Funcionários da Microsoft não aprovam uso militar de HoloLens
Por Danielle Cassita (via NExperts)
02/03/2019 - 10:00•2 min de leitura
Imagem de Funcionários da Microsoft não aprovam uso militar do HoloLens no tecmundo
Na semana passada, um grupo de aproximadamente 50 funcionários da Microsoft assinou uma carta que exige que a empresa cancele seu contrato de quase meio bilhão de dólares com o exército norte-americano. O acordo em questão permitirá o licenciamento da tecnologia de realidade aumentada HoloLens para fins de combates e treinamentos militares.
Com destino ao CEO Satya Nadella e ao presidente da empresa, Brad Smith, a carta circulou inicialmente entre os funcionários, mas está sendo liberada para o público. A publicação discute, principalmente, o uso da tecnologia da Microsoft para aumentar a letalidade dos conflitos armados, alegando que a proposta contribuiria para transformar o combate em uma espécie de videogame, o que causaria um distanciamento dos soldados da realidade desoladora da guerra e do derramamento de sangue.
Imagem: Reprodução/BetaNews
De acordo com a carta, o objetivo da Microsoft é desenvolver e testar uma plataforma única que possa ser utilizada pelos soldados para lutarem e treinarem — isso deveria trazer benefícios, como aumento da mobilidade e consciência situacional, características necessárias para o enfrentamento de inimigos. Entretanto, os funcionários alegam que não se candidataram a seus cargos para desenvolver armas, então exigem que sua voz seja ouvida nas questões relacionadas à forma como seus trabalhos são aplicados.
As críticas refletem uma tendência que está cada vez mais forte entre os colaboradores da área de tecnologia, que exigem o fim dos usos questionáveis dos produtos das empresas em que trabalham. Uma situação parecida ocorreu com a Google no ano passado, quando os funcionários tiveram sucesso ao pressionar a empresa para abandonar seu projeto de defesa com o Pentágono. Além disso, também conseguiram fazer que a empresa desistisse de construir na China uma versão censurada de seu motor de buscas.
Imagem: Reprodução/RoadtoVR
Essa não é a primeira vez que a Microsoft preocupa a equipe sobre quais usos de sua tecnologia poderiam ser adotados pelo governo. Em junho do ano passado, centenas de funcionários assinaram uma petição que exigia que a empresa abandonasse um contrato com os órgãos governamentais responsáveis pela imigração e alfândega dos EUA. Em outubro, exigiram que a empresa cancelasse um projeto com orçamento de 10 bilhões de dólares que seria utilizado para construir serviços na nuvem para o Departamento de Defesa dos Estados Unidos.