Brasil deve perder R$ 11 bilhões com golpes no Pix até 2028, revela estudo

Por Felipe Vitor Vidal Neri

21/01/2025 - 17:002 min de leitura

Brasil deve perder R$ 11 bilhões com golpes no Pix até 2028, revela estudo

Fonte: GettyImages

Os golpes relacionados com o Pix no Brasil devem gerar um prejuízo de R$ 11 bilhões em bancos e pessoas até 2028. A pesquisa foi realizada pela consultoria GlobalData em parceria com a empresa de pagamentos em tempo real ACI WorldWide, que coloca o Brasil no topo dos países mais afetados por esse tipo de crime.

Por mais que somente o Brasil use o Pix, outros países têm sistemas de pagamento instantâneo similares. Mesmo assim, o território nacional encabeça a lista das nações que mais devem receber golpes, seguido do Reino Unido, com perdas de R$ 4,9 bilhões; Índia (R$ 3,3 bilhões); Emirados Árabes Unidos (R$ 181 milhões); Estados Unidos (R$ 18,5 milhões) e Austrália, com R$ 6,6 milhões em prejuízo.

Os dados ainda sugerem que o crescimento das fraudes via Pix deve ser 39% maior em relação aos R$ 2,2 bilhões registrados em 2023. As violações mais recorrentes com a modalidade envolvem, principalmente, operações relacionadas a compras (22%) e por meio de investimentos financeiros (21%). Pagamentos antecipados correspondem a 17% dos golpes online, segundo o estudo.

Criminosos utilizam de engenharia social para convencer e se aproveitar das vítimas (Imagem: GettyImages)
Criminosos utilizam de engenharia social para convencer e se aproveitar das vítimas (Imagem: GettyImages)

Evolução da tecnologia contribui nos golpes

Para o chefe da divisão brasileira da ACI WorldWide, Vlademir Santos, o aumento exponencial no número de golpes e o consequente prejuízo estão relacionados à agilidade das movimentações de dinheiro na economia moderna. “ À medida que a rápida adoção global de pagamentos em tempo real transforma a agilidade que o dinheiro se movimenta, permitindo transações mais acessíveis e maior inclusão financeira, os golpistas exploram esse caráter imediato para roubar fundos antes que possam ser rastreados”, explica Santos.

Além do fator agilidade, a popularização de tecnologias como inteligência artificial também auxilia os cibercriminosos. Os golpistas utilizam dados obtidos por meio da dark web para chegar às vítimas e aplicar as fraudes sem serem detectados facilmente, geralmente usando um senso de urgência para vitimar os consumidores.

O executivo da ACI WorldWide acredita que é preciso realizar uma “educação do consumidor”, além do estudo apontar a necessidade dos bancos e instituições financeiras contra-atacarem os criminosos com as mesmas tecnologias para minimizar os impactos.


Por Felipe Vitor Vidal Neri

Especialista em Redator

Redator de tecnologia com foco no segmento de hardware. Pelo TecMundo, atuo na elaboração de notícias, especiais, entrevistas e análise de produtos, como processadores e placas de vídeo.


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