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Imagem de Only Murders in the Building: um choque entre gerações da comédia (crítica) no tecmundo

A série Only murders in the bulding, do Hulu, diverte ao contar a história de três vizinhos solitários que resolvem investigar um crime.

Quem tem um pouco mais de idade, deve lembrar que, nos anos 80, Steve Martin era o rei absoluto dos filmes de com&eacute;dia. Ele emplacava um sucesso atr&aacute;s do outro. Falo aqui de cl&aacute;ssicos como&nbsp;Cliente morto n&atilde;o paga (de 1982), Um esp&iacute;rito baixou em mim (de 1984), Parenthood &ndash; o tiro que n&atilde;o saiu pela culatra (de 1989), Roxanne (de 1987), Antes s&oacute; que mal-acompanhado&nbsp;(de 1987), entre tantos. Mas os anos passaram, o estilo de com&eacute;dia mudou, e Steve Martin deu uma desaparecida das nossas telas. Permaneceu apenas na mem&oacute;ria dos f&atilde;s.
Para a alegria dos que t&ecirc;m saudades dos filmes antigos na Sess&atilde;o da Tarde, Steve Martin est&aacute; de volta, com a s&eacute;rie <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/229812-only-murders-in-the-building-2-temporada-comeca-gravada-veja.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Only murders in the building</a>, do <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/tag/hulu" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hulu</a>, um projeto criado por Martin em parceria com John Hoffman (produtor de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/grace-and-frankie" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grace and Frankie</a>). A nostalgia, ali&aacute;s, n&atilde;o para no nome do ator. A s&eacute;rie &ndash; que &eacute; uma com&eacute;dia, mas que mistura elementos t&iacute;picos do g&ecirc;nero policial &ndash; traz ainda o ator Martin Short (outro veterano da com&eacute;dia, e parceiro de Steve Martin no sucesso O pai da noiva, de 1991), e faz uma homenagem ao estilo de "com&eacute;dia de mist&eacute;rio" que foi t&atilde;o bem explorado em alguns filmes de <a href="https://www.tecmundo.com.br/cinema/31355-7-tecnologias-que-woody-allen-previu-na-decada-de-70.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Woody Allen</a>, especialmente os que criam situa&ccedil;&otilde;es de humor a partir de acontecimentos bem s&eacute;rios (como s&atilde;o, obviamente, os assassinatos).
A premissa de Only murders in the building&nbsp;&eacute; a seguinte: tr&ecirc;s vizinhos meio deprimidos se cruzam eventualmente nos elevadores do majestoso pr&eacute;dio Arconia, situado em Nova York. Trocam nada menos que um aceno de cabe&ccedil;a ou um eventual bom dia. Mas, um dia, tudo muda: o pr&eacute;dio &eacute; evacuado por conta de um crime que ocorreu l&aacute; dentro. Eles acabam descobrindo que, poucos minutos antes, os tr&ecirc;s haviam pegado o elevador junto com um rapaz que foi assassinado.
Os tr&ecirc;s vizinhos &ndash; que s&atilde;o interpretados por Steve Martin, Martin Short e <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/175650-selena-gomez-fala-sobre-depressao-e-sua-relacao-com-a-serie-13-reasons-why-da-netflix.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Selena Gomez</a> &ndash; acabam descobrindo que t&ecirc;m algo em comum: s&atilde;o aficionados por podcasts estilo&nbsp;true crime, que recontam a hist&oacute;ria de crimes reais em narrativas envolventes. O formato &eacute; uma verdadeira febre nos Estados Unidos, mas tamb&eacute;m em outros pa&iacute;ses, incluindo aqui o Brasil.&nbsp;
Por conta disso, eles se sentem um pouco detetives e acham que podem ser capazes de desvendar a verdade sobre o assassinato antes que a pol&iacute;cia o fa&ccedil;a. A partir da&iacute;, &eacute; um pulo para que eles queiram se juntar para investigar quem matou Tim Kono (vivido pelo ator Julian Cihi).
<h2>Encontro entre gera&ccedil;&otilde;es</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Divulga&ccedil;&atilde;o Hulu&nbsp;" data-fonte-url="https://images.thequint.com/thequint/2021-10/2477e7f0-a5f8-4375-9c65-c835a0620d6d/Only_Murders_in_the_Building_still_2.jpg"><img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/03/25/25184317263533.jpg" alt="(Fonte: Divulga&ccedil;&atilde;o Hulu)" />(Fonte: Divulga&ccedil;&atilde;o Hulu)
A grande sacada de Only murders in the building &eacute; que a s&eacute;rie promove um debate involunt&aacute;rio sobre as diferen&ccedil;as geracionais. A primeira camada desta discuss&atilde;o, que talvez seja a mais &oacute;bvia, ocorre no encontro dos atores. Aqui, os veteranos Steve Martin e Martin Short contracenam com Selena Gomez, uma estrela teen surgida na Disney e que constr&oacute;i agora uma carreira como atriz adulta.
Mas h&aacute; pequenas min&uacute;cias que aos poucos sinalizam o que h&aacute; de comum entre os velhos e a jovem. Os tr&ecirc;s personagens, cada um &agrave; sua maneira, est&atilde;o entediados e melanc&oacute;licos. Steve Martin &eacute; Charles-Haden Savage, um ator aposentado famoso por uma s&eacute;rie policial antiga, Brazzos (provavelmente, uma refer&ecirc;ncia &agrave; s&eacute;rie Columbo), mas, como &eacute; mostrado j&aacute; no primeiro epis&oacute;dio, ele parece amargar o esquecimento. Com dificuldade de se entregar em relacionamentos, ele se tornou uma esp&eacute;cie de solteir&atilde;o misantropo.
J&aacute; Martin Short &eacute; Oliver Putnam, um diretor de musicais megaloman&iacute;aco que se recusa a encarar o pr&oacute;prio fracasso. Ele perdeu sua fam&iacute;lia por conta de suas posturas irrespons&aacute;veis e est&aacute; prestes a ser despejado do Arconia por n&atilde;o pagar o aluguel, mas, mesmo assim, n&atilde;o consegue tomar uma atitude sobre a sua vida.&nbsp;
Selena Gomez &ndash; que tem idade para ser neta dos dois &ndash; &eacute; Mabel Mora, uma mo&ccedil;a soturna que mora de favor na casa da tia e tamb&eacute;m est&aacute; atrelada a mem&oacute;rias ruins adquiridas no pr&eacute;dio. Ou seja: independente da idade que tenham, todos ali s&atilde;o bem solit&aacute;rios e infelizes.
A outra camada deste coment&aacute;rio sobre as pontes geracionais envolve justamente os g&ecirc;neros presentes em&nbsp;Only murders in the building. A s&eacute;rie, que &eacute; um cl&aacute;ssico policial estilo whodunnit (estilo que se centraliza na descoberta sobre quem cometeu o crime), remetendo a romances e filmes cl&aacute;ssicos, &eacute; o tempo todo atualizado pelo fen&ocirc;meno contempor&acirc;neo dos podcasts,&nbsp;que costumam mobilizar uma audi&ecirc;ncia muito engajada. O resultado &eacute; que Only murders in the building&nbsp;acaba parecendo que &eacute; uma s&eacute;rie nova e velha ao mesmo tempo.
<h2>Uma mistura de mist&eacute;rio e humor</h2>
<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/-V1rQdXXXyI" title="YouTube video player" allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0"></iframe>
N&atilde;o pretendo dar spoilers aqui, por isso n&atilde;o vou entrar no enredo do crime em si. Mas vou compartilhar neste texto uma informa&ccedil;&atilde;o sobre a trama que talvez j&aacute; fique expl&iacute;cita no pr&oacute;prio nome da s&eacute;rie: Charles, Oliver e Mabel se juntam para produzir um podcast para ir divulgando publicamente suas descobertas sobre o assassinato. O podcast, claro, se chama &ldquo;Only murders in the building&rdquo;.
O processo bem atrapalhado do trio para produzir este material &eacute; a principal fonte do humor da s&eacute;rie do Hulu. Em certa medida, isto ocorre quase sempre por conta da ignor&acirc;ncia dos &ldquo;vov&ocirc;s&rdquo; Charles e Oliver, j&aacute; que a jovem Mabel, sempre mais esperta que eles, carrega as tintas mais dram&aacute;ticas. Seria interessante, inclusive, ver Selena Gomez se arriscando mais na com&eacute;dia.
A hist&oacute;ria do mist&eacute;rio em si acaba se revelando, em minha opini&atilde;o, mais fraca do que a t&ocirc;nica c&ocirc;mica da s&eacute;rie. Mesmo que haja momentos comoventes &ndash; em especial, quando as fragilidades dos personagens s&atilde;o abordadas -, a principal atra&ccedil;&atilde;o de&nbsp;Only murders in the building &eacute; o texto afiado nas piadas.
Vale destacar tamb&eacute;m o elenco de apoio, cheio de nomes conhecidos da com&eacute;dia, como Tina Fey, Nathan Lane e at&eacute; uma participa&ccedil;&atilde;o bem engra&ccedil;ada do cantor Sting (que mora no Arconia!). Mas se n&atilde;o fosse por tudo isso, s&oacute; conferir mais uma vez as performances maravilhosas de Steve Martin e Martin Short j&aacute; seria raz&atilde;o suficiente para maratonar Only murders in the building.

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Divulgação Hulu

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Only Murders in the Building: um choque entre gerações da comédia (crítica)

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Imagem de Reservation Dogs mistura Tarantino com adolescentes (crítica) no tecmundo

Reservation Dogs, do canal FX, é uma comédia inspirada que acompanha a realidade de jovens que vivem em uma reserva indígena nos Estados Unidos.

Muito se fala hoje sobre representatividade. E quase todo mundo concorda: sim, &eacute; necess&aacute;rio que todo mundo esteja representado entre os diversos setores da vida &ndash; incluindo, aqui, as s&eacute;ries. Mas o que essa palavra significa, afinal? Ser&aacute; que o esfor&ccedil;o de certas emissoras em incluir personagens diferentes em seus epis&oacute;dios (vide, por exemplo, o que foi feito em <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/232431-and-just-like-that-serie-agrada-fas-sex-and-the-city-critica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">And just like that,</a>&nbsp;spin-off de Sex and the city) &eacute; suficiente para que este ideal seja cumprido?
Essa discuss&atilde;o me faz lembrar da &oacute;tima Master of none, s&eacute;rie da <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=netflix" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Netflix</a> escrita e protagonizada pelo ator indiano Aziz Ansari. Em um epis&oacute;dio chamado &ldquo;Indians on TV&rdquo;, o personagem de Ansari, Dev Shaw faz um teste para um papel em uma s&eacute;rie. Ele pleiteia a vaga do personagem indiano. Chegando no local do teste, encontra um amigo seu, tamb&eacute;m indiano, que tamb&eacute;m &eacute; candidato ao papel. Ambos se saem bem, o que &eacute;, segundo Dev Shaw, o que &eacute; um problema: se uma s&eacute;rie colocar um personagem indiano no elenco, ela ser&aacute; &ldquo;conectada&rdquo;, &ldquo;politicamente correta&rdquo;. Mas se ela contratar dois atores indianos, ela ser&aacute; uma &ldquo;s&eacute;rie sobre indianos&rdquo;.
Por isso, a representatividade, por vezes, acaba virando apenas um recurso para "cumprir uma meta". Mas n&atilde;o basta nada diversificar personagens sem aprofund&aacute;-los, ou pensar s&oacute; no elenco sem abrir espa&ccedil;o para grupos minorit&aacute;rios na pr&oacute;pria produ&ccedil;&atilde;o dos programas.
<h2>Representatividade em uma s&eacute;rie sobre adolescentes</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/03/10/10130155422219.jpg" alt="(Fonte: FX)" />(Fonte: FX)
Trago esta introdu&ccedil;&atilde;o para falar de uma nova s&eacute;rie de humor maravilhosa do canal <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=fx" rel="noopener noreferrer" target="_blank">FX</a>: Reservation Dogs, obra de dois showrunners, o neozeland&ecirc;s Taika Waititi (de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/233667-what-we-do-in-the-shadows-novo-the-office-vampiros-critica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">What we do in the shadows</a> e diretor de&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=jojo+rabbit" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jojo Rabbit</a>) e o nativo-americano Sterlin Harjo. Esta pequena p&eacute;rola, dispon&iacute;vel tamb&eacute;m no Hulu, &eacute; um exemplo de narrativa que poderia se chamar de&nbsp;coming of age, termo que costuma designar hist&oacute;rias que focam no processo de amadurecimento de personagens jovens.
Em outras palavras, Reservation Dogs &eacute; uma s&eacute;rie adolescente. Mas o grupo retratado aqui s&atilde;o quatro amigos nativo-americanos (express&atilde;o que designa os povos origin&aacute;rios nos Estados Unidos) que vivem em uma reserva ind&iacute;gena pobre no interior do Oklahoma e sonham em juntar dinheiro para fugir para a Calif&oacute;rnia. Como tentam concretizar isso? Fazendo roubos na comunidade &ndash; como, por exemplo, furtando um caminh&atilde;o cheio de salgadinhos que tentam revender, ou pegando bifes no mercado para fazer tortas para vender.
Sim, esta &eacute; uma s&eacute;rie sobre uma "gangue", mas &eacute; muito mais que isso. Tal como <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=Atlanta" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Atlanta</a>, a premiad&iacute;ssima s&eacute;rie de Donald Glover, tamb&eacute;m produzida na FX, os personagens s&atilde;o quase como &ldquo;desculpas&rdquo; para fazer coment&aacute;rios muito profundos sobre a situa&ccedil;&atilde;o prec&aacute;ria que os Estados Unidos, esta chamada terra de todas as oportunidades, reservaram a todo e qualquer grupo minorit&aacute;rio, como os negros e os ind&iacute;genas. &Eacute;, sobretudo, um contexto de desesperan&ccedil;a e de poucas chances de ascens&atilde;o que n&atilde;o sejam, por exemplo, o de tentar a fama (caso do pai de um dos adolescentes, em Reservation Dogs, que &eacute; um rapper ind&iacute;gena desempregado um tanto hil&aacute;rio, ou dos rappers onipresentes em Atlanta) ou ent&atilde;o flertar com a contraven&ccedil;&atilde;o.
Mas veja: tanto&nbsp;Reservation Dogs e Atlanta n&atilde;o s&atilde;o s&eacute;ries baixo astral, de forma alguma. Na verdade, &eacute; quase o oposto: a narrativa agridoce das duas, amarradas por doses cavalares de deboche e de roteiros muito bem escritos, faz com ambas se tornem grandes achados nos cat&aacute;logos de streaming. Em Reservation Dogs, h&aacute; uma esp&eacute;cie de tom afetuoso em torno dos quatro protagonistas &ndash; Bear, Cheese, Elora e Willie &ndash; vividos por D&rsquo;Pharaoh Woon-A-Tai, Devery Jacobs, Lane Factor e Pauline Alexis, todos atores nativo-americanos, assim como praticamente todo o resto do elenco e da equipe de produ&ccedil;&atilde;o.
<h2>Um caldo de refer&ecirc;ncias</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/03/10/10130321376220.jpg" alt="(Fonte: FX)" />(Fonte: FX)
Outro fator importante &eacute; que Reservation Dogs&nbsp;n&atilde;o quer apresentar qualquer olhar estereotipado acerca dos povos origin&aacute;rios americanos. O vi&eacute;s da hist&oacute;ria contada aqui nitidamente se afasta do fetiche idealizador de um ponto de vista forasteiro. Por isso, n&atilde;o espere ver sujeitos entocados em tribos, alienados das modernidades do mundo, ou arrasados pela perda de suas ra&iacute;zes, mas sim adolescentes conectados na internet e nos referenciais que os jovens de sua idade compartilham. Eles ouvem rap, usam camisetas de banda, e que compartilham uma obsess&atilde;o por <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=tarantino" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Tarantino</a> &ndash; da&iacute; a refer&ecirc;ncia no t&iacute;tulo ao filme <a href="https://www.tecmundo.com.br/voxel/202745-baseado-filme-quentim-tarantino-reservoir-dogs-aparece-em-trailer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">C&atilde;es de Aluguel,</a> cujo nome original &eacute; Reservoir Dogs.
Mas tamb&eacute;m espere ver elementos da tradi&ccedil;&atilde;o dos povos nativos entremeados na hist&oacute;ria contada aqui. A grande sacada da s&eacute;rie, portanto, &eacute; conseguir criar personagens cr&iacute;veis, com identidades multifacetadas e imbricadas pelas tantas matrizes que perpassam as suas vidas. Os atores (ador&aacute;veis, por sinal) representam, em cada um dos pap&eacute;is, algu&eacute;m que precisa o tempo todo conviver com o choque entre o antigo e o novo, entre o local e o global.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/03/10/10130457532221.jpg" alt="(Fonte: FX)" />(Fonte: FX)
Isto &eacute; desdobrado ao longo dos epis&oacute;dios da s&eacute;rie. Em um deles, a m&atilde;e de Bear (que &eacute; uma m&atilde;e solo &ndash; o pai foi buscar uma vida na fama e abandonou o filho) se envolve com um homem branco que tem uma esp&eacute;cie de tara por ind&iacute;genas, e acaba descobrindo que ele tem tatuada no bra&ccedil;o uma bandeira dos estados confederados no sul dos Estados Unidos, um signo de racistas e supremacistas brancos. Em outro (que considero o melhor epis&oacute;dio da temporada), os adolescentes v&atilde;o atr&aacute;s do tio Brownie, parente de Elora, um homem grandalh&atilde;o que vive recluso e tenta sobreviver da venda da maconha &ldquo;raiz&rdquo; (que ele chama de &ldquo;o rem&eacute;dio do criador&rdquo;) que enterrou no seu quintal h&aacute; muitos anos. Ele se orgulha de &ldquo;viver da terra&rdquo; &ndash; mas sua casa &eacute; repleta de pacotes vazios de&nbsp;junk food.
Ainda que a s&eacute;rie opere a partir de uma trama interligada e sequencial, um dos grandes trunfos do roteiro dessa produ&ccedil;&atilde;o &eacute; que os epis&oacute;dios, de alguma forma, funcionam de maneira isolada, quase como se fossem pequenos curtas-metragens. Esta &eacute; uma tend&ecirc;ncia observada em outras s&eacute;ries recentes, como na pr&oacute;pria Atlanta e em Master of None, citadas neste texto.
Este recurso possibilita que alguns personagens sejam explorados e que nem sempre o foco principal esteja nos protagonistas. Ou, ainda, traz a chance de que personagens completamente aleat&oacute;rios sejam jogados na hist&oacute;ria para tecer algum tipo de coment&aacute;rio. Observe, por exemplo, a riqueza do epis&oacute;dio que se inicia com um casal de idosos brancos discutindo no carro: ele fala mal dos ind&iacute;genas, que seriam pregui&ccedil;osos e encostados, enquanto ela se posiciona duramente, e diz que tem uma porcentagem de sangue origin&aacute;rio. Mas em seguida algo acontece com eles que acaba por fazer uma cr&iacute;tica &aacute;cida sobre o papel dos brancos dentro da luta das minorias.
https://www.youtube.com/watch?time_continue=2&amp;v=uDinLERiF4A&amp;feature=emb_logo
H&aacute; fatores que amarram todas as tramas, em um recurso po&eacute;tico bastante interessante. Um destes elementos &eacute; a vis&atilde;o que Bear tem de um nativo-americano meio fora do peso que aparece para ele de tempos em tempos montado em um cavalo (um clich&ecirc; m&aacute;ximo dos filmes americanos com ind&iacute;genas). Ele se apresenta como &ldquo;Guerreiro desconhecido&rdquo; e tem uma fun&ccedil;&atilde;o de operar como um mentor ancestral do adolescente &ndash; pouco importa que ele seja bem atrapalhado e quase tudo que fala n&atilde;o fa&ccedil;a qualquer sentido.
Reservation Dogs, uma das melhores coisas produzidas pela TV nos &uacute;ltimos anos, &eacute; pura poesia juvenil. N&atilde;o deixe de ver.

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Reservation Dogs mistura Tarantino com adolescentes (crítica)

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Imagem de What We Do in The Shadows é o novo The Office, mas com vampiros (crítica) no tecmundo

Série What We Do in The Shadows, do canal FX, promete conquistar os fãs de uma boa comédia baseada no constrangimento.

O universo das <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=s%C3%A9ries" rel="noopener noreferrer" target="_blank">s&eacute;ries</a> &eacute; lotado de pessoas que amam <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/232437-the-office-atrizes-serie-comentam-famoso-episodio-parkour.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">The Office</a>, e que, 9 anos ap&oacute;s o fim de sua com&eacute;dia favorita, continuam &oacute;rf&atilde;os de um programa de humor na mesma linha. &Eacute; dif&iacute;cil explicar por que a vers&atilde;o norte-americana de&nbsp;The Office &eacute; t&atilde;o engra&ccedil;ada &ndash; a resposta mais comum &eacute; dizer que simplesmente &eacute;.
Mas, se prestarmos aten&ccedil;&atilde;o, veremos que a s&eacute;rie estrelada por Steve Carell tem algumas caracter&iacute;sticas bastante espec&iacute;ficas. Primeiramente, os personagens bem desenhados: o perturbado Dwight Schrute (Rainn Wilson), um puxa-saco que vive num mundo paralelo; o casal Jim (John Krasinski) e Pam (Jenna Fischer), os &uacute;nicos &ldquo;normais&rdquo; num ambiente cheio de funcion&aacute;rios estranhos; e, claro, o impag&aacute;vel Michael Scott, que tem uma autoimagem claramente distorcida (e megaloman&iacute;aca). Soma-se isso a um texto afiado e um ambiente de trabalho escolhido a dedo: um escrit&oacute;rio med&iacute;ocre, igualzinho a tantas empresas espalhadas nos Estados Unidos e no resto do mundo.
Abro o texto fazendo este coment&aacute;rio porque acredito que n&oacute;s, os &oacute;rf&atilde;os de The Office, podemos finalmente ter encontrado um novo programa para chamar de nosso. E pasme: os personagens s&atilde;o vampiros, e o formato mockumentary&nbsp;(que brinca com a ideia de um falso document&aacute;rio) &eacute; o mesmo.&nbsp;
Falo da p&eacute;rola chamada <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/223110-what-we-do-in-the-shadows-3-temporada-ganha-trailer-4-temporada-vem-ai.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">What we do in the shadows</a>, com&eacute;dia do canal <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=fx" rel="noopener noreferrer" target="_blank">FX</a>, atualmente em sua terceira temporada. &Eacute; um programa que nos entrega um tipo de divers&atilde;o muito parecido com The Office: umas boas risadas baseadas em ver o constrangimento passado por pessoas um tanto rid&iacute;culas.
&Eacute; preciso dizer que What we do in the shadows tem um premissa um tanto corajosa: ela leva os vampiros &ndash; que costumamos assistir em filmes de terror ou mesmo em dramas &ndash; para o humor. Se normalmente nos apegamos a eles por conta de sua caracter&iacute;stica sedutora, experiente, o fato &eacute; que &eacute; poss&iacute;vel termos vampiros que s&atilde;o tudo isso e, ao mesmo tempo, s&atilde;o bem pat&eacute;ticos.
Este &eacute; o caso dos quatro vampiros irresist&iacute;veis de What we do in the shadows. Tr&ecirc;s deles s&atilde;o vindos da Europa e que, depois de s&eacute;culos de vida gloriosa, v&atilde;o parar em Staten Island, em Nova York, com a miss&atilde;o de estabelecer a hegemonia vamp&iacute;rica no chamado Novo Mundo &ndash; mas, na pr&aacute;tica, mal conseguem limpar a pr&oacute;pria casa.
<h2>Uma casa de vampiros inusitados</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/02/11/11113907076169.jpg" alt="(Fonte: FX)" />(Fonte: FX)
O primeiro &eacute; Nandor (Kayvan Novak, ator brit&acirc;nico de ascend&ecirc;ncia iraniana), um antigo guerreiro &ndash; apelidado de &ldquo;Nandor, o implac&aacute;vel&rdquo; - mas que, na sua vida dom&eacute;stica, depende de seu &ldquo;familiar&rdquo; (como s&atilde;o chamados os ajudantes humanos de vampiros) para praticamente tudo.&nbsp;
Em seguida, vem o espevitado casal formado pelo ingl&ecirc;s Laszlo (Matt Berry) e pela grega Nadja (Natasia Demetriou), que vivem uma esp&eacute;cie de casamento aberto: ele atuou como &ldquo;ator vampiro porn&ocirc;&rdquo; no passado e ela est&aacute; sempre atr&aacute;s de seus antigos amantes reencarnados (na maioria das vezes, em humanos bem sem atrativos).
Por fim, a cereja do bolo est&aacute; no quarto vampiro, Colin Robinson (Mark Proksch), sempre mencionado por nome e sobrenome, que &eacute; uma esp&eacute;cie de agregado da casa, onde habita um quartinho no por&atilde;o. A constru&ccedil;&atilde;o deste personagem &eacute; fant&aacute;stica: ele &eacute; um &ldquo;vampiro de energia&rdquo;. Isto quer dizer que Colin Robinson n&atilde;o bebe sangue, mas se alimenta pela energia das outras pessoas, a qual suga por meio de sua chatice, com longu&iacute;ssimas conversas aleat&oacute;rias que ningu&eacute;m aguenta. Suas v&iacute;timas, inclusive, costumam cair no sono quando Colin Robinson come&ccedil;a seu falat&oacute;rio.
Este personagem &eacute; impec&aacute;vel, pois tira sarro dos ambientes corporativos, tal como ocorria em The Office. Isto porque Colin Robinson dedica seus dias se empregando em escrit&oacute;rios enfadonhos onde n&atilde;o faz nada, mas pode sugar o t&eacute;dio dos colegas que s&atilde;o obrigados a estar ali. Sua chatice funciona como o contraponto perfeito aos lascivos vampiros com quem divide a casa, e nos faz pensar com quantos Colin Robinson j&aacute; cruzamos na vida. Ele &eacute;, de alguma forma, o Dwight Schrute de What we do in the shadows. Inclusive, Mark Proksch participou de alguns epis&oacute;dios de The Office, quando fazia um assistente de... Dwight Schrute!
<h2>Humor constrangedor</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/02/11/11114015061171.jpg" alt="(Fonte: FX)" />(Fonte: FX)
Praticamente todos os epis&oacute;dios das tr&ecirc;s temporadas de What we do in the shadows s&atilde;o impag&aacute;veis &ndash; especialmente, claro, para quem aprecia este tipo de humor meio constrangedor, meio debochado, que tira sarro de muita coisa. O primeiro alvo, claro, &eacute; a pr&oacute;pria m&iacute;tica em torno dos vampiros como sujeitos mais elevados do que os humanos.
Na s&eacute;rie, Nandor, Lazslo e Nadja s&atilde;o o exato contraponto de tudo que se espera dos vampiros: s&atilde;o pregui&ccedil;osos, interesseiros e meio abobados. Algumas das melhores piadas se d&atilde;o nas intera&ccedil;&otilde;es deles com o &ldquo;familiar&rdquo; (na verdade, um funcion&aacute;rio sem sal&aacute;rio) Guillermo (Harvey Guillen), um &ldquo;pau-para-toda-obra&rdquo; que gravita em torno dos chefes na expectativa de que, um dia, se tornar&aacute; tamb&eacute;m um vampiro. Claramente, est&aacute; sendo enrolado: Guillermo atende seu mestre h&aacute; 11 anos e nunca teve o retorno esperado.
Guillermo, que &eacute; latino, acaba por simbolizar um universo de pessoas subempregadas e exploradas por um &ldquo;vampiro&rdquo; que pode ser entendido como o pr&oacute;prio Estados Unidos e seu american dream. O personagem &eacute; riqu&iacute;ssimo, e seu arco tem algumas &oacute;timas viradas no roteiro. Ao longo das temporadas, ele descobre (por acidente!) que descende de Van Helsing, o famoso ca&ccedil;ador de vampiros que aparece no romance Dr&aacute;cula, de Bram Stocker. A partir da&iacute;, a &ldquo;voca&ccedil;&atilde;o&rdquo; de Guillermo passa a se confrontar com sua permanente submiss&atilde;o aos chefes.
<h2>Os criadores</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/02/11/11114128436172.jpg" alt="(Fonte: FX)" />(Fonte: FX)
Vale aqui lembrar que What we do in the shadows &eacute;, originalmente, um filme de 2014. What we do in the shadows &eacute; uma com&eacute;dia em estilo mockumentary&nbsp;escrita, dirigida e estrelada pelos neozelandeses Jemaine Clement e Taika Waititi (que tamb&eacute;m dirigiu <a href="https://www.tecmundo.com.br/cultura-geek/144986-jojo-rabbit-satira-nazista-taika-waititi-preocupa-disney.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jojo Rabbit</a>). O filme se tornou cult, e abriu a oportunidade para que os criadores filmassem um piloto de uma s&eacute;rie para o FX, que se tornou um sucesso.
Clement e Waititi s&atilde;o as duas mentes &agrave; frente da s&eacute;rie, mas deixaram os personagens principais para os cinco excelentes atores, numa escolha muito acertada. Ainda assim, os diretores fazem pontas como membros do Conselho Vamp&iacute;rico, uma esp&eacute;cie de sindicato dos vampiros que regula as atividades realizadas por eles.
Por fim, destaco que uma das grandes sacadas do roteiro de What we do in the shadows &eacute; que ele dialoga o tempo todo com outros produtos deste universo vamp&iacute;rico &ndash; incluindo participa&ccedil;&otilde;es especiais de atores que incorporaram os &ldquo;imortais&rdquo; em outros filmes.&nbsp;
Em um dos melhores epis&oacute;dios da primeira temporada, os vampiros s&atilde;o convocados para uma reuni&atilde;o no Conselho em que est&atilde;o presentes <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=tilda+swinton" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Tilda Swinton</a> (de Amantes Eternos), Paul Reubens (do filme <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/buffy-the-vampire-slayer/noticias" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Buffy, a ca&ccedil;a-vampiros</a>), Danny Trejo (de Um drink no inferno), Evan Rachel Wood (de <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=True+Blood" rel="noopener noreferrer" target="_blank">True Blood</a>) e at&eacute; Wesley Snipes, de <a href="https://www.tecmundo.com.br/cultura-geek/144029-blade-mahershala-ali-cacador-vampiros-mcu.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Blade &ndash; O ca&ccedil;ador de vampiros</a>, que participa por uma liga&ccedil;&atilde;o por Zoom (numa conex&atilde;o de internet bem ruim, ali&aacute;s).
Por isso, mais uma vez recomendo: se voc&ecirc; sente falta de The Office, d&ecirc; uma chance para What we do in the shadows. Garanto que n&atilde;o vai se arrepender.

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What We Do in The Shadows é o novo The Office, mas com vampiros (crítica)

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Imagem de And Just Like That: série agrada fãs de Sex and the City (crítica) no tecmundo

Série And Just Like That', spin-off de Sex and the City da HBO, aborda questões importantes como etarismo e morte.

<head></head><body>Toda mulher que era uma jovem adulta no início dos anos 2000 lembra com nitidez o fenômeno que foi a <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=s%C3%A9rie" rel="noopener noreferrer" target="_blank">série</a> <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=sex-and-the-city" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sex and the city,</a>&nbsp;produzida pela <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=hbo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">HBO</a> entre 1998 e 2004. O seriado apresentava quatro amigas solteiras em Nova York, na casa dos 30 anos, que pareciam viver uma vida de sonho: estavam na melhor cidade do mundo, desfrutando de restaurantes maravilhosos, em empregos divertidos, enquanto saíam com homens interessantes.Mas a grande chave do seriado estava no estilo de vida que ele promulgava às mulheres: o tipo de liberdade que outrora era “autorizado” apenas aos homens. As quatro amigas – Carrie, Charlotte, Miranda e Samantha – vivenciavam, cada uma de seu jeito, uma rotina de autonomia e independência de um par masculino. Era um retrato inédito do universo feminino, voltado aos prazeres tantas vezes condenados (e aqui não me refiro apenas à sexualidade) nas mulheres.Por isso tudo, dá para fincar aqui que&nbsp;Sex and the city é uma série importantíssima para a TV e para a cultura de muitos países. Isto porque ela espalhou modelos de comportamentos e de sonhos para pessoas no mundo inteiro – ou seja, sua repercussão ia muito além da televisão. Vale lembrar que esta perspectiva de empoderamento feminino ocorria na virada dos anos 2000, numa época em que ainda se havia retornado à discussão coletiva sobre feminismo.Mas tudo que é bom, uma hora, termina. E Sex and the city,&nbsp;assim como suas atrizes (e como todos nós) envelheceu. E não há botox que disfarce o mal envelhecimento de um discurso. Muito do que se mostrava na série da HBO, depois de um tempo, passou a ser questionável – como o fato de se centralizar em quatro mulheres de classe alta, brancas, cisgênero, com muito dinheiro para torrar em sapatos. Gostar da série passou a ser coisa de gente alienada.A perspectiva da diversidade e dos privilégios de classe, portanto, estavam longe das preocupações da série, que sofreu várias críticas por conta de questões estruturais no roteiro e na construção dos personagens. Os gays, por exemplo, apareciam como “acessórios” das protagonistas, sem histórias desenvolvidas; há episódios em que as amigas fazem comentários transfóbicos.Por isso, qualquer continuidade à saga destas amigas envolvia encarar estes “fantasmas” do passado. É este cenário que se passa em And just like that,&nbsp;nova série da HBO, que retoma a vida nova iorquina de Carrie, Miranda e Charlotte (agora sem Samantha) 18 anos depois do encerramento de&nbsp;Sex and the city.<h2>Etarismo e outras abordagens corajosas</h2><img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/01/20/20182233714569.jpg" alt="(Fonte: HBO)">(Fonte: HBO)Como uma mulher que estava na casa dos 20 e poucos anos na época em que Sex and the city foi lançada, confesso que não tinha muita vontade de acompanhar a este revival. Em parte, por conta do “gosto ruim” que a série deixou depois de tantos anos, pelos motivos já expostos neste texto. Em segundo lugar, pela sensação de que retornos de séries, na maioria das vezes, soa a oportunismo.Por isso, fiquei positivamente surpreendida por And just like that&nbsp;– é muito melhor do que esperava, ainda que minhas expectativas fossem baixas. O principal trunfo, me parece, é que a nova série encara o que talvez seja o grande tema da nova atração, que é fazer com que as quatro nova iorquinas glamourosas lidem com o próprio envelhecimento.&nbsp;E isto acontece o tempo todo na série – abordando a questão do etarismo (o preconceito com as pessoas por conta da idade) de forma bem-humorada, e até debochada. Por exemplo, Charlotte pega no pé o tempo todo de Miranda por ela não pintar mais o seu cabelo, e Carrie precisa fazer uma cirurgia de quadril. Seu drama, nesse caso, é menos pela cirurgia e mais pelo tempo que ficará sem usar sapatos de salto.<h2>Novos personagens que trazem diversidade à série</h2><img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/01/20/20182540324571.jpg" alt="(Fonte: HBO)">(Fonte: HBO)Um dos grandes momentos da série ocorre já no primeiro episódio (caso você não tenha visto e pretenda vê-la: na sequência, há spoilers). Isto porque Carrie (vivida por Sarah Jessica Parker, que é a protagonista central e a "cara" de Sex and the city) perde o seu marido, o famigerado Mr. Big, vítima de um ataque cardíaco fulminante.&nbsp;Esta é a deixa para que&nbsp;And just like that discuta a morte em todos os sentidos – a do corpo físico, a da decadência trazida pela idade, a da sensação de ter ficado para atrás pelas novas geracões, a do encerramento do mundo tal como o conhecíamos.Esta é uma chave importante para acompanhar a nova série, pois todos os “fantasmas” do passado – o texto preconceituoso, a perspectiva racista, classista, a falta de diversidade – estão sendo retomados pela nova atração da HBO.&nbsp;Novos personagens foram configurados para trazerem novas perspectivas ao universo de Sex and the city. Em especial, a chefe não-binária de Carrie (vivida por Sara Ramirez, de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/grey-s-anatomy" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grey’s Anatomy</a>), a professora negra de Miranda (vivida por Karen Pittman, de <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=the+Morning+Show" rel="noopener noreferrer" target="_blank">The Morning Show</a>) e a filha de Charlotte, que provoca o pensamento todo certinho da mãe (uma marca da personagem) ao questionar sua identidade de gênero.Outro aspecto bastante importante de And just like that&nbsp;é que a série não foge de lidar com um grande “abacaxi”, que é a saída do grupo da atriz Kim Catrall, intérprete da fogosa Samantha, personagem muito querida por boa parte do público. Por conta de uma longa briga de bastidores que nunca foi bem explicada ao público, Kim Catrall não aceitou participar do spin-off.À boca miúda, fala-se de um desentendimento grave com Sarah Jessica Parker e acusações de ter sido preterida em projetos da franquia. A solução dada pelo roteiro de And just like that é inspirada: Samantha é apresentada como a amiga com quem Carrie brigou, mas fica aparecendo constantemente na série por meio de mensagens, sempre com um tom meio saudosista, e sugerindo uma possível reconciliação do grupo.Com texto leve e afiado, já dá para dizer que And just like that&nbsp;é uma ótima surpresa para os fãs, inclusive para os que se desapegaram de&nbsp;Sex and the city ao longo dos anos. Um belo trunfo da HBO.</body>

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And Just Like That: série agrada fãs de Sex and the City (crítica)

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Imagem de The Morning Show: série acerta ao focar em pautas contemporâneas (crítica) no tecmundo

Embora tenha episódios irregulares, série The Morning Show, do Apple TV+, é bem-sucedida em sua intenção de provocar a reflexão.

<head></head><body>Séries sobre jornalismo, <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/231581-series-televisao-sobre-jornalismo.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">como já discutimos nesta coluna</a>, são um ramo bastante explorado na teledramaturgia. Há um fascínio e uma idealização em torno da vida desses profissionais, que são vistos nas culturas democráticas como protetores da democracia. Portanto, as narrativas de séries como The Newsroom&nbsp;costumam atrair geralmente um público mais politizado, que entende a ficção como algo que vai além do entretenimento.A série The Morning Show,&nbsp;do <a href="https://www.tecmundo.com.br/apple-tv" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Apple TV+</a>, gerou bastante repercussão em seu lançamento por conta de uma perfeita adequação com o tempo em que é veiculada. Ela fala uma história que, embora seja totalmente ficcional, é também conhecida: a de um telejornal matinal em que um apresentador muito querido pelo público sofre “cancelamento” mundial depois que denúncias revelam que, por anos, ele manteve relações abusivas (que envolvem de assédio até suspeitas de estupro) com várias mulheres com quem trabalhava. A inspiração, claramente, é o movimento <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=Metoo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">#MeToo.</a><img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/01/13/13184401019537.jpg" alt="Cena da segunda temporada de The Morning Show. (Fonte: Apple TV+)">Cena da segunda temporada de The Morning Show. (Fonte: Apple TV+)The Morning Show, então, tematiza naquilo que resta quando a mudança na cultura (no caso, a concepção coletiva de como, por anos, homens poderosos foram abusivos em seus ambientes de trabalho) começa a se prenunciar no horizonte.&nbsp;O apresentador, no caso, é Mitch Kessler (interpretado por <a href="https://www.tecmundo.com.br/cultura-geek/151551-the-office-john-krasinski-steve-carell-relembram-momentos-favoritos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Steve Carell,</a> ator que transitou brilhantemente da comédia para o drama), e que, depois de ser defenestrado pela opinião pública, foi afastado do jornal, deixando a sua “esposa televisiva”, a apresentadora Alex Levy (<a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=Jennifer+Aniston" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jennifer Aniston</a>), sem parceiro.&nbsp;Em uma jogada mercadológica, a emissora UBA acaba contratando para ser sua colega uma jornalista destemida e desbocada, Bradley Jackson (Reese Whiterspoon).<h2>Série acompanha temas do momento</h2>A repercussão positiva da série envolve o fato de que ela faz um retrato antenado de um momento histórico em que há uma espécie de prestação de contas com os erros do passado. Os erros, como The Morning Show ilustra bem, não são apenas individuais, mas sistemáticos – por isso, um dos assuntos recorrentes na série é o ambiente que possibilitou que os comportamentos abusivos ocorressem sem que fossem reconhecidos como tal.O sucesso de The Morning Show&nbsp;trouxe altas expectativas para a segunda temporada, pois esperávamos acompanhar como os produtores desdobrariam a série após o desfecho da temporada inicial – com Alex Levy, que simbolizava a apresentadora titubeante entre seu emprego confortável e a cobrança por representar as mulheres abusadas – manifestando-se ao vivo contra a atmosfera tóxica da UBA, numa espécie de movimento kamikaze. Unia-se, assim, aos ideais de integridade de sua colega Bradley.A segunda temporada se inicia apresentando os impactos desse escândalo final. Alex literalmente correu para as montanhas, afastando-se da vida pública, e Bradley seguiu apresentando o The Morning Show – trabalho dentro de um jornalismo de amenidades que, como sempre deixa claro, está longe do que sonhou para a sua carreira. Mas logo o jogo começa a virar, e a UBA precisa, mais uma vez, se confrontar com os problemas que permanecem em sua cultura corporativa.<h2>Uma temporada de altos e baixos</h2>Há qualidades e problemas na segunda temporada. As qualidades se concentram, mais uma vez, no texto afiado e ajustado com o seu tempo. Os funcionários da UBA, nessa temporada 2, lidam, por exemplo, com os impactos da COVID-19 no trabalho jornalístico.&nbsp;Há um esforço em mostrar de forma didática como as redações reagiram à doença aos poucos – quando ainda não se sabia a gravidade do novo vírus e se descobria gradativamente a tragédia que o futuro anunciava.&nbsp;Não por acaso, há cenas em The Morning Show que ocorrem na Itália, onde Mitch se encontra depois de praticamente perder todo e qualquer resquício de sua reputação. A Itália, como se sabe, foi um dos primeiros lugares em que os casos de COVID-19 causaram picos de transmissão comunitária e de mortes.<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/01/13/13184231925534.jpg" alt="Na segunda temporada, personagem de Steve Carell está na Itália. (Fonte: Apple TV)">Na segunda temporada, personagem de Steve Carell está na Itália. (Fonte: Apple TV)Outro bom aspecto dessa temporada, aliás, é a forma como aborda o personagem do apresentador cancelado. Em nenhum momento Mitch Kessler é apresentado como vítima, que fique claro, mas ele precisa se confrontar com os seus atos abusivos, enfrentando o dilema de muitos homens: como lidar com as consequências de seus atos do passado, sendo que eles não tenham sido os únicos a praticá-los, já que o machismo desde sempre é um traço expressivo de nossa cultura. O sofrimento de Mitch é real – embora, como já dito, a série não pretenda absolvê-lo. Steve Carell defende o personagem com bastante dignidade.Os pontos negativos da temporada partem, de certa forma, também de sua força. O esforço para trazer temas pulsantes acaba por tornar a série, em certos momentos, meio confusa e esquizofrênica. Isso porque são tantos os assuntos abordados que, no fim, eles ficam encavalados e não conseguem ser desenvolvidos como mereciam.Por exemplo: a temporada discute o tema do etarismo, o preconceito com pessoas mais velhas, e também uma espécie de etarismo reverso, uma desconfiança com pessoas mais jovens (no caso, com a nova CEO da emissora, vivida pela atriz de ascendência coreana Greta Lee); xenofobia (enfrentada mais uma vez pela personagem de Greta Lee e pelo latino Nestor Carbonell, que faz o apresentador da previsão do tempo Yanko Flores) e racismo (debate concentrado nos personagens centrais negros Karen Pittman e Desean Terry). Além disso, há questões sobre homofobia e sobre jornalismo de celebridades que se prenunciam ao longo dos episódios.É tanto assunto misturado que muitos personagens acabam por ficar cansativos e irregulares. Mesmo com altos e baixos, há alguns episódios brilhantes – em especial, destaco o oitavo, em que a redação da UBA precisa tomar decisões rápidas sobre as formas de noticiar um acontecimento inesperado. Dizer mais sobre ele seria dar spoiler.&nbsp;Mesmo com suas irregularidades, The Morning Show&nbsp;segue uma série bastante interessante e importante, até pela sua capacidade de trazer luz sobre assuntos incômodos e cuja consciência talvez ainda não tenha chegado até a cultura brasileira. Que venha logo a terceira temporada.</body>

Apple TV

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The Morning Show: série acerta ao focar em pautas contemporâneas (crítica)

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Imagem de The Witcher: 2ª temporada tem Geralt emotivo e novas histórias (Crítica) no tecmundo

Um mundo inteiro de The Witcher foi apresentado nos novos episódios, com muita emoção, grandes lutas e novos personagens. Confira a crítica completa!

Ap&oacute;s quase dois anos de espera, os f&atilde;s de The Witcher podem comemorar, pois a 2&ordf; temporada da s&eacute;rie acaba de estrear na <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/223554-the-witcher-henry-cavill-ganha-serie-netflix-descubra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Netflix</a>. A produ&ccedil;&atilde;o acompanha a trajet&oacute;ria do bruxo Geralt de R&iacute;via (<a href="https://www.tecmundo.com.br/voxel/228676-henry-cavill-jogou-the-witcher-novamente-hard-durante-pandemia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Henry Cavill</a>), que tem seu caminho cruzado com o da princesa Cirilla (Freya Allan) e o da feiticeira <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/229956-the-witcher-henry-cavill-preferencia-yennefer-triss.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Yennefer</a> (Anya Chalotra). A primeira temporada foi um grande sucesso, atingindo v&aacute;rias vezes o Top 10 da plataforma de streaming.
A primeira temporada terminou com dois grandes acontecimentos: o t&atilde;o esperado encontro entre Geralt e Cirilla e o sacrif&iacute;cio de Yennefer durante a Batalha de Sodden. A segunda temporada n&atilde;o s&oacute; explica muito bem essas pontas soltas como tamb&eacute;m traz novos desafios e novos personagens para integrar esse universo de The Witcher. Tudo isso ao longo de 8 epis&oacute;dios de cerca de uma hora cada.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2021/12/16/16110939232158.jpg" alt="Cirilla e Geralt em The Witcher" />Cirilla e Geralt em The Witcher
<h2>Personagens principais de The Witcher</h2>
Vamos come&ccedil;ar falando dos personagens mais importantes da s&eacute;rie e que deixaram algumas pontas para tr&aacute;s.&nbsp;
<h3>Geralt de R&iacute;via</h3>
O Lobo Branco est&aacute; um pouco diferente do que conhecemos, especialmente agora que ele aceitou que tem uma filha e far&aacute; de tudo para proteg&ecirc;-la. Para isso, ele se aproxima de velhas amizades, o que significa novos personagens para a trama.&nbsp;
Enquanto ele tenta cuidar de Cirilla, ele tamb&eacute;m cria alian&ccedil;as com um personagem que conhecemos bem: Istredd (Royce Pierreson), para entender como est&atilde;o surgindo os <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/229422-the-witcher-2-temporada-monstro-inedito-veja-teaser.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">novos monstros</a>, como Myriapod e Chernobog.&nbsp;
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Reprodu&ccedil;&atilde;o / Netflix&nbsp;" data-fonte-url="https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/12/blogib_the-witcher_feat.jpg?quality=70&amp;strip=info&amp;w=1024"><img src="https://tm.ibxk.com.br/2021/12/16/16111130623166.jpg" alt="Henry Cavill em The Witcher" />Henry Cavill em The Witcher
<h3>Cirilla de Cintra&nbsp;</h3>
Ciri teve um bom amadurecimento nessa temporada, pois agora ele precisa fazer escolhas relevantes para o enredo. Pois o sangue dela muda os caminhos dos bruxos da s&eacute;rie, j&aacute; que literalmente possui rela&ccedil;&atilde;o direta com a transforma&ccedil;&atilde;o do Witcher em mutante. Isso tudo enquanto aprende a viver na sua nova realidade com o bruxo. Ela tamb&eacute;m foi muito <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/229886-the-witcher-2-temporada-ciri-ativa-combatente-diz-atriz.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ativa em combates</a>, aprendendo a lutar e se defender.
<h3>Yennefer&nbsp;</h3>
Enquanto na primeira temporada pudemos acompanhar a origem da personagem e seu final cheio de suspense, nesta temporada <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/230496-the-witcher-netflix-divulga-cena-yennefer-tissaia-assista.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Yennefer</a> teve um pouco menos de destaque. Por&eacute;m, suas a&ccedil;&otilde;es foram muito importantes para a trama, principalmente nos &uacute;ltimos epis&oacute;dios.&nbsp;
Isso, deve-se um pouco por ela ter perdido seus poderes ap&oacute;s a batalha de Sodden, como tamb&eacute;m pela forma que ela tentou resgatar seus aliados.
<h3>Jaskier&nbsp;</h3>
O bardo come&ccedil;ou de uma forma totalmente diferente, fazendo parte da fam&iacute;lia de bruxos, agora chamado de The Sandpiper, tendo um final diferente do que imagin&aacute;vamos.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2021/12/16/16111304295169.jpg" alt="Henry Cavill nos bastidores de The Witcher" />Henry Cavill nos bastidores de The Witcher
<h2>Um mundo inteiro de The Witcher</h2>
Ap&oacute;s sermos apresentados para os personagens principais e seus desafios, na primeira temporada, precisamos de algo a mais e foi expandindo o universo da trama que os roteiristas e produtores conseguiram trazer novas hist&oacute;rias e personagens.&nbsp;
Assim, na 2&ordf; temporada de The Witcher, fomos apresentados &agrave; fam&iacute;lia de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/227758-the-witcher-2-temporada-trama-games-geralt-triss.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Geralt</a>, que conta com o bruxo Vesemir (Kim Bodnia) e o retorno de outros personagens, como Duny (Bart Edwards), agora nomeado de Emhyr.&nbsp;
O estilo de narrativa tamb&eacute;m mudou um pouco. Antes, os epis&oacute;dios eram regados de idas e vindas na linha do tempo. Agora, as hist&oacute;rias ainda possuem as mudan&ccedil;as na linha temporal, mas um pouco menos, j&aacute; que alguns personagens andam juntos, como o bruxo e a princesa. Isso deixa as emo&ccedil;&otilde;es e suspense ainda maiores, principalmente quando sabemos que h&aacute; uma grande guerra para explodir.
<h2>O grande final</h2>
Dessa vez acompanhamos uma s&eacute;rie um pouco <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/227821-the-witcher-geralt-ciri-brigam-novo-teaser-2-temporada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">menos assustadora</a>, por&eacute;m, mantendo sua ess&ecirc;ncia. Contando com muita qualidade nos efeitos especiais, a produ&ccedil;&atilde;o conseguiu criar novos rumos para a hist&oacute;ria sem enrolar, mantendo a emo&ccedil;&atilde;o, as grandes cenas de a&ccedil;&atilde;o e novas possibilidades de acontecimentos, uma vez que o roteiro permite que todos os personagens possam guiar o futuro da hist&oacute;ria.
O final &eacute; surpreendente e emocionante, o que n&atilde;o &eacute; novidade, j&aacute; que sa&iacute;mos de uma primeira temporada com um final emocionante. Agora, a &uacute;nica coisa a se fazer &eacute; aguardar ansiosamente pela <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/225700-the-witcher-renovada-3-temporada-ganha-novos-teasers-veja.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">terceira temporada,</a> que j&aacute; foi confirmada pela <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/230415-series-na-semana-2-temporada-the-witcher-estreia-netflix-veja-agenda.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Netflix</a>.

Reprodução / Netflix

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The Witcher: 2ª temporada tem Geralt emotivo e novas histórias (Crítica)

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Imagem de Sintonia, da Netflix, ousa ao falar sobre a realidade da favela (crítica) no tecmundo

Criada e dirigida por KondZilla, série Sintonia, disponível na Netflix, está entre as mais vistas do streaming no Brasil; veja crítica!

Quando pensamos sobre o atual cen&aacute;rio da TV brasileira, uma coisa &eacute; certa: o jovem est&aacute; cada vez menos contemplado por uma dramaturgia feita especialmente para ele. As emissoras da TV aberta d&atilde;o mais sinais de que os adolescentes n&atilde;o est&atilde;o entre o seu p&uacute;blico-alvo no que diz respeito &agrave; fic&ccedil;&atilde;o. <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/225899-globo-cancela-malhacao-26-anos-internet-sofre-nostalgia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O encerramento de Malha&ccedil;&atilde;o pela Globo</a>, a novela adolescente que j&aacute; estava h&aacute; 26 anos na grade da Globo, ajuda a reiterar esta sensa&ccedil;&atilde;o.
Quer dizer que o jovem n&atilde;o est&aacute; mais interessado em assistir a &ldquo;historinhas&rdquo; sobre pessoas de sua idade? N&atilde;o exatamente. Talvez o que d&ecirc; para especular &eacute; que o adolescente brasileiro possa estar cansado de acompanhar vidas de personagens muito distantes de sua realidade. O sucesso da produ&ccedil;&atilde;o brasileira <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=sintonia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Sintonia</a>, dispon&iacute;vel na <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=netflix" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Netflix</a>, &eacute; uma prova disso.
Sintonia &eacute; uma s&eacute;rie criada e dirigida pelo empres&aacute;rio <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=kondzilla" rel="noopener noreferrer" target="_blank">KondZilla</a>. Este &eacute; o nome art&iacute;stico de Konrad Dantas, um paulista que erigiu um verdadeiro imp&eacute;rio dentro da cultura popular brasileira a partir de um g&ecirc;nero que muita gente (especialmente os mais velhos) olha com preconceito: o funk. Este imp&eacute;rio constru&iacute;do por ele comporta v&aacute;rios empreendimentos &ndash; dentre eles, uma produtora, <a href="https://www.youtube.com/channel/UCffDXn7ycAzwL2LDlbyWOTw" rel="noopener noreferrer" target="_blank">um gigantesco canal no YouTube</a> e a gravadora KondZilla Records.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2021/12/02/02181811100423.jpg" alt="O produtor KondZilla ao lado dos protagonistas de Sintonia." />O produtor KondZilla ao lado dos protagonistas de Sintonia.
Sintonia, portanto, &eacute; o bra&ccedil;o de KondZilla dentro da fic&ccedil;&atilde;o. E a s&eacute;rie faz jus &agrave; proposta de que Konrad Dantas em sua produtora que, como ele disse em entrevista ao jornal Folha de S&atilde;o Paulo, &eacute; <a href="https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2020/12/comecamos-o-movimento-nao-de-ocupar-lugares-mas-de-construi-los-diz-kondzilla.shtml" rel="noopener noreferrer" target="_blank">encarar a favela como um combust&iacute;vel capaz de mover a ind&uacute;stria do entretenimento</a>. Na pr&aacute;tica, isso quer dizer que Sintonia parte do universo do p&uacute;blico de KondZilla (os milhares de adolescentes e jovens espalhados pelo Brasil, imersos num pa&iacute;s afogado pela desigualdade, e que t&ecirc;m o funk entre as poucas chances de ascens&atilde;o social) para contar a hist&oacute;ria de tr&ecirc;s protagonistas &ndash; todos eles muito distantes dos personagens de classe m&eacute;dia presentes na maior parte das temporadas de Malha&ccedil;&atilde;o.
<h2>Protagonistas perif&eacute;ricos</h2>
A s&eacute;rie se passa numa favela em S&atilde;o Paulo, e acompanha a jornada de tr&ecirc;s amigos. Doni (vivido por&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/voxel/185700-free-fire-mano-brown-mc-jottape-lancam-clipe-ze-guaritinha.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">MC Jottap&ecirc;</a>) tem ares de playboy entre os parceiros: ele luta por conquistar um espa&ccedil;o dentro do funk ostenta&ccedil;&atilde;o, enquanto precisa lidar com a concorr&ecirc;ncia com artistas j&aacute; consolidados no pr&oacute;prio meio e com a falta do apoio dos pais, que insistem que ele foque nos estudos. Rita (Bruna Mascarenhas) &eacute; uma menina &oacute;rf&atilde; que, ap&oacute;s colocar sua melhor amiga numa roubada, decide procurar algum acolhimento na igreja evang&eacute;lica que sua m&atilde;e frequentava. O lado mais duro da &ldquo;quebrada&rdquo; se concentra na hist&oacute;ria do terceiro protagonista, Nando (Christian Malheiros). Pai de uma menina pequena, ele acaba vendo no tr&aacute;fico a melhor oportunidade que tem de subir na vida.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2021/12/02/02181702772421.jpg" alt="Na personagem Rita, h&aacute; uma discuss&atilde;o importante sobre a presen&ccedil;a da igreja nas periferias." />Na personagem Rita, h&aacute; uma discuss&atilde;o importante sobre a presen&ccedil;a da igreja nas periferias.
O roteiro de Sintonia &eacute; fundamentado numa est&eacute;tica colorida, pulsante, ainda que crua &ndash; n&atilde;o se pretende &ldquo;enfeitar&rdquo; a pobreza em nenhum aspecto, mas &eacute; ineg&aacute;vel que h&aacute; uma beleza viva no ambiente musical que os amigos habitam. Gravada na favela do Jaguar&eacute;, em S&atilde;o Paulo, a s&eacute;rie tampouco se esfor&ccedil;a em passar mensagens moralistas acerca dos temas abordados. O esfor&ccedil;o parece ser o de muito mais apresentar uma realidade a partir da pr&oacute;pria l&oacute;gica dos jovens perif&eacute;ricos. &Eacute; de se louvar, por exemplo, que a abordagem do universo evang&eacute;lico na s&eacute;rie n&atilde;o seja coberta por uma cr&iacute;tica &oacute;bvia. Embora Rita tenha suas ressalvas em rela&ccedil;&atilde;o ao microcosmos que passa a frequentar (especialmente no que diz respeito &agrave; &ldquo;capitaliza&ccedil;&atilde;o&rdquo; dos fi&eacute;is por igrejas maiores), a narrativa esclarece que o pequeno templo a que ela se agrega tem uma fun&ccedil;&atilde;o important&iacute;ssima naquela comunidade.
<h2>Foco nas rela&ccedil;&otilde;es humanas</h2>
Outro elemento importante de Sintonia &eacute; uma discuss&atilde;o sobre como as rela&ccedil;&otilde;es mantidas entre todos aqueles sujeitos muitas vezes s&atilde;o sobrepujadas pela escassez que cerca suas vidas. Destaco, especialmente, o papel dos pais que tentam (por vezes, de formas tortas) proteger seus filhos no que entendem ser uma realidade cheia de amea&ccedil;as. Os pais de Doni, como j&aacute; disse, n&atilde;o conseguem compreender como optar pelo caminho do funk pode ser melhor que a trilha &ldquo;normal&rdquo; de um dono de mercadinho, que &eacute; o projeto que eles sonham para o filho.
H&aacute; ainda outros n&uacute;cleos com menor espa&ccedil;o em Sintonia, mas igualmente interessantes. Uma das tramas mais marcantes na primeira temporada &eacute; a de Rita com sua melhor amiga Cacau (Danielle Ol&iacute;mpia). Ambas se viram vendendo bugigangas numa esta&ccedil;&atilde;o de metr&ocirc;. Ap&oacute;s causar a pris&atilde;o da amiga, Rita precisa lidar com a ira da m&atilde;e dela, Jussara (vivida por Rosana Maris, em excelente performance), que quer impedir a amizade das duas e a categoriza como m&aacute; companhia. O embate entre as duas se d&aacute; por meio de um &ldquo;duelo&rdquo; de influ&ecirc;ncias &ndash; em certo momento, para amea&ccedil;ar Rita, Jussara disse que tamb&eacute;m tem contato com bandidos.
A ideia da prote&ccedil;&atilde;o tamb&eacute;m se repete na trama de Nando. Ele tem as responsabilidades de um pai de fam&iacute;lia, para a qual evidentemente n&atilde;o est&aacute; preparado, assim como sua jovem esposa. Dentro de uma realidade em que as principais refer&ecirc;ncias de poder s&atilde;o os traficantes, Nando procura uma maneira de suceder na &ldquo;bandidagem&rdquo;, ainda que esteja o tempo todo em busca de alguma &eacute;tica que justifique aquilo que faz &ndash; como, por exemplo, quando precisa tomar decis&otilde;es sobre o que fazer com colegas desonestos.
<h2>Resist&ecirc;ncia pela linguagem</h2>
Destaco ainda a maravilhosa polifonia presente em Sintonia. Muitas cr&iacute;ticas que circulam sobre a s&eacute;rie mencionam o fato de que os atores utilizam uma linguagem que pode parecer &ldquo;cifrada&rdquo; a alguns espectadores. H&aacute; os que digam, inclusive, n&atilde;o entender as suas falas. Penso que o uso desse recurso no roteiro &ndash; que os personagens falem a &ldquo;l&iacute;ngua&rdquo; da favela, com muitas g&iacute;rias, muitas vezes n&atilde;o &ldquo;traduzidas&rdquo; para o p&uacute;blico &ndash; &eacute; um ponto que novamente demarca o objetivo deste projeto de KondZilla. Como ele mesmo explica: &eacute; uma maneira de a favela ocupar lugares que, ao longo dos anos, n&atilde;o foi dela. A linguagem, por isso mesmo, funciona como um recurso de ocupa&ccedil;&atilde;o.
Dispon&iacute;vel na Netflix, Sintonia &eacute; uma &oacute;tima pedida a todos os jovens n&atilde;o representados por Malha&ccedil;&atilde;o &ndash; e para os n&atilde;o t&atilde;o jovens assim.
Maura Martins &eacute; jornalista, professora e editora do portal de jornalismo cultural Escotilha. No TecMundo, &eacute; colunista nos cadernos Minha S&eacute;rie e Cultura Geek.

Netflix

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Sintonia, da Netflix, ousa ao falar sobre a realidade da favela (crítica)

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Imagem de Dexter: New Blood traz o acerto de contas do famoso serial killer (crítica) no tecmundo

Nova minissérie Dexter: New Blood quer fazer justiça à saga de um dos assassinos mais célebres da ficção.

Em 2006, uma s&eacute;rie do canal <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=showtime" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Showtime</a> fez bastante sucesso e conquistou f&atilde;s no mundo inteiro. <a href="https://jovemnerd.com.br/nerdbunker/dexter-new-blood-estreia-primeiras-impressoes/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Dexter</a> partia de uma hist&oacute;ria tr&aacute;gica: um menino, filho de uma m&atilde;e usu&aacute;ria de drogas, assiste ao assassinato dela. &Oacute;rf&atilde;o, acaba sendo adotado pelo policial que o resgatou na cena do crime. Os anos passam e logo um fato pavoroso vem &agrave; tona: esse menino tem uma puls&atilde;o por matar.&nbsp;
Incapaz de sentir emo&ccedil;&otilde;es tidas como normais, como pena e compaix&atilde;o, para ele, matar &eacute; quase como respirar. O pai adotivo, desesperado, encontra apenas uma maneira de manejar o problema do filho. A solu&ccedil;&atilde;o? Desenvolver um c&oacute;digo de honra particular para que ele mate apenas quem &ldquo;merece&rdquo; (ou seja, outras pessoas que cometeram crimes hediondos) e trein&aacute;-lo para que nunca deixe pistas de seus atos.
<iframe width="853" height="480" src="http://www.youtube.com/embed/l9H1uSS_zkk?start=0" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
A premissa de Dexter, portanto, &eacute; bastante interessante, e o personagem se tornou um protagonista muito instigante. Um dos elementos que se destacava na s&eacute;rie &eacute; o fato de que acompanh&aacute;vamos a narrativa a partir da voz interna do assassino, que expunha o tempo todo a l&oacute;gica do seu racioc&iacute;nio, bem como seus dilemas morais. Portanto, era como se n&oacute;s pud&eacute;ssemos &ldquo;incorporar&rdquo; no corpo e na mente de um serial killer&nbsp;e sentir o que ele sente. Tudo isso contextualizado em uma solar e festiva Miami, causando uma certa dicotomia com a alma l&uacute;gubre de Dexter (na s&eacute;rie, ele chama esse seu desejo de matar de &ldquo;Passageiro Sombrio&rdquo;).
A hist&oacute;ria de Dexter (vivido por <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/205606-por-onde-anda-michael-c-hall-dexter-morgan-serie-dexter.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Michael C. Hall</a>, de Six feet under) rendeu 8 temporadas e <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/224635-dexter-revival-ganha-trailer-volta-personagem-original-veja.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">durou at&eacute; 2013</a>. Ocorre, no entanto, que Dexter foi acometido com um problema t&iacute;pico de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/seriados" rel="noopener noreferrer" target="_blank">s&eacute;ries</a> longas: a decad&ecirc;ncia da sua trama, dando a impress&atilde;o que durou mais do que deveria &ndash; ou seja, as &uacute;ltimas temporadas parecem ter estragado uma s&eacute;rie que era muito boa. O <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/228498-dexter-produtor-explica-final-original-serie.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">epis&oacute;dio final beirava o rid&iacute;culo</a> e foi criticado por muitos f&atilde;s.
Dexter,&nbsp;pelo visto, merecia que sua trajet&oacute;ria fosse retomada &agrave; luz da import&acirc;ncia deste personagem na teledramaturgia. E &eacute; por isso que&nbsp;Dexter: New Blood, nova miniss&eacute;rie sobre o famoso <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=serial+killer" rel="noopener noreferrer" target="_blank">serial killer</a>, pretende fazer: trazer justi&ccedil;a &agrave; hist&oacute;ria interrompida de forma abrupta e mal-acabada.&nbsp;
Ao final da &uacute;ltima temporada, Dexter perdeu sua irm&atilde; adotiva Debra (Jeniffer Carpenter, de <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=as+branquelas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">As Branquelas</a>), que sempre foi sua fiel escudeira, assassinada por consequ&ecirc;ncia de seus atos. O confronto, portanto, &eacute; interno, envolvendo a culpa por tudo o que Dexter fez ao longo de sete anos para &ldquo;acomodar&rdquo; o seu Passageiro Sombrio. Dexter ent&atilde;o resolve fugir, abandonando seu filho biol&oacute;gico, Harrison.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2021/11/25/25102231127066.jpg" alt="Em Dexter: New Blood, o assassino &eacute; atormentado pelo fantasma da irm&atilde; morta." />Em Dexter: New Blood, o assassino &eacute; atormentado pelo fantasma da irm&atilde; morta.
Dexter: New Blood&nbsp;se inicia dez anos depois do epis&oacute;dio final. De fato, Dexter resolveu (e conseguiu) mudar de vida. Trocou de nome, de personalidade e trocou a quente Miami pela interiorana Iron Lake, uma cidade fict&iacute;cia coberta de neve. Os elementos apresentados nos primeiros epis&oacute;dios nos mostram que, em uma d&eacute;cada, Dexter teve sucesso na empreitada de diluir-se em uma cidade min&uacute;scula, vivendo uma vidinha simples em que ningu&eacute;m sabe nada sobre o seu passado (vale lembrar que boa parte da trama de Dexter envolve os esfor&ccedil;os do protagonista para se camuflar-se de &ldquo;pessoa normal&rdquo;, algo que ele n&atilde;o &eacute;, e proteger que seu lado assassino seja exposto).
Dexter agora se esconde sob uma fachada &ldquo;lenhador&rdquo; e atende sob a alcunha de Jim Lindsay (ele mora em uma cabana simples de madeira, quase sem m&oacute;veis, e trabalha como vendedor em uma loja de armas). Tem uma namorada policial, com quem faz sexo caliente no carro (quem acompanhou a s&eacute;rie original, lembra que boa parte da vida de Dexter era fingir ter comportamentos e desejos de uma pessoa tida como normal, como o de fazer sexo). Al&eacute;m disso, ele est&aacute; sempre sorridente e parece ser querido por todas as pessoas da cidade.
Mas &eacute; claro que a paz n&atilde;o pode durar muito tempo &ndash; caso isso ocorresse, n&atilde;o ter&iacute;amos hist&oacute;ria. J&aacute; no primeiro epis&oacute;dio, Dexter v&ecirc; o Passageiro Sombrio bater &agrave; porta de sua consci&ecirc;ncia. H&aacute; pessoas m&aacute;s escondidas na pacata Lake City, o que incita o &ldquo;justiceiro&rdquo; adormecido em Dexter a voltar a agir. A novidade desta nova temporada &eacute; que o serial killer&nbsp;tem mais uma voz que o aflige, al&eacute;m da pr&oacute;pria: a irm&atilde; morta, Debra, se tornou o seu &ldquo;grilo falante&rdquo;, e o aconselha o tempo todo (quase sempre aos gritos) a lutar contra os seus instintos.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2021/11/25/25102334221071.jpg" alt="Na nova miniss&eacute;rie, Dexter precisar&aacute; confrontar-se com o destino de seu filho Harrison." />Na nova miniss&eacute;rie, Dexter precisar&aacute; confrontar-se com o destino de seu filho Harrison.
E talvez o principal confronto de todos seja o que j&aacute; se prenuncia ao fim do epis&oacute;dio 1, quando seu filho Harrison (Jack Alcott), agora adolescente, bate &agrave; sua porta. Vale lembrar que o pr&oacute;prio Dexter foi um menino sem pai nem m&atilde;e, acometido pelas piores situa&ccedil;&otilde;es que algu&eacute;m pode enfrentar (talvez a cena mais ic&ocirc;nica de toda a s&eacute;rie seja o beb&ecirc; Dexter banhado no sangue da m&atilde;e morta). Harrison, ele mesmo, foi encontrado pelo pai chorando por cima da m&atilde;e morta &ndash; na mais transl&uacute;cida interpreta&ccedil;&atilde;o do &ldquo;a hist&oacute;ria se repete&rdquo;.
J&aacute; est&aacute; claro, ent&atilde;o, que essa ser&aacute; uma temporada de ajustes finais. Dexter, que abandonou seu filho por amor, para que ele n&atilde;o &ldquo;herdasse&rdquo; o Passageiro Sombrio, ser&aacute; confrontado pelo imponder&aacute;vel: &eacute; poss&iacute;vel fugir do pr&oacute;prio destino? E se Harrison se revelar ele mesmo um assassino, o que caber&aacute; ao pai fazer? Agir como o pr&oacute;prio pai, Harry, e ensinar o c&oacute;digo para que Harrison nunca seja pego por suas matan&ccedil;as? &Eacute; poss&iacute;vel domar a pr&oacute;pria natureza?
S&atilde;o v&aacute;rias as quest&otilde;es que prometem se desdobrar em Dexter: New Blood &ndash; que, ali&aacute;s, &eacute; apresentada como miniss&eacute;rie (o que sugere que n&atilde;o haver&aacute; sequ&ecirc;ncia ap&oacute;s ela). Para os f&atilde;s, os primeiros epis&oacute;dios s&atilde;o promissores de que se finalmente fa&ccedil;a justi&ccedil;a &agrave; trama do serial killer mais querido da fic&ccedil;&atilde;o.&nbsp;
Resta agora acompanhar para saber se essa alta expectativa criada pelo come&ccedil;o da s&eacute;rie se cumprir&aacute; at&eacute; o final. Dexter, afinal, merece.

Showtime

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Dexter: New Blood traz o acerto de contas do famoso serial killer (crítica)

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Imagem de Profecia do Inferno: vale a pena assistir a série da Netflix? (crítica) no tecmundo

Com 6 episódios, Profecia do Inferno estreou em 19 de novembro na Netflix; veja o que esperar da série

Lan&ccedil;ada pela <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/tag/netflix" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Netflix</a> na &uacute;ltima sexta-feira (19), <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/229229-profecia-inferno-conheca-nova-serie-coreana-netflix.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Profecia do Inferno (Jiok, no original)</a> &eacute; uma <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/seriados" rel="noopener noreferrer" target="_blank">s&eacute;rie</a> coreana de terror e suspense que vem conquistando os assinantes do <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/tag/streaming" rel="noopener noreferrer" target="_blank">streaming</a>. Desde sua estreia, a produ&ccedil;&atilde;o figura no famoso Top 10 da plataforma, abordando, de maneira inteligente, diferentes tipos de medos, d&uacute;vidas e receios, contrastados com a influ&ecirc;ncia da religi&atilde;o na vida das pessoas.
Se voc&ecirc; n&atilde;o conhecia a <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/seriados" rel="noopener noreferrer" target="_blank">s&eacute;rie</a> coreana e ficou curioso para saber se vale a pena assistir, fique atento em todos os detalhes que abordaremos na <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/tag/reviews" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cr&iacute;tica</a> de Profecia do Inferno.
<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/79WjcOFj3IY" title="YouTube video player" allowfullscreen="allowfullscreen" frameborder="0"></iframe>
<h2>Profecia do Inferno: narrativa &eacute; estruturada de forma inovadora na Netflix</h2>
A mente inventiva de Yeon Sang-ho, criador da <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/seriados" rel="noopener noreferrer" target="_blank">s&eacute;rie</a>, abordou um questionamento bastante v&aacute;lido aos espectadores. E se, da noite para o dia, criaturas sobrenaturais surgissem para dizer exatamente qual o dia e hor&aacute;rio de sua morte; como voc&ecirc; reagiria? Al&eacute;m disso, como seria se essas mesmas criaturas enviassem sua alma diretamente para as profundezas do inferno?
Partindo dessa premissa, os epis&oacute;dios de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/229249-profecia-inferno-diretor-conta-criou-demonios-serie.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Profecia do Inferno</a> se concentram, em um primeiro momento, na ambienta&ccedil;&atilde;o desse universo m&iacute;tico, no qual corpos podem ser carbonizados at&eacute; que a senten&ccedil;a final do indiv&iacute;duo seja concretizada. Nesses casos, h&aacute; muita viol&ecirc;ncia envolvida, gritos de desespero e muito choque para todos aqueles que n&atilde;o esperavam por qualquer tipo de interven&ccedil;&atilde;o sobrenatural no mundo real.
Dividindo a narrativa em duas partes, os tr&ecirc;s primeiros epis&oacute;dios abordam a saga de Jeong Jin-soo (Yoo Ah-in), enquanto os tr&ecirc;s &uacute;ltimos concentram-se em Bae Young-jae (Jeong Min Park). Ambas as tramas s&atilde;o bastante potentes em termos dram&aacute;ticos e mostram, com detalhes, todas as consequ&ecirc;ncias dos eventuais &ldquo;ataques&rdquo; que ocorrem por diversas regi&otilde;es do pa&iacute;s.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2021/11/23/23155631582484.jpg" alt="(Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Fonte: Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Al&eacute;m dos monstros horr&iacute;veis, que est&atilde;o presentes em quase todos os momentos das hist&oacute;rias como s&iacute;mbolos da moralidade, h&aacute; tr&ecirc;s personagens que tratam de conectar tudo o que &eacute; necess&aacute;rio. Com essa estrutura, de certa forma, inovadora, os roteiristas apresentam situa&ccedil;&otilde;es desafiadoras para os personagens, que precisam ainda lidar com a ascens&atilde;o da Sociedade da Nova Verdade, uma seita que acredita profundamente nas criaturas sobrenaturais.&nbsp;
Dentro desse contexto, os epis&oacute;dios, que t&ecirc;m entre 48 e 62 minutos de dura&ccedil;&atilde;o, fazem duras cr&iacute;ticas a aspectos gerais de doutrina&ccedil;&otilde;es religiosas, principalmente quando toca em pontos ligados &agrave; aliena&ccedil;&atilde;o e devo&ccedil;&atilde;o a l&iacute;deres.&nbsp;
A <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/seriados" rel="noopener noreferrer" target="_blank">s&eacute;rie</a> exp&otilde;e, de maneira concisa, como determinadas institui&ccedil;&otilde;es se articulam longe dos holofotes, refor&ccedil;ando a pauta da moralidade sobre a hipocrisia, algo que n&atilde;o est&aacute; t&atilde;o longe da realidade, principalmente quando not&iacute;cias sobre os bastidores de in&uacute;meras igrejas v&ecirc;m &agrave; tona.
Por esse motivo,&nbsp;Profecia do Inferno &eacute; bastante interessante no quesito aleg&oacute;rico e cr&iacute;tico, afinal, as criaturas sobrenaturais tamb&eacute;m surgem na narrativa para refor&ccedil;ar determinadas hip&oacute;teses. E a constru&ccedil;&atilde;o dram&aacute;tica das cenas funciona como um ponto forte, sempre a servi&ccedil;o da hist&oacute;ria, impactando diretamente a audi&ecirc;ncia, que, certamente, se envolver&aacute; com o ritmo a cada novo epis&oacute;dio.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2021/11/23/23161756616510.jpg" alt="(Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)" />(Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
Diante de ang&uacute;stias t&atilde;o palp&aacute;veis, os personagens s&atilde;o bastante reais em todos os termos, algo que &eacute; refor&ccedil;ado pelas atua&ccedil;&otilde;es de seu n&uacute;cleo central. O <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/tag/elenco" rel="noopener noreferrer" target="_blank">elenco</a>, afiad&iacute;ssimo, consegue se entregar de fato ao que est&aacute; sendo narrado e evidenciar, com maior precis&atilde;o, tudo aquilo que os roteiristas queriam contar desde o in&iacute;cio.&nbsp;
Nesse sentido, at&eacute; mesmo a eventual confus&atilde;o que a estrutura da <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/seriados" rel="noopener noreferrer" target="_blank">s&eacute;rie</a> pode causar em um primeiro momento fica em segundo plano, pois h&aacute; outras qualidades a serem observadas.&nbsp;
Portanto, se voc&ecirc; &eacute; f&atilde; de s&eacute;ries coreanas e de boas hist&oacute;rias de terror, n&atilde;o deixe de maratonar Profecia do Inferno na <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/tag/netflix" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Netflix</a> e aproveitar o que a 1&ordf; temporada tem a oferecer aos espectadores.

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Profecia do Inferno: vale a pena assistir a série da Netflix? (crítica)

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Imagem de Maid: série acerta ao abordar as diferentes faces da violência (crítica) no tecmundo

Série Maid, da Netflix, conta a história de uma mãe solteira que enfrenta um calvário para dar uma vida melhor para a filha

O que configura um relacionamento como abusivo? Ora, como sabe todo mundo que j&aacute; viveu um, relacionamentos s&atilde;o sempre complexos: &eacute; dif&iacute;cil, para quem est&aacute; dentro deles, saber o que est&aacute; de fato acontecendo. Ent&atilde;o como &eacute; poss&iacute;vel categorizar quais relacionamentos ultrapassaram a medida do que &eacute; saud&aacute;vel e se tornaram prejudiciais aos sujeitos que est&atilde;o neles?
A s&eacute;rie <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=maid" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Maid</a>, sucesso da <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=netflix" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Netflix</a>, parte dessa premissa inicial: durante uma madrugada, Alex (vivida pela excelente Margaret Qualley) foge de casa com a filha de 2 anos. Ela escapa do relacionamento que vive com o namorado, pai da crian&ccedil;a, que &eacute; alco&oacute;latra e est&aacute; se tornando a cada dia mais agressivo. Mas, para conseguir se separar, Alex se d&aacute; conta que n&atilde;o tem nada a seu favor: trabalho, pais acolhedores, amigas em quem se apoiar. Acaba indo parar em um servi&ccedil;o de assist&ecirc;ncia social destinado a mulheres v&iacute;timas de viol&ecirc;ncia.
<iframe width="853" height="480" src="http://www.youtube.com/embed/M4nrGje_pyc?start=0" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Ao ser indagada pela assistente social, Alex &eacute; categ&oacute;rica: ela n&atilde;o sofre viol&ecirc;ncia, por isso, n&atilde;o pode denunciar o namorado &ndash; o que possibilitaria que se candidatasse a certos programas de apoio do governo. Maid come&ccedil;a, ent&atilde;o, com esse baque inicial, que &eacute; a dificuldade que muitas mulheres (e homens tamb&eacute;m) t&ecirc;m de reconhecer as diversas faces da viol&ecirc;ncia. Afinal, segundo cr&ecirc; Alex, ela n&atilde;o apanhou &ndash; o namorado &ldquo;apenas&rdquo; bebeu, foi grosso e quebrou um copo na parede.
Frente a essa constata&ccedil;&atilde;o, Alex precisa enfrentar um verdadeiro calv&aacute;rio em busca de sua salva&ccedil;&atilde;o e de sua filha Maddie. Tudo parece conspirar contra ela. Sem forma&ccedil;&atilde;o, n&atilde;o consegue empregos que paguem bem e forne&ccedil;am sustento para as duas. Seu pai &eacute; afastado e sua m&atilde;e, Paula (papel de Andie McDowell, estrela das com&eacute;dias rom&acirc;nticas nos anos 90 e m&atilde;e, na vida real, de Margaret Qualley), &eacute; bipolar. O que lhe resta &eacute; tentar uma moradia gratuita para v&iacute;timas de viol&ecirc;ncia. Para ter direito a esse local, come&ccedil;a a trabalhar como diarista em uma empresa chamada Value Maids, que apoia mulheres nesta situa&ccedil;&atilde;o.
A hist&oacute;ria contada em Maid &eacute; a de uma esp&eacute;cie de via crucis de uma mulher que sofre e busca, com todas as for&ccedil;as que lhe resta, sobreviver sem voltar atr&aacute;s (o que seria, nesse caso, reatar com o namorado inst&aacute;vel, que &eacute; o mais pr&oacute;ximo de um porto seguro que ela tem). Mas a grande riqueza de Maid &eacute; que a <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=s%C3%A9rie" rel="noopener noreferrer" target="_blank">s&eacute;rie</a> &eacute; muito mais do que isso. &Eacute; um tratado complexo sobre as din&acirc;micas dos relacionamentos abusivos, sobre a capacidade de resili&ecirc;ncia que vive em n&oacute;s e, por que n&atilde;o, da for&ccedil;a incalcul&aacute;vel do amor de uma m&atilde;e por uma filha.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2021/11/11/11102229094095.jpg" alt="Estrelas de Maid, Andie McDowell e Margaret Qualley s&atilde;o m&atilde;e e filha na vida real." />Estrelas de Maid, Andie McDowell e Margaret Qualley s&atilde;o m&atilde;e e filha na vida real.
Quando menciono que Maid funciona como um tratado, abordo aqui que as nuances trazidas na s&eacute;rie s&atilde;o bem mais complexas do que boa parte dos relatos que temos sobre rela&ccedil;&otilde;es t&oacute;xicas &ndash; seja na fic&ccedil;&atilde;o, seja no jornalismo. Com isso, aponto a um dos trunfos do roteiro de Maid: todos os personagens que cercam Alex (e que, por isso, s&atilde;o tamb&eacute;m respons&aacute;veis pelos sufocos que ela enfrenta) s&atilde;o tridimensionais e n&atilde;o podem ser reduzidos a estere&oacute;tipos.
Por exemplo: o namorado abusivo, Sean (Nick Robinson, da s&eacute;rie <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=love+victor" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Love, Victor</a>) &eacute; um jovem bartender metidinho a gal&atilde; que bebe al&eacute;m da conta. Ele e Alex se apaixonaram e foram criar uma vida juntos, um tanto prec&aacute;ria, mas doce. Aos poucos, Sean come&ccedil;a a culp&aacute;-la sobre seus pr&oacute;prios fracassos &ndash; chega, por exemplo, a dizer que ela estragou sua vida quando engravidou. O personagem &eacute;, em tantos aspectos, detest&aacute;vel. No entanto, ficamos tamb&eacute;m sabendo que seus comportamentos nocivos n&atilde;o surgem do nada, pois ele mesmo &eacute; v&iacute;tima de pais abusivos. Por isso mesmo, mudar vai al&eacute;m de uma mera decis&atilde;o, pois h&aacute; mais for&ccedil;as agindo sobre ele do que seu consciente consegue identificar.
Outros personagens s&atilde;o igualmente complexos. Paula, a m&atilde;e de Alex (que a define, em certo epis&oacute;dio, como &ldquo;meu problema para sempre&rdquo;) &eacute; uma mulher dif&iacute;cil. Sua instabilidade, oscilando entre o afeto e a agressividade, revela o sofrimento causado por uma doen&ccedil;a mental, o transtorno bipolar. Por isso, &eacute; injusto classific&aacute;-la simplesmente como t&oacute;xica (numa sutileza importante do roteiro, em certos momentos em que Alex passa perrengues com a m&atilde;e, &eacute; justamente Sean, o namorado abusivo, que ir&aacute; acudi-la e apoi&aacute;-la).
H&aacute; ainda espa&ccedil;o para muitos outros personagens, mas gostaria de destacar um n&atilde;o t&atilde;o importante, mas cuja presen&ccedil;a simb&oacute;lica &eacute; fundamental em Maid. Em determinado epis&oacute;dio, Alex acha for&ccedil;as para reagir a partir de uma amiga que conhece em um abrigo. &Eacute; por meio de um discurso empoderado de Danielle (Aimee Carrero), que &eacute; uma m&atilde;e que sobreviveu &agrave; viol&ecirc;ncia f&iacute;sica do companheiro, que Alex consegue literalmente sair do ch&atilde;o e buscar impulso para lutar pela guarda da filha. Por&eacute;m, o destino de Danielle serve para nos fazer dar conta que as tramas do abuso e da viol&ecirc;ncia s&atilde;o mais emaranhadas do que faz crer o senso comum. &nbsp;
A essa altura, voc&ecirc; pode estar pensando que Maid &eacute; pura hist&oacute;ria de sofrimento. E aqui aparece mais uma qualidade desta bela s&eacute;rie: ela nos mostra que, no meio de tanta dor, h&aacute; tamb&eacute;m poesia. Como uma flor que nasce no asfalto, Alex tamb&eacute;m vivencia a beleza. E ela se encontra, sobretudo, na trama tangencial do seu trabalho como faxineira. &Eacute; a partir desse of&iacute;cio, considerado menor por tanta gente, que Alex tem a oportunidade de entrar na casa de estranhos e ver que h&aacute; vida pulsando, nascendo e morrendo, em todos os lugares.
Ela passa, ent&atilde;o, a documentar o que v&ecirc; em um di&aacute;rio. Torna-se testemunha de amores e dores &ndash; &nbsp;casais que se separam estando juntos, mulheres poderosas que n&atilde;o sabem como lidar com a perda de filhos, m&atilde;es abusivas que trancam e acorrentam seus filhos, idosos que cuidam uns dos outros &agrave; beira da morte. &Eacute; a partir dessa experi&ecirc;ncia inesperada que Alex, aos poucos, encontra sentido na sua pr&oacute;pria exist&ecirc;ncia.
O sucesso que Maid tem feito no mundo todo n&atilde;o &eacute; por acaso. &Eacute; uma s&eacute;rie que vai crescendo dentro do espectador, e que permanece com ele quando se encerra. E isso tudo &eacute; feito de uma forma muito rica: sem discursos de autoajuda, sem tentar resolver em definitivo a trama de Alex, sem trabalhar no &acirc;mbito das respostas f&aacute;ceis. Bela e feia, tal qual a vida que acontece todos os dias fora das telas.

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Maid: série acerta ao abordar as diferentes faces da violência (crítica)

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Imagem de Succession: por que a série da HBO é tão boa? (crítica) no tecmundo

Succession, série da HBO sobre a vida de uma família milionária, chega à terceira temporada e segue irresistível; veja crítica!

Se voc&ecirc; n&atilde;o habita em Marte, dificilmente escapou de acompanhar o buzz em torno de uma s&eacute;rie dram&aacute;tica chamada <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=succession" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Succession</a>, da <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=hbo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">HBO</a> e HBO Max. Aparentemente, muita gente ao redor do planeta est&aacute; mergulhada na hist&oacute;ria da fam&iacute;lia Roy, e celebrou o fato de que a s&eacute;rie, que est&aacute; iniciando sua terceira temporada, <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/227586-succession-hbo-anuncia-renovacao-4-temporada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">j&aacute; foi renovada para uma quarta</a>. Por isso, proponho aqui tentar esmiu&ccedil;ar os meandros desse fen&ocirc;meno: afinal, por que gostamos tanto de Succession, apesar de ser uma trama absolutamente inc&ocirc;moda e repleta de personagens desagrad&aacute;veis?
&Eacute; claro que h&aacute; v&aacute;rias camadas para essa resposta, o que j&aacute; nos traz pistas em torno de todo esse sucesso. A <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=s%C3%A9rie" rel="noopener noreferrer" target="_blank">s&eacute;rie</a> da HBO, quando olhada em sua superf&iacute;cie, parece f&aacute;cil de ser explicada: &eacute; uma saga familiar em que pessoas ridiculamente ricas (os Roy, donos do quinto maior conglomerado de m&iacute;dia do mundo, a Waystar Royco) tentam lidar uns com os outros. O mote que impulsiona a trama, como o pr&oacute;prio nome da s&eacute;rie sugere, &eacute; a sucess&atilde;o do imp&eacute;rio &ndash; Logan Roy, o patriarca, completa 80 anos no primeiro epis&oacute;dio, e paira no ar a tens&atilde;o sobre qual dos filhos ir&aacute; substitui-lo na presid&ecirc;ncia da empresa.
Talvez voc&ecirc; esteja pensando: dramas familiares permeados de &oacute;dio, inveja e afeto s&atilde;o recorrentes na fic&ccedil;&atilde;o. Ent&atilde;o, o que h&aacute; de t&atilde;o fascinante nos Roy? A chave para entender isso est&aacute; na qualidade do roteiro e, claro, na constru&ccedil;&atilde;o dos personagens. Todos eles, ali&aacute;s, s&atilde;o absolutamente intrag&aacute;veis. O pai, Logan, &eacute; um sujeito autorit&aacute;rio e pouqu&iacute;ssimo simp&aacute;tico, acostumado a resolver todos os problemas com dinheiro, e claramente v&ecirc; os filhos mais como funcion&aacute;rios incompetentes do que como sua prole. Os quatro herdeiros tiram proveito da vida milion&aacute;ria de formas diferentes: seja rebaixando os que est&atilde;o em sua volta, seja &ldquo;comprando&rdquo; o amor dos outros, seja agindo como se nada disso importasse. Os demais personagens que gravitam em torno dessa fam&iacute;lia s&atilde;o interesseiros que escondem aquilo que pensam em nome de poss&iacute;veis vantagens (ou seja: grana e poder).
Em suma, &eacute; praticamente imposs&iacute;vel simpatizar com algu&eacute;m na s&eacute;rie. Ent&atilde;o por que n&oacute;s, os espectadores, estamos t&atilde;o obcecados por Succession? Como j&aacute; sugeri acima, a s&eacute;rie, do showrunner Jesse Armstrong, tem como grande diferencial a constru&ccedil;&atilde;o de um texto multifacetado, em que v&aacute;rias leituras s&atilde;o poss&iacute;veis. &Eacute; dif&iacute;cil encerrar um epis&oacute;dio sem ficar depois analisando as a&ccedil;&otilde;es e as inten&ccedil;&otilde;es dos personagens, e captando pistas sutis sobre o que pode estar acontecendo dentro de cada um deles. De modo muito inteligente, em Succession, nada &eacute; posto ao espectador de forma f&aacute;cil. A grande pergunta da s&eacute;rie, que engloba todas as demais d&uacute;vidas, talvez possa ser assim definida: se todo mundo naquele grupo &eacute; profundamente infeliz, cada qual &agrave; sua maneira, por que ent&atilde;o n&atilde;o se afastam deste nocivo n&uacute;cleo familiar?
E &eacute; a partir disso que Succession vai revelando a sua grande qualidade: as quest&otilde;es familiares, como cada um de n&oacute;s pode testemunhar, s&atilde;o sempre muito mais profundas do que as palavras conseguem expressar. Dito de outra forma, as rela&ccedil;&otilde;es familiares, como pode explicar qualquer psic&oacute;logo, s&atilde;o o cerne do que estrutura o nosso &acirc;mago, e por isso simplesmente cort&aacute;-las nunca &eacute; uma op&ccedil;&atilde;o (ou pelo menos, uma op&ccedil;&atilde;o f&aacute;cil e desprovida de sofrimento). A vida dos Roy, portanto, tem muito a ver com a nossa pr&oacute;pria vida, e por isso todos os rolos desses parentes s&atilde;o quase hipnotizantes &ndash; &eacute; imposs&iacute;vel virar o rosto, tal como um acidente horr&iacute;vel que voc&ecirc; n&atilde;o consegue n&atilde;o olhar.
Vejamos como isso se desdobra na s&eacute;rie. N&atilde;o h&aacute; d&uacute;vida de que o protagonista da s&eacute;rie &eacute; Kendall (vivido por Jeremy Strong, vencedor do Emmy pelo papel), o segundo dos quatro filhos de Logan Roy (Brian Cox). Como vemos no primeiro epis&oacute;dio da primeira temporada, ele &eacute; visto como um sucessor natural ao pai &ndash; o filho mais velho, Connor (vivido por Alan Ruck, famoso pelo papel de melhor amigo de Ferris Bueller em Curtindo a Vida Adoidado), &eacute; claramente fora da realidade. Os demais irm&atilde;os s&atilde;o Roman (Kieran Kulkin), um tresloucado que personifica o estere&oacute;tipo do milion&aacute;rio fanfarr&atilde;o) e Siobhan, ou simplesmente Shiv (Sarah Snook), a &uacute;nica mulher &ndash; e que, de certa forma, &eacute; a menina dos olhos de Logan, mas preterida frente aos irm&atilde;os no que tange sua presen&ccedil;a nos neg&oacute;cios da fam&iacute;lia.
Ao longo das tr&ecirc;s temporadas, in&uacute;meras situa&ccedil;&otilde;es v&atilde;o transcorrendo e complicando essas hist&oacute;rias, e logo vamos descobrindo que as dores que os Roy escondem sob sua fachada de fam&iacute;lia bem-sucedida s&atilde;o infinitas. As camadas dessas rela&ccedil;&otilde;es aparecem nas especificidades do trato do pai com cada um dos filhos e dos irm&atilde;os entre si. O que se nota &eacute; que h&aacute; um roteiro constru&iacute;do por um sujeito (ou sujeitos) que conhece a teoria psicanal&iacute;tica e joga pistas disso ao longo do texto. No fim das contas, a trama central aqui &eacute; a ideia de um pai superpoderoso que massacra os filhos (metaf&oacute;rica e literalmente), ao mesmo tempo que sabe que precisa ser sucedido por um deles, que ir&aacute; mat&aacute;-lo (metaf&oacute;rica e &ndash; talvez &ndash; literalmente).
N&atilde;o por acaso, s&atilde;o recorrentes as refer&ecirc;ncias &agrave; hist&oacute;ria de &Eacute;dipo Rei, de S&oacute;focles, que &eacute; uma pe&ccedil;a central no conceito de Complexo de &Eacute;dipo criado por Freud. Na narrativa cl&aacute;ssica, &Eacute;dipo &eacute; um jovem amaldi&ccedil;oado pelos deuses: quando crescesse, ele mataria seu pai e casaria com a m&atilde;e. Seu pai, sabendo da maldi&ccedil;&atilde;o, abandona o filho ainda beb&ecirc;, mas ele sobrevive, e um dia, numa viagem, entra em uma briga com um andarilho e acaba matando-o. Era o seu pai. Mais tarde, ao chegar na cidade, acaba se casando com uma mulher, Jocasta, que n&atilde;o sabia ser a sua m&atilde;e. A hist&oacute;ria termina em trag&eacute;dia: Jocasta se mata e &Eacute;dipo fura os pr&oacute;prios olhos.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2021/11/04/04145223123342.jpg" alt="A trama familiar entre pai e filhos em 'Succession' &eacute; repleta de amor e m&aacute;goa." />A trama familiar entre pai e filhos em 'Succession' &eacute; repleta de amor e m&aacute;goa.
Essa narrativa, uma das mais conhecidas da humanidade, &eacute; uma met&aacute;fora usada por Freud para explicar o desenvolvimento de uma crian&ccedil;a. Em Succession, tais sentidos se refletem claramente nas rela&ccedil;&otilde;es dos filhos com o pai, Logan: Kendall quer &ldquo;mat&aacute;-lo&rdquo; (em v&aacute;rios momentos da s&eacute;rie, Kendall tenta trair o pai, ou seja, destron&aacute;-lo da Waystar Royco). Connor, o primog&ecirc;nito, &eacute; um ponto fora da curva, e est&aacute; perdido em seus devaneios (seu &ldquo;sonho&rdquo; &eacute; ser presidente dos Estados Unidos).
J&aacute; Roman, o rejeitado, quer a valida&ccedil;&atilde;o do pai, embora se esforce em mostrar que n&atilde;o se importa. Seus problemas, no entanto, se expressam na sua vida sexual: ele fala de sexo o tempo todo, mas n&atilde;o consegue se relacionar com suas parceiras. O &uacute;nico &ldquo;contato&rdquo; afetivo/ sexual que parece conseguir estabelecer &eacute; com Gerri (J. Smith-Cameron), uma executiva da empresa, j&aacute; idosa, que, em certos momentos, xinga Roman para que ele se masturbe, numa clara met&aacute;fora &agrave; rela&ccedil;&atilde;o de Roman com a pr&oacute;pria m&atilde;e (quase invis&iacute;vel na trama) e com o poder onipotente do pai. N&atilde;o por acaso, Roman faz piadas de que vai furar os pr&oacute;prios olhos &ndash; refer&ecirc;ncia a&nbsp;&Eacute;dipo Rei, claro.
Por fim, temos a linda Shiv, a filha dos olhos do pai, com quem tamb&eacute;m tem uma rela&ccedil;&atilde;o de amor e &oacute;dio. Logan, ali&aacute;s, protege-a na mesma medida que a trai, manipulando-a aos seus interesses. Shiv, junto a Roman, talvez seja a filha mais prejudicada pelo pai. Algo que vemos tamb&eacute;m em sua rela&ccedil;&atilde;o com seu noivo/ marido Tom (o &oacute;timo Matthew MacFayden, um dos poucos al&iacute;vios c&ocirc;micos da s&eacute;rie), para quem ela destina seus sentimentos mais sombrios. Basicamente, Shiv est&aacute; com ele por v&ecirc;-lo como um homem fraco, que pode ser esmagado - ou seja, o oposto de seu pai.
E h&aacute; muito mais nas entrelinhas de Succession. &Eacute; poss&iacute;vel enxergar di&aacute;logos com par&aacute;bolas <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=b%C3%ADblia" rel="noopener noreferrer" target="_blank">b&iacute;blicas</a> (como a do filho pr&oacute;digo, no vai-e-vem sentimental entre Logan e Kendall), no sacrif&iacute;cio de Abra&atilde;o do filho Isaac (quando Logan precisa escolher quem ir&aacute; &ldquo;sacrificar&rdquo; entregando ao FBI &ndash; seria ele capaz de &ldquo;matar&rdquo; o pr&oacute;prio filho caso &ldquo;deus&rdquo; n&atilde;o interfira?), a hist&oacute;ria de Jo&atilde;o e o p&eacute; de feij&atilde;o, entre outras. E isso tudo &eacute; apenas a ponta do iceberg.&nbsp;
Succession &eacute; um dramalh&atilde;o impec&aacute;vel e uma das melhores coisas que a TV americana produziu nos &uacute;ltimos anos. A s&eacute;rie est&aacute; dispon&iacute;vel em sua totalidade no HBO Max.

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Succession: por que a série da HBO é tão boa? (crítica)

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Imagem de Mare of Easttown: série da HBO destaca talento de Kate Winslet (crítica) no tecmundo

Minissérie Mare of Easttown renova o gênero policial com estudo de personagem sobre uma policial amargurada

Poucos g&ecirc;neros s&atilde;o t&atilde;o deliciosos de se assistir quanto o policial. As hist&oacute;rias de investiga&ccedil;&atilde;o, baseadas na coleta de pistas e nas descobertas que se revelam aos poucos, costumam ser envolventes porque abrem espa&ccedil;o para que o leitor (ou espectador, no caso de filmes e s&eacute;ries) participe da trama. De alguma forma, ele &eacute; convidado a brincar de detetive e chegar at&eacute; a resposta (o famoso whodunnit, ou &ldquo;quem matou&rdquo;?) antes que ela seja apresentada pela narrativa.
Ocorre tamb&eacute;m que o policial &eacute; um dos g&ecirc;neros mais antigos que conhecemos &ndash; e, por consequ&ecirc;ncia, um dos mais explorados. Autores cl&aacute;ssicos como Agatha Christie, Arthur Conan Doyle, Raymond Chandler, dentre tantos outros, nos alimentaram com obras e hist&oacute;rias que nos acostumaram a jogar este tipo de jogo. Por isso, toda vez que algu&eacute;m adentra nesse terreno, h&aacute; um desafio: como fazer algo novo em cima de um g&ecirc;nero j&aacute; explorado tantas e tantas vezes?
<iframe width="853" height="480" src="http://www.youtube.com/embed/LTtjZnAntac?start=0" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
A aclamada miniss&eacute;rie Mare of Easttown, do <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=hbo" rel="noopener noreferrer" target="_blank">HBO Max</a>, encontra sua qualidade justamente nesse ponto: &eacute; uma s&eacute;rie policial, mas o crime em si n&atilde;o &eacute; a coisa mais importante aqui. Ele talvez seja apenas o mote para tra&ccedil;ar um estudo de personagem em torno da instigante Mare Sheehan, personagem vivida de forma magistral por <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=kate+winslet" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Kate Winslet</a>, vencedora do <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=emmy" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Emmy</a> por esse papel.
A trama de Mare of Easttown&nbsp;tem algo de banal. Numa cidadezinha, dessas em que todo mundo se conhece, no estado da Pensilvania, nos Estados Unidos, uma policial precisa investigar a morte de uma jovem m&atilde;e solteira, que &eacute; encontrada numa floresta, seminua, aparentemente morta por estrangulamento. Erin (Cailee Spaney), a mo&ccedil;a assassinada, que segue aparecendo em flashback, &eacute; mais uma moradora corriqueira de uma cidade de pessoas corriqueiras, e teve uma vida digna de pena. Sua morte parece nada importante para muita gente, mas Mare tem um senso de obriga&ccedil;&atilde;o com todos na cidade. As pistas sobre seu assassinato s&atilde;o muitas: a mo&ccedil;a tinha um pai violento, mantinha um namorado secreto na internet, e sofria bullying da atual namorada do pai do seu filho. H&aacute; suspeitos por toda parte, e ningu&eacute;m parece disposto em revelar alguma coisa.
Como comentei no in&iacute;cio do texto, o policial &eacute; um g&ecirc;nero constantemente revisitado &ndash; por isso mesmo, d&aacute; para notar v&aacute;rias &ldquo;homenagens&rdquo; na hist&oacute;ria contada em Mare of Easttown. O clima l&uacute;gubre da cidade, com um ar pesado pelos segredos escondidos dentro das casas, lembra um pouco <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=Twin+Peaks%2C" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Twin Peaks</a>, miniss&eacute;rie ic&ocirc;nica dirigida por <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=david+lynch" rel="noopener noreferrer" target="_blank">David Lynch</a>. O ar &ldquo;caipiresco&rdquo;, colocando o interior como um local perigoso e sempre tenso, remete um pouco &agrave; hist&oacute;ria contada em <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=ozark" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ozark</a>, da <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=netflix" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Netflix</a>, em que uma fam&iacute;lia tem que lidar com as d&iacute;vidas com um cartel de drogas.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2021/10/22/22140817192409.jpg" alt="Em Mare of Easttown, Kate Winslet contracena com Evan Peters, tamb&eacute;m indicado ao Emmy." />Em Mare of Easttown, Kate Winslet contracena com Evan Peters, tamb&eacute;m indicado ao Emmy.
Ao longo dos sete epis&oacute;dios de&nbsp;Mare Of Easttown, a trama se desenrola para outros caminhos que v&atilde;o tornando o suspense cada vez mais interessante. H&aacute; outro crime n&atilde;o resolvido na cidade, que &eacute; o desaparecimento de outra mo&ccedil;a, sem que seu corpo nunca seja encontrado. A m&atilde;e desta mo&ccedil;a &eacute; uma amiga da detetive Mare na juventude, e segue cobrando a pol&iacute;cia por respostas e a acusando de neglig&ecirc;ncia no caso da filha. Ou seja, as complexas tramas parentais e de amizade entre os moradores desta min&uacute;scula cidade s&atilde;o, na verdade, a t&ocirc;nica da tens&atilde;o que se desenrola a cada cap&iacute;tulo.
Mas como o t&iacute;tulo desta coluna explicita, Mare Sheehan &eacute; a alma dessa miniss&eacute;rie. &Eacute; quase como se todos os mist&eacute;rios operassem como uma &ldquo;desculpa&rdquo; para poder construir essa personagem fascinante, t&atilde;o aborrecida quanto tr&aacute;gica. Mare parece carregar o mundo nas costas: &eacute; uma esp&eacute;cie de hero&iacute;na na cidade, tanto por seu passado (quando foi uma estrela do time de basquete) quanto por sua atua&ccedil;&atilde;o no presente, no papel de protetora geral, por meio de sua fun&ccedil;&atilde;o na pol&iacute;cia. Todos parecem depender dela &ndash; que, por sua vez, n&atilde;o se mostra disposta a depender de ningu&eacute;m.
Mare, de fato, &eacute; uma personagem endurecida, que aos poucos vai revelando o seu pr&oacute;prio inferno particular. Separada, mora no mesmo quintal que seu ex-marido, a quem v&ecirc; todos os dias numa rela&ccedil;&atilde;o cada vez mais pr&oacute;xima com a namorada, prestes a se tornar esposa. Profundamente humana, a policial quase nunca consegue ser uma pessoa agrad&aacute;vel &ndash; ao mesmo tempo em que est&aacute; atrelada sem folga &agrave;s suas obriga&ccedil;&otilde;es com os outros, como um pilar (nesse sentido, h&aacute; coincid&ecirc;ncia com outra personagem de miniss&eacute;rie recente: Mare lembra um tanto a protagonista de Olive Kitteridge, tamb&eacute;m da HBO, que amarga uma depress&atilde;o enquanto sustenta as necessidades de sua fam&iacute;lia).
Aos poucos, descobrimos que parte da ang&uacute;stia pujante em Mare Sheehan se deve a uma trag&eacute;dia: seu filho, com quem tinha uma p&eacute;ssima rela&ccedil;&atilde;o, se suicidou h&aacute; pouco tempo. H&aacute; muito a ser resolvido (e h&aacute; como?) nesta m&atilde;e tomada pela culpa e pela raiva, e cujos sentimentos enterrados acabam por impactar quase todos em sua volta.
O trabalho de Kate Winslet &eacute; primoroso, e a confirma como uma das grandes atrizes de sua gera&ccedil;&atilde;o. Kate, como j&aacute; &eacute; costume, se desnuda de uma vaidade esperada a estrelas de cinema e constr&oacute;i uma Mare humana e falha, com pouca maquiagem (eu n&atilde;o diria que ela foi &ldquo;enfeiada&rdquo;, como li em algumas cr&iacute;ticas). Tem um belo trabalho corporal que lembra tamb&eacute;m <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=Frances+McDormand" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Frances McDormand</a> (de Olive Kitteridge e de <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=Nomadland" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Nomadland</a>, vencedor de melhor filme e melhor atriz no <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=oscar+2020" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Oscar 2020</a>). Mare n&atilde;o &eacute; muito apraz&iacute;vel, mas &eacute; imposs&iacute;vel n&atilde;o torcer por ela ao longo da miniss&eacute;rie.
Vale destacar tamb&eacute;m que a obra tem como trunfo a constitui&ccedil;&atilde;o de um elenco afinado, que chegou a ser reconhecido pelos principais pr&ecirc;mios da &aacute;rea. A m&atilde;e de Mare &eacute; vivida pela veterana Jean Smart (que foi indicada ao Emmy simultaneamente por Mare of Easttown&nbsp;e pela &oacute;tima <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=Hacks" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hacks</a>). Al&eacute;m disso, a s&eacute;rie abocanhou mais um pr&ecirc;mio de atua&ccedil;&atilde;o, para Julianne Nicholson, que faz a melhor amiga da Mare, e uma indica&ccedil;&atilde;o para Evan Peters (famoso por <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=American+Horror+Story" rel="noopener noreferrer" target="_blank">American Horror Story</a>), que atua como um detetive chamado para ajudar na resolu&ccedil;&atilde;o dos casos.
Surpreendente mesmo para quem est&aacute; habituado ao g&ecirc;nero policial, Mare of Easttown faz jus aos pr&ecirc;mios recebidos, e mostra que o formato miniss&eacute;rie (com hist&oacute;rias que se resolvem em apenas uma temporada) talvez pudesse ser mais explorada pelos gigantes do streaming.&nbsp;

HBO Max

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Mare of Easttown: série da HBO destaca talento de Kate Winslet (crítica)

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Imagem de Casamento às Cegas Brasil explora o mito do amor romântico (coluna) no tecmundo

Reality show Casamento às Cegas Brasil, da Netflix, diverte ao exibir a paquera alheia

Programas de namoro s&atilde;o um cl&aacute;ssico na <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=tv+brasileira" rel="noopener noreferrer" target="_blank">TV</a> brasileira. Os mais velhos lembrar&atilde;o do bailinho de <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=silvio+santos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Silvio Santos</a> dentro do programa Em nome do amor, no <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=sbt" rel="noopener noreferrer" target="_blank">SBT</a>; os mais novos talvez tenham assistido ao &ldquo;dan&ccedil;a, gatinho&rdquo; nas paqueras dentro do Hora do Faro, da <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=record" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Record</a>, ou do flerte c&ocirc;mico no quadro &ldquo;Xaveco&rdquo;, do Domingo Legal. Daria at&eacute; para questionar: por que a gente gosta tanto de testemunhar a busca alheia pelo amor?
Eu arriscaria v&aacute;rias respostas, mas tendo a pensar que tem menos a ver com o romantismo e, sim, com a oportunidade de ver (nos outros) o constrangimento que envolve inevitavelmente essa dan&ccedil;a que &eacute; preciso dan&ccedil;ar a cada vez que se procura uma cara metade. Por isso, mesmo, &eacute; claro que h&aacute; aqui um prato cheio a ser explorado nos&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=reality+show" rel="noopener noreferrer" target="_blank">reality shows</a> &ndash; e &eacute; nessa leva que podemos enquadrar Casamento &agrave;s Cegas Brasil, a vers&atilde;o nacional do reality norte-americano que fez muito sucesso na <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=netflix" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Netflix</a>.
Considero &oacute;tima a premissa de <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=casamento+as+cegas" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Casamento &agrave;s Cegas</a>. Baseia-se na ideia de que a maior parte das decis&otilde;es no campo amoroso acontecem, em um primeiro momento, em cima de uma atra&ccedil;&atilde;o f&iacute;sica, a qual seria mais superficial ou leviana em rela&ccedil;&atilde;o a outras camadas mais &ldquo;profundas&rdquo; (como a atra&ccedil;&atilde;o intelectual, por exemplo). Por isso, o&nbsp;reality show sugere aniquilar a quest&atilde;o visual (voc&ecirc; conseguiria se apaixonar por algu&eacute;m sem saber qual &eacute; a sua apar&ecirc;ncia?) e acelerar as demais etapas de um relacionamento (al&eacute;m disso, voc&ecirc; seria capaz de se casar em 30 dias com a pessoa por quem est&aacute; apaixonado?).
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2021/10/14/14092759316045.jpg" alt="Os atritos entre os casais s&atilde;o o tempero de 'Casamento &agrave;s cegas Brasil'." />Os atritos entre os casais s&atilde;o o tempero de 'Casamento &agrave;s cegas Brasil'.
A premissa &eacute; falha pois confunde paix&atilde;o (aquela espuma borbulhante da champagne que baixa depois do tempo) com amor (o l&iacute;quido que permanece depois disso). Mas a gra&ccedil;a da franquia Casamento &agrave;s Cegas &eacute; que a parte do &ldquo;apaixonamento&rdquo; &eacute; apenas a primeira parte do experimento. A divers&atilde;o come&ccedil;a mesmo depois que os casais se encontram e passam, nos epis&oacute;dios seguintes, tendo que lidar com o compromisso assumido com pessoas que mal conhecem. Ou seja, por mais que a s&eacute;rie explore o mito do amor rom&acirc;ntico (a ideia de que o amor, seja l&aacute; o que se entende que ele seja, &eacute; suficiente para &ldquo;colar&rdquo; os casais em uni&atilde;o), ela comprova na pr&aacute;tica que o buraco &eacute; bem mais embaixo.
Casamento &agrave;s Cegas Brasil n&atilde;o deixa nada a dever ao original americano: &eacute; puro suco do constrangimento. A Netflix, de forma muito inteligente, n&atilde;o lan&ccedil;ou a temporada inteira, e dividiu os epis&oacute;dios em v&aacute;rias etapas &ndash; o que gera expectativa na audi&ecirc;ncia e ajuda a driblar spoilers que estragariam a experi&ecirc;ncia. Nos primeiros epis&oacute;dios, assistimos aos foras que foram dados por participantes indecisos em rela&ccedil;&atilde;o a dois pretendentes; aos xingamentos eventuais que um ou outro recebe&rsquo; e, claro, &agrave; famigerada &ldquo;dan&ccedil;a do acasalamento&rdquo; de quem tenta conquistar ou ser conquistado.
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E &eacute; claro que, como em todo o reality, a divers&atilde;o est&aacute; sempre centralizada na montagem do elenco. A qu&iacute;mica, nesse caso, est&aacute; menos nos casais em si do que nos personagens e a perspectiva de entretenimento que eles prometem. Temos 10 participantes centrais aqui (n&atilde;o coloco quem &eacute; casal com quem para fugir do spoiler): Ana Prado, uma modelo com ares cult; Carolina, uma advogada negra cujas posi&ccedil;&otilde;es fortes causar&atilde;o certos atritos no programa; Dayanne, uma loira sarada que n&atilde;o parece se levar muito a s&eacute;rio; Fernanda, uma esteticista cheia de d&uacute;vidas; Luana, uma psic&oacute;loga meio ciumenta; Hudson, que parece ser o mais novo do grupo; Lissio, um empres&aacute;rio (a profiss&atilde;o mais gen&eacute;rica que existe) com ares meio s&eacute;rios que destoam dos demais; o engra&ccedil;ad&atilde;o Rodrigo, que lembra um pouco Luciano Huck; o rom&acirc;ntico Shayan, que &eacute; iraniano; e por fim o aventureiro Thiago, que gosta de viver a vida nos ares (metaf&oacute;ricos e literais).
Juntos, eles se metem em dramas que n&atilde;o s&atilde;o exatamente originais, mas muito comuns na vida de qualquer sujeito que j&aacute; se meteu na empreitada que &eacute; um relacionamento. H&aacute; aquela rivalidade cada vez comum entre mulheres empoderadas que incomodam a masculinidade padr&atilde;o. H&aacute; os desafios de familiares (especialmente m&atilde;es) que prometem se meter na vida conjugal alheia. H&aacute; o t&iacute;pico caso de mulheres que querem falar s&eacute;rio e homens que fogem de DRs.
&Eacute; claro que um programa como esse &eacute; altamente editado, inclusive no que diz respeito a criar algum tipo de tens&atilde;o &ndash; d&aacute; para notar que muitos conflitos s&atilde;o gerados pelo modo que a edi&ccedil;&atilde;o sobrep&otilde;e cenas ou ent&atilde;o usa efeitos de trilha sonora. Mas quem se &ldquo;entrega&rdquo; a Casamento &agrave;s Cegas Brasil e outros programas do tipo j&aacute; deve estar acostumado: acredito que verossimilhan&ccedil;a e realismo n&atilde;o sejam, necessariamente, as maiores preocupa&ccedil;&otilde;es para os f&atilde;s de reality shows, de modo geral.
No entanto, o meu inc&ocirc;modo principal com&nbsp;Casamento &agrave;s Cegas Brasil&nbsp;diz respeito &agrave; &ldquo;autoedi&ccedil;&atilde;o&rdquo; exagerada dos pr&oacute;prios participantes. Explico: o programa se baseia naquele ditado do &ldquo;amor &eacute; cego&rdquo; que, como comentei no in&iacute;cio do texto, tem a ver com a ideia de eliminar a parte visual como uma forma de encontrar o &ldquo;amor verdadeiro&rdquo;. Ocorre, no entanto, que nenhum dos participantes do programa &eacute; algu&eacute;m fora do padr&atilde;o &ndash; todos se encaixariam em algum tipo de par&acirc;metro de beleza ou pelo menos de apresenta&ccedil;&atilde;o.&nbsp;
Al&eacute;m disso, os participantes est&atilde;o sempre arrumados, com roupas da moda e maquiagem e cabelo impec&aacute;veis. Por isso, no fundo, a premissa da diversidade de corpos e rostos (&eacute; poss&iacute;vel se apaixonar por algu&eacute;m que voc&ecirc; consideraria feio, mas cuja personalidade &eacute; atraente?) fica muito aqu&eacute;m do que poderia ser, se tiv&eacute;ssemos de fato discutindo a &ldquo;cegueira&rdquo; do amor.
Mas nada disso, claro, chega a estragar a divers&atilde;o que &eacute; assistir a mais um programa que nos proporciona o prazer de sermos voyeurs na paquera alheia. &Eacute; legal porque somos capazes de rir daquilo que os participantes passam, da forma constrangedora que &agrave;s vezes se portam - al&eacute;m, claro, de recordamos das nossas pr&oacute;prias desventuras amorosas. Por isso, Casamento &agrave;s Cegas Brasil, com um tempero legitimamente nacional, &eacute; entretenimento na certa.
Maura Martins &eacute; jornalista, professora e editora do portal de jornalismo cultural Escotilha. No TecMundo, &eacute; colunista nos cadernos Minha S&eacute;rie e Cultura Geek.

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Casamento às Cegas Brasil explora o mito do amor romântico (crítica)

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Imagem de Tem Alguém na Sua Casa: filme da Netflix é confuso e raso (crítica) no tecmundo

Lançado em 23 de setembro na Netflix, produção de horror não consegue trazer nada de novo aos espectadores

<head></head><body>Nas últimas semanas, a <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/tag/netflix" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Netflix</a> apostou suas fichas no lançamento de um novo <a href="https://www.tecmundo.com.br/filmes" rel="noopener noreferrer" target="_blank">filme</a> de terror com protagonistas jovens. <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/226612-tem-alguem-na-sua-casa-conheca-novo-filme-terror-netflix.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Tem Alguém na Sua Casa (There's Someone Inside Your House)</a> é baseado diretamente no romance homônimo da escritora Stephenie Perkins.&nbsp;Apesar disso, a produção não consegue se aprofundar em nenhum momento nas relações abordadas em cena, o que evidencia a expectativa dos realizadores de apenas seguir com o hype.&nbsp;Saiba mais sobre o que achamos do <a href="https://www.tecmundo.com.br/filmes" rel="noopener noreferrer" target="_blank">filme</a> lendo nossa <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/tag/reviews" rel="noopener noreferrer" target="_blank">crítica</a> completa abaixo!<img src="https://tm.ibxk.com.br/2021/10/11/11001657073000.jpg" alt="(Netflix/Reprodução)">(Netflix/Reprodução)<h2>Tem Alguém na Sua Casa: uma fórmula que já pode estar ficando batida?</h2>Um dos subgêneros mais populares dos <a href="https://www.tecmundo.com.br/filmes" rel="noopener noreferrer" target="_blank">filmes</a> de terror é o slasher. Em linhas gerais, projetos que abordam grupos de pessoas, geralmente jovens, sendo perseguidas constantemente por um assassino em série costumam se enquadrar nesse estilo.&nbsp;Nos últimos anos, inclusive, novas produções do tipo cativaram os espectadores — vale lembrar, por exemplo, da bem-sucedida <a href="https://www.tecmundo.com.br/cultura-geek/220807-rua-do-medo-entenda-ordem-eventos-trilogia-netflix-spoilers.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">trilogia Rua do Medo</a>, lançada em julho pela própria gigante do <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/tag/streaming" rel="noopener noreferrer" target="_blank">streaming</a>. Contudo, há muitas inconsistências em praticamente todos os aspectos de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/226626-tem-alguem-na-sua-casa-filme-baseado-caso-real-descubra.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Tem Alguém na Sua Casa</a>, trazendo uma sensação desconfortável para a audiência.Na trama, o público conhece a jovem Makani Young (Sydney Park), que se mudou do estado do Havaí para Atlanta depois de se envolver em um episódio tenebroso do qual quer se esquecer. Embora nenhum detalhe sobre o assunto seja mencionado na nova escola, algumas coisas estranhas passam a acontecer no local, revelando diversos segredos obscuros de alguns estudantes.Conforme os adolescentes vão sendo expostos aos seus colegas — como o esportista que espancava outros alunos por conta de sua sexualidade e uma religiosa com um podcast político —, eles também são mortos por um assassino mascarado que utiliza facas afiadíssimas para garantir que ninguém sobreviva. Nesse sentido, as cenas de violência são bastante cruas e explícitas.E mesmo que, para o gênero, esse ponto seja um fator positivo, a atmosfera de tensão que Patrick Brice, diretor responsável pelo <a href="https://www.tecmundo.com.br/filmes" rel="noopener noreferrer" target="_blank">filme</a>, tenta construir é bastante falha. Logo na abertura, há um jumpscare&nbsp;extremamente gratuito, que não acrescenta em nada para o desenvolvimento da narrativa, algo que se repete em diversos momentos. A sensação que fica é que o cineasta está tentando forçar algo, levando em consideração tudo o aquilo que o roteiro não consegue elaborar.Excetuando o segundo caso de assassinato, todos os outros soam bastante vazios e sem nenhuma profundidade. É como se houvesse uma exposição temporária sobre quem seria o próximo alvo e, em seguida, seu segredo fosse finalmente revelado para todos. Inclusive, quando a protagonista é confrontada, não há nenhuma emoção que faça com que o público torça pelo seu sucesso em derrotar o assassino.Aliás, o grande mistério que ronda o <a href="https://www.tecmundo.com.br/filmes" rel="noopener noreferrer" target="_blank">filme</a> está em sua figura, principalmente, quando existem algumas suspeitas em personagens apresentados ao longo da história. É o caso de Ollie (Théodore Pellerin), que possui um relacionamento familiar complexo e uma recepção nada amigável de todas as pessoas na escola.<img src="https://tm.ibxk.com.br/2021/10/11/11001723354001.jpg" alt="(Netflix/Reprodução)">(Netflix/Reprodução)Tudo culmina em um final absurdamente desesperador, mas que não consegue fugir do clichê e ainda demonstra ser bastante frágil e raso. Não há desenvolvimento de personagem, não há maturidade narrativa, não há nem mesmo um clima que deixe os espectadores em choque ou aterrorizados.&nbsp;De maneira ampla, fica evidente que aquilo que havia sido posto em cena inicialmente possuía um enorme potencial, afinal, todas as figuras eram bastante diferentes entre si, o que renderia uma exposição no mínimo interessante. No entanto, nada disso é visto em tela, o que é, sem dúvidas, uma grande pena.O que você achou do <a href="https://www.tecmundo.com.br/filmes" rel="noopener noreferrer" target="_blank">filme</a> da <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/tag/netflix" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Netflix</a>?</body>

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Tem Alguém na Sua Casa: filme da Netflix é confuso e raso (crítica)

O choque ao assistir esse filme pela primeira vez e a tristeza 🥺 #cenasdefilmes #umolhardoparaiso #saoirseRonan #stanleytucci

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