Cibercriminosos estão usando o Microsoft Teams para enganar vítimas e instalar malwares
Por Nilton Cesar Monastier Kleina
17/12/2024 - 15:00•2 min de leitura
Fonte: Microsoft/Divulgação
O popular serviço de chamadas em áudio e vídeo Microsoft Teams tem sido usado para a aplicação de novos golpes virtuais. A plataforma virou uma das favoritas para cibercriminosos que tentam ganhar acesso a credenciais ou arquivos do PC de vítimas, em especial do mundo corporativo.
Um relatório da Trend Micro detalhou como a fraude funciona, aplicando uma mistura de engenharia social com phishing. Ela envolve técnicas sofisticadas de conversa e fraude de identidade, em uma modalidade conhecida como vishing — a combinação de chamadas de voz com o ato de fazer você baixar ou acessar um conteúdo falso.
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O objetivo do crime é fazer com que a pessoa instale no computador um malware que pode garantir acesso remoto a arquivos ou obter credenciais de acesso. Como a maior parte dos alvos são funcionários de empresas, é possível posteriormente usar dados roubados para invadir sistemas e até aplicar outros golpes na companhia inteira, como ransomwares.
Como o ataque via Microsoft Teams acontece
De acordo com a Trend Micro, um dos casos registrados envolveu uma tentativa de fraude contra uma mulher não identificada. Ela teria recebido inicialmente vários emails fraudulentos, em um golpe clássico e já bastante conhecido pelo mundo corporativo.
É a partir da segunda etapa que o esquema fica mais elaborado. Tempos depois, a pessoa recebe uma solicitação de chamada via áudio a partir do Microsoft Teams. Do outro lado está supostamente um colega de trabalho — como um representante de um cliente, um prestador de serviços terceirizado ou até alguém dizendo ser do setor de TI da empresa.
É nessa chamada que ocorre a engenharia social: no papo, a vítima é levada a baixar um arquivo e seguir orientações de instalação. Em vez de ser um documento importante ou uma correção para um problema, o download é na verdade um programa como o AnyDesk, para garantir privilégios de acesso remoto ao criminoso via malwares.
A ameaça instalada é o DarkGate, capaz de permitir o controle de um PC, executar códigos e reunir informações sigilosas de um sistema. No caso acompanhado pela pesquisa, o cibercriminoso não teve sucesso na empreitada, mas a complexidade do esquema alertou os especialistas.
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Segundo o relatório, a Microsoft também já está ciente do uso do Teams para aplicação de golpes. Por enquanto, porém, o cuidado do usuário com chamadas suspeitas e não clicar em qualquer link dentro de chats ainda são as ações mais indicadas para se manter em segurança.
Por Nilton Cesar Monastier Kleina
Especialista em Analista
Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.