PMs que publicaram vídeo sobre ‘fraude na urna’ pagarão multa para a Abrace
Por Felipe Payão
29/05/2019 - 05:43•1 min de leitura
Imagem de PMs que publicaram vídeo sobre ‘fraude na urna’ pagarão multa para a Abrace no tecmundo
Em janeiro deste ano, dois homens aparecem em uma zona eleitoral promovendo desordem e afirmando que as urnas eletrônicas faziam parte de um esquema de fraudes. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) viu crime na ação e identificou os policiais militares Hércules Alves Viana e Ivomar Vieira Padre como responsáveis. Ontem (28), em acordo, os policiais aceitaram uma proposta de transação penal e pagarão um salário-mínimo à Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias (Abrace).
Ao realizar a divulgação ilícita, os policiais reforçaram as fake news de fraude eleitoral e perturbaram a normalidade dos trabalhos nas eleições
A transação penal fará com que os sargentos da polícia militar paguem R$ 998 para a Abrace. No vídeo divulgado durante as eleições 2018, os homens ainda estavam em frente às dependências da Polícia Federal enquanto cravavam fraude na urna eletrônica.
O próprio Ministério Público que ofereceu a transação penal, isso porque o “delito do artigo 296 do Código Eleitoral tem pena de dois meses de detenção e aplicação de multa, sendo considerada uma infração de menor potencial ofensivo”, disse o MPDFT.
Sobre o caso, o MPDFT ainda disse que “ao realizar a divulgação ilícita, os policiais reforçaram as fake news de fraude eleitoral e perturbaram a normalidade dos trabalhos nas eleições”. Já o promotor de Justiça Thiago Pierobom também relembra que o vídeo viralizou nas redes sociais e teve ampla repercussão nacional. “Quatro pontos importantes foram analisados para configurar a perturbação dos trabalhos eleitorais. Em primeiro lugar, os policiais se recusaram a seguir o protocolo operacional de comunicar os responsáveis da Justiça Eleitoral. Eles divulgaram vídeo com informações sem comprovação e em desacordo com regulamento da Polícia Militar. A publicação teve forte impacto nas redes sociais, com abrangência nacional, além de provocar desordem ao reforçar uma crença de falta de credibilidade do processo eleitoral”, concluiu.
Por Felipe Payão
Felipe Payão é jornalista. Cobre a editoria de cibersegurança com foco em cibercrime há oito anos e possui dois prêmios especializados: ESET América Latina e Comunique-se 2021.