Amazon é acusada de coletar dados de consumidores em sigilo e lucrar com a venda
30/01/2025 - 20:30•2 min de leitura
Fonte: Unsplash
A Amazon está sendo acusada de rastrear secretamente os usuários, por meio de um código inserido em apps, e vender os dados coletados. A denúncia aparece em uma ação coletiva aberta no tribunal federal de São Francisco, nos Estados Unidos, na quarta-feira (29).
Como relata a Reuters, o processo alega que a gigante varejista obteve acesso indireto aos celulares dos consumidores por meio do código Amazon Ads SDK fornecido por ela aos desenvolvedores para inserção em seus apps. Isso permitiria que a empresa rastreasse uma ampla quantidade de informações sensíveis.
A ação aponta que a big tech utiliza tal prática para coletar dados de geolocalização com registro de data e hora, possibilitando saber onde o consumidor vive, trabalha, realiza compras e viaja. Ela também pode saber a orientação sexual, as crenças religiosas e até problemas de saúde do usuário, segundo o relatório.
Um dos autores, Felix Kolotinsky, afirma que teve seus dados rastreados por meio do aplicativo Speedtest by Ookla, com as informações sendo vendidas e gerando lucro para a companhia. “A Amazon efetivamente coletou impressões digitais dos consumidores e correlacionou uma grande quantidade de informações pessoais sobre eles sem o conhecimento e consentimento”, declarou.
Indenização bilionária
Argumentando que a Amazon violou a lei penal da Califórnia e uma lei estadual que proíbe acesso não autorizado a computadores, o processo pede que a gigante da tecnologia seja condenada a pagar indenização de US$ 5 bilhões, o equivalente a R$ 29,5 bilhões pela cotação do dia, para reparar os danos causados. A quantia deverá ser dividida entre os californianos afetados.
Procurada pela agência de notícias, a varejista não se pronunciou a respeito do processo, que reacende o debate em torno da coleta de dados sem a permissão explícita do consumidor, podendo gerar grandes lucros para empresas de tecnologia.
A ação também traz um alerta para os usuários, ressaltando que até mesmo ferramentas que não aparentam ser ofensivas são capazes de coletar dados pessoais.
Especialista em Redator
Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.