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Imagem de That ‘90s Show oscila entre a nostalgia adorável e a pouca graça (crítica) no tecmundo

Novo spin-off da Netflix aposta em formato engessado de comédia para capturar os fãs de That '70s Show

<head></head><body>O spin-off&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/259443-that-90s-show-revival-that-70s-show-estreia-netflix.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">That ‘90s Show</a>&nbsp;tem um público certo: ele parece querer atingir aqueles que curtiram a série <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/that-70s-show" rel="noopener noreferrer" target="_blank">That ‘70s Show</a>, que foi produzida pela Fox em oito temporadas entre 1998 e 2006. Mas falo isso não apenas pela temática relacionada à original – That ’90s Show acompanha a filha de Eric (Topher Grace) e Donna (Laura Prepon) vinte anos depois – mas por um fator a mais: o tipo de humor que a nova série carrega.Ou seja, That ‘90s Show, que foi produzida pela <a href="https://www.tecmundo.com.br/netflix" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Netflix</a>, é, em quase todos os aspectos, igualzinha à sua série-mãe. Isso se vê, por exemplo, na própria dinâmica dos personagens. A narrativa se inicia quando Eric e Donna visitam os pais dele, Red (Kurtwood Smith) e Kitty (Debra Jo Rupp) durante o feriado de 4 de Julho, um dos mais tradicionais na cultura americana. No fim da viagem, a adolescente Leia (Callie Haverda) deverá partir com o pai, Eric, para uma convenção de Star Wars.Mas Leia se rebela: não quer fazer esse passeio. Ao invés disso, ela pede para passar as férias com os avós. Assim, tem a oportunidade de conhecer e desenvolver uma convivência com seus vizinhos: a esperta e descolada Gwen (a atriz afrodescendente Ashley Aufderheide), que é meia-irmã de Nate (Maxwell Acee Donovan), que, por sua vez, namora a asiática Nikki (Sam Morelos). Compõem ainda o grupo Jay (Mace Coronel), que é o melhor amigo de Nate, e um adolescente gay chamado Ozzie (Reyn Doi, que tem ascendência japonesa e havaiana). Fica bastante claro: as "funções" dos personagens na trama são praticamente as mesmas da série de origem.Destaco as origens étnicas dos atores para ressaltar que estamos assistindo a uma atualização contemporânea de uma série muito querida, mas que, em vários aspectos, foi considerada problemática. That ‘70s Show, em certo momento, foi acusada de estigmatizar a população latina com o personagem Fez (Wilmer Valderrama, que volta a That ‘90s Show como ator convidado), que era apresentado como alguém burro e com trejeitos afetados que eram usados para desmerecê-lo.Ainda assim, o&nbsp;spin-off&nbsp;retorna claramente para buscar o público saudoso pelas confusões e as rodas de maconha que ocorriam no porão de Red e Kitty (sem que eles se dessem conta, é claro). A ideia é continuar trazendo uma série light, mas ajustada ao seu tempo.<h2>Série nova, humor velho</h2><iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/F36HBFGxWkg" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Você provavelmente já cruzou com algumas discussões que sugerem que certos discursos circulados em séries e filmes ficaram datados depois de um tempo. São personagens que desrespeitam minorias, piadas que ofendem todo tipo de pessoa ou outro tipo de prática que, com o passar dos anos, começou a ser visto como nociva.Mas pouco se fala que esse cansaço também se dá nos formatos. A comédia, por exemplo, se modificou muito nas últimas décadas. Nos anos 1990 e até uma boa parte dos anos 2000, o formato sitcom com claque (as risadas de auditório, visto que estes programas são gravados em teatros com plateia) era praticamente a regra. É só lembrar de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/friends" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Friends</a>, Seinfeld, How I met your mother e tantos shows que os sucederam ou antecederam.Ocorre que a claque – também chamada pejorativamente de “risada enlatada” – caiu quase em desuso nos últimos anos. Uma das razões pode ser a sofisticação do tipo de humor em séries. <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/the-office" rel="noopener noreferrer" target="_blank">The Office,</a> por exemplo, catapultou o formato mockumentary (uma brincadeira com o formato de documentário), e muitas séries surgiram que mesclam na mesma medida o drama e o humor – como, por exemplo, <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/256787-the-white-lotus-carrega-desejo-traicao-sicilia-critica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">The White Lotus</a> ou até mesmo <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/succession" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Succession</a>.Por isso, assistir em pleno 2023 a uma série baseada no formato de piadas cronometradas por minuto e pontuadas por risadas de fundo parece um pouco como voltar ao passado, sem ter muita vontade de fazer isso. Mas o mais grave é: as piadas de That '90s Show nem são muito engraçadas.<h2>Vale a pena ver?</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Netflix&nbsp;" data-fonte-url="https://hips.hearstapps.com/hmg-prod.s3.amazonaws.com/images/that-90s-show-fans-are-all-saying-the-same-thing-about-jay-kelso-1674561323.jpg"><img src="https://tm.ibxk.com.br/2023/01/29/29203342409003.jpg" alt="(Fonte: Netflix)">(Fonte: Netflix)Diria, portanto, que That ‘90s Show soa um pouco como comer comida requentada. Na maioria das vezes, a gente faz isso por pura preguiça. Mas tem momentos em que aquela pizza de ontem parece melhor do que no dia em que ela foi encomendada.Com isto, quero dizer que este spin-off, por vezes, tem aquele gostinho de comédia adorável que a gente quer ver sem ter que pensar muito. A atração traz um tanto de ingenuidade adolescente, numa visão não cínica da vida, que é um pouco diferente da série original – dando a sensação que, ao mesmo tempo que That ‘90s Show evoca ao saudosismo, também está buscando apelar a pré-adolescentes.Só para se ter uma ideia, boa parte da primeira temporada se centraliza nas descobertas de Leia (que foi assim batizada, claro, por conta da nerdice do pai e sua devoção a Star Wars), como a angústia de não ter dado ainda o primeiro beijo. Ela está às voltas de um possível romance com Jay Kelso, um jovem mulherengo que, não por acaso, é filho de Michael Kelso (Ashton Kutscher) e Jackie (Mila Kunis). Ambos fazem também participações especiais, para alegria dos fãs.Em certos momentos da história, o excesso de “bobice” soa cansativo. O personagem Nate, que é manipulado pela irmã e pela namorada, chega a irritar por sua incapacidade de mostrar facetas que vão além disso. O mesmo serve para Ozzie, que parece ter sido formatado para gerar buzz nas redes sociais – como alguém que ecoa frases ou cenas que podem virar a se tornar memes.Em meio aos sentimentos mistos que este&nbsp;spin-off&nbsp;é capaz de causar, vale destacar aquele que mais me agradou: a leitura meio debochada sobre os elementos da cultura jovem nos anos 1990-2000. Preste atenção, por exemplo, na tiração de sarro com as raves de música eletrônica (que, olhadas à distância, agora parecem ter sido um grande delírio coletivo), ou com a centralidade dos&nbsp;shopping centers na vida dos adolescentes (os jovens da série vão até lá para achar seus “peguetes”, numa simplicidade que chega a dar inveja aos mais velhos).Entre a falta de graça e o apelo nostálgico, That ‘90s Show parece ficar no meio do caminho. Parodiando aquela música do Lulu Santos que era abertura de Malhação: não é ruim, mas também não é tão bom assim.</body>

Netflix

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That ‘90s Show oscila entre a nostalgia adorável e a pouca graça (crítica)

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Imagem de O Menu: filme de suspense é bom ou peca no sabor? (Análise e crítica)  no tecmundo

O Menu, filme de suspense e terror com Anya Taylor-Joy, tece críticas através de uma narrativa imprevisível; veja análise e crítica!

E se n&oacute;s te oferec&ecirc;ssemos uma experi&ecirc;ncia incr&iacute;vel e exclusiva, na qual voc&ecirc; e um acompanhante podem ir &agrave; um restaurante cinco estrelas, comandado por um dos melhores chefs do mundo, em uma ilha deserta. Voc&ecirc; aceitaria ou ficaria com um pezinho atr&aacute;s?&nbsp;
<ul>
<li style="font-weight: bold;"><a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/259519-menu-veja-onde-assistir-filme-suspense-anya-taylor-joy.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O Menu: veja onde assistir ao filme de suspense com Anya Taylor-Joy</a></li>
</ul>
Bem, antes de responder, voc&ecirc; precisa assistir <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/259533-menu-entenda-o-final-filme-suspense-anya-taylor-joy.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O Menu</a>, pois o filme de suspense e terror, lan&ccedil;ado no final de 2022, narra exatamente essa situa&ccedil;&atilde;o. Em um primeiro momento, ela parece m&aacute;gica, mas, com o passar do tempo, prova que nem sempre tudo &eacute; o que parece ser.&nbsp;
<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/C_uTkUGcHv4" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Dirigido por Mark Mylod e escrito por Seth Reiss e Will Tracy, O Menu traz um elenco principal de peso, com nomes como Anya Taylor-Joy (O Gambito da Rainha), Ralph Fiennes (<a href="https://www.tecmundo.com.br/harry-potter" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Harry Potter</a>) e Nicholas Hoult (Mad Max: Estrada da F&uacute;ria), que se juntam a Hong Chau, Janet McTeer, John Leguizamo, Reed Birney, entre outros.&nbsp;
Um pouco de terror, uma por&ccedil;&atilde;o de suspense, pitadas de com&eacute;dia, um &oacute;timo elenco e uma hist&oacute;ria interessante. Ser&aacute; que essa mistura de ingredientes rendeu um bom prato principal ou O Menu acabou pecando no sabor?&nbsp;
Se voc&ecirc; j&aacute; degustou ou pretende degustar O Menu, fique por aqui, pois fiz uma an&aacute;lise narrativa e <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/259520-breaking-bad-ozymandias-melhor-episodio-serie-analise-critica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">cr&iacute;tica&nbsp;</a>completa da obra, que surpreende bastante ao apostar na imprevisibilidade.
<h2>O que &eacute; O Menu (SEM SPOILERS)</h2>
Como de costume, antes de mergulharmos na an&aacute;lise narrativa e cr&iacute;tica de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/259348-menu-filme-aclamado-suspense-estreia-star.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O Menu</a>, que tal entendermos um pouco mias da hist&oacute;ria da produ&ccedil;&atilde;o?
Pois bem, O Menu acompanha um grupo de pessoas ricas (e problem&aacute;ticas, cada uma &agrave; sua maneira) que t&ecirc;m algo em comum: todas elas v&atilde;o jantar no restaurante Hawthorne, um verdadeiro templo culin&aacute;rio, que fica localizado em uma ilha deserta, onde tudo &eacute; preparado de maneira artesanal.
O local &eacute; comandado pelo chef Julian Slowik (Fiennes), um dos profissionais mais renomados do mundo da gastronomia, que cria e serve seus pratos com a ajuda de um time altamente treinado, que engloba sua gerente, Elsa (Chau), e v&aacute;rios cozinheiros talentosos.&nbsp;
<ul>
<li style="font-weight: bold;"><a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/259510-menu-filme-suspense-inspirado-restaurantes-reais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O Menu: filme de suspense foi inspirado em restaurantes reais</a></li>
</ul>
Na ocasi&atilde;o "especial", portanto, somos apresentados aos convidados da noite, que incluem pessoas que pagaram para ir ao Hawthorne, como Richard (Birney) e Anne (Judith Light), e outras que foram convidadas, como a pretensiosa cr&iacute;tica gastron&ocirc;mica Lillian (McTeer) e o jovem casal Tyler (Hoult) e Margot (Taylor-Joy).
A princ&iacute;pio, tudo parece perfeito e os clientes da noite se mostram impressionados com as instala&ccedil;&otilde;es do requintado restaurante. Fascina&ccedil;&atilde;o que s&oacute; aumenta ao passo em que Slowik come&ccedil;a a servir o menu especial pensado para o jantar, no qual cada prato &eacute; apresentado de maneira &uacute;nica, recebendo contextos ricos e hist&oacute;rias envolventes.
Todavia, no decorrer da noite, as coisas mudam completamente de patamar quando Slowik revela seus verdadeiros planos para o jantar, que envolvem ingredientes e temperos pelos quais nenhum dos clientes do Hawthorne esperavam.&nbsp;
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2023/01/27/27131429653161.jpg" alt="Bem como uma cebola, ingrediente indispens&aacute;vel em qualquer restaurante, O Menu &eacute; um filme de v&aacute;rias camadas." />Bem como uma cebola, ingrediente indispens&aacute;vel em qualquer restaurante, O Menu &eacute; um filme de v&aacute;rias camadas.
ATEN&Ccedil;&Atilde;O: ALERTA DE SPOILERS! SE VOC&Ecirc; AINDA N&Atilde;O ASSISTIU O MENU, N&Atilde;O CONTINUE LENDO A PARTIR DESTE PONTO!&nbsp;
<h2>O Menu: an&aacute;lise narrativa e cr&iacute;tica (COM SPOILERS)</h2>
Sem delongas, O Menu &eacute; um &oacute;timo filme gastron&ocirc;mico no qual a gastronomia n&atilde;o &eacute; o prato principal. Ficou confuso? Explico: o longa utiliza a haute cuisine (alta cozinha) como pano de fundo para tratar de temas maiores, como, por exemplo: pretens&atilde;o, vaidade, reconhecimento, distin&ccedil;&otilde;es sociais e obsess&atilde;o.
Como voc&ecirc; bem sabe, o menu do chef Slowik tem como objetivo matar todos os presentes no Hawthorne at&eacute; o fim da noite. E n&atilde;o &eacute; de prazer. Por isso, cada prato do estabelecimento &eacute; apresentado com contextos levemente perturbadores, cujos objetivos narrativos s&atilde;o os de justificar as motiva&ccedil;&otilde;es do personagem.&nbsp;
Algo que funciona bem dentro da trama, pois &eacute; por meio dessas hist&oacute;rias que descobrimos mais sobre o passado de Slowik e sobre as raz&otilde;es que o levaram &agrave;quele momento. Nesse sentido, fica claro, portanto, que cada um dos convidados da noite est&aacute; ali por um motivo espec&iacute;fico, j&aacute; que eles representam tudo aquilo que frustra o chef na &aacute;rea gastron&ocirc;mica e em sua vida pessoal.
<h3>Os significados por tr&aacute;s dos personagens</h3>
A pretens&atilde;o, por exemplo, &eacute; personificada por Lillian, que n&atilde;o consegue n&atilde;o tecer coment&aacute;rios maldosos e desnecess&aacute;rios sobre os restaurantes que visita. Basicamente, para a cr&iacute;tica culin&aacute;ria, nada est&aacute; bom, nada presta e o que &eacute; bom poderia ser melhor. Acredito que todos n&oacute;s j&aacute; conhecemos algu&eacute;m assim, n&atilde;o &eacute; mesmo?
<ul>
<li style="font-weight: bold;"><a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/259358-filme-menu-outras-producoes-tematica-culinaria.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Filme O Menu e outras produ&ccedil;&otilde;es com a tem&aacute;tica de culin&aacute;ria</a></li>
</ul>
J&aacute; a vaidade estaria presente no casal Richard e Anne, rica&ccedil;os que v&atilde;o ao Hawthorne com frequ&ecirc;ncia, mas apenas por apar&ecirc;ncia, j&aacute; que nem sequer sabem os nomes dos pratos ou o que gostam neles (como o pr&oacute;prio chef Slowik revela em uma conversa com eles).&nbsp;
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Searchlight Pictures&nbsp;" data-fonte-url="https://m.media-amazon.com/images/M/MV5BMTdlMDRiM2ItMzg5YS00ZDY2LTk0YzYtNGFmOTQ2YzkzZjFjXkEyXkFqcGdeQXVyNjU4MjYzMjk@._V1_.jpg"><img src="https://tm.ibxk.com.br/2023/01/27/27131701589164.jpg" alt="O Menu traz a atriz Anya Taylor-Joy como uma das protagonistas e pe&ccedil;as chave da narrativa." />O Menu traz a atriz Anya Taylor-Joy como uma das protagonistas e pe&ccedil;as chave da narrativa.
A obsess&atilde;o, por outro lado, &eacute; completamente incorporada por Tyler, que tem uma necessidade doentia de ser notado por Slowik e de demonstrar que entende de gastronomia a cada novo prato que surge. Ali&aacute;s, a obsess&atilde;o do jovem &eacute; t&atilde;o grande que ele n&atilde;o se importa em passar por cima de Margot repetidamente, a tratando mal e a ignorando em prol de seu "amor" pela cozinha. &nbsp;
Por fim, todas essas pessoas problem&aacute;ticas seriam um exemplo claro, na cabe&ccedil;a de Slowik, de uma grave distin&ccedil;&atilde;o social e comportamental com a qual ele n&atilde;o concorda. Para ficar mais claro: enquanto o chef e sua equipe representam a classe trabalhadora, que veio de baixo e trabalhou duro para ascender, o grupo de convidados seria uma esp&eacute;cie de recorte da classe dominante e esnobe que n&atilde;o valoriza pessoas como ele e servi&ccedil;os como os que seu time presta.
Essa cr&iacute;tica social fica ainda mais clara dentro da narrativa de O Menu quando, por exemplo, Slowik pergunta a uma das convidadas se ela financiou sua faculdade e, quando a mulher responde negativamente, o chef diz que, ent&atilde;o, ela vai morrer junto com os demais. Ou quando ele reconhece em Margot uma "semelhante" e lhe oferece a op&ccedil;&atilde;o de ficar do lado dele e de sua equipe, refor&ccedil;ando a ideia de "n&oacute;s contra eles".
O Menu, portanto, intriga ao mostrar que todos os envolvidos na narrativa podem vestir m&aacute;scaras de vil&otilde;es. Slowik &eacute; um ser humano frustrado que busca vingan&ccedil;a e cada um dos convidados, como a hist&oacute;ria revela, apresenta tra&ccedil;os comportamentais question&aacute;veis e passados conden&aacute;veis. Os pratos preparados no Hawthorne podem ser lindos e dignos de aplausos, mas as pessoas que os comem, em contrapartida, nem tanto. &nbsp; &nbsp;
Ao tecer todos esses coment&aacute;rios de uma maneira bem interessante, utilizando-se do terror, do suspense, do drama e at&eacute; da com&eacute;dia para tanto, O Menu consegue criar uma narrativa bem imprevis&iacute;vel e s&oacute;lida, que nos mant&eacute;m entretidos do in&iacute;cio ao fim, esperando ansiosos pelo prato final e pela sobremesa, que n&atilde;o decepciona.&nbsp;
Por&eacute;m, fica o aviso: se te chamarem para um restaurante chique em um ilha deserta, pense duas vezes e, caso decida ir, desafie o chefe a fazer um hamb&uacute;rguer.&nbsp;

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Searchlight Pictures

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O Menu: filme de suspense é bom ou peca no sabor? (Análise e crítica) 

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Imagem de Em The Patient, Steve Carell brilha em papel dramático (crítica) no tecmundo

Série The Patient, da Starplus, narra a história de um terapeuta que é sequestrado por um serial killer para tratá-lo.

J&aacute; tem bastante tempo que Stevel Carell provou que seu talento se estende para muito al&eacute;m da com&eacute;dia. Ator consagrado por dar vida a Michael Scott - o mais carism&aacute;tico chefe incompetente da fic&ccedil;&atilde;o - na vers&atilde;o americana de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/the-office" rel="noopener noreferrer" target="_blank">The Office</a>, Carell tem transitado lindamente para os dramas mais densos. Em <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/the-morning-show" rel="noopener noreferrer" target="_blank">The Morning Show</a>, por exemplo, ele encarou o papel multifacetado de um &acirc;ncora de TV nacionalmente querido, mas que &eacute; acusado de abuso sexual pelas colegas de trabalho.
Mas talvez Steve Carell nunca tenha navegado em mares t&atilde;o profundos at&eacute; estrelar The Patient, thriller da <a href="https://www.tecmundo.com.br/star-" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Starplus</a> que envolve o espectador do in&iacute;cio ao fim com uma hist&oacute;ria t&atilde;o tensa quanto perturbadora. A s&eacute;rie se insere em outro subg&ecirc;nero interessante &ndash; o de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/236871-5-series-psicologia-terapia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">narrativas sobre sess&otilde;es de terapia</a> &ndash; mas traz uma oportuna oxigena&ccedil;&atilde;o para este formato.
Na hist&oacute;ria, Carell encarna um renomado terapeuta judeu chamado Alan Strauss. Autor conhecido com v&aacute;rios livros famosos, ele acaba atraindo para o seu consult&oacute;rio um novo paciente chamado Gene (vivido por Domhnall Gleeson, de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/black-mirror" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Black Mirror</a>), que parece um tanto estranho &ndash; ele se recusa a tirar os &oacute;culos escuros e o bon&eacute; durante as sess&otilde;es.
Mas, j&aacute; no primeiro epis&oacute;dio, o doutor Strauss &eacute; capturado e acorda acorrentado dentro do por&atilde;o de Gene, que na verdade se chama Sam e &eacute; um serial killer. Sam traz como bagagem emocional um passado terr&iacute;vel (foi continuamente violentado pelo pai na inf&acirc;ncia) e n&atilde;o consegue deixar de matar outras pessoas como uma forma de compensar a raiva que carrega dentro de si.
Ao encarcerar o terapeuta, ele espera obter alguma ajuda psicol&oacute;gica que o &ldquo;cure&rdquo; (problem&aacute;tica que &eacute; explorada de forma inspirada ao longo dos epis&oacute;dios) de seu dist&uacute;rbio e o fa&ccedil;a n&atilde;o mais desejar matar as pessoas que o ofenderam por motivos banais. H&aacute; aqui, portanto, o apelo j&aacute; bem explorado nas s&eacute;ries <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/250488-true-crime-series-crimes-reais-analise.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">true crime</a> em tentar entender as puls&otilde;es dos serial killers, que s&atilde;o sujeitos que parecem capazes de fazer coisas que a maior parte de n&oacute;s n&atilde;o consegue (e nem deseja) fazer.
<h2>Uma dupla terapia</h2>
<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/fSmVbKmqOYU" title="YouTube video player" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Contudo, talvez o grande brilho de The Patient &eacute; nos levar para dentro n&atilde;o apenas da mente perturbada de Sam, mas nos fazer mergulhar nos pr&oacute;prios problemas do doutor Alan Strauss. Ele &eacute; um vi&uacute;vo que rec&eacute;m perdeu a mulher (Laura Niemi) e est&aacute; elaborando o luto n&atilde;o apenas pela morte dela, mas pelo afastamento do filho, Ezra (Andrew Leeds), que tomou a decis&atilde;o de se tornar um judeu ortodoxo, o que n&atilde;o foi bem aceito pela fam&iacute;lia.
No contexto da pris&atilde;o a que foi submetido, o terapeuta ter&aacute; que inevitavelmente abrir os olhos e enxergar a verdade: a de que h&aacute; muitas coisas que ele ainda n&atilde;o v&ecirc; sobre si mesmo e que h&aacute; relacionamentos com que ele precisa prestar contas.
Esta premissa &eacute; o mote para que os produtores de The Patient (Joe Weisberg e Joel Fields, que produziram juntos <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/the-americans" rel="noopener noreferrer" target="_blank">The Americans</a>, entre v&aacute;rias outras s&eacute;ries) explore o recurso dos devaneios e dos sonhos de Strauss. A ideia de misturar realidade com dissocia&ccedil;&atilde;o mental j&aacute; foi relativamente explorada (ocorria, por exemplo, na instigante <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/hannibal" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Hannibal</a>), e encontra aqui um caminho muito interessante.
Isto porque Alan Strauss escapa para dentro da sua pr&oacute;pria terapia. Para poder investigar e entender o que est&aacute; acontecendo ali (existe a possibilidade de trabalho terap&ecirc;utico quando o analista est&aacute; preso?), ele passa a manter sess&otilde;es com Charlie (papel de David Alan Grier), seu antigo terapeuta, que j&aacute; est&aacute; falecido. S&atilde;o os di&aacute;logos entre Charlie e Alan &ndash; que operam como uma esp&eacute;cie de supervis&atilde;o do acompanhamento que Alan faz com seu paciente - que far&atilde;o com que este &uacute;ltimo tenha algum tipo de lucidez sobre quais caminhos deve tentar com Sam.
Apresentam-se, ao longo da s&eacute;rie, v&aacute;rias quest&otilde;es &eacute;ticas que podem contemplar n&atilde;o s&oacute; a psicologia, mas a complexidade da vida social. Em uma rela&ccedil;&atilde;o entre analista/ analisando, baseada na confian&ccedil;a e na entrega, o qu&atilde;o honesto &eacute; poss&iacute;vel ser? Os impulsos mais humanos que existem (como o desejo pela pr&oacute;pria sobreviv&ecirc;ncia) devem ser revelados a um paciente assassino, sem que isso signifique romper o v&iacute;nculo entre ambos?
Para completar, todos os conflitos de Alan Strauss aparecem emaranhados em seus sonhos (ou pesadelos) com o contexto mais amplo da hist&oacute;ria dos judeus. Ele constantemente se v&ecirc; na mesma situa&ccedil;&atilde;o das v&iacute;timas dos campos de concentra&ccedil;&atilde;o nazistas que precisaram lidar com o que sobra de vida quando todas as esperan&ccedil;as morrem.
<h2>Um &ldquo;duelo&rdquo; de atores</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2023/01/22/22181909863030.jpg" alt="(Fonte: Starplus)" />(Fonte: Starplus)
&Eacute; interessante notar que The Patient consegue elaborar um thriller absurdamente tenso sem que seja uma s&eacute;rie com muitas cenas de a&ccedil;&atilde;o - se &eacute; que tem alguma. Toda a inquieta&ccedil;&atilde;o que surge se desenrola basicamente entre um &ldquo;duelo&rdquo; de interpreta&ccedil;&otilde;es entre os dois atores, Steve Carell e Domhnall Gleeson.
Carell, como j&aacute; disse, d&aacute; um show em sua interpreta&ccedil;&atilde;o contida, mas angustiada, de um psic&oacute;logo experiente que se v&ecirc; confrontado com uma situa&ccedil;&atilde;o para a qual, obviamente, n&atilde;o tem nenhum preparo. A riqueza em v&ecirc;-lo atuar nesse papel &eacute; a de observar a sua performance cheia de nuances, em que se observa um homem e um profissional que luta para continuar minimamente equilibrado em uma situa&ccedil;&atilde;o extrema.
J&aacute; o irland&ecirc;s Domhnall Gleeson (que ganhou destaque ao estrelar um dos epis&oacute;dios mais perturbadores de Black Mirror) est&aacute; muito pr&oacute;ximo ao n&iacute;vel de entrega de seu parceiro em cena. Seu&nbsp;serial killer&nbsp;&eacute; mostrado como um homem comum e quase ordin&aacute;rio, com pequenas obsess&otilde;es alegres (como a devo&ccedil;&atilde;o por um artista country e o prazer pela gastronomia), mas que carrega uma n&eacute;voa dentro de si que o incomoda mais do que a s&eacute;rie consegue mostrar.
Sam, o serial killer, ainda nutre uma rela&ccedil;&atilde;o complexa com a m&atilde;e, que o protege ao n&atilde;o revelar seus crimes &agrave; pol&iacute;cia e acaba se tornando sua c&uacute;mplice. As tonalidades obscuras desse relacionamento, ainda que sejam apenas tangenciadas ao longo dos dez epis&oacute;dios, est&atilde;o tamb&eacute;m entre os momentos em que o roteiro de The Patient se torna brilhante.
H&aacute;, por fim, um plot que sugere uma nova temporada, o que causa curiosidade sobre o que ser&aacute; desdobrado pelos produtores para uma poss&iacute;vel continua&ccedil;&atilde;o. Para quem gosta de uma s&eacute;rie capaz de nos tirar da zona de conforto, The Patient &eacute; uma atra&ccedil;&atilde;o ideal.

Starplus

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Em The Patient, Steve Carell brilha em papel dramático (crítica)

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Imagem de Breaking Bad: Ozymandias é o melhor episódio da série? (Análise e crítica) no tecmundo

Ozymandias é o episódio mais bem avaliado de Breaking Bad e querido por muitos fãs; veja análise e crítica do capítulo da série!

Caso ainda n&atilde;o tenha ficado claro para voc&ecirc; que me acompanha aqui no TecMundo, aqui vai: sim, <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/breaking-bad" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Breaking Bad</a> &eacute; uma das minhas s&eacute;ries favoritas da vida.
Por enquanto, todavia, eu s&oacute; tenho um projeto sobre a obra, que &eacute; uma an&aacute;lise narrativa e cr&iacute;tica do infame e pol&ecirc;mico <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/253217-breaking-bad-significado-episodio-mosca-analise.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">epis&oacute;dio da mosca</a>. Sim, aquele mesmo que divide f&atilde;s da s&eacute;rie at&eacute; hoje.&nbsp;
Ent&atilde;o, eu pensei: Breaking Bad tem v&aacute;rios epis&oacute;dios geniais que renderiam textos e v&iacute;deos. Mas qual deles est&aacute; no topo da tabela, afinal? Pois &eacute;, chegou a hora de falarmos sobre o cap&iacute;tulo que &eacute; considerado um dos melhores, se n&atilde;o o melhor, da narrativa de Breaking Bad: Ozymandias.
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<li style="font-weight: bold;"><a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/253217-breaking-bad-significado-episodio-mosca-analise.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Breaking Bad: qual &eacute; o significado do epis&oacute;dio da mosca? (an&aacute;lise)</a></li>
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&ldquo;Ah, Jean, mas por que Ozymandias &eacute; o melhor epis&oacute;dio de Breaking Bad? Por que ele &eacute; t&atilde;o bom assim? O que ele tem de diferente?&rdquo;
Calma, calma. Neste texto, preparei uma an&aacute;lise narrativa e cr&iacute;tica completa desse cap&iacute;tulo incr&iacute;vel, que &eacute; uma obra-prima da televis&atilde;o, e vou te explicar tudo sobre ele agora. Vamos nessa?
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2023/01/20/20111924816099.jpg" alt="Walter desmorona completamente em Ozymandias, epis&oacute;dio que &eacute; considerado um dos melhores de Breaking Bad." />Walter desmorona completamente em Ozymandias, epis&oacute;dio que &eacute; considerado um dos melhores de Breaking Bad.
ATEN&Ccedil;&Atilde;O: ALERTA DE SPOILERS! SE VOC&Ecirc; AINDA N&Atilde;O ASSISTIU BREAKING BAD, N&Atilde;O CONTINUE LENDO ESTE TEXTO!
<h2>Ozymandias: an&aacute;lise e cr&iacute;tica do epis&oacute;dio de Breaking Bad</h2>
Muito bem, Ozymandias &eacute; o d&eacute;cimo quarto epis&oacute;dio da 5&ordf; e &uacute;ltima temporada de Breaking Bad. Ele foi ao ar no dia 15 de setembro de 2013, no canal AMC, o lar da obra na TV &mdash; atualmente, tamb&eacute;m &eacute; poss&iacute;vel assistir tudo, inclusive os spin-offs, na Netflix.
Ah, e s&oacute; para voc&ecirc; ter no&ccedil;&atilde;o: Ozymandias &eacute; o epis&oacute;dio mais bem avaliado da hist&oacute;ria de Breaking Bad, com uma nota 10 redondinha no site IMDb. Nem mesmo o series finale da s&eacute;rie criada por Vince Gilligan conseguiu essa marca. Felina, que &eacute; o epis&oacute;dio que encerra a narrativa do seriado, por exemplo, tem uma nota de 9,9.&nbsp;
Ou seja&hellip; o povo se pronunciou!
E h&aacute; justificativas bem fortes para Ozymandias ter assumido esse posto de melhor epis&oacute;dio de Breaking Bad. Especialmente se pararmos para avaliar a narrativa da <a href="https://www.tecmundo.com.br/series" rel="noopener noreferrer" target="_blank">s&eacute;rie&nbsp;</a>como um todo.&nbsp;
Eu assisti esse epis&oacute;dio novamente para fazer esta an&aacute;lise e, olha, &eacute; impressionante como esse cap&iacute;tulo &eacute; poderoso, emocionante e, ao mesmo tempo, amarra boa parte das pontas soltas que a trama ainda tinha de uma forma magistral (e brutal). E &eacute; tudo assim, de uma vez s&oacute;, direto na sua cara, feito um soco ou uma voadora no p&eacute; da orelha.
<h3>Ozymandias: mergulhando no melhor epis&oacute;dio de Breaking Bad</h3>
S&oacute; uma curiosidade r&aacute;pida antes de eu entrar de vez na an&aacute;lise: Ozymandias foi dirigido por Rian Johnson, que &eacute; o mesmo cara que conduziu o <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/253217-breaking-bad-significado-episodio-mosca-analise.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">epis&oacute;dio da mosca</a>. Ou seja: o sujeito que comandou um dos epis&oacute;dios mais odiados da s&eacute;rie tamb&eacute;m foi o que deu vida ao cap&iacute;tulo mais amado da produ&ccedil;&atilde;o. Se isso n&atilde;o &eacute; po&eacute;tico de alguma forma, eu n&atilde;o sei o que &eacute;.&nbsp;
O epis&oacute;dio, portanto, tem in&iacute;cio com um flashback, uma cena do passado na qual vemos Walter e Jesse em uma de suas primeiras "cozinhadas" no deserto. E a narrativa come&ccedil;a dessa maneira, em minha vis&atilde;o, por dois motivos.&nbsp;
<iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/tUqiS8goNsw" title="YouTube video player" frameborder="0" allow="accelerometer; autoplay; clipboard-write; encrypted-media; gyroscope; picture-in-picture; web-share" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Primeiro, para estabelecer uma certa leveza e um pequeno respiro antes que as coisas se tornem em um verdadeiro inferno na terra. &Eacute; como se fosse aquela pegada de f&ocirc;lego antes de algo importante, sabe? Basicamente, &eacute; como se estiv&eacute;ssemos afivelando o cinto antes de partir para uma viagem longa e intensa.&nbsp;
Segundo, acredito que Gilligan tinha a inten&ccedil;&atilde;o de nos fazer lembrar de como as coisas tinham, de fato, muito mais leveza no come&ccedil;o. Por isso, a cena tem at&eacute; uma certa &ldquo;inoc&ecirc;ncia&rdquo;, com Jesse e Walter se provocando aqui e ali, como de costume, e com Walter falando com Skyler pelo telefone, que, naquela altura do campeonato, n&atilde;o desconfiava de absolutamente nada.
Por mais que as coisas j&aacute; estivessem erradas nesse ponto da hist&oacute;ria, esse recorte da narrativa ainda representava uma certa paz para todos os envolvidos. Mas &eacute; claro que isso n&atilde;o iria durar para sempre.
Aos poucos, portanto, esses elementos de cena do passado v&atilde;o sumindo e dando espa&ccedil;o ao que est&aacute; acontecendo no presente, que de pac&iacute;fico e inocente n&atilde;o tem nada. De repente, somos bombardeados por sons de tiros e j&aacute; damos de cara com Jack e sua gangue metendo bala na dire&ccedil;&atilde;o de Hank e Gomez, enquanto Walter e Jesse est&atilde;o por ali tamb&eacute;m.&nbsp;
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2023/01/20/20121617732134.jpg" alt="As consequ&ecirc;ncias que Ozymandias traz para os personagens de Breaking Bad s&atilde;o irrevers&iacute;veis e brutais." />As consequ&ecirc;ncias que Ozymandias traz para os personagens de Breaking Bad s&atilde;o irrevers&iacute;veis e brutais.
Perceba, portanto, como essa transi&ccedil;&atilde;o &eacute; genial e faz um contraponto bem interessante e pertinente, mostrando o que j&aacute; aconteceu e o que est&aacute; acontecendo. O que era e como &eacute; agora. Como aquele passado aparentemente mais &ldquo;inocente&rdquo; resultou em um presente desastroso.&nbsp;
E &eacute; com essa ideia muito bem desenvolvida em apenas alguns minutos de tela que Ozymandias mostra a que veio, nos puxando para dentro de sua trama quase que instantaneamente.&nbsp;
Depois disso, n&oacute;s voltamos para o ponto em que a hist&oacute;ria tinha parado no epis&oacute;dio anterior, com Hank e Gomez cercados pelo grupo de Jack, justo quando Walter estava prestes a se render, depois de Jesse ter tra&iacute;do seu "mentor".
<h3>A queda de Walter White</h3>
E, como voc&ecirc; bem sabe, &eacute; nesse epis&oacute;dio que todo o castelo de cartas que Walter construiu ao longo da s&eacute;rie desaba. Tudo, absolutamente tudo, vai para o ralo e as consequ&ecirc;ncias das a&ccedil;&otilde;es do protagonista t&ecirc;m os piores desfechos poss&iacute;veis.&nbsp;
&Eacute; em Ozymandias que: Gomez morre; Walter perde seu dinheiro; Jesse &eacute; feito de ref&eacute;m; a verdade sobre Jane vem &agrave; tona; Hank morre; Walter sequestra a pr&oacute;pria filha, desiste e depois foge.
Resumindo, &eacute; o ponto exato da narrativa em que Walter, finalmente, tem seu esp&iacute;rito quebrado e esmagado, j&aacute; que, a partir desse ponto, as coisas se tornam irrevers&iacute;veis. Nesse sentido, &eacute; incr&iacute;vel como Gilligan conseguiu unir todos esses elementos important&iacute;ssimos de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/243619-better-call-saul-breaking-bad-el-camino-final-serie.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Breaking Bad</a> em um &uacute;nico epis&oacute;dio sem minimizar a import&acirc;ncia singular de cada um deles.
Tudo &eacute; estruturado e colocado da forma certa, na hora certa, para que tenha seu devido impacto no storytelling. E, isso, meus amigos e amigas, n&atilde;o &eacute; f&aacute;cil de se fazer!
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<li style="font-weight: bold;"><a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/252549-breaking-bad-bryan-cranston-descobriu-sucesso-forma-inusitada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Breaking Bad: Bryan Cranston descobriu o sucesso de forma inusitada</a></li>
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Os primeiros 20 minutos de Ozymandias mostram toda a habilidade narrativa da dupla Gilligan e Johnson ao empacotar as mortes de Gomez e Hank, o roubo do dinheiro de Walter, o sequestro de Jesse e, claro, a cerejinha maligna do bolo: a verdade sobre a morte de Jane.
Portanto, quase todos os caminhos que Breaking Bad seguia narrativamente at&eacute; ent&atilde;o se encontram ali, naquele espa&ccedil;o, naqueles 20 minutos, nos quais as hist&oacute;rias de todos os personagens mudam, direta ou indiretamente.&nbsp;
E essa sequ&ecirc;ncia se encerra de forma genial, com Walter parado sozinho naquele mesmo cen&aacute;rio da cena inicial do epis&oacute;dio, refor&ccedil;ando a ideia, novamente, de que decis&otilde;es tomadas no passado levaram os personagens &agrave;s consequ&ecirc;ncias do presente.&nbsp;
Para completar, Walter entra em seu carro, olha pelo retrovisor, diretamente para n&oacute;s, que estamos assistindo, como se f&ocirc;ssemos c&uacute;mplices de toda aquela carnificina. Ele ajeita, posteriormente, o retrovisor, enquadrando perfeitamente as covas rasas de Gomez e de Hank, e vai embora, sabendo que n&atilde;o h&aacute; nada mais a se fazer.&nbsp;
Depois disso, a narrativa mant&eacute;m o ritmo intenso e segue com &oacute;timas sequ&ecirc;ncias, que tamb&eacute;m renderiam an&aacute;lises mais detalhadas por si s&oacute;. Testemunhamos, por exemplo, o confronto entre Marie e Skyler, com aquela tentando trazer a verdade sobre Walter &agrave; tona e esta se desfazendo emocionalmente.
Logo adiante, acompanhamos Walter tentando manter a compostura e for&ccedil;ando sua fam&iacute;lia a fugir a todo custo. Aqui, inclusive, ele mostra todo o seu lado controlador e violento, n&atilde;o se escondendo mais atr&aacute;s daquela m&aacute;scara de "bom mo&ccedil;o" que ele havia criado e que fazia quest&atilde;o de usar em frente aos familiares.&nbsp;
No mesmo corte, Junior descobre toda a verdade sobre Walter e defende a m&atilde;e de um pai que, at&eacute; ent&atilde;o, ele ainda n&atilde;o tinha conhecido. E, claro, temos a fam&iacute;lia percebendo, mesmo que n&atilde;o seja dito com todas as palavras, que Hank morreu por culpa de Walter.
Como resultado, o protagonista, completamente desesperado, sequestra sua beb&ecirc; e foge com a pequena em uma &uacute;ltima tentativa de exercer controle sobre aqueles ao seu redor. Depois, entretanto, ele percebe, como destaquei previamente, que a situa&ccedil;&atilde;o &eacute; irrevers&iacute;vel e que nem mesmo toda sua intelig&ecirc;ncia ser&aacute; capaz de consertar o dano causado. &nbsp;
No fim das contas, ele devolve a crian&ccedil;a e, em um &uacute;ltimo gesto "altru&iacute;sta", ele tenta inocentar Skyler de ter qualquer associa&ccedil;&atilde;o com ele. Mas, como voc&ecirc; e eu sabemos, n&atilde;o &eacute; isso que vai trazer reden&ccedil;&atilde;o a Walter e, se ele realmente quisesse se redimir, teria escolhido se entregar &agrave; pol&iacute;cia em vez de fugir.
Ao desaparecer, portanto, Walter s&oacute; mostra que, apesar de toda a trag&eacute;dia vista em Ozymandias, s&oacute; h&aacute; uma coisa maior do que sua culpa: seu orgulho, que permeia toda a narrativa de Breaking Bad.

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Breaking Bad: Ozymandias é o melhor episódio da série? (Análise e crítica)

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Imagem de O Rei da TV relembra (e imagina) a história de Silvio Santos (crítica) no tecmundo

Sem a pretensão de ser uma biografia fiel do apresentador, série da Star Plus brinca com o mito construído pelo próprio Silvio Santos; veja crítica!

Silvio Santos est&aacute; sem voz. E Silvio Santos sem voz &eacute; tipo Picasso sem tinta, Ferrari sem gasolina &ndash; s&oacute; que pior. Pelo menos para os brasileiros. Porque Silvio Santos &eacute; um personagem central na cultura popular do pa&iacute;s, um sujeito que transcende a sua pr&oacute;pria exist&ecirc;ncia na terra e que j&aacute; se constituiu como um mito, ainda em vida. Um mito autofabricado, mas, ainda assim, um mito.
Inicio este texto desta forma para louvar uma das escolhas feitas pela s&eacute;rie&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/253001-rei-tv-nova-serie-vida-silvio-santos.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">O Rei da TV</a> do <a href="https://www.tecmundo.com.br/star-" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Star+</a>, que intenta contar a hist&oacute;ria (ou as hist&oacute;rias) deste que provavelmente &eacute; a maior figura da TV brasileira, o apresentador e dono do SBT Silvio Santos, atualmente com 91 anos.&nbsp;
Tudo o que sabemos sobre ele tem a ver com os que os seus bi&oacute;grafos conseguiram resgatar, mas sobretudo com a imagem que ele mesmo construiu (e controlou) acerca do seu personagem. Senor Abravanel, como sabemos, n&atilde;o &eacute; Silvio Santos, por mais que estes dois indiv&iacute;duos se confundam em v&aacute;rios momentos.
Por isso, h&aacute; uma grande riqueza nesta s&eacute;rie, dirigida por Marcus Baldini (do filme Bruna Surfistinha), ao optar por mergulhar na atmosfera delirante e megaloman&iacute;aca que Silvio Santos montou, com muito esmero, para se apresentar &agrave; suas &ldquo;colegas de trabalho&rdquo;.&nbsp;
Portanto, n&atilde;o espere de&nbsp;O Rei da TV uma preocupa&ccedil;&atilde;o com o realismo (ao menos no sentido mais tradicionalmente associado a este estilo art&iacute;stico), mas, sim, uma vis&atilde;o de algo caricaturada de SS e do seu entorno - no qual orbitam pessoas/ personagens como Gugu Liberato, Roberto Marinho, Iris Abravanel, o assistente de palco Roque. A vis&atilde;o da s&eacute;rie claramente faz jus &agrave; vida de algu&eacute;m que sempre optou por se apresentar como uma caricatura.
O resultado, na primeira temporada de O Rei da TV, s&atilde;o oito epis&oacute;dios de uma narrativa exagerada, com muitos momentos engra&ccedil;ados, em que passado e presente se misturam em uma esp&eacute;cie de grande alucina&ccedil;&atilde;o &ndash; o que faz lembrar um pouco das estrat&eacute;gias usadas por Guilherme Fontes no filme <a href="https://www.tecmundo.com.br/cultura-geek/212242-eu-me-importo-10-filmes-parecidos-nova-sensacao-netflix.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Chat&ocirc;: o Rei do Brasil</a> (2015), que tamb&eacute;m ousa ao contar a vida de outro gigante da comunica&ccedil;&atilde;o de massa no Brasil.
<h2>O Rei da TV: entre o mito e o drama</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/10/29/29185953838008.jpg" alt="(Fonte: Star Plus)" />(Fonte: Star Plus)
Considero muito oportuna a ideia de usar, como linha condutora, o epis&oacute;dio ocorrido em 1988, quando Silvio Santos descobriu p&oacute;lipos na garganta que fizeram com que ele que tivesse que passar por um procedimento cir&uacute;rgico e corresse o risco de perder a voz. Como a s&eacute;rie bem esclarece, isto significaria (ao menos na cabe&ccedil;a de Silvio) a destrui&ccedil;&atilde;o do gigantesco imp&eacute;rio de m&iacute;dia que o apresentador conseguiu levantar, a duras penas, mesmo partindo de uma origem muito pobre.&nbsp;
Como &eacute; bem conhecido, Senor, um filho de imigrantes judeus, trabalhava como camel&ocirc; no centro do Rio de Janeiro para ajudar a colocar comida na mesa. Diferente de seus outros concorrentes donos de emissoras, como Roberto Marinho, Silvio Santos n&atilde;o nasceu em ber&ccedil;o de ouro - e o que configura como um&nbsp;self-made man e algu&eacute;m que sempre foi pr&oacute;ximo do povo.
Seus talentos para o com&eacute;rcio foram reconhecidos j&aacute; no seu per&iacute;odo de camel&ocirc;. A voz imponente do adolescente logo lhe trouxe uma oportunidade no r&aacute;dio, aproximando Senor do Silvio e, com isso, da grande paix&atilde;o de sua vida: a comunica&ccedil;&atilde;o com as grandes massas.
A partir da&iacute;, conforme a abordagem feita pela s&eacute;rie, o apresentador n&atilde;o mediu esfor&ccedil;os para atingir os seus objetivos. Ele &eacute; interpretado com muito vigor (e coragem) por tr&ecirc;s atores: Guilherme Reis, como adolescente; Mariano Mattos Martins, como jovem adulto; e Jos&eacute; Rubens Chach&aacute;, na maturidade. Os dois &uacute;ltimos, em especial, fazem um trabalho magistral, ao dar luz a um Silvio Santos canastr&atilde;o, obsessivo, carreirista &ndash; o que revela a ousadia de mexer com um &iacute;cone ainda vivo.
A presen&ccedil;a dos tr&ecirc;s Silvios acaba funcionando em O Rei da TV como os eixos que fazem a narrativa percorrer diversos momentos da cronologia da hist&oacute;ria do apresentador: o casamento com uma namorada de inf&acirc;ncia, Cidinha (a &oacute;tima Roberta Gualda), que ele passa a esconder do p&uacute;blico para se passar como gal&atilde;; as amea&ccedil;as causadas por Gugu (interpretado de forma divertid&iacute;ssima por Paulo Nigro, que fez <a href="https://www.tecmundo.com.br/stories/7-novelas-para-assistir-na-netflix/" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Chiquititas</a> e v&aacute;rias novelas b&iacute;blicas da Record); o casamento com Iriz (a veterana atriz ga&uacute;cha Leona Cavalli) e a centralidade dela em sua vida e carreira; a rela&ccedil;&atilde;o controversa com os que seriam os seus bra&ccedil;os direitos, Stanislau (vivido por Leandro Ramos e Em&iacute;lio de Mello) e Cleusa (Larissa Nunes e Cassia Damasceno).
<h2>Imprecis&otilde;es no roteiro?</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/10/29/29190100796009.jpg" alt="(Fonte: Star Plus)" />(Fonte: Star Plus)
Algumas cr&iacute;ticas sobre&nbsp;O Rei da TV apontam alguns erros que teriam sido cometidos no roteiro da s&eacute;rie. A &ldquo;acusa&ccedil;&atilde;o&rdquo; envolveria imprecis&otilde;es na muito conhecida hist&oacute;ria de SS, tanto em aspectos cronol&oacute;gicos, quanto a exageros envolvendo a sua dita trajet&oacute;ria m&iacute;tica. Isto poderia se passar, por exemplo, em um certo di&aacute;logo que Silvio tem com o empres&aacute;rio Roberto Marinho, no qual &eacute; aconselhado a tomar cuidado com a Record, ou ent&atilde;o na abordagem do epis&oacute;dio em que SS e seus asseclas precisam cortejar (de maneira bem literal) o general Jo&atilde;o Figueiredo (que v&aacute;rias vezes repete sua famosa frase &ldquo;prefiro cheiro de cavalo a cheiro de povo&rdquo;, coisa que certamente ele n&atilde;o fez naquela situa&ccedil;&atilde;o) para conseguir a concess&atilde;o do SBT.
Acredito que &eacute; um equ&iacute;voco considerar estas quest&otilde;es como erros. Por uma raz&atilde;o bastante &oacute;bvia: O Rei da TV n&atilde;o pretende ser uma vers&atilde;o oficial ou fidedigna &agrave; hist&oacute;ria de Silvio. Trata-se de uma s&eacute;rie n&atilde;o autorizada, com muita liberdade po&eacute;tica para que a produ&ccedil;&atilde;o costure os pontos da trama da forma que achar melhor.
Como j&aacute; argumentei neste texto, penso que o tom meio &ldquo;tresloucado&rdquo; da s&eacute;rie casa muito bem com a persona que ela intenta retratar. Isto justifica, ali&aacute;s, v&aacute;rias liberdades tomadas na narrativa, como o retrato de um Gugu abertamente gay, ou de uma diretora de televis&atilde;o com fortes discursos feministas e que vai a festas de luxo vestida de smoking durante os anos 1970, algo que provavelmente n&atilde;o aconteceu.
Ao tratar toda esta hist&oacute;ria pelas tonalidades kitsch com as quais ela mesma foi pintada (tanto o SBT quanto seu dono sempre se colocaram como entidades assumidamente bregas, over, algo que se explicita em toda a cenografia), O Rei da TV acerta em cheio. E mais do que isso: d&aacute; um passo importante para a hist&oacute;ria da cultura popular brasileira ao criar uma mem&oacute;ria audiovisual para um dos seus personagens mais marcantes. Que venha a segunda temporada.
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O Rei da TV relembra (e imagina) a história de Silvio Santos (crítica)

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Imagem de Rota 66 é a série que todos os brasileiros precisam ver (crítica) no tecmundo

Série Rota 66: A Polícia que Mata, do Globoplay, conta a história da rota da polícia militar que matou 4200 pessoas em São Paulo; veja crítica!

<head></head><body>Entre os anos 70 e 80, uma unidade da rota especial da Polícia Militar de São Paulo praticou uma série de assassinatos a jovens (na maior parte, negros e pobres) que eram posteriormente forjados para parecer que se tratavam de tiroteios – ou seja, como se as vítimas tivessem reagido, e não houvesse ocorrido ali execuções policiais. Nesta mesma época, um jovem repórter gaúcho resolveu investigar estes casos.Depois de sete anos de apuração, Caco Barcellos (hoje um dos mais célebres e premiados jornalistas do Brasil) concluiu que os policiais que participavam da Rota 66 executaram cerca de 4.200 pessoas, concretizando um verdadeiro genocídio da população pobre.&nbsp;Os casos só começaram a chamar alguma atenção na imprensa quando o grupo matou três jovens de classe alta. Antes disso, as mortes eram louvadas por jornais como&nbsp;Notícias Populares e por radialistas que construíram uma carreira louvando a “limpeza” feita pela polícia.Toda esta investigação jornalística foi reunida e deu origem ao livro&nbsp;Rota 66, lançado por Caco Barcellos em 1992, e premiado com o Jabuti em 1993. Trinta anos depois, toda esta história está sendo recontada na minissérie <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/250488-true-crime-series-crimes-reais-analise.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Rota 66: A Polícia que Mata</a>, disponível no <a href="https://www.tecmundo.com.br/globoplay" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Globoplay</a>, que resgata o trágico caso desta polícia letal para as gerações que não acompanharam o caso.<h2>Rota 66: uma reconstituição focada nas vítimas e no trabalho jornalístico</h2><iframe src="https://www.youtube.com/embed/uqxYLi6rLWo" title="YouTube video player" allowfullscreen="" width="560" height="315" frameborder="0"></iframe>Rota 66: A Polícia que Mata&nbsp;é uma série forte e urgente. A história ali contada – que não tem o compromisso de ser uma reconstituição totalmente fiel ao livro-reportagem de Caco Barcellos – busca trazer os assassinatos pela ótica que foi menos priorizada pelo jornalismo na época, que costumava simplesmente relatar as mortes e “comprar” a ideia de que havia ali uma polícia ultra eficiente em combater o crime.Na série, Barcellos é vivido pelo ator Humberto Carrão, que consegue expor de forma digna as tensões que circundavam o reservado repórter (há até uma surpresa em saber tantos detalhes sobre sua vida na série). A proposta da Rota 66, portanto, é a de humanizar os casos dos sujeitos executados pela polícia pelo olhar dos familiares das milhares de vítimas.&nbsp;Há, por exemplo, o caso de Anabela (Naruna Costa), uma dona de casa grávida cujo marido Divino (Felipe Odádélè) morre quando voltava do trabalho, carregando um guarda-chuva, e que depois é enquadrado por radialistas como um bandido. Há o de Lunga (Ariclenes Barroso), que sobrevive à execução por um milagre e se torna um alvo vivo dos policiais militares. Há ainda Homero (Ailton Graça), um sargento responsável por treinar policiais e que vê a sua crença na instituição ir a chão depois que a Rota 66 assassina seu filho, recém formado no curso de Direito.Mas além do caso dos assassinatos,&nbsp;Rota 66 também faz um serviço à população ao enfocar nas entranhas do trabalho prestado à população pelos jornalistas – mas não por todos eles. Ao mostrar o trabalho duro e sacrificado de Caco Barcellos por sete anos (o que envolvia a sua ausência constante da vida familiar e o prejuízo às suas relações, as ameaças de morte veladas e explícitas, as intimidações, etc.), há um valor quase pedagógico ao revelar à população que o jornalismo, quando cumpre sua função, tem o papel de trazer a público aquilo que nunca saberíamos se não contássemos com os esforços destes profissionais.E há outra mensagem aqui: o “jornalismo” (aqui com aspas) é uma ferramenta que pode também ser usada para prejudicar o país. Isto se escancara na cobertura que era feita pelos jornais que louvavam as execuções da Rota 66 (fica bem claro que se trata do Notícias Populares, jornal lendário que circulou em São Paulo entre 1963 e 2001) ou pelos radialistas que construíram suas carreiras ao surfar na ideia de que “bandido bom é bandido morto”, premissa que segue causando estragos enormes até hoje.<h2>Por que é urgente assistir Rota 66: A Polícia que Mata?</h2><span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;Globoplay&nbsp;" data-fonte-url="https://conteudo.imguol.com.br/c/entretenimento/30/2022/09/21/rafael-lozano-ailton-graca-e-wesley-guimaraes-em-rota-66---a-policia-que-mata-1663783883604_v2_4x3.jpg"><img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/10/23/23104330499006.jpg" alt="(Fonte: Globoplay)">(Fonte: Globoplay)Narrada em 8 capítulos, Rota 66 surge em um momento histórico em que as confusões entre verdade e mentira nunca tiveram tão bem engendradas. Há muita gente propensa a acreditar, hoje, que uma polícia matadora pode ser necessária para a melhoria do país.Por isso, é mais do que necessário que, mais uma vez, uma história bem contada escancare o óbvio: de que não há pena de morte no Brasil. E, mesmo que tivesse, ela não seria efetivada por uma polícia, que jamais acumularia os papéis de proteção do cidadão e de julgamento penal. Ou seja: quando isto acontece (e podemos ter certeza que isso segue ocorrendo em alguns lugares), estamos diante de uma polícia corrupta, ou, na pior das hipóteses, de profissionais psicopatas.De forma cirúrgica,&nbsp;Rota 66 organiza sua narrativa construindo um caminho que leva desde os assassinatos da rota até o momento atual. Vemos como o tom de demonização da imprensa (na série, Caco Barcellos aparecendo sendo xingado por populares, como se ele tivesse, com suas reportagens, desmontado uma polícia protetora) vai escalando até os dias de hoje, em uma óbvia articulação desenvolvida por certos grupos políticos.Não por acaso, a série vai caminhar até o <a href="https://www.tecmundo.com.br/cultura-geek/152263-10-series-filmes-nacionais-adaptados-crimes-vida-real.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">massacre do Carandiru</a>, em 1992, quando 111 detentos foram mortos no interior do presídio paulista. Parece que&nbsp;Rota 66&nbsp;busca esclarecer, em suas entrelinhas: a ideia da desumanização dos sujeitos, não importa quem sejam eles, é um verdadeiro tiro no pé, uma arma que se volta contra os próprios atiradores o tempo inteiro.E mais do que isso: há uma boa camada da sociedade (envolvendo políticos, partes da polícia, jornalistas) que se beneficia diretamente deste discurso – que vitimiza principalmente a população pobre e negra do país. Não por acaso, a história só se tornou um escândalo quando a rota matou filhos de ricos. Mas, até aí, milhares de pessoas já haviam sido assassinadas, sem qualquer indignação da opinião pública.Com muita coragem para mexer neste vespeiro, Rota 66: A Polícia que Mata é um acerto do Globoplay que chega em um momento muito oportuno. Seria muito desejável que a série fosse parar na TV aberta, para que a mensagem que ela carrega pudesse atingir muito mais pessoas.</body>

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Rota 66 é a série que todos os brasileiros precisam ver (crítica)

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Imagem de Breaking Bad: qual é o significado do episódio da mosca? (análise) no tecmundo

O episódio da mosca de Breaking Bad, chamado 'Fly', ainda divide fãs; veja nossa análise e os significados escondidos na narrativa!

<a href="http://www.tecmundo.com.br/breaking-bad/" target="_blank" title="Breaking Bad">Breaking Bad</a>. Se voc&ecirc; &eacute; f&atilde; de <a href="http://www.tecmundo.com.br/series/" target="_blank" title="S&eacute;ries">s&eacute;ries</a>, tenho certeza de que voc&ecirc; j&aacute; assistiu ou, pelo menos, ouvir falar dessa obra.&nbsp;&nbsp;
Afinal, <a href="http://www.tecmundo.com.br/minha-serie/252549-breaking-bad-bryan-cranston-descobriu-sucesso-forma-inusitada.htm" target="_blank" title="Breaking Bad: Bryan Cranston descobriu o sucesso de forma inusitada">Breaking Bad</a> &eacute; considerada por muitos, inclusive por este que vos escreve, uma das melhores s&eacute;ries de todos os tempos.
E n&atilde;o &eacute; &agrave; toa, j&aacute; que o seriado tem uma trama muito interessante, personagens excelentes, al&eacute;m de uma dire&ccedil;&atilde;o maravilhosa, &oacute;timos roteiros e por a&iacute; vai.
A real &eacute; que eu poderia ficar exaltando Breaking Bad o texto todo, falando de v&aacute;rios aspectos diferentes da s&eacute;rie, mas, desta vez, vou focar em um dos epis&oacute;dios mais pol&ecirc;micos da produ&ccedil;&atilde;o.
Estou falando do famigerado epis&oacute;dio da mosca, o n&uacute;mero 10 da 3&ordf; temporada, que at&eacute; hoje divide opini&otilde;es dos f&atilde;s.
O epis&oacute;dio da mosca &eacute; um filler? &Eacute; uma trama bobinha, s&oacute; para estender ainda mais a narrativa? &Eacute; bom ou n&atilde;o? Ser&aacute; que h&aacute; algo al&eacute;m do que parece nessa hist&oacute;ria?
Bem, eu revi o epis&oacute;dio da mosca de Breaking Bad h&aacute; pouqu&iacute;ssimo tempo e resolvi fazer uma an&aacute;lise completa dele, j&aacute; que ele &eacute; t&atilde;o marcante na trajet&oacute;ria do seriado.
Ent&atilde;o, prepare-se, pois chegou a hora de entendermos juntos o significado desse epis&oacute;dio pol&ecirc;mico de Breaking Bad! 
&gt;&gt;&gt; ASSISTA:
<iframe width="853" height="480" src="http://www.youtube.com/embed/U6hwMgO_oRk?start=0" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
Aviso aos aventureiros: para falar do epis&oacute;dio da mosca de Breaking Bad, precisarei entrar em territ&oacute;rio de SPOILERS. Portanto, se voc&ecirc; n&atilde;o assistiu a s&eacute;rie ainda, salve o texto e o v&iacute;deo para consumir depois, ok?
<h2 dir="ltr">Breaking Bad: desvendando o epis&oacute;dio da mosca</h2>
Antes de come&ccedil;ar, apenas atento para que esta an&aacute;lise n&atilde;o retrata a verdade absoluta de nada, ok?
At&eacute; porque, em minha opini&atilde;o, isso n&atilde;o existe dentro de uma obra art&iacute;stica, j&aacute; que uma das fun&ccedil;&otilde;es da arte n&atilde;o &eacute; oferecer um caminho claro e &uacute;nico, mas, sim, v&aacute;rios caminhos, que geram diferentes interpreta&ccedil;&otilde;es, vis&otilde;es e debates.&nbsp;
Dito isso, o epis&oacute;dio da mosca de <a href="http://www.tecmundo.com.br/minha-serie/249190-the-winchesters-ator-compara-supernatural-breaking-bad.htm" target="_blank" title="The Winchesters: ator compara spin-off de Supernatural com Breaking Bad">Breaking Bad</a>, em minha an&aacute;lise, gira em torno de um tema central: culpa.
A mosca, nesse sentido, n&atilde;o passa de um simbolismo para a culpa que Walter White tem sentido em rela&ccedil;&atilde;o &agrave;s escolhas que tomou at&eacute; aquele ponto da s&eacute;rie.
E, aqui, destaco duas dessas escolhas: a primeira decis&atilde;o equivocada do protagonista foi a de deixar Jane, que era namorada de Jesse Pinkman, morrer sem fazer absolutamente nada para ajud&aacute;-la.
J&aacute; a segunda escolha tem mais a ver com o pr&oacute;prio Walter, que seria a decis&atilde;o m&aacute;xima de ter entrado de cabe&ccedil;a para o mundo das drogas e as consequ&ecirc;ncias disso na rela&ccedil;&atilde;o com a sua fam&iacute;lia.
Essas duas decis&otilde;es gigantescas passam a assombrar e incomodar Walter, assim como uma mosquinha chata, que fica indo e voltando, zumbindo no seu ouvido sem parar.
Voc&ecirc; at&eacute; tenta esquecer que ela est&aacute; no ambiente, desvia sua aten&ccedil;&atilde;o para as coisas que voc&ecirc; est&aacute; fazendo, mas, cedo ou tarde, a mosca volta para te incomodar.
E perceba que isso n&atilde;o acontece sempre. Porque nem sempre Walter est&aacute; nesse estado de culpa ou de inc&ocirc;modo.
Para entender melhor, &eacute; s&oacute; pensar em como voc&ecirc; reage &agrave;s coisas. Nem sempre voc&ecirc; est&aacute; feliz, nem sempre voc&ecirc; est&aacute; triste. Nem sempre voc&ecirc; est&aacute; se sentindo ansioso, nem sempre voc&ecirc; est&aacute; relaxado. Tudo depende do dia e das coisas que est&atilde;o acontecendo ao seu redor.&nbsp;&nbsp;
Portanto, esse epis&oacute;dio engloba um dia da vida de Walter no qual ele parece tomar mais consci&ecirc;ncia das consequ&ecirc;ncias de suas escolhas e acorda assim: incomodado, reflexivo, nervoso e, claro, se sentindo culpado.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/10/22/breaking-bad-22150801386000.jpg" alt="Breaking Bad" />Breaking Bad (AMC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
E n&atilde;o que Walter j&aacute; n&atilde;o se sentisse assim antes, mas, at&eacute; ent&atilde;o, ele conseguia se controlar melhor, j&aacute; que ia guardando isso dentro de si mesmo e mascarando tudo com mentiras, fossem para os outros ou para ele mesmo.
Mas como n&atilde;o somos rob&ocirc;s, e nem Walter, mesmo ele sendo um personagem fict&iacute;cio, o poderoso Heisenberg, finalmente, desaba e as apar&ecirc;ncias caem por terra.&nbsp;&nbsp;&nbsp;&nbsp;
E isso tudo se manifesta por meio desse s&iacute;mbolo, que &eacute; a mosca, que n&atilde;o deixa o protagonista em paz durante todo o epis&oacute;dio e o dia horr&iacute;vel que ele est&aacute; tendo.
Mesmo quando Jesse consegue matar a mosca, no fim, as coisas n&atilde;o se resolvem, j&aacute; que, quando Walter volta para casa e tenta dormir, quem est&aacute; l&aacute; de novo, piscando na luz do quarto? Ela mesma: a mosca.&nbsp;
Ou, melhor dizendo, a culpa que Walter carrega, que n&atilde;o vai embora t&atilde;o cedo, independente de onde ele estiver.
E h&aacute; muitos elementos legais nesse epis&oacute;dio que enriquecem ainda mais a narrativa e a ideia que <a href="http://www.tecmundo.com.br/minha-serie/248324-nova-serie-criador-breaking-bad-tera-atriz-de-better-call-saul.htm" target="_blank" title="Nova s&eacute;rie de criador de Breaking Bad ter&aacute; atriz de Better Call Saul">Vince Gilligan</a>, o criador de Breaking Bad, quis trabalhar.
O mais interessante deles, para mim, est&aacute; na pr&oacute;pria fala de Walter, quando ele fica insistindo na ideia de que o laborat&oacute;rio est&aacute; todo &ldquo;contaminado&rdquo; e que nada pode ser feito at&eacute; que essa &ldquo;contamina&ccedil;&atilde;o&rdquo; acabe.&nbsp;
Contudo, essa tal &ldquo;contamina&ccedil;&atilde;o&rdquo; n&atilde;o passa de uma met&aacute;fora para o pr&oacute;prio Walter, que estaria contaminado com a culpa e, por conta dela, n&atilde;o conseguiria seguir em frente.&nbsp;
Por isso, ele fica dizendo para Jesse que n&atilde;o pode seguir trabalhando e que eles n&atilde;o podem fazer nada enquanto esse &ldquo;problema&rdquo; n&atilde;o for resolvido.
Todavia, &eacute; claro que nada vai ser resolvido, j&aacute; que o grande problema &eacute; interno e n&atilde;o externo.
Tanto que o &uacute;nico al&iacute;vio, digamos assim, que Walter tem no epis&oacute;dio todo s&oacute; vem depois de ele pedir desculpas para Jesse em rela&ccedil;&atilde;o &agrave; Jane.
Ele n&atilde;o confessa com todas as letras que deixou Jane morrer, obviamente, mas pede perd&atilde;o e deixa alguns coment&aacute;rios meio vagos aqui e ali, expurgando um pouquinho dessa culpa que est&aacute; transbordando dentro dele.
Inclusive, depois de pedir desculpas, Walter finalmente consegue dormir um pouco e, depois, seguir em frente.
Esse epis&oacute;dio tamb&eacute;m apresenta di&aacute;logos muito bons e alguns mon&oacute;logos excelentes, que s&atilde;o uma marca registrada da s&eacute;rie.
E como o roteiro de Breaking Bad &eacute; bom nisso, n&atilde;o &eacute;? A forma como a obra coloca seus <a href="http://www.tecmundo.com.br/minha-serie/177533-10-personagens-femininas-malvadas-odiadas-series.htm" target="_blank" title="As 10 personagens femininas mais malvadas (e odiadas) das s&eacute;ries">personagens</a> em um estado de reflex&atilde;o profunda e traz tudo o que eles est&atilde;o sentindo para fora por meio de discursos que sintetizam seus sentimentos &eacute; uma arte. Um primor.&nbsp;&nbsp;&nbsp;
Esses discursos, ali&aacute;s, nunca s&atilde;o jogados de maneira desleixada na narrativa ou denotam superficialidade e previsibilidade. Muito pelo contr&aacute;rio.&nbsp;
Geralmente, s&atilde;o hist&oacute;rias cheias de detalhes e min&uacute;cias que criam uma atmosfera e que trazem o espectador para perto dos personagens. Quase como se um amigo ou amiga&nbsp; estivesse te contando algo pessoal mesmo.
Algo que &eacute; refor&ccedil;ado e ganha ainda mais pot&ecirc;ncia com as &oacute;timas atua&ccedil;&otilde;es da s&eacute;rie, que tem um elenco maravilhoso. 
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/10/22/breaking-bad-22150842324001.jpg" alt="Breaking Bad" />Breaking Bad (AMC/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2 dir="ltr">Conclus&atilde;o</h2>
Enfim, o epis&oacute;dio da mosca de Breaking Bad pode ser visto como um filler, se voc&ecirc; enxerga dessa maneira, mas acredito que ele seja muito mais do que isso.
&Eacute; um epis&oacute;dio que, em vez de servir como um respiro, s&oacute; nos faz lembrar das coisas pesadas que j&aacute; aconteceram na narrativa e de como os protagonistas est&atilde;o cada vez mais sufocados por suas pr&oacute;prias escolhas.
&Eacute; um grande estudo de personagens tamb&eacute;m, pois nos apresenta faces diferentes de Walter, Jesse e da rela&ccedil;&atilde;o conturbada entre os dois, sempre permeada por amor, &oacute;dio, culpa, segredos e ressentimentos.
Por fim, &eacute; um epis&oacute;dio que mostra tamb&eacute;m a capacidade mais po&eacute;tica da narrativa de Breaking Bad, que est&aacute; cheia de met&aacute;foras e simbolismos muito bem desenvolvidos ao longo de sua dura&ccedil;&atilde;o.
Por&eacute;m, como n&oacute;s j&aacute; sabemos, o fim dessa hist&oacute;ria n&atilde;o &eacute; nada feliz.&nbsp;
Afinal, trag&eacute;dia, omiss&atilde;o, culpa e escolhas erradas ou equivocadas s&atilde;o quest&otilde;es que perseguem os personagens de Breaking Bad at&eacute; o fim, feito uma mosquinha chata no ouvido.

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Breaking Bad: qual é o significado do episódio da mosca? (análise)

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Imagem de Dahmer: série da Netflix expõe a última fronteira do true crime (crítica) no tecmundo

Série da Netflix Dahmer: Um Canibal Americano levanta uma discussão sobre quando uma narrativa true crime resvala apenas para a morbidez dos assassinatos.

<head></head><body>Sucesso absoluto de audiência na Netflix, a série <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/248752-canibal-americano-outras-6-producoes-jeffrey-dahmer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Dahmer: Um Canibal Americano</a> pode ser compreendida como uma incógnita. Afinal, como pode que tantas pessoas tenham passado 10 longas horas assistindo à reconstituição das atrocidades horrorosas cometidas pelo&nbsp;serial killer&nbsp;Jeffrey Dahmer? Como explicar que uma série com tantas cenas intragáveis tenha uma grande audiência mundial?Penso que talvez possamos encarar Dahmer como um limite sobre até onde o gênero&nbsp;true crime pode ir. Explico: a série da <a href="https://www.tecmundo.com.br/netflix" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Netflix</a>, que tem produção de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/223111-fx-confirma-tres-novas-series-ryan-murphy-veja.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Ryan Murphy</a>, propõe refazer a vida de um dos mais repugnantes serial killers que já pudemos conhecer.&nbsp;Jeffrey Dahmer foi condenado pela morte de 17 homens, os quais assassinou entre 1978 e 1991. Ele tentava seduzir estes indivíduos (o que, a entender pela sua representação na série, era uma missão muito complexa para o homem desajeitado e carente que era) e, depois de matá-los, fazia sexo com seus corpos e os esquartejava. Alguns pedaços dos cadáveres eram guardados em sua casa ou devorados por Dahmer.Como fica claro por esta breve descrição, tudo em torno de sua história é muito horrível. O que tem levado muitos críticos a pensar sobre quais seriam as reais intenções de Ryan Murphy (e da própria Netflix) a investir alto para contar esta história.&nbsp;Será que finalmente chegamos em um ponto em que as últimas fronteiras do prazer mórbido por crimes reais foram ultrapassadas?<h2>Dahmer: a história de uma vida perturbada</h2><img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/10/15/15193238306012.jpg" alt="(Fonte: Netflix)">(Fonte: Netflix)Vale lembrar aqui que Ryan Murphy, um dos mais profícuos membros do showbusiness, tem uma excelente série de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/243192-true-crime-10-filmes-series-crimes-reais.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">true crime</a>. Falo de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/american-crime-story" rel="noopener noreferrer" target="_blank">American Crime Story</a>, que se lança à reconstituição de crimes famosos ocorridos nos Estados Unidos. Na primeira temporada, tratou-se dos assassinatos e do julgamento do jogador de futebol americano O. J. Simpson, acusado de matar a ex-mulher e um amigo dela. Na segunda, a série tratou do assassinato do estilista Gianni Versace em Miami. Na terceira, American Crime Story se debruça sobre o caso em torno de <a href="https://www.tecmundo.com.br/cultura-geek/144705-american-crime-story-escandalo-bill-clinton-monica-lewinsky.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Monica Lewinsky</a>, a estagiária que teve um caso com o ex-presidente Bill Clinton e enfrentou uma devassa completamente insana (e injusta) em sua vida, com óbvios contornos políticos.Ocorre que American Crime Story, como se pode ver, vai muito além da parte “gráfica” de um crime. Ela quer entender o contexto, as consequências sociais, o quanto um crime famoso pode falar sobre o ambiente em que ele ocorre. O fato de que Ryan Murphy não colocou Dahmer: Um Canibal Americano como uma temporada de American Crime Story pode nos revelar muita coisa sobre as intenções do&nbsp;showrunner.O que vemos, ao longo dos 10 episódios, é um claro esforço em reconstituir a vida desse sujeito. Filho de uma mãe narcisista e com depressão (diagnósticos impressionistas que coloco aqui apenas em cima do que a série mostra) e de pais que estavam sempre brigando, Jeffrey Dahmer (interpretado de forma competente por Evan Peters, que participou de quase todas as temporadas de&nbsp;<a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/american-horror-story" rel="noopener noreferrer" target="_blank">American Horror Story</a>, também de Murphy) sempre foi meio escanteado pela família.&nbsp;Como o filho não tinha muito interesse por nada, seu pai resolveu estimular a única coisa que minimamente o motivava: a dissecação de animais. Passa então a ensiná-lo a como fazer isto em bichos mortos que coletam na estrada.Dahmer então, pelo que a série nos sugere, cresce extremamente negligenciado. Quando seus pais se separam, ele já é adolescente. O pai (Richard Jenkins, de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/six-feet-under" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Six Feet Under</a>) vai embora viver a própria vida e a mãe deixa a casa levando junto o irmão, não antes de fazer um discurso extremamente magoado em direção ao filho mais velho. O jovem Jeffrey Dahmer fica sozinho e parece se entregar de vez para uma vida absurdamente solitária e lasciva.Transitando entre a extrema passividade e os impulsos agressivos, não demora muito para que Jeffrey comece a matar. Dando margem àquele ditado de “mente vazia, laboratório do diabo”, Dahmer vai descobrindo algumas facetas em si que parecem estranhas até para ele mesmo, como uma atração sexual por vísceras. É tudo muito perturbador – e exibido na série da Netflix de maneira muito gráfica.<h2>A discussão sobre racismo</h2><img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/10/15/15193106790009.jpg" alt="(Fonte: Netflix)">(Fonte: Netflix)Pelo menos metade dos episódios se centraliza nesta descrição mórbida dos crimes e da vida de Jeffrey Dahmer – algo que, em minha opinião, poderia ocupar bem menos tempo de tela. Digo isto porque a parte mais interessante de Dahmer: Um Canibal Americano está nas entrelinhas, em coisas que são mostradas, ainda que não exatamente ditas.Muitas cenas de Dahmer dão a entender que vários crimes ocorreram porque o serial killer encontrou proteção institucional por ser branco e loiro. Destaco dois momentos em que isto fica bem claro: logo no primeiro episódio, que gira em torno da captura de Jeffrey Dahmer, uma vizinha (negra e pobre, a julgar pelo bairro e por sua casa), que divide o mesmo muquifo com ele, fala aos policiais que já havia ligado várias vezes para as autoridades relatando coisas estranhas e mau cheiro, mas nada aconteceu. A narrativa da série se dá ainda ao trabalho de reproduzir a ligação da mulher real que ligou para a polícia, deixando claro que esta queixa existiu e foi negligenciada.A outra cena é quando Dahmer, após matar um homem, carrega pedaços do seu corpo em sacos de lixo e sai de carro, bêbado, para despachar a carga. Ele é parado por dois policiais, que vêem os sacos, perguntam do que se trata, ouvem uma desculpa esfarrapada e o mandam de volta para casa para não "estragar o futuro" dele. Há aqui, desenhada para que todos vejam, a própria noção de privilégio branco.São cenas e momentos como esses que aproximam eventualmente&nbsp;Dahmer: Um Canibal Americano do trabalho importante que Ryan Murphy faz em American Crime Story. Mas será que é suficiente? E será que compensa todas as acusações de retraumatização das vítimas que perderam seus filhos nas mãos deste assassino, e que agora veem novamente a sua história recontada, sem que tivessem pedido por isso?É difícil dar uma resposta, mas tendo a dizer que, em certa medida, Dahmer: Um Canibal Americano&nbsp;acaba servindo para expor o nosso próprio voyeurismo vazio que se explicita no &nbsp;fascínio por histórias de crimes.</body>

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Dahmer: série da Netflix expõe a última fronteira do true crime (crítica)

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Imagem de True crime: por que gostamos tanto de séries de crimes reais? (análise) no tecmundo

A coluna debate sobre as razões que explicariam o interesse grande do público por séries de crimes reais, baseadas em fatos; veja!

<head></head><body>Cena da série <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/247929-canibal-americano-serie-jeffrey-dahmer-ganha-trailer-macabro.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Dahmer: Um Canibal Americano</a>, da Netflix. Vemos um homem branco e loiro, de ar meio ensimesmado e aéreo, como se estivesse dopado. Ele se direciona até um bar gay, onde começa a trocar ideias com três homens negros. Diz a eles que é fotógrafo, e acaba convencendo um deles a ir para sua casa para posar para algumas fotos.&nbsp;Chegando lá, o sujeito acha tudo meio estranho. Logo sente que entrou numa roubada. O homem que o convidou mora em um muquifo, um prédio em péssimo estado, conhecido por ser um lugar que reúne usuários de crack. Ao adentrar o apartamento, o cheiro é de carne podre. A fotografia da cena, em tons saturados e quentes, sugere um ambiente quente e perturbador. Nada ali sugere prazer e conforto, apenas incômodo.Mas talvez a grande chave para quem assiste essa série é essa: nós sabemos de antemão que tudo o que é mostrado em Dahmer se baseia no que de fato aconteceu. Trata-se da famosa história de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/248752-canibal-americano-outras-6-producoes-jeffrey-dahmer.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jeffrey Dahmer</a>, um serial killer americano, nascido no estado de Wisconsin, que assassinou 17 homens. Mas não foi só isso: além de matar, ele dissecou seus corpos e comeu partes deles.Toda esta descrição inicial da cena é colocada na abertura deste texto para provocar uma discussão. Sem sombra de dúvida, há hoje uma onda do que chamamos de narrativas de <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=true-crime" rel="noopener noreferrer" target="_blank">true crime</a>, que envolvem a reconstituição de histórias de crimes que realmente aconteceram.&nbsp;Se há uma febre – e se as produtoras e plataformas de streaming estão interessadas em investir dinheiro neste gênero – é porque tem muita gente querendo assistir. Mas o que será que nos atrai a este tipo de história?<h2>A onda de narrativas true crime em séries</h2><img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/10/08/08202357463005.jpg" alt="(Fonte: Netflix)">(Fonte: Netflix)Vejamos o cardápio das séries disponibilizadas nos últimos anos. Tivemos, dentre outros produtos, <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/220723-documentario-eliza-matsunaga-disponivel-netflix.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Elize Matsunaga: Era uma Vez um Crime</a> e as temporadas de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/american-crime-story" rel="noopener noreferrer" target="_blank">American Crime Story,</a> na Netflix; <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/220836-caso-evandro-serie-ganha-episodio-extra-globoplay.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Caso Evandro</a> e Rota 66, no Globoplay; <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/242536-pacto-brutal-hbo-max-critica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Pacto Mortal</a>, no HBO Max; <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/the-act" rel="noopener noreferrer" target="_blank">The Act</a>, no Star+.Obviamente, esta é apenas uma pequena parcela das opções de séries&nbsp;true crime&nbsp;que temos hoje para consumir nas plataformas de streaming. A obsessão por este tipo de história é tão impressionante que pode suscitar uma questão relevante: o que há por trás deste tipo de febre? E por que, para certas pessoas, parece ser muito fascinante saber que os casos criminais contados ali realmente aconteceram?O que se observa, em algum aspecto, é o que eu chamaria de uma espécie de “fetiche da realidade”: por sabermos que um fato é real, ele parece-nos mais atraente que uma história abertamente ficcional. Ou seja, temos uma certa pulsão que nos leva a preferir sempre o que tem alguma conexão com a realidade (ou, ao menos, a ideia daquilo que talvez seja o real). Não por acaso, quando um filme recebe no início aquela frase do “baseado em fatos reais”, tendemos a ficar mais interessados por ele.Há muitos especialistas se debruçando sobre esta dúvida: as possíveis razões que explicariam nossa paixão pelo&nbsp;true crime. Dentre os argumentos, estão as ideias de que nos sentiríamos mais protegidos (pois, ao conhecer a cara do mal, saberíamos como nos defender dele), ou que estas histórias nos trazem um certo alívio por não sermos nós as vítimas (nem os perpetradores) da violência.Mas é claro que há quem levante a hipótese de que haja um prazer mórbido em assistir à encenação dos crimes, como se houvesse algo próximo da pornografia em ver essas cenas violentas. Daria para a gente se perguntar sobre qual é a razão pela qual nos parece razoável querer ver a geladeira cheia de corpos de Jeffrey Dahmer, ou ver as imagens, ainda hoje muito explícitas, de Daniella Perez morta no meio do mato, com os olhos entreabertos, violando qualquer resquício de dignidade que pudesse restar a uma vítima de um assassinato brutal.A partir deste raciocínio, talvez dê para pensar que, em certa medida, nos regozijamos em saber que o mal existe (vale lembrar que os casos&nbsp;true crime costumam se centralizar em crimes “especiais”, com características chocantes, muitas vezes causados por serial killers), mas que ele não está do nosso lado, e, sim, do lado do outro.<h2>As séries true crime podem ser socialmente relevantes?</h2><img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/10/08/08202518078006.jpg" alt="(Fonte: Globoplay)">(Fonte: Globoplay)Com esta discussão, não quero sugerir que não haja algum interesse público em falar sobre crimes clássicos. A grande questão aqui, ao que me parece, é a forma. Há uma diferença entre tratar um crime conhecido a partir de seus diversos aspectos, que podem impactar na vida das pessoas, e apenas querer consumir histórias de assassinato para se impressionar com o que se vê.Há vários exemplos que ajudam a sustentar esta ideia. Penso, por exemplo, na investigação jornalística trazida pela série Caso Evandro, que parte do trabalho do&nbsp;podcast Projeto Humanos, realizado por Ivan Mizanzuk, e que conseguiu atualizar uma história criminal que fala de muitas coisas além dela mesmo: por exemplos, dos problemas do trabalho da polícia e na abordagem completamente pejorativa às religiões afro-brasileiras dada ao jornalismo, culminando numa condenação injusta de pessoas inocentes.Já em Rota 66, leva-se para as telas a investigação realizada pelo jornalista Caco Barcellos e publicada em forma de livro em 1992, e que revelou um escândalo envolvendo a tropa especial da Polícia Militar de São Paulo que executou 4.200 pessoas antes de ser finalmente condenada.&nbsp;A história de um ramo da polícia formado por psicopatas, de gente que mata apenas por prazer e para satisfazer um desejo torto de “justiçamento”, tem mais proximidade com os dias de hoje do que pode parecer à primeira vista. Por isto, resgatar esta memória é mais do que necessário: é imprescindível.Estes são casos que, diferente de uma mera especulação bisbilhoteira (como talvez entre a série de Elize Matsunaga, por exemplo), conseguem de fato trazer informações e fazer uma recapitulação da história do Brasil, prestando um serviço à população e saindo do mero fetiche pelo crime.&nbsp;Penso então que a discussão sobre true crime deve servir não necessariamente para se discutir se faz sentido gostar de histórias sobre crimes reais, mas, sim, para refletir para que estas histórias servem.</body>

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True crime: por que gostamos tanto de séries de crimes reais? (análise)

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Imagem de Uma Equipe Muito Especial segue encantando 30 anos depois (crítica) no tecmundo

Série do Amazon Prime é um reboot do filme de 1992 e conta a história de uma liga feminina de baseball nos anos 1940; veja crítica!

Em 1992, a diretora Penny Marshall lan&ccedil;ou um pequeno filme encantador que acabou virando cult. Chamado no Brasil de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/158672-uma-equipe-muito-especial-atriz-de-the-good-place-deve-estrelar-serie-baseada-no-filme.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Uma Liga Muito Especial</a>, a obra trazia a hist&oacute;ria de um time feminino de baseball na d&eacute;cada de 1940 que passava uns bons perrengues para conseguir existir.&nbsp;
O filme, que continha no elenco astros como Geena Davis, Madonna e Tom Hanks, abordava sobretudo as dificuldades das atletas mulheres para conseguir algum espa&ccedil;o no esporte, sem que a atra&ccedil;&atilde;o fosse os seus corpos.
Trinta anos depois, a atriz Abbi Jacobson (uma das protagonistas da engra&ccedil;ad&iacute;ssima <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=broad-city" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Broad City</a>) se uniu ao showrunner Will Graham (respons&aacute;vel por <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/mozart-in-the-jungle" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Mozart in the Jungle</a>) para refazer o filme, mas agora em forma de s&eacute;rie.&nbsp;
Em oito epis&oacute;dios dispon&iacute;veis no <a href="https://www.tecmundo.com.br/amazon-prime" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Amazon Prime</a>,&nbsp;Uma Equipe Muito Especial&nbsp;(ou, no nome original, A League of Their Own) consegue se tornar um reboot atualizado e que faz jus &agrave; mem&oacute;ria do original.
H&aacute;, inclusive, alguns ganhos em rela&ccedil;&atilde;o ao filme de Penny Marshall: h&aacute; muito mais hist&oacute;rias e tramas paralelas que ganham um espa&ccedil;o significativo nesta s&eacute;rie. O resultado &eacute; uma narrativa que, embora seja contextualizada historicamente, segue muito contempor&acirc;nea, e fala sobre direitos das mulheres, sexismo, racismo e identidade queer.
<h2>Uma liga de mulheres especiais</h2>
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A trama de&nbsp;Uma Equipe Muito Especial &eacute; relativamente f&aacute;cil de explicar: no ano de 1943, um empres&aacute;rio dono de uma loja de chocolates resolve lan&ccedil;ar um time feminino de baseball para competir na All-American Girls Professional Baseball League e, de quebra, ganhar algum dinheiro com ingressos. O pano de fundo deste acontecimento &eacute; a Segunda Guerra Mundial, com muitos soldados americanos em guerra e outras fam&iacute;lias com bastante medo que seus filhos sejam convocados.
Fica claro desde o in&iacute;cio que o dono do time n&atilde;o est&aacute; levando aquilo muito a s&eacute;rio. Embora haja algum crit&eacute;rio de talento na hora de selecionar quem vai participar do time, a ideia &eacute; que as jogadoras sejam bonitas, provocantes e amig&aacute;veis, a ponto de atrair muitos homens que venham para o est&aacute;dio s&oacute; para v&ecirc;-las.
O foco, inicialmente, est&aacute; em Carson (papel de Abbi Jacobson), uma jogadora que larga sua vida no interior (incluindo o marido, que est&aacute; lutando na guerra) para se candidatar &agrave; vaga. Mas logo notamos que h&aacute; muitas outras subtramas t&atilde;o importantes quanto a dela. Em especial, h&aacute; um enredo paralelo envolvendo Max (papel de Chant&eacute; Adams), uma excelente rebatedora que n&atilde;o consegue entrar na liga por ser negra, e Greta (D&rsquo;Arcy Carden, que fazia Janet em <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/the-good-place" rel="noopener noreferrer" target="_blank">The Good Place</a>), que, embora esteja bem propensa a atuar em um papel de&nbsp;femme fatale&nbsp;que hipnotiza os homens, tem atra&ccedil;&atilde;o mesmo &eacute; pelas mulheres.
O envolvimento entre Carson e Greta j&aacute; se prenuncia logo no primeiro epis&oacute;dio, dando &agrave; s&eacute;rie mais uma nuance, que &eacute; a descoberta de uma sexualidade mais fluida em plenos anos 1940. H&aacute;, inclusive, a tentativa de n&atilde;o tornar esta subtrama muito dram&aacute;tica &ndash; preste aten&ccedil;&atilde;o, por exemplo, nas rea&ccedil;&otilde;es do marido de Carson, nas poucas vezes em que ele aparece na hist&oacute;ria.
Mas talvez a grande riqueza deste reboot &eacute; que h&aacute; muitas outras pequenas hist&oacute;rias ocorrendo ao mesmo tempo. H&aacute; as jogadoras latinas, representadas por Mita (Roberta Colindrez, da miniss&eacute;rie <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/176169-i-love-dick-nova-serie-de-comedia-com-kevin-bacon-ganha-data-de-estreia-pela-amazon.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">I love Dick</a>) e Esti (Priscilla Delgado); as que se sentem violadas por terem que colocar saias e performar feminilidade (no papel da atriz canadense Kelly McCormack); e mesmo as carolas que operam como uma esp&eacute;cie de fiscais da sexualidade alheia (no papel da comediante Kate Berlant).&nbsp;
Todas estas mulheres contribuem de alguma forma para criar um retrato plural e afetuoso sobre as dificuldades enfrentadas por elas quando ousam quebrar as expectativas impostas pelos homens.
<h2>O racismo nada velado da sociedade americana</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/09/30/30191600645422.jpg" alt="(Fonte: Amazon Prime)" />(Fonte: Amazon Prime)
Se entendemos que o esporte, desde sempre, tem um tanto de festa, Uma Equipe Muito Especial tamb&eacute;m quer falar daqueles que ficaram de fora da comemora&ccedil;&atilde;o. Penso que a trama que realmente rouba a cena &eacute; a que envolve Max e toda a sua comunidade, incluindo sua fam&iacute;lia e amigos. A jogadora &eacute; uma mo&ccedil;a negra criada para herdar o neg&oacute;cio de sua m&atilde;e (Saidah Arrika Ekulona), que tem um sal&atilde;o de beleza e se orgulha de ser a primeira mulher negra da cidade a ter um neg&oacute;cio pr&oacute;prio (ela s&oacute; consegue isso porque seu nome, Toni, &eacute; tamb&eacute;m masculino).
Ocorre que, por mais que Max ame e admire a m&atilde;e, este n&atilde;o &eacute; o sonho dela. N&atilde;o bastando isso, ela sabe que est&aacute; quebrando as expectativas da m&atilde;e em v&aacute;rios sentidos: ela &eacute; l&eacute;sbica, e aos poucos vai descobrindo que a m&atilde;e se afastou da irm&atilde;, um homens trans (em tempos em que o termo nem sonhava em existir) que &ldquo;optou&rdquo;, segundo a fam&iacute;lia, por seguir uma vida desviante e foi colocado de lado.
Uma das belezas de Uma Equipe Muito Especial &eacute; que h&aacute; um olhar terno a todos os personagens. Embora a m&atilde;e seja homof&oacute;bica, fica claro que ela &eacute; um produto do seu tempo e que, bem no fundo, s&oacute; est&aacute; tentando proteger sua filha de uma vida de sofrimentos &ndash; potencializada ainda mais por ela ter que conviver com o racismo e o machismo cotidianamente.&nbsp;
H&aacute;, portanto, o desejo de que possamos confortar ambas: a m&atilde;e, por suas m&aacute;s decis&otilde;es baseadas na ignor&acirc;ncia, e a filha, pelas dores que t&ecirc;m por ser simplesmente quem &eacute;. S&atilde;o comoventes as cenas em que Max tenta se adequar de alguma forma, como se isso fosse poss&iacute;vel.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/09/30/30192312602423.jpg" alt="(Fonte: Amazon Prime)" />(Fonte: Amazon Prime)
Todas estas hist&oacute;rias s&atilde;o tratadas com leveza, e temperadas com toques de humor, que surgem, por exemplo, na doce e c&ocirc;mica amizade entre Max e sua melhor amiga Clance (vivida pela atriz brit&acirc;nica Gbemisola Ikumelo), que juntas enfrentam situa&ccedil;&otilde;es diversas de sofrimento que atingem, sobretudo, as pessoas negras. Clance, por exemplo, precisa lidar com a tens&atilde;o da convoca&ccedil;&atilde;o do marido para a guerra, pois sabe que soldados negros s&atilde;o muitas vezes colocados nas piores situa&ccedil;&otilde;es de combate, como se fossem descart&aacute;veis.
O que fica claro durante os oito epis&oacute;dios de Uma Equipe Muito Especial&nbsp;&eacute; que esta &eacute; uma s&eacute;rie que n&atilde;o fala exatamente sobre esporte. Ou melhor, aqui, o esporte &eacute; uma desculpa para falar da vida das mulheres. E, por fim, que uma boa hist&oacute;ria segue viva mesmo depois de trinta anos.
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Uma Equipe Muito Especial segue encantando 30 anos depois (crítica)

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Imagem de Abbott Elementary comove e diverte ao falar de educação (crítica) no tecmundo

Vencedora no Emmy 2022, Abbott Elementary é situada em uma das piores escolas públicas da Filadélfia; veja crítica!

<head></head><body>Está aí uma ideia boa: uma série de comédia ambientada em uma escola pública, sob a perspectiva dos professores. A premissa de Abbott Elementary,&nbsp;que foi reconhecida como uma das melhores séries de comédia no <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/247531-emmy-2022-lista-vencedores.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Emmy de 2022</a>, é realmente encantadora, e promete arrebatar o espectador com seu roteiro ao mesmo tempo hilariante e muito comovente.Abbott Elementary, como o nome já sugere, é ambientada numa escola fundamental pública no sul da Filadélfia, que está entre os piores rankings educacionais do país. Mas o foco aqui é menos nas crises sociais e nos sofrimentos dos alunos fora da escola. O mote é tematizar a sala dos professores – ou seja, o que eles fazem quando não estão em sala de aula e como lidam com a situação precária de ter que ensinar nas piores condições possíveis.Não por acaso, a protagonista, a professora Janine Teagues, vivida pela comediante Quinta Brunson (que é criadora e showrunner de&nbsp;Abbott Elementary), é uma idealista. Ela representa um papel típico do docente ingênuo que encara o ofício como uma vocação – o que significa, na prática, estar disposta a uma vida cheia de sacrifícios, como se estivesse sempre correndo atrás do próprio rabo.Ao chegar na escola, a novata já se depara com colegas que colocarão suas convicções em xeque: o branco politicamente correto Jacob (Chris Perfetti); Barbara, a professora&nbsp;old school, que é uma referência para Janine (e que é vivida de forma brilhante pela veterana Sheryl Lee Ralph, vencedora do Emmy na categoria de atriz coadjuvante), a italiana com ligações com a máfia Melissa (Lisa Ann Walter) e o substituto sisudo Gregory (Tyler James Williams, o Chris de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/everybody-hates-chris" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Todo Mundo Odeia o Chris</a>). Por fim, mas não por último, há a hilária diretora vigarista da escola, Ava (papel da comediante Janelle James), e um zelador meio malandro (William Stanford Davis).Parte do sucesso da série está na perfeita escalação deste elenco. Todos os papéis estão bem construídos (há alguma estereotipação excessiva no caso de Melissa, talvez), e servem como contrapontos adequados uns aos outros. A ingenuidade de Janine encontra oposição à esperteza de Melissa. A seriedade mantida no trabalho por Barbara se opõe à avacalhação de Eva, e tudo acaba parecendo uma dança em que ninguém sai do ritmo.<h2>A crítica ao sistema de ensino</h2><img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/09/18/18092017116019.jpg" alt="(Fonte: StarPlus)">(Fonte: StarPlus)Abbott Elementary&nbsp;é constituída no muito usual estilo <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/230659-tipos-comedia-servicos-streaming.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">mockumentary</a>, tal como <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/the-office" rel="noopener noreferrer" target="_blank">The Office</a>, o que nos dá uma sensação de estarmos de fato dentro do cotidiano daquela escola. Para nós, brasileiros, é até curioso ver que uma escola tida como miserável (os professores estão sempre penando em busca de mais recursos) pareça até razoável aos nossos olhos: afinal, os alunos têm até algumas aulas complementares no contraturno.Mas isso não tira o brilho ou a importância do comentário que está sendo feito aqui. E a parte mais brilhante: isso acontece a partir de um texto de comédia. Há margem para vários tipos de debate, como a inapetência do sistema público (a incompetente diretora Ava conseguiu o cargo por conta de uma chantagem, tomando o lugar de Gregory, que era o candidato mais preparado), a participação dos pais no desempenho acadêmico dos estudantes ou a falta de atualização dos professores mais velhos para métodos de ensino mais tecnológicos.Ainda assim, penso que a parte mais interessante de Abbott Elementary é que ela foge de uma idealização do ofício do professor. Há uma preocupação no roteiro em trazer diversas camadas para os personagens, fugindo de uma nociva abordagem heroica que costuma ser dada à categoria.&nbsp;Janine, que quer fazer tudo certinho, é muitas vezes confrontada com sua arrogância; já a ultracompetente Barbara passa perrengues por ser a professora mais velha e se recusar a aceitar o uso das ferramentas tecnológicas em seu trabalho.&nbsp;Outro personagem que é bastante zoado é Jacob, um sujeito branco em uma escolha que praticamente só tem alunos e professores negros, e que, ingenuamente, acaba corporificando a imagem do “branco salvador”.<h2>As sutilezas do roteiro</h2><img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/09/18/18092057613020.jpg" alt="(Fonte: StarPlus)">(Fonte: StarPlus)É bastante interessante que Abbott Elementary tenha sido celebrada no Emmy deste ano, uma vez que esta não é uma série exatamente inovadora – ao menos, não na superfície. Já vimos o estilo mockumentary se tornar praticamente batido, e sitcoms em ambientes de trabalho (vide, por exemplo, <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/modern-family" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Modern Family</a>) estão cada vez mais comuns.Mas há muita riqueza nas entrelinhas. O ritmo é perfeitamente adequado para uma série de meia hora, e a bola nunca cai – os episódios são envolventes e mantêm o “nível” de risadas no começo ao fim. Além disso, o roteiro vai nos entregando a conta-gotas algumas pequenas pérolas que tecem comentários importantes em relação ao sistema público de ensino - que é, afinal, o tema central de&nbsp;Abbott Elementary.Citarei aqui dois exemplos. Em um deles, Barbara encontra um ex-aluno que trabalha como segurança. Ele agradece imensamente por ela ter sido sua professora e ter acreditado que um dia ele seria alguém na vida. Emocionada, Barbara elogia o aluno e manda um abraço para sua mãe. No fim da cena, ela vira para Janine e disse que não faz a menor ideia de quem ele seja.Embora cômica, a cena quebra um pouco a idealização em torno dos professores como salvadores, um arquétipo bastante circulante na sociedade. Além disso, traz a ideia da sobrecarga de trabalho nos docentes e da precariedade do que eles enfrentam em salas de aula superlotadas.Por fim, menciono aqui um dos melhores episódios, que é quando Janine resolve instalar um programa na escola para crianças mais avançadas que ficam entediadas com o ritmo de suas turmas. Ela quer criar aulas “especiais” para estimular estes estudantes muito inteligentes no contraturno. Em uma dessas aulas, ela consegue, por intermédio de Melissa, ovos de pintinhos, para que as crianças possam acompanhar ao vivo o desenvolvimento biológico da vida.Ocorre que, quando os ovinhos chocam, não surgem pintos, mas cobras. O resultado é uma grande confusão. Mas o programa se encerra depois que Gregory faz este comentário contundente: “quando você dá galinhas a algumas crianças, outras crianças vão receber cobras. Se você receber cobras por muito tempo, você achará que só merece isso”.Mesmo que você esteja alheio ao ambiente escolar, dê uma chance a essa premiada série. Abbott Elementary vai certamente conquistar você.</body>

StarPlus

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Abbott Elementary comove e diverte ao falar de educação (crítica)

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Imagem de O Predador: A Caçada (Prey) é um bom filme mesmo? (Análise e crítica) no tecmundo

Assistir O Predador: A Caçada (Prey), quinto filme da franquia, é uma experiência empolgante e surpreendente; veja análise e crítica! 

J&aacute; vou come&ccedil;ar dizendo que, se voc&ecirc; &eacute; f&atilde; da franquia O&nbsp;<a href="http://www.tecmundo.com.br/minha-serie/243543-predador-filmes-melhor-pior-ranking.htm" target="_blank" title="Predador: todos os filmes do melhor ao pior (ranking)">Predador</a> e meio que j&aacute; tinha desistido dela depois do lan&ccedil;amento do mediano O Predador, filme de 2018, n&atilde;o desanime, pois ainda h&aacute; esperan&ccedil;a!
E essa luz no fim do t&uacute;nel come&ccedil;ou recentemente, com o lan&ccedil;amento de O Predador: A Ca&ccedil;ada (Prey), quinto <a href="http://www.tecmundo.com.br/filmes/" target="_blank" title="Filmes">filme</a> da franquia e que estreou em julho de 2022 diretamente no <a href="http://www.tecmundo.com.br/hulu/" target="_blank" title="Hulu">Hulu</a>, nos Estados Unidos, e no <a href="http://www.tecmundo.com.br/star-/" target="_blank" title="Star+">Star+</a>, no Brasil.
Pois &eacute;, Prey n&atilde;o apenas faz justi&ccedil;a &agrave; franquia e se apresenta como o melhor filme da s&eacute;rie desde o original, lan&ccedil;ado em 1987, como nos mostra que ainda h&aacute;, sim, boas hist&oacute;rias para serem exploradas dentro do universo de O Predador.
Neste v&iacute;deo/texto, portanto, fa&ccedil;o uma an&aacute;lise narrativa e cr&iacute;tica completa de O Predador: A Ca&ccedil;ada e conto tudo sobre esse baita <a href="http://www.tecmundo.com.br/lancamentos/" target="_blank" title="Lan&ccedil;amentos">lan&ccedil;amento</a> de 2022!
&gt;&gt;&gt; ASSISTA:
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<h2 dir="ltr">O que &eacute; O Predador: A Ca&ccedil;ada? (SEM SPOILERS)</h2>
Sem mais delongas, vamos come&ccedil;ar a falar de O Predador: A Ca&ccedil;ada, novo filme dessa franquia ic&ocirc;nica do <a href="http://www.tecmundo.com.br/cinema/" target="_blank" title="Cinema">cinema</a>, que foi dirigido por Dan Trachtenberg e roteirizado por Patrick Aison.&nbsp;
Para quem n&atilde;o sabe, a obra n&atilde;o foi para o cinema, mas, sim, lan&ccedil;ada diretamente no <a href="http://www.tecmundo.com.br/streaming/" target="_blank" title="Streaming">streaming</a>. Mas isso n&atilde;o impediu que Prey fizesse um sucesso bem grande entre os f&atilde;s e cr&iacute;ticos. Muito pelo contr&aacute;rio.
De acordo com o pr&oacute;prio Hulu, que &eacute; um dos servi&ccedil;os de streaming da Disney e a plataforma na qual o filme estreou nos Estados Unidos, O Predador: A Ca&ccedil;ada foi o maior lan&ccedil;amento da hist&oacute;ria do canal em termos de audi&ecirc;ncia.&nbsp;&nbsp;
E, apesar de a Disney n&atilde;o liberar o n&uacute;mero exato de quantas pessoas assistiram o longa desde sua chegada, d&aacute; para imaginar, obviamente, que o evento foi algo bem acima da m&eacute;dia e at&eacute; do esperado.&nbsp;
Isso, claro, se estende tamb&eacute;m aqui para o Brasil, j&aacute; que o filme estreou na mesma data em terras verde e amarelas, s&oacute; que no Star+, outro servi&ccedil;o de streaming da Disney e lar de produ&ccedil;&otilde;es do Hulu.
Todavia, mais do que apenas apresentar bons n&uacute;meros de audi&ecirc;ncia, O Predador: A Ca&ccedil;ada tamb&eacute;m parece ter agradado bastante os f&atilde;s da franquia, que s&atilde;o bem exigentes.&nbsp;
Ent&atilde;o, a pergunta que fica &eacute;: ser&aacute; que Prey &eacute; tudo isso mesmo, hein?&nbsp;
Bem, antes de eu te contar o que eu achei do filme e fazer aquela famosa an&aacute;lise narrativa e cr&iacute;tica, vamos responder &agrave;quela perguntinha b&aacute;sica: Jean, o que &eacute; esse tal de O Predador: A Ca&ccedil;ada, afinal de contas?
<h3 dir="ltr">Trama de O Predador: A Ca&ccedil;ada (Prey)</h3>
Pois bem, O Predador: A Ca&ccedil;ada se passa no comecinho dos anos 1700, em 1719, para ser mais exato, e acompanha a vida da tribo Comanche, que conta com uma jovem guerreira e ca&ccedil;adora em forma&ccedil;&atilde;o, chamada Naru.
No filme, Naru, que &eacute; a protagonista da hist&oacute;ria, batalha contra os costumes da pr&oacute;pria tribo em que nasceu, j&aacute; que, por ser mulher, todos esperam que ela assuma uma figura mais passiva dentro daquele universo, cuidando dos demais, fazendo rem&eacute;dios, cozinhando, etc.
Mas o grande sonho de Naru, na verdade, &eacute; ser uma brava guerreira e ca&ccedil;adora, papel que, na trama, &eacute; destinado exclusivamente aos homens da tribo.&nbsp;
Inclusive, o irm&atilde;o de Naru, Taabe, &eacute; um dos grandes guerreiros do povo Comanche e um cara super celebrado dentro de seu mundo devido &agrave;s suas habilidades.
S&oacute; que Naru n&atilde;o deixa barato, n&atilde;o, e treina diariamente para se tornar a guerreira que ela tanto sonha em ser, mesmo que isso atraia alguns olhares tortos de seus semelhantes.&nbsp;
Nesse cen&aacute;rio, o irm&atilde;o dela &eacute; quem mais a ajuda em sua miss&atilde;o, at&eacute; defendendo a jovem em muitos momentos dos demais homens e ca&ccedil;adores da tribo, que acham que ela n&atilde;o deveria estar entre eles.
E n&atilde;o que Naru precise de prote&ccedil;&atilde;o, porque o filme deixa bem claro que ela sabe se virar muito bem sozinha e que n&atilde;o desistir&aacute; de ser exatamente o que quer ser.
E eis que, de repente, em meio a tudo isso, o maior desafio que a Naru e a tribo Comanche j&aacute; viram d&aacute; as caras na selva.&nbsp;
Sim, &eacute; o Predador, que chega para uma nova ca&ccedil;ada.&nbsp;&nbsp;
Mas a &uacute;nica pessoa que percebe a chegada desse ser estranho &eacute; justamente Naru. Porque, at&eacute; ent&atilde;o, todos acreditavam que as mortes que come&ccedil;am a aparecer na regi&atilde;o, tanto de pessoas quanto de animais, seriam obra de um le&atilde;o ou de algum outro animal de grande porte.&nbsp;
E adivinha quem vai atr&aacute;s das respostas? Sim, ela novamente, Naru, acompanhada de seu cachorro, Sarii, que a ajuda nessa busca pelo temido extraterrestre assassino.
A partir da&iacute;, com todo o povo Comanche em perigo, Naru precisa n&atilde;o apenas quebrar as tradi&ccedil;&otilde;es da tribo e se tornar de vez uma grande ca&ccedil;adora, mas se provar perante um inimigo que &eacute; muito mais poderoso do que qualquer ser humano ou animal.&nbsp;
<iframe width="853" height="480" src="http://www.youtube.com/embed/wZ7LytagKlc?start=0" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
ATEN&Ccedil;&Atilde;O: A PARTIR DE AGORA, ESTE TEXTO TER&Aacute; SPOILERS DO FILME O PREDADOR: A CA&Ccedil;ADA (PREY). N&Atilde;O CONTINUE SE VOC&Ecirc; AINDA N&Atilde;O ASSISTIU.
<h2 dir="ltr">An&aacute;lise narrativa e cr&iacute;tica de O Predador: A Ca&ccedil;ada (COM SPOILERS)</h2>
Bem, vamos come&ccedil;ar desconstruindo um pouco a narrativa de O Predador A Ca&ccedil;ada.
Primeiramente, a divis&atilde;o entre os tr&ecirc;s atos de Prey &eacute; bem definida e constru&iacute;da, com pontos de virada bem legais, especialmente o do primeiro para o segundo ato. Mas eu j&aacute; falo mais sobre ele.&nbsp;
Come&ccedil;ando, portanto, pelo primeiro ato, temos a famosa apresenta&ccedil;&atilde;o de universo, personagens e do problema. Aquela velha f&oacute;rmula que voc&ecirc; j&aacute; viu em centenas de outros filmes, mas que se faz necess&aacute;ria para situar o espectador.&nbsp;&nbsp;
J&aacute; de in&iacute;cio, somos inseridos dentro do universo da obra, que nos mostra um pouco da selva, da tribo e at&eacute; uma ca&ccedil;ada de Naru, o que j&aacute; estabelece, mesmo que timidamente, o ritmo e o tom de a&ccedil;&atilde;o de Prey, bem como os dons da protagonista.
Aqui, tamb&eacute;m j&aacute; entendemos os desafios de Naru, que quer se tornar uma grande guerreira e ca&ccedil;adora, apesar de toda a desaprova&ccedil;&atilde;o de sua tribo.
Ent&atilde;o, j&aacute; no primeiro ato, o filme coloca as cartas na mesa e revela alguns dos temas que se prop&otilde;e a discutir, como a quest&atilde;o de pap&eacute;is entre homens e mulheres, o que algu&eacute;m pode ou n&atilde;o fazer, como antigas tradi&ccedil;&otilde;es podem e precisam, sim, ser revistas, etc.&nbsp;
Al&eacute;m disso, a primeira parte de O Predador: A Ca&ccedil;ada tamb&eacute;m abrange a apresenta&ccedil;&atilde;o de outros personagens importantes para a trama, como Tabee e Sarii (ambos j&aacute; citados neste texto), bem como suas rela&ccedil;&otilde;es com a protagonista.
Tamb&eacute;m n&atilde;o podemos esquecer da apresenta&ccedil;&atilde;o do problema que a protagonista precisar&aacute; &ldquo;resolver&rdquo;, que atende pelo nome de Predador.
Nessa sequ&ecirc;ncia, gostei muito da virada para o segundo ato, que &eacute; representada pela cena em que Naru decide ir atr&aacute;s do Predador, que at&eacute; ent&atilde;o era desconhecido, e nada contra a corrente e &agrave;s descren&ccedil;as em rela&ccedil;&atilde;o a ela.&nbsp;
Isso &eacute; retratado de uma maneira muito interessante, com Naru caminhando na dire&ccedil;&atilde;o contr&aacute;ria &agrave; da fila de mulheres que segue para cumprir seus &ldquo;pap&eacute;is&rdquo; e desempenhar suas &ldquo;fun&ccedil;&otilde;es do dia&rdquo; logo pela manh&atilde;.
Uma clara alus&atilde;o &agrave; quebra de padr&atilde;o e de estere&oacute;tipo que o filme quer discutir, e uma forma de mostrar que, mais do que nunca, Naru est&aacute; pronta para ir atr&aacute;s daquilo que acredita.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/09/09/prey-09183808918393.jpg" alt="Prey" />O Predador: A Ca&ccedil;ada (Hulu/20th Century Studios)
Logo, partimos para o segundo ato, no qual Naru, finalmente, encontra o Predador, ou, melhor dizendo, descobre que o respons&aacute;vel por toda a matan&ccedil;a no local n&atilde;o &eacute; um animal, mas, sim, um ser bizarro, que ela acredita ser um monstro proveniente de algumas lendas da tribo Comanche.
Agora, a ca&ccedil;ada, que d&aacute; t&iacute;tulo ao filme, come&ccedil;a de vez.&nbsp;
E o que &eacute; legal no desenvolvimento da obra &eacute; que, ao mesmo tempo em que v&aacute;rios embates entre Predador e seres humanos (ou Predador e presas) come&ccedil;am a rolar, tamb&eacute;m vemos o crescimento de Naru.
Ou seja, enquanto as cenas mais sangrentas e instigantes de a&ccedil;&atilde;o est&atilde;o comendo soltas, o roteiro de Prey n&atilde;o esquece de mostrar como Naru est&aacute; amadurecendo e ficando cada vez mais pronta para enfrentar o Predador.&nbsp;
O que se d&aacute; na pr&aacute;tica, com ela inserida no meio da a&ccedil;&atilde;o, acompanhando de perto tudo o que est&aacute; acontecendo e, claro, tentando sobreviver.
Inclusive, ela assiste o Predador matar seu irm&atilde;o de camarote. O que &eacute; terr&iacute;vel, por um lado, mas configura um artif&iacute;cio de roteiro eficiente, que acaba servindo como uma virada de chave tanto para ela quanto para o terceiro ato do filme.
&Eacute; nesse ponto em que ela faz, de vez, a transi&ccedil;&atilde;o para seu modo ca&ccedil;adora, que tem muito mais a ver com intelig&ecirc;ncia do que com for&ccedil;a bruta.
Ali&aacute;s, esse &eacute; outro ponto muito bom do roteiro, que se preocupa em mostrar que a for&ccedil;a de um grande ca&ccedil;ador nem sempre vem do corpo, do f&iacute;sico, e que a mente, a esperteza e a intelig&ecirc;ncia tamb&eacute;m s&atilde;o essenciais para o sucesso.&nbsp;
Pensando nisso, h&aacute; algumas cenas que pintam muito bem essa ideia e a refor&ccedil;am ao longo da produ&ccedil;&atilde;o.
Por exemplo: a cena em que Naru est&aacute; ca&ccedil;ando pela primeira vez com o grupo de homens, e, gra&ccedil;as ao seu plano, Taabe consegue matar uma leoa, mesmo que Naru tenha falhado na execu&ccedil;&atilde;o anteriormente.
O pr&oacute;prio Taabe ressalta o ponto forte de Naru na cena em que ambos est&atilde;o amarrados ao tronco de uma &aacute;rvore, dizendo que ela sempre foi muito mais inteligente do que ele.&nbsp;
E &eacute; por causa dela, de novo, inclusive, que eles escapam.&nbsp;
No terceiro ato do filme, por fim, h&aacute; a grande batalha entre Naru e Predador.&nbsp;
Nesse ponto da narrativa, o roteiro de Prey j&aacute; deixou claro que o Predador n&atilde;o s&oacute; &eacute; extremamente forte, mas tamb&eacute;m gosta de criar estrat&eacute;gias para ca&ccedil;ar e tem armas muito mais letais do que seus advers&aacute;rios.
Ou seja, querer venc&ecirc;-lo em um embate franco, no um contra um, na base da for&ccedil;a bruta, &eacute; quase imposs&iacute;vel. Afinal, nem mesmo um urso gigantesco conseguiu essa proeza, muito menos o melhor ca&ccedil;ador do povo Comanche, que era o Taabe.
Naru, entendendo isso, se utiliza de sua arma mais letal, que &eacute; sua esperteza para ca&ccedil;ar, e cria um plano para tornar o Predador em presa.&nbsp;
Plano que d&aacute; muito certo e fecha o arco de Naru e do filme de uma maneira bem satisfat&oacute;ria, com a ca&ccedil;adora retornando para sua tribo com a cabe&ccedil;a decepada do Predador em m&atilde;os. Uma clara refer&ecirc;ncia aos cr&acirc;nios que o predador coleta como trof&eacute;us.&nbsp;
Agora, contudo, quem trouxe a ta&ccedil;a para casa foi Naru, que prova que n&atilde;o s&oacute; &eacute; capaz de ca&ccedil;ar, como de proteger a si mesma e a todos ao seu redor. 
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/09/09/prey-09183717849391.jpg" alt="Prey" />O Predador: A Ca&ccedil;ada (Hulu/20th Century Studios)
<h2 dir="ltr">Conclus&atilde;o&nbsp;</h2>
Resumindo o que eu achei de O Predador: A Ca&ccedil;ada (Prey): o filme &eacute; realmente o melhor desde o original, e faz bastante justi&ccedil;a a todo o hype que vem recebendo.
O roteiro, apesar de simples e bem direto, &eacute; desenvolvido de maneira competente, especialmente ao discutir algumas quest&otilde;es bem relevantes e apresentar uma protagonista interessante e com um excelente arco.
Boas cenas de a&ccedil;&atilde;o, boa dire&ccedil;&atilde;o, easter eggs, cachorro fofinho que n&atilde;o morre no final (ainda bem) e uma ponta de esperan&ccedil;a para essa franquia t&atilde;o celebrada.&nbsp;
Definitivamente, assistir O Predador: A Ca&ccedil;ada foi bem empolgante e eu espero que os pr&oacute;ximos filmes com o alien&iacute;gena sigam os acertos que esse teve.

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O Predador: A Caçada (Prey) é um bom filme mesmo? (Análise e crítica)

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Imagem de The Handmaid's Tale: 5ª temporada mostra mulheres vingativas (crítica) no tecmundo

A 5ª temporada da série The Handmaid's Tale traz uma tortura psicológica forte para as mulheres da trama; veja crítica!

<head></head><body>A produção The Handmaid's Tale, estrelada por <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/245615-elisabeth-moss-10-filmes-estrela-the-handmaid-s-tale.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Elisabeth Moss,</a> conquistou um grande público desde sua estreia em 2017. Ao longo de todas temporadas, a série recebeu críticas positivas e negativas pela brutalidade e violência que as cenas carregavam. Entretanto, isso não impediu que a série fosse renovada até sua <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/244376-the-handmaid-s-tale-5-temporada-ganha-trailer-completo-confira.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">quinta e última temporada.&nbsp;</a>No Brasil, a nova temporada chega pela<a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/240281-the-handmaid-s-tale-5-temporada-ganha-fotos-data-estreia-veja.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;Paramount+ no dia 18 de setembro</a> e traz o fim da luta da protagonista, June Osborne. Para te proporcionar uma experiência única no clima de despedida, o Minha Série teve acesso aos dois primeiros episódios com antecedência e trazemos para você uma crítica super especial (sem spoilers)!No encerramento da trama, inspirada no livro homônimo de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/163774-the-handmaid-s-tale-margaret-atwood-vai-publicar-sequencia-de-o-conto-da-aia.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Margaret Atwood</a>, <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/238022-the-handmaids-tale-5-temporada-evolucao-june.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">June sofre as consequências</a> do assassinato do Comandante Waterford (Joseph Fiennes), enquanto tenta redefinir sua identidade e propósito. Ao mesmo tempo em que a viúva Serena Joy tenta elevar seu status em Toronto, conforme as forças de Gilead aumentam no Canadá.<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/09/01/01221818296013.jpg" alt="Elisabeth Moss em O Conto da Aia.">Elisabeth Moss em O Conto da Aia.Desde o primeiro episódio até a nova temporada, é possível ver a qualidade da direção fotográfica de Colin Watkinson. Nesses dois episódios, há um foco muito grande nos enquadramentos em plano detalhe no rosto dos personagens. Esse efeito que já se tornou uma marca de Elisabeth Moss como June ficou um pouco cansativo por conta do uso excessivo nos anos anteriores. Mas continua sendo um enquadramento lindo e que reforça todo o <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/237885-the-handmaids-tale-elisabeth-moss-5-temporada-selvagem.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">caos psicológico</a> pelo qual os personagens estão passando.Os traumas dos personagens têm um enfoque bem maior nesses novos episódios, deixando de lado um pouco a violência física, que teve um grande tempo de tela na quarta temporada, principalmente nas cenas de tortura. Essa era uma das reclamações de alguns críticos e de uma parcela do público, inclusive.Enquanto isso, o roteiro apresenta uma Serena ainda mais forte e vingativa, após ver os apoiadores de Gilead que estão no Canadá, e que volta com mais motivos para espalhar seus ideais pelo país. Porém, o roteiro falhou em um ponto importante: o grande motivo para Serena ter entregue a liberdade de seu marido e dela para o governo do Canadá na última temporada era para ficar próxima de Nicole, filha de June, e, agora, são poucos os momentos que ela cita a bebê. Como se ela tivesse perdido o interesse após ter engravidado.&nbsp;<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/09/01/01221952015014.jpg" alt="Yvonne Strahovski em O Conto da Aia.">Yvonne Strahovski em O Conto da Aia.As personagens femininas da trama se mostram muito mais vingativas, cada uma com seu motivo ou trauma. Começando por June, que saboreia o assassinato de Fred Waterford durante um bom tempo, além de outras mulheres secundárias que se transformam pelos traumas e pelo desejo de vingar toda brutalidade recebida em Gilead.&nbsp;Essas histórias secundárias permeiam caminhos intensos e conturbados, principalmente o rumo da vida da ex-esposa, Esther (Mckenna Grace), e da aia, Janine (Madeline Brewer), que se mudam totalmente por consequência dos ocorridos da<a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/225264-emmy-2021-the-handmaids-tale-bate-recorde-negativo-premiacao.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">&nbsp;4ª temporada</a>. Outra personagem que está ainda mais apegada às suas crenças e aos “cuidados” das aias é a Tia Lídia.&nbsp;<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/09/01/01222116367015.jpg" alt="Elisabeth Moss e Sophie Giraud em O Conto da Aia.">Elisabeth Moss e Sophie Giraud em O Conto da Aia.A série manteve sua narrativa densa, fotografia incrível e direção de arte excelente. Conseguindo apresentar os resultados grotescos criados pela República de Gilead.&nbsp;É possível maratonar as três primeiras temporadas de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/219738-the-handmaids-tale-showrunner-atriz-falam-5-temporada.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">The Handmaid’s Tale</a> no Globoplay e a quarta no Paramount+.</body>

Reprodução / Hulu

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The Handmaid's Tale: 5ª temporada mostra mulheres vingativas (crítica)

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Imagem de Quanto tempo deve durar uma série de televisão? (Análise) no tecmundo

Muitas séries televisivas duram mais do que deveriam. Neste texto, explicamos por que isto é ruim.

Todos os meses, recebemos novidades no card&aacute;pio das <a href="https://www.tecmundo.com.br/series" rel="noopener noreferrer" target="_blank">s&eacute;ries</a> oferecido pelas emissoras e pelos servi&ccedil;os de <a href="https://www.tecmundo.com.br/streaming" rel="noopener noreferrer" target="_blank">streaming</a> que temos &agrave; disposi&ccedil;&atilde;o. Algumas destas atra&ccedil;&otilde;es n&atilde;o receber&atilde;o continuidade, mas outras &ndash; caso v&aacute;rios fatores conspirem a favor &ndash; se estender&atilde;o por novas temporadas ao longo de muitos anos.
&Eacute; certo que o principal aspecto para que haja a confirma&ccedil;&atilde;o da sequ&ecirc;ncia das s&eacute;ries &eacute; bastante &oacute;bvio: elas precisam dar lucro. Caso tenham boa audi&ecirc;ncia que justifique os investimentos feitos pela plataforma de streaming, ou ent&atilde;o mobilizem contratos altos de publicidade, no caso das emissoras, teremos a chance de acompanhar os pr&oacute;ximos passos dos personagens que amamos.&nbsp;
Se isto n&atilde;o ocorrer, provavelmente seus enredos ficar&atilde;o soltos e, a n&oacute;s, restar&aacute; apenas a imagina&ccedil;&atilde;o. A exce&ccedil;&atilde;o ocorre quando j&aacute; &eacute; anunciado que aquela ser&aacute; a &uacute;ltima temporada de uma narrativa seriada.
Mas isto tamb&eacute;m inspira um fen&ocirc;meno contr&aacute;rio: o caso das s&eacute;ries que acabam se estendendo muito mais do que seria necess&aacute;rio, fazendo com que uma hist&oacute;ria que, inicialmente, era excelente, perca o brilho e vire uma esp&eacute;cie de Frankenstein cheio de remendos.
<h2>A l&oacute;gica das narrativas seriadas</h2>
<span class="img-fc" data-fonte="&nbsp;NBC&nbsp;" data-fonte-url="https://ultrapop.com.br/wp-content/uploads/2020/05/tv-the_office_us-2005_2013-michael_scott-steve_carell-accessories-s01e01-worlds_best_boss_mug-1024x576.jpg"><img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/09/03/03114746536003.jpg" alt="(Fonte: NBC)" />(Fonte: NBC)
Vejamos: quando uma s&eacute;rie &eacute; colocada ao ar, temos um cuidadoso trabalho de roteiro que busca desenhar a hist&oacute;ria central (uma trama em torno de um escrit&oacute;rio meio med&iacute;ocre, no caso de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/the-office" rel="noopener noreferrer" target="_blank">The Office</a>; uma hist&oacute;ria em que se busca desvendar um mist&eacute;rio de assassinato, em <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/how-to-get-away-with-murder" rel="noopener noreferrer" target="_blank">How to Get Away with Murder</a>) mas tamb&eacute;m os plots paralelos dos personagens, que ganham pequenas &ldquo;b&iacute;blias&rdquo; engendradas pelos roteiristas que explicam quem eles s&atilde;o.
Estas tramas, portanto, s&atilde;o previstas para que suas tramas transcorram de maneira coerente, para que o espectador possa se identificar e entender quem s&atilde;o aqueles personagens. Mas, al&eacute;m disso, elas servem para que os roteiristas saibam para onde lev&aacute;-los ao longo dos epis&oacute;dios. E &eacute; por isso que, quando uma s&eacute;rie se estende para muito al&eacute;m do seu enredo inicial (o que ocorre, quase sempre, quando o sucesso &eacute; estrondoso), ela tende a degringolar. Para muita gente, The Office deveria ter se encerrada ap&oacute;s a sa&iacute;da da estrela, Steve Carell - mas n&atilde;o foi o que aconteceu.
Isso pode se tornar ainda mais grave quando as s&eacute;ries s&atilde;o adapta&ccedil;&otilde;es de outras hist&oacute;rias. Vide, por exemplo, <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/the-handmaid-s-tale" rel="noopener noreferrer" target="_blank">The Handmaid&rsquo;s Tale</a>, da Hulu, que est&aacute; prestes a estrear sua quinta temporada. A hist&oacute;ria apavorante em torno de uma distopia totalit&aacute;ria em que as mulheres s&atilde;o subjugadas baseia-se no romance O Conto da Aia, da escritora canadense Margaret Atwood, de 1985. Se a s&eacute;rie chegar &agrave; d&eacute;cima temporada, que &eacute; o que se especula, pouco restar&aacute; da trama original &ndash; possivelmente escapando do universo concebido inicialmente por Atwood.
<h2>S&eacute;ries que foram longe demais</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/09/03/03114948494004.jpg" alt="(Fonte: NBC)" />(Fonte: NBC)
Temos muitos exemplos s&eacute;ries que se perderam pelo caminho por conta de sua extens&atilde;o, decepcionando os f&atilde;s e deixando uma mem&oacute;ria ruim sobre o trajeto que percorreram. Quase sempre, o motivo &eacute; o sucesso, o que traz um certo paradoxo: quanto mais popular se torna a s&eacute;rie, mais ela tende a rumar por caminhos indesejados.
O exemplo mais lembrado costuma ser <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/grey-s-anatomy" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Grey&rsquo;s Anatomy,</a> o drama hospitalar escrito por Shonda Rhimes, que estreou em 2005 na ABC. A hist&oacute;ria central se baseia na personagem Meredith Grey (vivida por Ellen Pompeo), uma jovem m&eacute;dica insegura que lida tanto com suas quest&otilde;es emocionais quanto ao fato de se sentir &agrave; sombra da m&atilde;e enquanto profissional.
Atualmente indo para a 19&ordf; temporada, resta pouco da premissa original. A pr&oacute;pria Ellen Pompeo j&aacute; manifestou cansa&ccedil;o da personagem, e a longevidade de Grey&rsquo;s Anatomy j&aacute; virou uma esp&eacute;cie de meme coletivo sobre o prazo de validade dos dramas televisivos.
Mas o predecessor de Grey&rsquo;s Anatomy &ndash; a s&eacute;rie dram&aacute;tica <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/160557-george-clooney-conta-como-manteve-segredo-sobre-retorno-a-er.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">ER</a>, da NBC &ndash; tamb&eacute;m pode ter ido longe demais. A hist&oacute;ria dos m&eacute;dicos e enfermeiros do County General, em Chicago, &eacute; considerada como um grande cl&aacute;ssico da fic&ccedil;&atilde;o televisiva. Criada por Michael Crichton (um m&eacute;dico que se tornou escritor &ndash; dentre suas obras, por exemplo, est&aacute; <a href="https://www.tecmundo.com.br/busca?q=Jurassic+Park&amp;pagina=2" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Jurassic Park</a>), ER iniciou em 1994 e durou at&eacute; 2009, totalizando 15 temporadas.
Ocorre que quem acompanhou o drama de cabo a rabo sabe que muita coisa mudou ao longo dos anos da s&eacute;rie. ER se centralizava prioritariamente na quest&atilde;o das urg&ecirc;ncias dos atendimentos e nos conflitos que atingiam os profissionais da medicina ao lidar com pacientes de um hospital p&uacute;blico sempre ca&oacute;tico.
Mas, com o avan&ccedil;ar das temporadas, as tramas pessoais dos m&eacute;dicos e enfermeiros foram tomando mais espa&ccedil;o, muitas vezes pegando foco sobre o que antes era o centro da s&eacute;rie. Os personagens ficaram mais rasos e as solu&ccedil;&otilde;es do roteiro, mais artificiais. Al&eacute;m disso, os romances foram intensificados (o que pode ser um reflexo &agrave; estreia e ao sucesso de Grey&rsquo;s Anatomy,&nbsp;em 2005).
<h2>Quando uma s&eacute;rie "perde o bonde"</h2>
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/09/03/03115155505005.jpg" alt="(Fonte: FX)" />(Fonte: FX)
Outra s&eacute;rie muito lembrada por ter se perdido com o tempo &eacute; <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/dexter" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Dexter</a>, da CBS. A hist&oacute;ria inicial era realmente muito original e apelativa: convidava-nos a adentrar na mente de um sujeito que passou por um trauma (testemunhou o assassinato da m&atilde;e enquanto ainda era um beb&ecirc;) e acabou desenvolvendo um impulso irresist&iacute;vel de matar e uma incapacidade de expressar afeto pelos outros. Para lidar com isso, seu pai adotivo resolve treinar o menino para que pudesse dar vaz&atilde;o a esse impulso por meio de um c&oacute;digo: ele s&oacute; poderia assassinar pessoas muito m&aacute;s e que cometeram crimes.
A premissa era &oacute;tima, e Dexter foi encarnado brilhantemente pelo ator Michael C. Hall (de <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/six-feet-under" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Six Feet Under</a>), que conseguiu construir um personagem cujo mote &eacute; a consci&ecirc;ncia sobre sua personalidade amoral. Mas ao chegar &agrave; s&eacute;tima temporada, pouco restava da ideia original: Dexter j&aacute; tinha muitos conflitos que o tornavam muito mais &ldquo;humano&rdquo;, mas bem longe daquilo que foi ofertado inicialmente aos f&atilde;s.
O resultado foi um final de s&eacute;rie que, at&eacute; hoje, &eacute; considerado como uma das piores solu&ccedil;&otilde;es de roteiro j&aacute; inventadas. A reputa&ccedil;&atilde;o atingida um dia por Dexter foi &agrave; terra. Encerrada em 2013, Dexter recebeu uma nova chance em 2021, com uma nova s&eacute;rie com ares de&nbsp;spin-off&nbsp;chamada <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/229456-dexter-new-blood-serial-killer-critica.htm" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Dexter: New Blood,</a> que tenta dar uma nova faceta ao serial killer, tendo que lidar com o legado do seu filho. Mas tamb&eacute;m n&atilde;o foi um grande sucesso entre os f&atilde;s, que acharam que o arco narrativo do personagem j&aacute; tinha ido longe demais.
Talvez tenhamos mais exemplos de s&eacute;ries que excederam o prazo de validade do que as que se encerraram no &aacute;pice, deixando boas mem&oacute;rias e a sensa&ccedil;&atilde;o de ter assistido a um produto impec&aacute;vel. Apenas para citar dois exemplos, podemos pensar nos dramas <a href="https://www.tecmundo.com.br/minha-serie/the-sopranos" rel="noopener noreferrer" target="_blank">The Sopranos</a> (6 temporadas) e <a href="http://Breaking%20Bad" rel="noopener noreferrer" target="_blank">Breaking Bad</a> (5 temporadas). Terminar no auge, sem d&uacute;vida, n&atilde;o &eacute; f&aacute;cil &ndash; e certamente envolve abrir m&atilde;o de encher (ainda mais) os bolsos dos produtores e das emissoras.

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Quanto tempo deve durar uma série de televisão? (Análise)

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Imagem de Marcas da Maldição: filme de terror da Netflix surpreende (Crítica) no tecmundo

Marcas da Maldição, filme de terror disponível na Netflix, intensifica nossos medos ao nos trazer para dentro da narrativa por meio de provocações; veja crítica!

Voc&ecirc; j&aacute; teve uma experi&ecirc;ncia na qual voc&ecirc; foi assistir um filme sem dar absolutamente nada para ele e acabou se surpreendendo? Foi exatamente isso o que aconteceu comigo quando eu assisti <a href="http://www.tecmundo.com.br/minha-serie/242554-marcas-maldicao-conheca-terror-asiatico-bombando-tiktok.htm" target="_blank" title="Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o: conhe&ccedil;a o filme de terror que est&aacute; bombando no TikTok">Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o</a>, novo&nbsp;filme de terror&nbsp;da <a href="http://www.tecmundo.com.br/netflix/" target="_blank" title="Netflix">Netflix</a>.
E, assim, n&atilde;o &eacute; que a obra seja a oitava maravilha do mundo ou o melhor filme de <a href="http://www.tecmundo.com.br/terror/" target="_blank" title="Terror">terror</a> dispon&iacute;vel no streaming, contudo, desde o in&iacute;cio, Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o te puxa para dentro de um universo muito aterrorizante atrav&eacute;s de algumas provoca&ccedil;&otilde;es narrativas e, no fim, se revela uma obra bem s&oacute;lida.
Uma confiss&atilde;o: Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o me deixou um pouco (muito) cabreiro para dormir depois. S&eacute;rio.
Ent&atilde;o, se voc&ecirc; &eacute; igual a mim e sempre reclama de que a Netflix nunca tem <a href="http://www.tecmundo.com.br/filmes/" target="_blank" title="Filmes">filmes</a> bons de terror para assistir, fique por aqui, porque Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o vai te deixar de cabelos em p&eacute;!
&gt;&gt;&gt; ASSISTA:
<iframe width="853" height="480" src="http://www.youtube.com/embed/741xbSaXQIM?start=0" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
<h2>O que &eacute; Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o? (SEM SPOILERS)</h2>
Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o, conhecido internacionalmente como Incantation, &eacute; um filme de terror de Taiwan que foi dirigido e coescrito por Kevin Ko.
Em Taiwan, a produ&ccedil;&atilde;o foi lan&ccedil;ada no primeiro semestre de 2022, no dia 18 de mar&ccedil;o, para ser mais exato. Por l&aacute;, se tornou o filme de terror taiwan&ecirc;s de maior bilheteria da hist&oacute;ria do pa&iacute;s, alcan&ccedil;ando um sucesso bem consider&aacute;vel.
O que chamou a aten&ccedil;&atilde;o da nossa querida Netflix, que, enfim, assumiu a distribui&ccedil;&atilde;o internacional do longa e o lan&ccedil;ou em seu streaming para o mundo todo em 8 de julho de 2022.
Agora, j&aacute; mergulhando de vez na produ&ccedil;&atilde;o, Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o &eacute; todo feito em um estilo de pseudodocument&aacute;rio (ou found footage, se preferir), em que algum personagem est&aacute; registrando tudo com uma c&acirc;mera de m&atilde;o, bem de pertinho. Algo que j&aacute; vimos em obras bem conhecidas de terror, inclusive, como A Bruxa de Blair e Atividade Paranormal, por exemplo.
E a hist&oacute;ria de Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o &eacute; a seguinte: tudo come&ccedil;a com a apresenta&ccedil;&atilde;o da protagonista, uma mulher de meia-idade chamada Ruo-Nan, que nos explica que quebrou um tabu religioso e que isso resultou em uma maldi&ccedil;&atilde;o terr&iacute;vel.
Por isso, ela pede para que n&oacute;s, espectadores, a ajudemos recitando uma ora&ccedil;&atilde;o de prote&ccedil;&atilde;o (bem assustadora, diga-se de passagem), ao mesmo tempo em que tamb&eacute;m devemos memorizar um s&iacute;mbolo ritual&iacute;stico (tamb&eacute;m assustador).
E s&oacute; a&iacute; voc&ecirc; j&aacute; est&aacute; grudado no teto, feito um gato, se perguntando por que, diabos, voc&ecirc; deu play nesse filme do capeta. Mas, tudo bem, seguimos&hellip;
Aos poucos, o filme nos mostra o desenrolar disso tudo, incluindo como esse tal tabu religioso foi quebrado e as consequ&ecirc;ncias da tal maldi&ccedil;&atilde;o na vida da Ruo-Nan.
Para isso, o longa utiliza duas linhas do tempo diferentes: uma no passado, que aconteceu h&aacute; 6 anos, quando a maldi&ccedil;&atilde;o tomou forma e se instaurou, e uma no presente, na qual vemos as poss&iacute;veis conclus&otilde;es desse epis&oacute;dio maligno.
No meio disso tudo, descobrimos que a Ruo-Nan tem uma filha pequena, chamada Dodo, que ela entregou para um orfanato assim que percebeu que estava amaldi&ccedil;oada. Ent&atilde;o, acompanhamos tamb&eacute;m o reencontro entre m&atilde;e e filha e uma poss&iacute;vel reconex&atilde;o entre as duas.
E isso s&oacute; acontece depois de a Ruo-Nan ter feito alguns bons anos de terapia e ter julgado segura a reaproxima&ccedil;&atilde;o, j&aacute; que, neste ponto da narrativa, ela acredita que a maldi&ccedil;&atilde;o j&aacute; passou e que tudo ficou no passado.
Bem, n&atilde;o preciso nem dizer que a maldi&ccedil;&atilde;o n&atilde;o passou coisa nenhuma, n&atilde;o &eacute; mesmo?
Pois &eacute;, assim que as duas se reencontram, v&aacute;rias coisas estranhas come&ccedil;am a acontecer, especialmente com a Dodo. E eis que, ent&atilde;o, a m&atilde;e, desesperada, logo se toca de que a maldi&ccedil;&atilde;o que ela desencadeou anos atr&aacute;s segue bem viva e pode afetar n&atilde;o apenas ela e sua filha, mas todos ao seu redor.
Mas sabe o que &eacute; mais louco nessa hist&oacute;ria toda e que eu s&oacute; descobri depois de ter assistido Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o? A obra foi inspirada em um caso real, que aconteceu em Taiwan.
Portanto, antes de prosseguirmos para a an&aacute;lise do filme, quero te contar um pouco sobre isso (se voc&ecirc; tiver coragem de ler). Bora?
<iframe width="853" height="480" src="http://www.youtube.com/embed/HnyNZdcL_GY?start=0" frameborder="0" allowfullscreen="allowfullscreen"></iframe>
<h2>Caso real e assustador</h2>
Pois bem, depois de assistir Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o e fazer uma pesquisa b&aacute;sica sobre o filme, descobri que o criador do filme, Kevin Ko, se inspirou em um caso real para dar vida &agrave; obra.
De acordo com o que encontrei (o que n&atilde;o foi muito), o epis&oacute;dio que inspirou o filme aconteceu no distrito de Gushan, que fica em Taiwan, no ano de 2005.
Na &eacute;poca, uma fam&iacute;lia de seis pessoas afirmou que estava possu&iacute;da por v&aacute;rias entidades malignas ligadas ao folclore chin&ecirc;s. Em meio &agrave; tormenta, a fam&iacute;lia torturava uns aos outros de maneiras terr&iacute;veis na tentativa de expulsar esses tais dem&ocirc;nios que estariam controlando todos os envolvidos.
O triste cap&iacute;tulo resultou na morte da filha mais velha da fam&iacute;lia, que, mais tarde, foi acusada criminalmente de diversos delitos em um caso extremamente complexo e assustador.&nbsp;
E, isso tudo, claro, s&oacute; torna a atmosfera de Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o ainda mais pesada e sombria!
ATEN&Ccedil;&Atilde;O: A PARTIR DE AGORA, ESTE TEXTO TER&Aacute; SPOILERS DO FILME MARCAS DA MALDI&Ccedil;&Atilde;O. N&Atilde;O CONTINUE SE VOC&Ecirc; AINDA N&Atilde;O ASSISTIU.
<h2>An&aacute;lise narrativa e cr&iacute;tica de Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o (COM SPOILERS)</h2>
Muito bem, agora, vamos falar um pouco mais dos aspectos narrativos e t&eacute;cnicos e de alguns outros recursos interessantes que Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o utilizou para criar uma obra bem interessante.
J&aacute; come&ccedil;o destacando as provoca&ccedil;&otilde;es narrativas que o filme traz logo no in&iacute;cio do primeiro ato. Se voc&ecirc; puxar na mem&oacute;ria, vai lembrar que a obra inicia com alguns questionamentos sobre b&ecirc;n&ccedil;&atilde;os e inten&ccedil;&otilde;es, que, a princ&iacute;pio, deixam o espectador um pouco confuso, mas tamb&eacute;m bem curioso.
Seguindo essa ideia, como exemplo, a protagonista Ruo-Nan, que est&aacute; narrando as cenas iniciais em voice over, nos convida a fazer alguns testes que demonstram como &eacute; poss&iacute;vel mudar o sentido das coisas por meio das inten&ccedil;&otilde;es.
A personagem nos mostra uma roda gigante e um metr&ocirc;, que mudam de dire&ccedil;&atilde;o de acordo com a forma que os enxergamos. &Eacute; quase como se voc&ecirc; virasse uma chavinha no seu c&eacute;rebro que o fizesse ver algo diferente do &oacute;bvio que est&aacute; na sua frente.
E tudo, absolutamente tudo, depende das suas inten&ccedil;&otilde;es, de acordo com a proposta do longa.
Enfim, um come&ccedil;o bem convidativo e que te puxa para dentro da trama j&aacute; nos minutos iniciais, colocando aquela pulguinha atr&aacute;s de nossas orelhas sobre o que vem por a&iacute; e o que tudo aquilo realmente significa.
Ali&aacute;s, essas incita&ccedil;&otilde;es para que o p&uacute;blico participe do filme s&atilde;o bem legais. Como quando a Ruo-Nan pede para que quem est&aacute; assistindo repita com ela uma ora&ccedil;&atilde;o de prote&ccedil;&atilde;o e que preste aten&ccedil;&atilde;o naquele s&iacute;mbolo ritual&iacute;stico.
Elementos que marcam toda a cerim&ocirc;nia que desencadeou a desgra&ccedil;a completa, diga-se de passagem.
Inclusive, o ponto de virada para o terceiro ato do filme acontece justamente com a &ldquo;ajuda&rdquo; do p&uacute;blico, quando a protagonista nos revela que a ora&ccedil;&atilde;o que ela pediu para que repet&iacute;ssemos, na realidade, &eacute; um mantra maligno que tamb&eacute;m nos deixaria amaldi&ccedil;oados.
&Eacute;, pois &eacute;.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/09/02/marcas-da-maldicao-02140952327297.jpg" alt="Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o" />Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o (Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
E o que sacramenta essa maldi&ccedil;&atilde;o coletiva, agora tanto da Ruo-Nan e da Dodo quanto nossa, &eacute; a revela&ccedil;&atilde;o do rosto da M&atilde;e Buda, que &eacute; a pe&ccedil;a central de tudo e a respons&aacute;vel por todo o mal que assola os personagens.
Essa revela&ccedil;&atilde;o, ali&aacute;s, &eacute; muito tensa e eu duvido que voc&ecirc; n&atilde;o cogitou parar o filme nesse exato momento (eu cogitei, pelo menos).
Essas provoca&ccedil;&otilde;es narrativas de Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o, que nos fazem acreditar que somos parte da obra desde o in&iacute;cio, somadas ao estilo found footage, s&oacute; nos colocam ainda mais dentro daquele universo amaldi&ccedil;oado e intensificam (e muito) nossos medos.
Para mim, esse &eacute; o ponto mais alto do filme!
Tamb&eacute;m gostei de como a trama n&atilde;o &eacute; entregue de bandeja para quem est&aacute; assistindo e vai se desenrolando ao longo de pequenos cap&iacute;tulos.
Por exemplo, no primeiro ato, come&ccedil;amos sabendo que h&aacute; uma maldi&ccedil;&atilde;o, mas n&atilde;o como ela come&ccedil;ou exatamente, quem est&aacute; envolvido, como ela funciona, como par&aacute;-la, o que significa aquele discurso inicial da protagonista e por a&iacute; vai.
Essas s&atilde;o quest&otilde;es que vamos tendo o prazer (ou desprazer) de descobrir em momentos mais cruciais da trama. Afinal, uma narrativa se torna muito mais atrativa quando n&atilde;o &eacute; mastigada, mas, sim, fomenta quest&otilde;es e as desenvolve at&eacute; respond&ecirc;-las nos momentos certos.
Nesse sentido, a narrativa n&atilde;o linear de Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o se torna um recurso muito bem-vindo, j&aacute; que transitamos entre duas linhas do tempo diferentes, mas que se conectam.
Nelas, vamos tendo nossas respostas, al&eacute;m de pequenos respiros, que n&atilde;o deixam a trama ficar muito est&aacute;tica, j&aacute; que estamos sempre transitando pelas diferentes frentes da hist&oacute;ria.
Confesso, todavia, que fiquei um pouco confuso em alguns momentos com as mudan&ccedil;as de tempo. Por algumas vezes, a troca de linha temporal foi um pouco brusca. Mas nada que estrague a ideia inicial do diretor.
E j&aacute; que citei um ponto negativo, aproveito para trazer mais um: os arcos dos personagens s&atilde;o um pouco fracos.
Me pareceu que a trama carregou muitos mais os personagens do que os personagens carregaram a trama. E isso nem sempre &eacute; algo bom quando analisamos a narrativa de uma maneira mais cr&iacute;tica, pois significa que os personagens n&atilde;o s&atilde;o t&atilde;o memor&aacute;veis assim, n&atilde;o criam conex&otilde;es com quem est&aacute; assistindo e poderiam, facilmente, ser substitu&iacute;dos sem fazer muita diferen&ccedil;a.
Novamente, todavia: nada que comprometa muito a obra.
<img src="https://tm.ibxk.com.br/2022/09/02/marcas-da-maldicao-02141225724301.jpg" alt="Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o" />Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o (Netflix/Reprodu&ccedil;&atilde;o)
<h2>Conclus&atilde;o</h2>
Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o n&atilde;o inventa a roda, mas tamb&eacute;m n&atilde;o precisa para ser um &oacute;timo filme de terror.
<a></a>A obra &eacute; bem provocativa em alguns pontos e consegue criar bastante tens&atilde;o, ao mesmo tempo em que desenvolve uma hist&oacute;ria muito interessante envolvendo o folclore asi&aacute;tico.&nbsp;
O longa surpreende e entrega muito mais do que o imaginado. Por isso, se voc&ecirc; &eacute; f&atilde; de um bom terror, recomendo que voc&ecirc; d&ecirc; uma chance para Marcas da Maldi&ccedil;&atilde;o! Aconselho, por&eacute;m, de todo o cora&ccedil;&atilde;o, que voc&ecirc; n&atilde;o o assista sozinho. Jamais. Nem que a vaca tussa.

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Marcas da Maldição: filme de terror da Netflix surpreende (Crítica)

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