Ucrânia sofre ciberataques da Rússia contra páginas do governo

Por Nilton Cesar Monastier Kleina

24/02/2022 - 04:112 min de leitura

Ucrânia sofre ciberataques da Rússia contra páginas do governo

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Imagem de Ucrânia sofre ciberataques da Rússia contra páginas do governo no tecmundo

Além da invasão ordenada por Vladimir Putin na madrugada desta quinta-feira (24), a Ucrânia está sofrendo com ciberataques que derrubaram sistemas e páginas oficiais do país. De acordo com o observatório NetBlocks, sites do Ministério da Defesa, do Ministério de Relações Exteriores, do Serviço de Segurança e do gabinete de ministros foram derrubados ainda no dia anterior. 

Os ataques cibernéticos não são uma novidade. Durante os meses de janeiro e fevereiro deste ano, diversas tentativas similares de desestabilizar páginas militares e financeiras foram registradas na região, já com confirmação de origem russa.

Gerando caos

Todos os sites afetados passaram por ataques da modalidade DDoS — ou "de negação de serviço", quando uma quantidade artificial e coordenada de pedidos de acesso a um portal faz com que ele fique instável ou saia do ar. Além das páginas do governo, domínios de bancos ucranianos também teriam sido derrubados.

Segundo a análise do NetBlocks, os ataques DDoS também são originários da Rússia e não devem ser os últimos, já que o conflito está apenas nas fases iniciais. A ideia seria desestabilizar a Ucrânia também nos meios digitais e dificultar a comunicação na região e a busca por informações em sites oficiais.

Para evitar que os sistemas fiquem foram do ar, o Centro de Comunicação Estratégica da Ucrânia direcionou parte do tráfego para outros servidores, com o objetivo de reduzir o impacto dos acessos simultâneos.

Apagamento de dados em massa

Fora os ataques de sobrecarga, o laboratório de segurança digital ESET encontrou ainda um novo malware que circulou por "centenas de computadores na Ucrânia" e tem como objetivo apagar dados em massa.

O objetivo do programa seria infectar máquinas com acesso a servidores governamentais e corromper informações, ajudando a desestabilizar serviços inteiros do país. Novos estudos sobre essa ameaça estão em andamento e ainda não é possível confirmar que ele é originário da Rússia, embora essa seja a hipótese mais provável.

Até o momento, ele é chamado de HermeticWiper, graças ao certificado digital falso utilizado para fazer com que ele passe despercebido por sistema de segurança.


Por Nilton Cesar Monastier Kleina

Especialista em Analista

Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.


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