Lei que pode banir o TikTok não fere liberdade de expressão, decidem juízes dos EUA

Por Igor Almenara Carneiro

10/12/2024 - 17:202 min de leitura

Lei que pode banir o TikTok não fere liberdade de expressão, decidem juízes dos EUA

Fonte: GettyImages

Na última sexta-feira (6), a Corte de Apelações dos Estados Unidos decidiu: a lei que pode banir o TikTok não fere a constituição do país. Sancionada por Biden em abril deste ano, a legislação requer que a ByteDance venda ou conceda a plataforma para uma empresa norte-americana.

Na briga pela revisão da legislação, a ByteDance alegou que o governo dos EUA violou a Primeira e a Quinta Emenda da constituição norte-americana. Segundo a empresa, o banimento de uma plataforma de comunicação seria como suprimir a liberdade de expressão de vários usuários do país.

Em contrapartida, o governo dos Estados Unidos alega que a plataforma, por si só, representa um risco para os usuários. O serviço possibilitaria ao governo chinês acesso aos dados de americanos, além de viabilizar a manipulação do público usando o algoritmo de recomendação de conteúdo.

A legislação que pode banir o TikTok dos Estados Unidos não fere a constituição, decide corte dos Estados Unidos. (Fonte: GettyImages)
A legislação que pode banir o TikTok dos Estados Unidos não fere a constituição, decide corte dos Estados Unidos. (Fonte: GettyImages)

De forma unânime, a corte decidiu que a lei não fere a Primeira Emenda e que os argumentos do TikTok não eram tão convincentes. "O governo ofereceu evidências persuasivas que demonstram que a legislação é voltada para a proteção da segurança nacional", pontuou o juiz Douglas Ginsburg.

Segundo porta-vozes do TikTok, as alegações do governo norte-americano são "imprecisas, infundadas e hipotéticas" e resultam na "censura do povo americano". "O banimento do TikTok, se não interrompido, vai silenciar as vozes de 170 milhões de americanos nos Estados Unidos e ao redor do mundo a partir de 19 de janeiro de 2025", disse o representante.

Trump prometeu rever o banimento

Durante a campanha eleitoral, o então candidato a presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu revisar o banimento e manter o aplicativo ativo nos EUA. Contudo, ele não ofereceu detalhes sobre como faria isso. Vale lembrar que foi o próprio Trump que iniciou as discussões sobre a suspensão do aplicativo no país durante seu primeiro mandato.

As opções para manter o app disponível, porém, são limitadas: a legislação permite estender o prazo dos serviços afetados em até 90 dias, mas somente se as negociações estiverem em andamento. Trump também poderia acionar o Departamento de Justiça para manter o app ativo, mas isso colocaria Google e Apple em posições delicadas.

O prazo para passar o comando da rede social para uma empresa estadunidense acaba em 19 de janeiro, um dia antes da posse de Donald Trump.


Por Igor Almenara Carneiro

Especialista em Redator

Redator de tecnologia desde 2019, ex-Canaltech, atualmente TecMundo e um assíduo universitário do curso de Bacharel em Sistemas de Informação. Pai de pet, gamer e amante de músicas desconhecidas.


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