacute;rie. Mrs. Eaves (vivida pela atriz Amira Ghazalla) &eacute; uma senhora meio sinistra que, de uma hora para a outra, aparece na casa de Natasha e parece conhecer mais segredos sobre o beb&ecirc; &ndash; mas n&atilde;o est&aacute; propensa a revelar a verdade rapidamente. Juntas, elas sair&atilde;o numa esp&eacute;cie de cruzada em busca da dissolu&ccedil;&atilde;o da maldi&ccedil;&atilde;o.
Logo saberemos que Natasha e sua irm&atilde; Bobbi (Amber Grappy) t&ecirc;m mais coisas em seu passado que podem talvez trazer pistas sobre sua rela&ccedil;&atilde;o com a maternidade &ndash; a primeira, totalmente avessa &agrave; ideia de que as pessoas podem desejar ter filhos; j&aacute; a irm&atilde; mais nova, que &eacute; quase uma hipnotizadora de beb&ecirc;s, est&aacute; desesperada por ter um, mesmo que n&atilde;o haja reconhecimento de seus parentes nem das institui&ccedil;&otilde;es do governo de que ela esteja pronta para isso.
<h2>Uma confus&atilde;o entre g&ecirc;neros</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/07/20/20183930445338.jpg" alt="(Fonte: HBO Max)" />(Fonte: HBO Max)
J&aacute; esclarecemos que a premissa de The Baby&nbsp;&eacute; interessante, que a estrela (Michelle de Swarte) &eacute; cativante e que a alegoria sobre o feminino &eacute; precisa. Por que, ent&atilde;o, The Baby&nbsp;parece n&atilde;o engatar &ndash; ou seja, n&atilde;o nos prende em um s&oacute; f&ocirc;lego do in&iacute;cio ao fim?
Penso que a resposta a este questionamento pode estar na transi&ccedil;&atilde;o meio insegura que a s&eacute;rie faz entre os g&ecirc;neros. Com isto, quero dizer que a s&eacute;rie se prop&otilde;e como uma com&eacute;dia de horror com toques dram&aacute;ticos, mas n&atilde;o arranca muitas risadas, nem causa muito medo.
A sensa&ccedil;&atilde;o principal causada por The Baby certamente &eacute; a do desconforto paranoico de algu&eacute;m que est&aacute; em meio a uma situa&ccedil;&atilde;o desconfort&aacute;vel e indesejada, mas que n&atilde;o consegue se livrar dela &ndash; algo que todo mundo &eacute; capaz de se identificar. No fundo, Natasha, que beira os 40 anos, est&aacute; sendo o tempo todo confrontada a crescer, pois mais que o desejo de permanecer a mesma pessoa (imatura, egoc&ecirc;ntrica) seja sempre a alternativa que ela prefere.
Ou seja, ao fundo da trama sobre um beb&ecirc; maldito (resqu&iacute;cios de O Beb&ecirc; de Rosemary ou de A Profecia?), h&aacute; uma discuss&atilde;o &ndash; n&atilde;o t&atilde;o bem desenvolvida assim &ndash; sobre a transforma&ccedil;&atilde;o que a cria&ccedil;&atilde;o de um filho pode levar na vida de qualquer sujeito, seja homem ou mulher.
Bem adequada ao contexto p&oacute;s-pand&ecirc;mico, The Baby tamb&eacute;m traz uma boa articula&ccedil;&atilde;o sobre como estamos todos cansados do que a vida &ldquo;jogou&rdquo; nos nossos colos &ndash; independente de sermos respons&aacute;veis por uma crian&ccedil;a ou n&atilde;o.
Assista&nbsp;The Baby na HBO Max
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The Baby: série da HBO é uma metáfora sobre a vida das mulheres (crítica)

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Imagem de Iluminadas mistura suspense e ficção científica para falar sobre trauma no tecmundo

Estrelada por Elizabeth Moss e Wagner Moura, minissérie Iluminadas, da Apple TV, surpreende ao misturar gêneros; veja crítica!

<head></head><body>Bastante divulgada na imprensa por conta da presença de Wagner Moura no elenco, <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/240562-iluminadas-ver-suspense-wagner-moura-elisabeth-moss.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Iluminadas</a> é uma minissérie difícil de classificar. Ela traz uma história policial, mas já sabemos quem é o assassino desde o primeiro episódio. É também um suspense, mas focado muito nas consequências dos traumas, especialmente às mulheres. E o mais surpreendente de tudo: ela explora o mote das viagens no tempo, que só cabe no gênero de ficção científica.Se tudo isso parecer muito confuso, tudo bem – e é mesmo. Mas isto não é exatamente um defeito de Iluminadas, do <a href="https://www.tecmundo.com.br/apple-tv" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Apple TV+</a>, que tem como protagonistas Moura e a muito talentosa Elizabeth Moss (de&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/the-handmaid-s-tale" rel="noopener noreferrer" target="_blank">The Handmaid’s Tale&nbsp;</a>e <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/mad-men" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mad Men</a>). Juntos, eles formam uma dupla improvável que se junta para tentar desvendar uma série de assassinatos que parecem interligados, embora não se entenda exatamente como.A sinopse, sem spoilers, poderia ser descrita assim: Kirby (papel de Elizabeth Moss) é uma moça jovem, meio retraída, que trabalha no setor de pesquisas do jornal Sun Times, em Chicago, no início dos anos 90. Um dia, a polícia a chama por conta de uma suspeita: a de que o assassinato de uma mulher tenha algo em comum com o ataque que Kirby sofreu há seis anos, quando quase morreu.Frente a essas informações, ela acaba se juntando ao repórter Dan Velazquez (papel de Wagner Moura), no intuito de fazer uma investigação paralela à da polícia e que pode render uma matéria no jornal. Kirby tenta convencê-lo de que há várias mulheres que sofreram ataques com as mesmas características, embora, dentre todas, só ela tenha sobrevivido.Mas Velazquez também tem seus próprios fantasmas. Ele é um jornalista investigativo que perdeu quase toda sua credibilidade entre os colegas, em razão de seu alcoolismo que o escraviza e o faz quase como se tornar outra pessoa. Sua carreira, bem como sua família, está no limite caso ele não consiga melhorar sua situação.Ainda que possa ser resumida assim, a história é bem mais que isso. E diz respeito às consequências da violência na vida não apenas de Kirby, mas de várias mulheres. O provável ofensor está em cena desde o primeiro episódio: é um homem estranhamente confiante chamado Harper (vivido por Jamie Bell, que estreou no cinema como o menino bailarino de Billy Elliot), que está o tempo todo próximo da dupla, como se os provocasse.<h2>Trauma e ficção científica</h2><iframe src="https://www.youtube.com/embed/HhBwGpX56BI" title="YouTube video player" allowfullscreen="" width="560" height="315" frameborder="0"></iframe>Iluminadas tem uma proposta narrativa bastante interessante: ela por vezes nos coloca na mente de uma pessoa que parece estar sofrendo de um distúrbio mental. Há algo de desconexo na forma em que Kirby enxerga o mundo: por vezes seu gato vira um cachorro, ou seu cabelo muda de comprimento do nada. Às vezes as mudanças são mais drásticas: de uma hora para outra, ela, que era solteira, descobre que é casada, ou sua mãe, uma roqueira, se torna membro de um culto evangélico.O “defeito” está na mente de Kirby ou está no mundo? O desvendamento desta questão é a grande virada de chave de Iluminadas em relação a outros thrillers, pois é isto que irá colocar a minissérie no gênero de ficção científica, saindo da história pura e simples em torno da investigação de crimes de serial killers.Mas penso que, mais do que nos fazer desvendar a trama ou descobrir as causas dos assassinatos, a série da Apple TV propõe uma investigação em torno dos efeitos de um trauma, tal como o que foi sofrido por Kirby. A todo momento, somos convidados a nos deparar sobre o que seria a vida dela se tivesse, ou não, sofrido um ataque tão brutal.O que ela é, afinal? Seria um acontecimento traumático (no sentido não apenas negativo da experiência, mas na ideia de algo que causa uma ruptura) capaz de redefinir o “destino” de uma pessoa? Eles acontecimentos podem – literalmente – nos tornar outras pessoas, mudando o rumo de nossas vidas?Um mistério que se desdobra na série aparece já na primeira cena do primeiro episódio, que se passa nos anos 60. Vemos Harper - que tem um constante ar sinistro, ao mesmo tempo que quase alegre – abordar uma menina que está sentada na frente de uma casa. Ao conversar com ela, oferece um cavalinho de madeira. Já nos anos 90, quando Harper aborda Kirby e Velazquez, Harper também está lá, mas a sua aparência não mudou em nada – ele não envelheceu.<h2>O encontro entre grandes atores</h2><img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/06/23/23191810209780.jpg" alt="(Fonte: Apple TV)">(Fonte: Apple TV)Embora complexa e desafiadora, Iluminadas envolve o espectador que tenta encaixar as peças sobre o que poderia estar por trás desta grande confusão. Mas parte do apelo da série é acompanhar o desempenho dos três atores principais.Pode ser até redundante dizer isso, mas Elizabeth Moss é uma das grandes atrizes de sua geração. Desde que a sua Peggy capturou a atenção do público e “engoliu” outros personagens em Mad Men, ela só cresceu, chegando ao ápice na grandiosa The Handmaid’s Tale, que segue sendo um sucesso absoluto de crítica.Wagner Moura não fica atrás. Ele está excelente como o brasileiro Dan Velazquez (consta que Moura convenceu os produtores de Iluminadas para que seu personagem fosse do Brasil e não de Porto Rico, que era a ideia original), e consolida em definitivo sua carreira internacional depois de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/narcos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Narcos</a>. A ótima dinâmica com Elizabeth Moss, de quem se tornou um bom amigo, é visível na tela.E o suspense de Iluminadas certamente não seria o mesmo sem a escolha de Jamie Bell para interpretar o homem franzino e ameaçador que carrega uma atmosfera de mistério sempre que entra em cena – pois ele sabe mais sobre o que está acontecendo do que todos os outros personagens. Bell consegue construir um assassino perturbado, mas inseguro em alguma medida, assustador, mas também frágil.Por mais que possa se tornar difícil de acompanhar em alguns momentos, Iluminadas é uma série que vale a pena ser vista – e, de quebra, serve para prestigiar o sucesso de um grande talento brasileiro.</body>

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Iluminadas mistura suspense e ficção científica para falar sobre trauma

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Imagem de As We See It: a comovente (e dura) realidade do autismo (crítica) no tecmundo

Série As We See It, do Amazon Prime, acompanha a vida de 3 amigos no espectro autista e que tentam conquistar autonomia

Na primeira cena de&nbsp;As We See It, do <a href="https://www.tecmundo.com.br/amazon-prime" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Amazon Prime Video</a>, um jovem um pouco acima do peso &eacute; encorajado a cumprir uma tarefa aparentemente simples: atravessar uma quadra que separa a casa dele de um caf&eacute;. Basicamente, precisa andar uns poucos metros para comprar um doce.
Mas &eacute; algo bastante complicado para Harrison (Albert Rutecki). Tudo &eacute; muito desafiador: passar por um cachorro, ouvir um barulho de um carro, ser encarado por uma mulher com um beb&ecirc; no colo. Para fazer a travessia, o rapaz coloca um fone de ouvido e conta com o apoio de Mandy (Sosie Bacon, de&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/227416-mare-of-easttown-serie-hbo-destaca-talento-kate-winslet-critica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mare of Easttown</a>), que fala ao telefone com ele e o encoraja rumo a uma vit&oacute;ria que, para a maior parte das pessoas do mundo, &eacute; apenas uma banalidade.
A abertura delicada de&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/produto/240379-series-amazon-prime-video-2022-novidades-deste-ano.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">As We See It</a>&nbsp;j&aacute; deixa claro do que a s&eacute;rie trata: da vida das pessoas que est&atilde;o no espectro do autismo. Para elas, lidar com coisas vistas como cotidianas (como est&iacute;mulos sensoriais, regras de sociabilidade, formas de lidar com frustra&ccedil;&otilde;es) &eacute; extremamente dif&iacute;cil. E &eacute; isso que passamos a ver nessa comovente s&eacute;rie que gira em torno de tr&ecirc;s amigos que buscam, dentro das possibilidades, obter autonomia.
H&aacute; uma esp&eacute;cie de onda de s&eacute;ries que falam sobre grupos minorit&aacute;rios que, em outros momentos hist&oacute;ricos, ficavam restritos a personagens isolados (isto &eacute;, quando de fato existiam na fic&ccedil;&atilde;o). Provavelmente a narrativa recente mais famosa sobre autismo &eacute;&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/atypical" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Atypical</a>, da <a href="https://www.tecmundo.com.br/netflix" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Netflix</a>, que, durante quatro temporadas, exibiu a luta do jovem Sam Gardner para se tornar independente da fam&iacute;lia.
Entretanto, h&aacute; uma diferen&ccedil;a crucial entre As We See It e Atypical: na s&eacute;rie do Amazon Prime, os atores est&atilde;o, de fato, dentro do espectro autista. N&atilde;o se trata apenas de representar essa condi&ccedil;&atilde;o, mas sim de vivenci&aacute;-la. Ou seja, As We See It vai al&eacute;m da representa&ccedil;&atilde;o e consegue ser representativa dessa camada da popula&ccedil;&atilde;o.
<h2>A busca de um retrato realista do autismo</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/06/18/18123037189003.jpg" alt="(Fonte: Amazon Prime)" />(Fonte: Amazon Prime)
Na s&eacute;rie, Harrison, Violet (Sue Ann Pien) e Jack (Rick Glassman), de 25 anos, enfrentam o desafio de morar sozinhos em um apartamento bancado pelas fam&iacute;lias. Eles compartilham uma cuidadora, Mandy, que &eacute; respons&aacute;vel por interagir com o grupo e cuidar dele. Mandy os auxilia nas dificuldades e coloca metas para que, aos poucos, eles possam superar as limita&ccedil;&otilde;es e, por fim, conquistar autonomia.
Cada um deles enfrenta problemas espec&iacute;ficos. Harrison &eacute; doce, mas solit&aacute;rio, e n&atilde;o consegue enfrentar espa&ccedil;os p&uacute;blicos nem fazer amigos. Jack &eacute; um programador talentoso, mas n&atilde;o consegue entender que n&atilde;o pode ser absolutamente sincero no ambiente de trabalho e n&atilde;o deve, por exemplo, chamar o chefe de burro. J&aacute; Violet tem uma comovente obsess&atilde;o em se encaixar e conseguir viver uma vida normal com um namorado a quem possa amar e com quem possa fazer sexo.
Criada por Jason Katims &mdash; que produziu e escreveu&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/friday-night-lights" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Friday Night Lights</a>, e tem um filho autista &mdash; e baseada em uma s&eacute;rie israelense, As We See It &eacute; t&atilde;o tocante quanto triste. &Eacute; poss&iacute;vel se identificar com os sofrimentos t&atilde;o diversos que acometem os personagens, embora isso n&atilde;o signifique estar na pele deles. Por exemplo, a busca de Violet pelo amor &eacute; desesperadora e nos faz desejar que ela consiga em breve encontrar um par. Por outro lado, As We See It n&atilde;o se furta de mostr&aacute;-la intempestiva e mesmo mesquinha com os outros autistas.
<h2>O foco nos cuidadores</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/06/18/18123151986004.jpg" alt="(Fonte: Amazon Prime)" />(Fonte: Amazon Prime)
Penso que um dos grandes diferenciais de As We See It &eacute; a forma muito franca que ela tem de abordar quem est&aacute; em torno dos tr&ecirc;s autistas. Ou seja, foca tamb&eacute;m os cuidadores &ndash; sejam os amigos, sejam familiares. Todos est&atilde;o em vis&iacute;vel sofrimento pela dureza que existe na conviv&ecirc;ncia com pessoas neurodivergentes.
Claramente, o destaque &eacute; dado a Mandy: a "ajuda" (como &eacute; definida pelas tr&ecirc;s fam&iacute;lias). Ela &eacute; uma profissional contratada para dar apoio ao trio dentro do apartamento e na vida. Fica bastante n&iacute;tido que Mandy ama os tr&ecirc;s e est&aacute; profundamente envolvida com eles, mas que precisa lidar com a pr&oacute;pria vida pessoal e as escolhas que faz &mdash; mais especificamente, se vai partir para um curso de Medicina, o que significar&aacute; "abandonar" os protegidos.
Ainda assim, Mandy &eacute; uma personagem relativamente simples perto dos parentes de Violet, Harrison e Jack. A grande riqueza est&aacute; no retrato um tanto agridoce projetado sobre essas pessoas, que amam profundamente os filhos e irm&atilde;os, mas precisam tamb&eacute;m ser um pouco ego&iacute;stas para conseguirem preservar a pr&oacute;pria vida.
A hist&oacute;ria mais marcante &eacute; a de Van (Chris Pang), o irm&atilde;o de Violet, que &eacute; controlador e, de alguma forma, usa a irm&atilde; para negligenciar os pr&oacute;prios relacionamentos. H&aacute; uma din&acirc;mica semelhante com o pai de Jack (Joe Mantegna, de <a href="https://www.tecmundo.com.br/cultura-geek/177455-poderoso-chefao-3-ganha-versao-restaurada-novo-titulo-final.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O poderoso chef&atilde;o III</a>), que acaba de descobrir que tem um c&acirc;ncer, mas est&aacute; mais preocupado em imaginar como ser&aacute; o futuro do filho sem ele do que efetivamente encarar o tratamento.
Ainda assim, penso que o tema mais tocante est&aacute; nos pais de Harrison, que planejam se mudar sem o filho para dar uma chance para o pr&oacute;prio casamento. A m&atilde;e, em espec&iacute;fico, sente-se "abandonando o beb&ecirc;" depois de uma vida inteira dedicada a ele e aos programas dele. Critic&aacute;-la, como a s&eacute;rie esclarece, s&oacute; &eacute; poss&iacute;vel para quem &eacute; completamente incapaz de se colocar no lugar do outro.
A s&eacute;rie, que tem oito epis&oacute;dios curtos, pode soar como um respiro em meio a grandes dramas ou hist&oacute;rias &eacute;picas. Mesmo que tenha um tom de tristeza, &eacute; tamb&eacute;m leve e at&eacute; bem-humorada, mostrando que falar de autismo n&atilde;o precisa focar sempre em representar o sofrimento. As We See It pode parecer uma obra menor em tempos de tantas s&eacute;ries grandiosas, mas n&atilde;o se engane: ela merece ser conferida por todo mundo, mesmo por quem se v&ecirc; como "normal" &mdash; que, no fim das contas, talvez n&atilde;o seja um conceito t&atilde;o simples assim.

Amazon Prime

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As We See It: a comovente (e dura) realidade do autismo (Crítica)

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Imagem de Hacks: 2ª temporada traz novas camadas à comédia da HBO (crítica) no tecmundo

Na 2ª temporada da série cômica Hacks, da HBO, Deborah e Ava precisam se confrontar com as consequências de suas escolhas; veja a crítica!

<a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=hacks" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hacks</a>&nbsp;foi uma das grandes surpresas dos cat&aacute;logos de streaming em 2021. A com&eacute;dia da <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=hbo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">HBO</a> sobre a parceria muito improv&aacute;vel entre duas humoristas de diferentes gera&ccedil;&otilde;es (a veterana Deborah Vance, interpretada magistralmente por Jean Smart, e a roteirista Ava, vivida pela novata Hannah Einbinder) conquistou muita gente que se deleitou com a chuva de piadas (algumas bem maldosas) que nasciam em cada epis&oacute;dio.
A sacada de Hacks &eacute; muito inteligente. Ao aproximar uma velha estrela, meio em decad&ecirc;ncia, e uma escritora de humor que acabou de ser cancelada na internet (e na vida), a trama tem a chance de desenrolar v&aacute;rios temas interessant&iacute;ssimos. O mais &oacute;bvio &eacute; o conflito geracional, pois Deborah tem idade para praticamente ser av&oacute; de Ava (o que d&aacute; uma pista do qu&atilde;o irritante &eacute; ter que trabalhar com ela).
Mas h&aacute; outras discuss&otilde;es muito relevantes, como o que significa ser mulher em um ramo machista, o quanto o humor melhorou com o passar dos anos ou apenas encaretou, se os jovens s&atilde;o arrogantes ou se os velhos s&atilde;o apenas ranzinzas etc.
Ou seja: o sucesso de Hacks se deve, em parte, pela capacidade de tematizar &mdash; de forma leve e sempre c&ocirc;mica &mdash; assuntos que s&atilde;o essencialmente densos. Jean Smart (vencedora do&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=emmy" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Emmy</a> em 2021 pelo papel) e Hannah Einbinder defendem as personagens em uma esp&eacute;cie de luta c&ocirc;mica de esgrima bastante fascinante, na qual &eacute; dif&iacute;cil para o espectador torcer para qualquer uma das duas.
<a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/224649-hacks-serie-hbo-diverte-abordar-presenca-mulher-comedia-coluna.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">A 1&ordf; temporada</a> se encerrou com um cliffhanger bem colocado. Depois de muitos conflitos, Deborah e Ava aparentemente se acertam quando a veterana vai, inesperadamente, ao vel&oacute;rio do pai de Ava. Mas a&iacute; uma bomba estoura: em um dia no qual estava fula e meio drogada, Ava manda um e-mail vazando um monte de reclama&ccedil;&otilde;es sobre a chefe para os produtores de um novo programa.
Ser&aacute; que Deborah vai descobrir &mdash; e, caso descubra, ser&aacute; que a rela&ccedil;&atilde;o entre as duas estar&aacute; arruinada para sempre?
<h2>Ascens&atilde;o e queda de uma estrela</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/06/03/03170740733494.jpg" alt="(Fonte: HBO)" />(Fonte: HBO)
A grande gra&ccedil;a de Hacks &eacute; que ela &eacute; uma com&eacute;dia agridoce. D&aacute; para rir o tempo todo, mas esse riso tem sempre algo de melanc&oacute;lico; muitas vezes, &eacute; quase como uma risada envergonhada e mesmo emp&aacute;tica &agrave;s situa&ccedil;&otilde;es vividas pelas duas protagonistas. Na 2&ordf; temporada, sabemos que Deborah perdeu definitivamente o posto em um hotel de Las Vegas. Est&aacute;, portanto, um pouco perdida quanto ao que fazer com o legado dela &mdash; se &eacute; que ela ainda tem um.
&Eacute; um desdobramento bastante triste e coincidente com o de tantos artistas que se sentiram, na velhice, menos importantes e lembrados, como se tudo o que fizeram no passado n&atilde;o servisse para mais nada. Para fugir do ostracismo, Deborah resolve, ent&atilde;o, fazer uma turn&ecirc; na estrada, com shows em cidades do interior, enquanto trabalha em um novo material. A bomba do e-mail, no entanto, segue pairando sobre a cabe&ccedil;a de Ava.
A din&acirc;mica entre Deborah e Ava se constr&oacute;i muito nos momentos em que elas discutem roteiros e tentam descobrir se o que Deborah acha engra&ccedil;ado tem ainda espa&ccedil;o no mundo de hoje, em que piadas politicamente incorretas s&atilde;o execradas. Parte do problema &eacute; que, em Las Vegas, a veterana se apresentava para um p&uacute;blico cativo de anos (o que inclu&iacute;a stalkers). Agora, na estrada, ela vai ser desafiada a testar novas audi&ecirc;ncias.
Certamente, n&atilde;o era o desejo dela sair da zona de conforto, mas, sem essa virada, talvez Hacks n&atilde;o tivesse motivos para seguir em frente. O resultado dessa jornada (literalmente) de Deborah, Ava e do resto da trupe em um &ocirc;nibus luxuoso que atravessa os Estados Unidos &eacute;, conforme era de se esperar, bastante transformador &mdash; para eles e para quem assiste &agrave; s&eacute;rie.
A ida para a estrada &eacute; um excelente mote para que Deborah se confronte com uma dura realidade: a queda dela enquanto uma estrela do humor &eacute; real. Comediantes da internet a substituem nos locais mais tradicionais; para ela, pelo visto, s&oacute; restam os palcos itinerantes do interior. Assim, passa a cantar em feiras agr&iacute;colas (e perde a aten&ccedil;&atilde;o para o nascimento de um bezerro em uma cena hil&aacute;ria) e em um cruzeiro de l&eacute;sbicas (o que a faz enfrentar um tipo de p&uacute;blico que despreza, com consequ&ecirc;ncias nada agrad&aacute;veis).
<h2>O confronto com o interior</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/06/03/03171513717501.jpg" alt="(Fonte: HBO)" />(Fonte: HBO)
Eu diria que um dos grandes temas de Hacks &eacute; o enfrentamento interior que acomete cada uma das personagens da s&eacute;rie. Uma leitura superficial apontaria os limites da com&eacute;dia, mas penso que s&atilde;o dilemas bem mais profundos. Todas as figuras mais proeminentes na trama est&atilde;o tendo que encarar as pr&oacute;prias sombras. Marcus (Carl Clemons-Hopkins), o gerente da marca Deborah Vance, perde o namorado e precisa lidar com um fato bem complicado: a vida dele n&atilde;o tem muito sentido para al&eacute;m do trabalho.
J&aacute; Deborah, mais uma vez, fica diante das consequ&ecirc;ncias das escolhas que faz. O pre&ccedil;o pago pela carreira &mdash; o que envolve o relacionamento ruim com a filha DJ (Kaitlin Olson), severamente negligenciada desde a inf&acirc;ncia &mdash; se torna mais expressivo quando ela encontra uma antiga colega que n&atilde;o deu certo como comediante. Para completar a crise, os frutos do sucesso dela est&atilde;o se esvaindo aos poucos. Deborah est&aacute; t&atilde;o desesperada que passa at&eacute; a correr atr&aacute;s dos stalkers de quem antes fugia.
J&aacute; Ava, como era de se esperar, continua sendo uma grande bagun&ccedil;a, uma personagem que oscila entre o egocentrismo e as chamadas para a realidade que a vida constantemente lhe d&aacute;. A morte do pai oferece a oportunidade para que ela encare as prioridades e os rumos que tem tomado nos &uacute;ltimos anos.
N&atilde;o que haja muita reden&ccedil;&atilde;o para Ava e Deborah: elas seguem patinando e sendo m&aacute;s uma com a outra, mesmo que seja evidente que, de um jeito bem peculiar, elas se amam. E &eacute; justamente isso o que faz Hacks ser uma s&eacute;rie comovente em tantos aspectos, ainda que sempre bem engra&ccedil;ada. Sem d&uacute;vida, a 2&ordf; temporada da s&eacute;rie n&atilde;o deixa a desejar e faz que continuemos interessados nessa dupla impag&aacute;vel.

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Hacks: 2ª temporada dá novas camadas à comédia da HBO (Crítica)

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Imagem de The Boys: 3ª temporada está mais sanguinária do que nunca (crítica) no tecmundo

Soldier Boy vai tremer as pernas do capitão Pátria na 3ª temporada de The Boys; veja nossa crítica sem spoilers!

Baseada nos <a href="http://www.tecmundo.com.br/quadrinhos-hqs/" target="_blank" title="Quadrinhos/HQs">quadrinhos</a> de Garth Ennis e Darick Robertson, a 3&ordf; temporada de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/the-boys" rel="noopener noreferrer" target="_blank">The Boys</a> est&aacute; sendo muito esperada pelos f&atilde;s. Por ser uma HQ muito famosa entre os adultos, foi desafiador manter o n&iacute;vel de qualidade na adapta&ccedil;&atilde;o para o streaming, por&eacute;m, o showrunner Eric Kripke conseguiu prender a aten&ccedil;&atilde;o dos f&atilde;s mais uma vez.
A nova temporada da s&eacute;rie chega semanalmente no <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/239508-amazon-prime-video-lancamentos-junho-2022.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Amazon Prime Video</a> a partir de amanh&atilde;, dia 3 de junho, e traz grandes expectativas do p&uacute;blico, por&eacute;m, o Minha S&eacute;rie teve acesso aos novos epis&oacute;dios com anteced&ecirc;ncia e trazemos para voc&ecirc; uma cr&iacute;tica super especial (sem spoilers)!
<ul>
<li><a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/239663-the-boys-tudo-voce-precisa-relembrar-3-temporada.htm" target="_blank">The Boys: tudo o que voc&ecirc; precisa relembrar antes da 3&ordf; temporada</a></li>
</ul>
Desta vez, a hist&oacute;ria acompanha a descoberta de uma misteriosa arma anti-super, que faz os Boys entrarem em conflito direto com os Sete, iniciando uma guerra e investigando a lenda do primeiro super-her&oacute;i: o Soldier Boy (vivido por Jensen Ackles).
A produ&ccedil;&atilde;o renovou nossa vis&atilde;o sobre os super-her&oacute;is e como eles podem n&atilde;o ser exatamento os mocinhos da hist&oacute;ria. E a terceira temporada de&nbsp;The Boys n&atilde;o s&oacute; manteve esse assunto, como mostrou ainda mais os podres de cada Super e como eles podem mostrar seus piores lados, principalmente quando possuem muito poder nas m&atilde;os, como o Capit&atilde;o P&aacute;tria (Antony Starr).&nbsp;
Um forte acontecimento que deu o grande empurr&atilde;o para Homelander, o chefe dos Sete, estourar sua raiva (e medo) e mostrar ainda mais seu lado sombrio foi o surgimento de um personagem muito aguardado pelos f&atilde;s: <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/239547-the-boys-soldier-boy-estrela-propaganda-antidrogas-3-temporada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Soldier Boy</a>.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/06/02/02004004041525.jpg" alt="The Boys (2022)" />The Boys (2022)
Ackles consegue entregar uma atua&ccedil;&atilde;o incr&iacute;vel, mantendo a qualidade da s&eacute;rie e mostrando que o personagem n&atilde;o &eacute; nenhum rapaz bonzinho. Ali&aacute;s, ele bate de frente com o <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/239134-the-boys-3-temporada-referencia-liga-justica-novas-imagens.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Capit&atilde;o P&aacute;tria</a>. Al&eacute;m disso, os flashbacks mostram que ele &eacute; muito importante para a hist&oacute;ria de muitos personagens, incluindo o silencioso Black Noir.&nbsp;
As atua&ccedil;&otilde;es, como um todo, caracterizam o ponto alto da s&eacute;rie, perdendo apenas para o roteiro, que est&aacute; muito bom. O texto permite que os personagens tenham amadurecimentos &uacute;nicos, cada um com seu caminho, principalmente Hughie Campbell (Jack Quaid) e Billy Butcher (Karl Urban).&nbsp;
A produ&ccedil;&atilde;o conseguiu guiar muito bem as idas e vindas na linha do tempo, encaixando muito bem com a montagem os momentos em que cada mem&oacute;ria ou lembran&ccedil;a entram em cena. Um ponto importante para que os f&atilde;s n&atilde;o se sintam confusos.
O &uacute;nico ponto que pesou bastante &eacute; o tempo de cada epis&oacute;dio, que alcan&ccedil;a a marca de uma hora. Atualmente, dificilmente uma s&eacute;rie possui cap&iacute;tulos com dura&ccedil;&atilde;o maior do que 50 minutos ou uma hora e, como The Boys tem temas e cenas muito pesadas e sanguin&aacute;rias, pode ficar cansativo em v&aacute;rios momentos para quem n&atilde;o curte tanto.
Ali&aacute;s, a adapta&ccedil;&atilde;o para o streaming aumentou muito as cenas de sexo, mortes e viol&ecirc;ncia, nada que os f&atilde;s j&aacute; n&atilde;o esperassem pelos trailers e teasers que j&aacute; tinham sido divulgado pelo Amazon Prime V&iacute;deo. O <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/231673-the-boys-herogasm-data-3-temporada-amazon.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">epis&oacute;dio seis (Herogasm)</a> est&aacute; a&iacute; para mostrar tudo isso e muito mais!
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/06/02/02004156681526.jpg" alt="The Boys&nbsp;(2022)" />The Boys&nbsp;(2022)
Como um todo, a s&eacute;rie est&aacute; bem interessante e manteve a qualidade de produ&ccedil;&atilde;o que todos esperavam. A 3&ordf; temporada pode mostrar muito mais das dores e humanidade de cada personagem, com destaque para Kimiko Miyashiro (Karen Fukuhara) e Frenchie (Tomer Kapon).&nbsp;
Os tr&ecirc;s primeiros epis&oacute;dios de The Boys chegam nesta sexta-feira (3) no <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/156341-the-boys-serie-do-amazon-prime-video-sera-exibida-pelo-sbt.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Amazon Prime Video</a> e as temporadas anteriores tamb&eacute;m est&atilde;o dispon&iacute;veis na plataforma.
Voc&ecirc; gosta de The Boys? Deixe aqui nos coment&aacute;rios se est&aacute; animado com essa estreia!
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Reprodução / Amazon Prime Video

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The Boys: 3ª temporada está mais sanguinária do que nunca (crítica)

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Imagem de Stranger Things: 4ª temporada aterroriza e surpreende (crítica) no tecmundo

Um terror com traços de anos 80 para fechar com chave de ouro Stranger Things, produção da Netflix que chega à 4ª temporada; veja crítica sem spoilers!

Suspense, terror, amizade e waffers. Da mesma forma que a s&eacute;rie come&ccedil;ou, ela terminou. Com isso, promete deixar v&aacute;rios f&atilde;s morrendo de saudade. E, para deixar todos ainda mais curiosos e ansiosos para o grande final, a Netflix separou a &uacute;ltima temporada em duas partes: a primeira estreia no dia <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/239086-series-na-semana-4-temporada-stranger-things-estreia-agenda.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">27 de maio e a segunda em 1&deg; de julho</a>. N&oacute;s, do Minha S&eacute;rie, j&aacute; assistimos os primeiros epis&oacute;dios da 4&ordf; temporada de Stranger Things e te contamos agora o que achamos!
A <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/239095-stranger-things-4-temporada-ganha-trailer-final-mundo-invertido.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">4&ordf; temporada</a> come&ccedil;a seis meses depois da batalha de Starcourt, que deixou um rastro de terror e destrui&ccedil;&atilde;o em Hawkins. O grupo de amigos se separa pela primeira vez, indo para cidades e col&eacute;gios diferentes.&nbsp;
Nesse momento de novos desafios, surge uma nova amea&ccedil;a sobrenatural ainda mais terr&iacute;vel, trazendo um grande mist&eacute;rio que pode ser a chave para acabar com os horrores do Mundo Invertido.
Os diretores e roteiristas Matt Duffer e Ross Duffer trouxeram uma vers&atilde;o ainda mais assustadora de Hawkins, com cenas de mortes que fazem refer&ecirc;ncia a grandes filmes de terror, como O Chamado (2002).
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/05/26/26131006957288.jpg" alt="Stranger Things (2022)" />Stranger Things (2022)
A <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/239156-stranger-things-veja-duracao-episodios-4-temporada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">dura&ccedil;&atilde;o de cada epis&oacute;dio</a> passa de uma hora, o que pode parecer cansativo, por&eacute;m, o roteiro foi estruturado de uma maneira que n&atilde;o fica exaustivo.&nbsp;
Muitos temas s&atilde;o abordados de formas simples e complementares no roteiro, como uso de drogas, preconceito, desafios da adolesc&ecirc;ncia e o cuidado com a sa&uacute;de psicol&oacute;gica. Ali&aacute;s, em muitos momentos, h&aacute; uma compara&ccedil;&atilde;o nas entrelinhas da forma que &eacute; feita as possess&otilde;es do novo vil&atilde;o com traumas psicol&oacute;gicos.
Todos os acontecimentos mostram como o relacionamento entre Eleven (<a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/234226-millie-bobby-brown-conheca-filmes-atriz.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Millie Bobby Brown</a>), Mike (Finn Wolfhard), Will (Noah Schnapp), Lucas (Caleb McLaughlin), Max (Sadie Sink) e Dustin (Gaten Matarazzo) pode ser remodelado de v&aacute;rias maneiras e passando por v&aacute;rios sentimentos, como o ci&uacute;mes, a tristeza, a saudade e a dedica&ccedil;&atilde;o.
Outro ponto forte da s&eacute;rie foi a trilha sonora escolhida pelos irm&atilde;os Duffer e Nora Felder, supervisora musical, que traz m&uacute;sicas cl&aacute;ssicas dos anos 80, auxiliando na inser&ccedil;&atilde;o do espectador para dentro do contexto da s&eacute;rie.
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Reprodu&ccedil;&atilde;o / Netflix&nbsp;" data-fonte-url="https://classic.exame.com/wp-content/uploads/2022/04/mikestrangerthings.jpg?quality=70&amp;strip=info&amp;w=1024"><img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/05/26/26131917895296.jpg" alt="Stranger Things (2022)" />Stranger Things (2022)
Alguns atores foram adicionados ao <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/239068-stranger-things-tudo-voce-precisa-saber-assistir-4-temporada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">elenco</a> e tamb&eacute;m agiram ativamente na divulga&ccedil;&atilde;o da s&eacute;rie. Alguns deles foram: Jamie Campbell Bower (Os Instrumentos Mortais: Cidade dos Ossos), Eduardo Franco (Booksmart), Amybeth McNulty (Anne with an E), Myles Truitt (Queen Sugar), Regina Ting Chen (Queen of the South) e Grace Van Dien (The Village). Por&eacute;m, nem todos eles foram bem utilizados, como foi o caso da Amybeth, que teve uma grande divulga&ccedil;&atilde;o e uma pequena participa&ccedil;&atilde;o.&nbsp;
&Eacute; vis&iacute;vel todo o investimento feito pela Netflix na 4&ordf; temporada de Stranger Things, tanto na est&eacute;tica, quanto no roteiro. A <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/239137-stranger-things-4-temporada-primeiras-criticas.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">produ&ccedil;&atilde;o est&aacute; incr&iacute;vel</a> e est&aacute; seguindo para um final emocionante e &iacute;ntimo.

Reprodução / Netflix

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Stranger Things: 4ª temporada aterroriza e surpreende (crítica)

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Imagem de Wolf Like Me: uma sombria comédia romântica com lobisomens (crítica) no tecmundo

Wolf like transita entre o horror, a comédia e o drama para refletir sobre os impasses do amor.

Quem gosta de <a href="https://www.megacurioso.com.br/terror/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">horror</a> costuma ter uma boa no&ccedil;&atilde;o de que os seres m&iacute;ticos que circulam nos filmes e livros deste g&ecirc;nero representam coisas al&eacute;m deles mesmos. Os <a href="https://www.megacurioso.com.br/zumbis/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">zumbis</a>, por exemplo, podem operar como met&aacute;foras da exclus&atilde;o social de tantos sujeitos espalhados pelos pa&iacute;ses, como os refugiados; os vampiros podem trazer &agrave; tona o nosso desejo inconsciente por uma vida eterna com a plena satisfa&ccedil;&atilde;o de nossas vontades. Por isso, daria para dizer que todos estes personagens sobrenaturais tendem a nos colocar em contato com algo que &eacute; essencialmente humano.
Wolf Like Me &eacute; uma s&eacute;rie curta de 6 epis&oacute;dios, do <a href="https://www.tecmundo.com.br/amazon-prime" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Amazon Prime Video</a>, que, como o t&iacute;tulo j&aacute; sugere, traz o emblema do personagem lobisomem, um humano que se transforma em lobo em noites de lua cheia e precisa satisfazer os seus impulsos de matar e comer carne.&nbsp;
No caso desta s&eacute;rie, h&aacute; algumas inova&ccedil;&otilde;es interessantes. Primeiro: o lobisomem &eacute; uma mulher, e n&atilde;o o homem. Segundo: n&atilde;o se trata de uma s&eacute;rie de horror. Arrisco dizer que daria para categorizar a s&eacute;rie como com&eacute;dia rom&acirc;ntica &ndash; bem sombria, mas ainda assim.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/04/21/21180635954123.jpg" alt="(Fonte: Amazon Prime/ Divulga&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Amazon Prime/ Divulga&ccedil;&atilde;o)
A hist&oacute;ria contada aqui &eacute; relativamente simples. Em Adelaide, na Austr&aacute;lia, um homem ferido por uma trag&eacute;dia pessoal (sua mulher faleceu recentemente de c&acirc;ncer) tenta levar a vida junto &agrave; filha, igualmente traumatizada, que tem frequentes ataques de p&acirc;nico. A primeira cena do primeiro epis&oacute;dio, em que ele est&aacute; levando um fora em um encontro, j&aacute; esclarece: seu cora&ccedil;&atilde;o est&aacute; fechado e ele n&atilde;o consegue mais formar v&iacute;nculos rom&acirc;nticos.
Um dia, este sujeito, que se chama Gary (papel vivido pelo ator Josh Gad) se envolve num acidente violento em que seu carro &eacute; atingido pelo de uma mulher bonita, chamada Mary (personagem de Isla Fischer). Imediatamente, a filha, que est&aacute; junto no carro, tem um ataque de ansiedade, mas Mary, meio que milagrosamente, consegue acalm&aacute;-la de uma forma que o pai nunca conseguiu.
Aparentemente, h&aacute; algo de m&aacute;gico neste encontro cercado de coincid&ecirc;ncias entre dois americanos, que vivem como imigrantes na Austr&aacute;lia, e parecem estar emocionalmente devastados. Ele lida com o luto e a dificuldade em se conectar com a filha; ela perdeu o marido durante uma viagem e guarda um segredo &ndash; cujo t&iacute;tulo j&aacute; entrega, ent&atilde;o n&atilde;o &eacute; exatamente um mist&eacute;rio para o espectador.
A trama, ao longo dos seis epis&oacute;dios, ir&aacute; se desenrolar em torno de um mote que, no m&iacute;nimo, &eacute; bastante antigo: &eacute; poss&iacute;vel haver um relacionamento entre um humano e um &ldquo;monstro&rdquo;? H&aacute; possibilidades deste encontro amoroso vicejar sem que o lado humano corra risco? O lobisomem, assim como os outros seres sobrenaturais da fic&ccedil;&atilde;o, representa o que h&aacute; de animal no humano, os impulsos que n&atilde;o se pode controlar &ndash; entrando aqui tamb&eacute;m o desejo pela morte.
<h2>Uma ode ao amor &ndash; e &agrave;s dificuldades que ele traz</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/04/21/21180911986124.jpg" alt="(Fonte: Amazon Prime/ Divulga&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Amazon Prime/ Divulga&ccedil;&atilde;o)
A boa sacada de Wolf Like Me &eacute; que ela faz uso do mote do encontro humano/animal para discutir as possibilidades do encontro amoroso. Um pouco como j&aacute; acontecia em filmes e s&eacute;ries famosas, como na franquia <a href="https://www.tecmundo.com.br/cultura-geek/216088-crepusculo-10-estrelas-voce-esqueceu-que-estiveram-filmes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Crep&uacute;sculo</a> ou na s&eacute;rie <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/true-blood" rel="noopener noreferrer" target="_blank">True Blood</a>. Mas h&aacute; uma diferen&ccedil;a aqui: Wolf Like Me contextualiza isto na vida de duas pessoas na casa dos 40 anos, j&aacute; calejadas pela vida, que parecem tomadas pelo medo.&nbsp;
No caso de Gary, ele foge de ter que lidar com as quest&otilde;es de intimidade que os relacionamentos exigem; no de Mary, ela teme revelar o seu self em seu aspecto mais sombrio e repulsivo (simbolizado, &eacute; claro, no fato de ela ser lobisomem).
Na trama, Mary &eacute; formada em Psicologia, mas n&atilde;o atende em consult&oacute;rio. Seu trabalho &eacute; escrever uma coluna de aconselhamento na internet, trazendo respostas inspiradoras a questionamentos cheios de ang&uacute;stia. Logo, a s&eacute;rie vai se aproveitar desta ideia da coluna na condu&ccedil;&atilde;o da hist&oacute;ria: alguns &ldquo;conselhos&rdquo; que Mary d&aacute;, em uma narrativa colocada em off, se referem aos problemas que ela e Gary enfrentam individualmente.
E, em resumo, os problemas giram em torno da grande dificuldade de se entregar novamente ao amor quando j&aacute; se sofreu antes. Para as pessoas na casa dos 40 anos, que talvez j&aacute; tenham um hist&oacute;rico de muita desilus&atilde;o, ou mesmo de casamentos fracassados, esta &eacute; uma mensagem poderosa e de f&aacute;cil identifica&ccedil;&atilde;o. Mary exemplifica bem este drama com o seu segredo, pois sua parte &ldquo;monstruosa&rdquo; &eacute; realmente dif&iacute;cil de ser encarada at&eacute; mesmo por ela. Mas Gary funciona como um belo contraponto de como esta inseguran&ccedil;a &eacute; algo universal &ndash; e n&atilde;o temos outra op&ccedil;&atilde;o a n&atilde;o ser lidar com ela.
<h2>Uma s&eacute;rie com momentos irregulares</h2>
Wolf Like Me &eacute; uma s&eacute;rie fofinha, ainda que obscura, com alguns momentos irregulares. Como s&atilde;o poucos epis&oacute;dios, o arco entre a rejei&ccedil;&atilde;o de Gary ao lado lobisomem de Mary para o aceite parece se dar r&aacute;pido demais. N&atilde;o d&aacute; para acreditar muito que ele seja t&atilde;o incisivo em sua decis&atilde;o de n&atilde;o se envolver com Mary e, no minuto seguinte, eles estejam em um relacionamento super s&eacute;rio.
<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/9iUFFhiPF9Y" title="YouTube video player" allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0"></iframe>
Mas a s&eacute;rie tamb&eacute;m traz v&aacute;rios trunfos. Incluiria aqui a participa&ccedil;&atilde;o de destaque de Emma (Ariel Donoghue), a filha complicada de Gary. A jovem atriz sustenta bem uma interpreta&ccedil;&atilde;o de uma pr&eacute;-adolescente que ergue uma barreira n&atilde;o apenas em rela&ccedil;&atilde;o ao pai, mas ao mundo externo em geral. A comunica&ccedil;&atilde;o dela, depois de tanto sofrimento, parece um tanto truncada &ndash; at&eacute; que Mary encontra a chave.
Esteticamente, a s&eacute;rie tamb&eacute;m se destaca pelos belos cen&aacute;rios australianos, pela dire&ccedil;&atilde;o de fotografia bastante inspirada e pela remiss&atilde;o a alguns elementos que se tornam simb&oacute;licos na trama. Um deles s&atilde;o as m&uacute;sicas da banda Queens of the Stone Age, que ouvimos em v&aacute;rios momentos &ndash; incluindo a potente vinheta de abertura, em que &ldquo;If I had a tail&rdquo; toca enquanto vemos a transforma&ccedil;&atilde;o estilizada do lobisomem, e a bela &ldquo;Fortress&rdquo;, que faz Mary lembrar de seu falecido marido e &eacute; usada para acalmar Emma em momentos dif&iacute;ceis.
&Eacute; um perfeito casamento entre hist&oacute;ria e m&uacute;sica: a letra de &ldquo;Fortress&rdquo; fala com algu&eacute;m cujo &ldquo;cora&ccedil;&atilde;o parece uma fortaleza. Voc&ecirc; mant&eacute;m seus sentimentos trancados. &Eacute; mais f&aacute;cil assim? Voc&ecirc; se sente seguro assim?&rdquo;. E, noutro trecho, indaga: &ldquo;voc&ecirc; vagueia atr&aacute;s da escurid&atilde;o. Do deserto atr&aacute;s dos seus olhos. Eu sei que voc&ecirc; est&aacute; com medo, mas &eacute; preciso seguir em frente&rdquo;. Uma tradu&ccedil;&atilde;o muito fidedigna da hist&oacute;ria contada aqui.
Talvez Wolf Like Me n&atilde;o seja a melhor s&eacute;rie do ano, mas uma coisa &eacute; certa: ela &eacute; capaz de comover os tantos cora&ccedil;&otilde;es solit&aacute;rios que vagueiam por a&iacute;.

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Wolf Like Me: uma sombria comédia romântica com lobisomens (crítica)

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Imagem de A Vida Sexual das Universitárias: o sexo como piada entre as mulheres no tecmundo

Série da HBO A vida sexual das universitárias coloca jovens mulheres para falar sobre sexualidade com humor, tema que é normalmente reservado ao universo masculino.

<head></head><body>O nome Mindy Kaling talvez seja estranho para você. Mas caso você seja fã de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/the-office" rel="noopener noreferrer" target="_blank">The Office</a>, certamente vai lembrar de Kelly Kapoor, a funcionária meio desbocada, eternamente enroscada com o colega/namorado, que era vivida por Mindy nesta célebre série da <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=nbc" rel="noopener noreferrer" target="_blank">NBC</a>. Nem todos sabem, mas ela é uma showrunner bastante talentosa. Seu último empreendimento é a série de comédia A vida sexual das universitárias, da <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=hbo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">HBO</a>, no qual adentra em um universo que já foi visitado e revisitado pela ficção norte-americana: o ambiente estudantil.Diferente de algumas séries conhecidas que abordaram os anos do colegial (como <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/235603-euphoria-desafio-falar-jovens-critica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Euphoria</a>, <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/229902-gossip-girl-tudo-final-temporada-serie-recap.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Gossip Girl</a>, Riverdale, e a cultuada e pouco conhecida&nbsp;My so-called life), aqui nós estamos – como o nome deixa claro – nos quatro anos da vida na universidade. Mas a grande sacada de A vida sexual das universitárias é, justamente, o de trazer um tipo de comédia pastelão de cunho sexual, muito comum nos anos 80 (quem lembra de filmes clássicos como O último americano virgem&nbsp;e Porkys?), para a conversa entre as mulheres.&nbsp;Sim, precisamos de uns 40 anos até que pudéssemos tirar a vida sexual das adolescentes e jovens do discurso mais voltado ao romantismo, às descobertas (sempre ao lado de um homem), e começássemos a fazer piada daquilo que elas vivem.E isto não é pouca coisa. Lembre-se, por exemplo, de fenômenos como o filme <a href="https://www.tecmundo.com.br/cultura-geek/228937-american-pie-por-onde-anda-elenco-filmes.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">American Pie</a>, de 1999, primeiro grande sucesso a resgatar a onda de obras cômicas sobre amadurecimento sexual que lotaram os cinemas durante os anos 80. Ali, tínhamos vários aspectos sobre a descoberta do sexo – como os constrangimentos, os desejos enrustidos, as pequenas alegrias e as decepções que costumam acometer os jovens nessa época. Mas o foco era, obviamente, a relação entre os homens, e as meninas acabavam se tornando acessórios em torno das tramas de Jim Levenstein (personagem de Jason Biggs) e seus amigos.<h2>As confusões da vida universitária</h2><img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/04/02/02151421709012.jpg" alt="(Fonte: HBO)">(Fonte: HBO)Daria pra dizer, então, que A vida sexual das universitárias&nbsp;é meio que um American Pie&nbsp;com meninas. A série se passa em uma universidade fictícia, chamada de Essex. Lá, quatro jovens recém-chegadas à vida adulta acabam dividindo um apartamento em uma residência da faculdade. Elas são estrategicamente desenhadas para simbolizar tipos de mulheres de sua faixa etária. Bela (Amrit Kaur), que é filha de imigrantes indianos, aspira ser comediante e parece ter uma obsessão descontraída por sexo e por corpos sarados, quase como se representasse um estereótipo masculino agora personificado em uma mulher.&nbsp;Já Kimberly (interpretada por Pauline Chalamet – irmã do famoso ator Timothy Chalamet, de <a href="https://www.tecmundo.com.br/cultura-geek/229539-duna-100-milhoes-bilheteria-quebra-recorde.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Duna</a>) é alguém que pertence a uma classe social mais simples e tem pais poucos sofisticados, e que pretende se tornar a primeira pessoa da família a ter ensino universitário. Whitney (Alyah Chanelle), a única negra entre as colegas, é uma estrela do esporte, e filha de uma senadora importante que deposita nela grandes expectativas e cobranças. Por fim, temos Leighton (vivida por Reneé Rapp), que talvez seja a personagem mais interessante: é uma herdeira de família rica e esnobe, e adepta a um estilo elitista (em outras palavras, é uma bela patricinha); no entanto, ela sofre por viver enclausurada no armário, sentindo-se incapaz de assumir sua homossexualidade.Juntas, elas adentram com sede de vida no ambiente universitário e se deslumbram com as possibilidades que ele traz. Mas a série fala menos de suas ambições profissionais e muito mais de seus desejos por descobrir e experimentar novas coisas. A sexualidade, deste modo, aparece como uma porta de entrada a um mundo novo, em que podem se confrontar consigo mesmas e com o lugar em que viveram e cresceram.&nbsp;Se sexo envolve sempre algum tipo de rebeldia, pode-se dizer que as quatro colegas estão tentando cortar laços de algo: Whitney, da mãe dominadora e poderosa; Bela, dos pais conservadores; Kimberly, da visão menosprezadora que tem de si mesma, e Leighton, das amarras sociais que ela imagina ter por conta de sua classe.<h2>Sexo enquanto metáfora</h2><img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/04/02/02151457662013.jpg" alt="(Fonte: HBO)">(Fonte: HBO)A grande sacada de Mindy Kaling nesta sua nova série é que, por mais que o sexo surja já no nome, ele não é exatamente o centro da história – assim como ocorria em American Pie, como quem assistiu deve rememorar. O lance de A vida sexual das universitárias é que a sexualidade aparece aqui enquanto uma metáfora, uma espécie de rito de passagem que as meninas devem percorrer para descobrir, aos poucos, quem realmente são.Talvez não seja a série mais divertida do mundo, mas A vida sexual das universitárias tem lá suas boas sacadas. Kimberly, por exemplo, tem umas cenas bem engraçadas com seus colegas de trabalho (ela é a única que tem emprego) em uma cafeteria. Já Bela, que sonha em se tornar uma estrela da comédia, não consegue soltar uma frase que não contenha uma piada. Sua postura um pouco masculinizada é um contraponto às personagens femininas mais típicas das séries de ficção.A personagem mais interessante, no entanto, talvez seja Leighton, a patricinha que é excluída por suas amigas de infância já no primeiro episódio. Leighton é sempre ranzinza e grossa com as colegas – estado de humor que é claramente relacionado ao fato de ela viver uma vida “paralela”, escondendo a sua sexualidade. Aos poucos, ela vai adquirindo confiança e desarmando-se com as novas amigas, de quem fazia pouco caso. As cenas em que ela conversa com a amiga Kimberly sobre isso é a mais comovente desta primeira temporada.Por isso, não estaria errado dizer que o mote de A vida sexual das universitárias é discutir a amizade e o amadurecimento que surge entre as mulheres que se apoiam. Por conta da boa sacada de Mindy Kaling, aqui não falamos de meninas doces e românticas à procura de um namorado (inclusive, um detalhe importante é que nenhuma delas está em busca de compromisso), mas de jovens mulheres que falam sobre vários assuntos – e, dentre eles, sexo. A vida sexual das universitárias já foi confirmada pela HBO para uma segunda temporada.</body>

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A Vida Sexual das Universitárias: o sexo como piada entre as mulheres

Os fones mais diferenciados da Huawei tanto em design quanto em funcionalidade estão recebendo oficialmente uma cor nova aqui no Brasil! É o FreeClip, que têm características que a gente não encontra na grande maioria dos fones de ouvido, mesmo entre os modelos True Wireless. 🔥 Saiba mais sobre o Huawei FreeClip: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/FreeClipHuawei #[Tipo: Publieditorial] #[Tipo: Shorts] Extensão do TecMundo: encontre cupons escondidos nas principais lojas online: <a href="http://" target="_blank" rel="nofollow noopener">http://</a>bit.ly/3ZkKOji - Os melhores cupons Online para você! <a href="https://www." target="_blank" rel="nofollow noopener">https://www.</a>tecmundo.com.br/cupons 💡 Participe dos canais do TecMundo no WhatsApp! - TecMundo: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/whatstecmundo - Voxel: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/whatsvoxel - Mega Curioso: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/whatsmegacurioso - Minha Série: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/whatsminhaserie - The BRIEF: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/3JSpOKX 💡 Temos grupos também no Telegram! - TecMundo: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/3JZoTbm - Voxel: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/telegramvoxel - Mega Curioso: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/telegrammegacurioso - Minha Série: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/telegramminhaserie - The BRIEF: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/telegramthebrief CRÉDITOS Roteiro: Leonardo Rocha Apresentação: Leonardo Rocha Imagens e áudio: Felipe Pedro (Felps) e Gustavo Katsumi Produção: Diana Pordeus e Vitória Schmitz Edição de vídeo: Larissa Kinoshita A melhor programação está no TecMundo - História da Tecnologia - Análises, Unboxings e tudo sobre Produtos! - TecDocs - Matérias especiais - Assistência Tec - Lives de tradução e cobertura de eventos - Listas - Hoje no TecMundo #Tecnologia #FashionForward #TecMundo

Tem cor nova chegando para os fones mais diferenciados da #Huawei ! #huaweifreeclip #fashioedge

Um smartwatch premium de verdade precisa combinar tecnologias e recursos avançados com um design elegante e sofisticado que você só encontra em um acessório de luxo. E o Huawei Watch ULTIMATE traz essa combinação como nenhum outro relógio conectado faz! - Saiba mais sobre o Huawei Watch Ultimate: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/huaweiultimate #[Tipo: Publieditorial] #[Tipo: Shorts] Extensão do TecMundo: encontre cupons escondidos nas principais lojas online: <a href="http://" target="_blank" rel="nofollow noopener">http://</a>bit.ly/3ZkKOji - Os melhores cupons Online para você! <a href="https://www." target="_blank" rel="nofollow noopener">https://www.</a>tecmundo.com.br/cupons 💡 Participe dos canais do TecMundo no WhatsApp! - TecMundo: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/whatstecmundo - Voxel: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/whatsvoxel - Mega Curioso: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/whatsmegacurioso - Minha Série: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/whatsminhaserie - The BRIEF: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/3JSpOKX 💡 Temos grupos também no Telegram! - TecMundo: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/3JZoTbm - Voxel: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/telegramvoxel - Mega Curioso: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/telegrammegacurioso - Minha Série: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/telegramminhaserie - The BRIEF: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/telegramthebrief CRÉDITOS Roteiro: Leonardo Rocha Apresentação: Leonardo Rocha Imagens e áudio: Felipe Pedro (Felps) e Gustavo Katsumi Produção: Vitória Schmitz Edição de vídeo: Larissa Kinoshita A melhor programação está no TecMundo - História da Tecnologia - Análises, Unboxings e tudo sobre Produtos! - TecDocs - Matérias especiais - Assistência Tec - Lives de tradução e cobertura de eventos - Listas - Hoje no TecMundo #huaweiultimate #fashionforward #tecmundo

O smartwatch premium de verdade que você merece! Huawei Watch ULTIMATE #fashionedge #huawei

O SSD externo Lexar SL400 é um acessório que promete entregar um setup profissional para você que usa sempre o celular para criar conteúdo. Ele traz um pacote muito completo que inclui até um hub USB-C, aí você consegue plugar microfones, carregadores e outros acessórios ao mesmo tempo. 🔥 Extensão do TecMundo: encontre cupons escondidos nas principais lojas online: <a href="http://" target="_blank" rel="nofollow noopener">http://</a>bit.ly/3ZkKOji - Os melhores cupons Online para você! <a href="https://www." target="_blank" rel="nofollow noopener">https://www.</a>tecmundo.com.br/cupons 💡 Participe dos canais do TecMundo no WhatsApp! - TecMundo: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/whatstecmundo - Voxel: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/whatsvoxel - Mega Curioso: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/whatsmegacurioso - Minha Série: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/whatsminhaserie - The BRIEF: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/3JSpOKX 💡 Temos grupos também no Telegram! - TecMundo: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/3JZoTbm - Voxel: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/telegramvoxel - Mega Curioso: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/telegrammegacurioso - Minha Série: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/telegramminhaserie - The BRIEF: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/telegramthebrief CRÉDITOS Roteiro e apresentação: Wellington Arruda Imagens e áudio: Wellington Arruda Edição de vídeo: Rodrigo Doze Motion Graphics: Gustavo Silva A melhor programação está no TecMundo - História da Tecnologia - Entenda - Análises, Unboxings e tudo sobre Produtos! - TecDocs - Matérias especiais - Assistência Tec - Drops de Notícias - Listas - Hoje no TecMundo #Lexar #Computex2024 #ssd #TecMundo

Mini SSD Lexar SL400: setup profissional só com o celular #ssd #lexar

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A Xiaomi acabou de lançar os novos Redmi Note 14! Os novos Redmi Note 14 4G, Note 14 5G, Redmi Note 14 Pro e Note 14 Pro+ chegam ao Brasil com preços que vão de R$ 2,5 mil até R$ 6 mil. Extensão do TecMundo: encontre cupons escondidos nas principais lojas online: <a href="http://" target="_blank" rel="nofollow noopener">http://</a>bit.ly/3ZkKOji - Os melhores cupons Online para você! <a href="https://www." target="_blank" rel="nofollow noopener">https://www.</a>tecmundo.com.br/cupons 💡 Participe dos canais do TecMundo no WhatsApp! - TecMundo: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/whatstecmundo - Voxel: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/whatsvoxel - Mega Curioso: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/whatsmegacurioso - Minha Série: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/whatsminhaserie - The BRIEF: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/3JSpOKX 💡 Temos grupos também no Telegram! - TecMundo: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/3JZoTbm - Voxel: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/telegramvoxel - Mega Curioso: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/telegrammegacurioso - Minha Série: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/telegramminhaserie - The BRIEF: <a href="https://" target="_blank" rel="nofollow noopener">https://</a>bit.ly/telegramthebrief CRÉDITOS Roteiro e apresentação: Wellington Arruda Imagens e áudio: Gustavo Katsumi Edição de vídeo: Rafael Nogoceke Motion Graphics: Gustavo Silva A melhor programação está no TecMundo - História da Tecnologia - Análises, Unboxings e tudo sobre Produtos! - TecDocs - Matérias especiais - Assistência Tec - Lives de tradução e cobertura de eventos - Listas - Hoje no TecMundo #xiaomi #redmi #redminote14series #TecMundo

Redmi Note 14 lançado: câmera de 200 MP e até R$ 6 mil #xiaomi  #smartphone

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Série de espionagem com Noah Centineo é a dica da vez para maratonar! A segunda temporada de Recruta chega em 30/jan na Netflix #noahCentineo #Recruta #Recruit #netflix #sériesnetflix #dicasdeséries

Série RECRUTA com Noah Centineo estreia hoje

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Será que Karla Sofia Gascón pode perder a indicação ao Oscar pelas falas sobre a equipe de Fernanda Torres? Saiba mais sobre a polêmica aqui! #karlasofiagascon #oscar2025 #fernandatorres #oscars #aindaestouaqui #emiliaperez #polemica #treta #notícia #news #oscar

🚨Karla Sofia Gascón vai PERDER indicação ao OSCAR? #emiliaperez

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Anora acabou de chegar aos cinemas e eu já assisti! Se você quer um filme divertido, mas com um toque de drama, esse é para você! #Anora #Oscar #filmesdoOscar #Dicasdefilmes #mikeyMadison

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Tecnologia avançada com até 14 dias de bateria! Só nos smartwatchs da Huawei! #fashionforward

Meu Secretário perfeito foi o primeiro k-drama a estrear em 2025 e está conquistando corações na dramaland. Aqui, a Ari te conta por que você deve começar a assistir o quanto antes! 🫰 #meusecretarioperfeito #lovescout #kdramas #doramas #viki

MEU SECRETÁRIO PERFEITO

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Mexicanos criam sua versão de Emília Perez

Notícias sobre Séries

Curiosidades

A nova série live action sobre os bastidores de Chaves ganhou seu primeiro teaser! Ainda sem data de estreia, Em Chespirito: Sin Querer Queriendo, os fãs vão conferir os bastidores da produção que marcou a história da emissora Televisa. #chespirito #chaves #elchavedelocho #Televisa #nostalgia #robertobolaños

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