Google terá que vender o Chrome para desfazer monopólio, defende Departamento de Justiça dos EUA

Por Igor Almenara Carneiro

21/11/2024 - 11:202 min de leitura

Google terá que vender o Chrome para desfazer monopólio, defende Departamento de Justiça dos EUA

Fonte: GettyImages

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ) quer que o Google venda o Chrome para restaurar a competição no mercado de pesquisas na web. A separação entre a empresa e o navegador é uma das alternativas para desmanchar o monopólio da empresa no setor.

Em agosto, o Google foi considerado culpado em um processo nos Estados Unidos. A empresa foi acusada de violar leis antitruste do país para se manter no líder nos mercados de busca e publicidade.

Então, na última quarta-feira (20), o DOJ apresentou soluções para remediar a situação. As alternativas incluem a implementação de restrições contratuais à Gigante, como também separá-la de alguns de seus produtos — como o Chrome.

O DOJ sugere restringir o Google de fazer determinados acordos, ou obrigar a empresa a se desfazer de determinados produtos. (Fonte: GettyImages)
O DOJ sugere restringir o Google de fazer determinados acordos, ou obrigar a empresa a se desfazer de determinados produtos. (Fonte: GettyImages)

As demandas não exigem a venda do Android, mas não deixam o sistema totalmente de fora. O DOJ define a venda do SO como alternativa caso o Google contorne as demais medidas.

Uma das propostas do DOJ também envolve a restrição para determinados acordos entre a subsidiária da Alphabet e terceiros, como pagar para manter o Google como mecanismo de busca padrão no iOS. Em 2023, a empresa pagou US$ 18 bilhões à Apple para se manter como principal buscador do iPhone.

O Departamento de Justiça reavaliará as propostas de soluções no começo de março de 2025, antes do Google do julgamento do Google — este, marcado para abril. Nessa etapa, serão decididas as medidas que a gigante deverá seguir para restabelecer a competição nos mercados afetados pelo monopólio.

Google diz que ordens são exageradas

Em artigo publicado nesta quinta-feira (21) assinado pelo presidente de assuntos globais da Alphabet, Kent Walker, o Google disse que as soluções são "extremamente amplas" e podem prejudicar consumidores.

Google alega que propostas podem prejudicar a liderança dos Estados Unidos no mercado de tecnologia. (Fonte: GettyImages)
Google alega que propostas podem prejudicar a liderança dos Estados Unidos no mercado de tecnologia. (Fonte: GettyImages)

"O DOJ teve a chance de propor remediações relacionadas ao problema nesse caso: distribuição de acordos de busca com Apple, Mozilla, fabricantes de celulares e operadoras de telefonia", pontuou. "Ao invés disso, o DOJ optou por empurrar uma agenda intervencionista que prejudicaria americanos e a liderança dos EUA no mercado de tecnologia", continuou.

Segundo a empresa, a proposta colocaria a privacidade e segurança de norte-americanos em risco; minaria a qualidade de produtos da empresa; reduziria o investimento da Alphabet em IA; prejudicaria serviços inovadores; dificultaria a capacidade de acesso à busca do Google; e permitiria que o governo estabelecesse um comitê técnico com grande poder para controlar a experiência digital de estadunidenses.

Em abril de 2025, a audiência acontecerá com com uma nova composição do DOJ, uma vez que Donald Trump já estará na presidência dos Estados Unidos.

 


Por Igor Almenara Carneiro

Especialista em Redator

Redator de tecnologia desde 2019, ex-Canaltech, atualmente TecMundo e um assíduo universitário do curso de Bacharel em Sistemas de Informação. Pai de pet, gamer e amante de músicas desconhecidas.


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