Netflix: diretor de documentário teria viajado com dinheiro do PCC
Por Felipe Vidal
29/01/2025 - 12:00•2 min de leitura
Uma investigação da Polícia Civil de São Paulo aponta que o diretor do documentário “O Grito — Regime Disciplinar Diferenciado” exibido na Netflix, Rodrigo Gianneto, viajou à Europa com dinheiro do Primeiro Comando da Capital (PCC). O longa foi lançado em setembro de 2024 e visa expor a realidade do sistema carcerário brasileiro.
Gianneto teria saído de São Paulo em direção às cidades de Palermo, na Itália, e posteriormente a Londres, na Inglaterra. A viagem ocorreu entre 06 e 24 de outubro, e as passagens foram compradas por Kauê do Amaral Coelho, apontado pela polícia como olheiro da facção criminosa.
Ao todo, Coelho teria gasto pouco mais de R$ 18 mil nas passagens em 4 de outubro. Em resposta ao R7, Gianneto diz estar chateado com a exposição pessoal causada pelas acusações e comentou que ficou interessado na viagem após a indicação de uma agência de viagens prometer um bom preço.
No entanto, ao tentar pagar pelos serviços, Rodrigo Gianneto revelou que os bilhetes já estavam quitados. Então, o diretor do documentário acreditou que era um tipo de incentivo ao filme, que havia sido lançado há poucos dias na Netflix, para participar do Festival Internazionale Nebrodi Cinema.
Longa aborda portaria do governo
Kauê do Amaral Coelho é acusado de ser um dos envolvidos no assassinato do empresário e delator do PCC, Vinícius Gritzbach, em 8 de novembro de 2024. O caso chamou a atenção por ter relação não somente entre integrantes da facção, como também envolver a esfera pública, com participação de policiais e advogados.
Em O Grito, o diretor aborda a portaria 157/2019 que limita os direitos de visita e saída de cela dos prisioneiros em presídios de segurança máxima. A ideia é mostrar como ocorre a privação de contato entre os encarcerados e suas famílias, além de contar com entrevistas de personalidades famosas no mundo do crime, como Marcinho VP e Marcola, líderes do Comando Vermelho (CV) e PCC, respectivamente.
O Grito foi elogiado pelo público e recebeu indicações em diversos festivais. Sob a direção de Gianneto, também houveram entrevistas com a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso.
Ao Estadão, a Netflix afirma que não atuou na produção do documentário e atuou apenas como uma licenciadora do conteúdo. “A Netflix não teve nenhuma participação em sua realização, ou no financiamento e participação do filme em festivais”, revelou o streaming.
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