AGU pede indenização de até R$ 1 bilhão da Enel por apagão em SP

Por Nilton Cesar Monastier Kleina

11/11/2024 - 10:002 min de leitura

AGU pede indenização de até R$ 1 bilhão da Enel por apagão em SP

Fonte: Instagram/Enel

A Advogacia Geral da União (AGU) oficializou na sexta-feira (8) uma Ação Civil Pública contra a Enel, distribuidora de energia responsável por São Paulo. Caso seja confirmada, a indenização pode chegar a mais de R$ 1 bilhão ao todo.

De acordo com a ação, a empresa é responsabilizada por "falhas no fornecimento de energia após as fortes chuvas que atingiram a região metropolitana de São Paulo", em especial após o apagão em boa parte da cidade registrado em outubro deste ano. Além disso, o tempo para religar a energia "submeteu os consumidores a situação lesiva que poderia ter sido evitada", segundo o texto.

A AGU ainda acusa a Enel de reduzir investimentos em meio a um período de crise, o que representou um risco assumido de forma consciente.

A ação pede uma indenização coletiva de R$ 260 milhões, valor equivalente a 20% do lucro líquido da concessionária em 2023. Esse montante seria direcionado na íntegra para o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos, serviço do governo que auxilia na reparação de danos "causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos".

A empresa se defendeu das acusações e explicou procedimentos adotados. (Imagem: Instagram/Enel)
A empresa se defendeu das acusações e explicou procedimentos adotados. (Imagem: Instagram/Enel)

Além disso, a Enel terá que indenizar individualmente quem ficou mais de 24 horas sem energia. Levando em conta uma estimativa das unidades consumidoras afetadas, esse pagamento de R$ 500 por dia de ausência do serviço — que viria em forma de desconto nas contas de luz — pode totalizar R$ 757 milhões. O valor não impede que consumidores processem a companhia por outros motivos, como danos materiais em decorrência do apagão.

O que diz a Enel

Em nota enviada ao G1, a Enel diz que "tem realizado fortes investimentos para melhorar os serviços prestados" e defendeu as ações da companhia durante as fortes chuvas na região.

"Na mesma noite, com a atuação dos sistemas de automação e manobras remotas, a distribuidora restabeleceu a energia para quase 1 milhão de clientes. Até o fim da noite do dia 12/10 (sábado), o serviço foi normalizado para cerca de 80% dos consumidores", explica a concessionária.

A companhia alega que investe e pretende trabalhar mais ainda em "fortalecimento e a modernização das redes, a automação dos sistemas, além da ampliação da capacidade dos canais de comunicação com os clientes".


Por Nilton Cesar Monastier Kleina

Especialista em Analista

Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.


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