Lockbit: grupo de ransomware volta a atacar mesmo após operação policial

Por Nilton Cesar Monastier Kleina

29/02/2024 - 04:152 min de leitura

Lockbit: grupo de ransomware volta a atacar mesmo após operação policial

Fonte:  Bleeping Computer 

Imagem de Lockbit: grupo de ransomware volta a atacar mesmo após operação policial no tecmundo

A gangue de cibercriminosos LockBit, uma das mais perigosas do setor nos últimos meses, aparentemente voltou a atacar. Indícios de que o grupo está novamente infectando vítimas com ransomwares apareceram nas análises de empresas de segurança como a Zscaler.

O retorno é curioso por acontecer pouco mais de uma semana depois de uma operação policial de larga escala que resultou no desmantelamento de boa parte das atividades da gangue.

A ação conjunta, que envolveu até o FBI e a Europol, resultou no confisco de carteiras de criptomoedas, identificação de contas ligadas ao grupo e derrubada de dezenas de servidores. Além disso, ao menos dois integrantes foram presos na Polônia e na Ucrânia.

Pelo visto, entretanto, parte da estrutura segue operando e agora está em fase de reconstrução — com um retorno que não era esperado para acontecer tão perto do avanço das autoridades.

O retorno do LockBit

De acordo com o BleepingComputer, as páginas de negociação de pagamento de resgate também voltaram ao ar. Até o momento, não há informações sobre quem seriam as novas vítimas ou se alguma companhia já foi afetada pelo LockBit no retorno das operações.

A criptografia usada para sequestrar os arquivos dos servidores foi atualizada com novos códigos, já que as chaves de acesso foram liberadas após os acontecimentos da última semana. 

O grupo também estaria contratando novos especialistas em cibersegurança para aprimorar os próprios serviços, o que significa que um eventual "LockBit 2.0" pode ser ainda mais nocivo do que o anterior.

A nova tela de aviso de que o servidor foi "sequestrado" pelo LockBit.A nova tela de aviso de que o servidor foi "sequestrado" pelo LockBit.

Ainda segundo o site, o tamanho da atual estrutura do LockBit após as ações policiais segue um mistério. Até o começo deste ano, cerca de 180 pessoas estariam ligadas à gangue — seja por envolvimento direto ou contratação da ferramenta de infecção de servidores. Entre as vítimas, estão a empresa de semicondutores TSMC, o banco brasileiro BRB e até mesmo um hospital infantil.

Há uma hipótese de que o grupo, na verdade, está se reorganizando para trocar de nome e continuar agindo usando outra identidade, já que isso aconteceu outras vezes com gangues após elas virarem alvo das autoridades.


Por Nilton Cesar Monastier Kleina

Especialista em Analista

Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.


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