Home office paga 10% menos que trabalho presencial em SP

Por Aléxis Cerqueira Góis

07/02/2023 - 05:303 min de leitura

Home office paga 10% menos que trabalho presencial em SP

Fonte:  Unsplash/Carl Heyerdahl/Reprodução 

Imagem de Home office paga 10% menos que trabalho presencial em SP no tecmundo

Um estudo realizado pela plataforma de recolocação profissional Empregos.com.br revelou que as vagas de home office em São Paulo pagam, em média, 10% menos do que as vagas com jornada presencial. A tendência vai na contramão de dados brasileiros divulgados pelo LCA Consultores, com base na Pnad do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo o levantamento, apenas 3,6% das 41,841 vagas de trabalho abertas em janeiro na capital paulista são para home office, com um salário médio de R$ 1.790, enquanto as vagas presenciais pagam R$ 1.975. Entre os profissionais mais procurados estão assistente de loja, assistente de vendas interna, operador de estacionamento e operador de telemarketing.

De acordo com a gerente da Empregos.com.br, Tábata Silva, esse número reflete a insegurança de algumas empresas, que acreditam que o home office afeta a produtividade. “Outro fator que também deve ser levado em consideração é que muitas empresas que estão retomando as contratações não oferecem a possibilidade de trabalho remoto”, afirma.

Home office cresceu na pandemia

Profissionais mulheres, brancas, com nível superior completo e na faixa etária entre 20 e 49 anos são a maioria do home office no Brasil. (71,8%).(Fonte: Unsplash/Surface/Reprodução)Profissionais mulheres, brancas, com nível superior completo e na faixa etária entre 20 e 49 anos são a maioria do home office no Brasil. (71,8%).(Fonte: Unsplash/Surface/Reprodução)

Um estudo divulgado no final do ano passado pela LC Consultores afirma que o rendimento do trabalhador remoto é maior que o presencial no Brasil. O valor, inclusive, cresceu 53% em comparação ao período pré-pandemia. A renda média dos trabalhadores em home office no 3º trimestre de 2022 foi de R$ 3.009,88, o segundo maior desde 2018.

O número de trabalhadores em home office aumentou 76,3% em comparação com o 3º trimestre de 2018 e ficou estabilizado em torno de 6 milhões. O pico foi no último trimestre de 2021. A massa de rendimento real dos trabalhadores remotos foi de R$ 19,64 bilhões, um aumento de 130,6% em comparação com o 1º trimestre de 2020.

O Brasil, ao lado do Egito, é o país onde os trabalhadores mais desejam reduzir os dias que passam no escritório, segundo o estudo Working from Home Around the World (em português, “Trabalhando em casa ao redor do mundo”). Os profissionais brasileiros desejam trabalhar em média 2 a 3 dias de home office.

Brasileiros trabalhando remotamente pelo mundo

Desvalorização do real frente a outras moedas é um dos principais atrativos de trabalhar remotamente para empresas fora do Brasil. (Fonte: Unsplash/Jinyun/Reprodução)Desvalorização do real frente a outras moedas é um dos principais atrativos de trabalhar remotamente para empresas fora do Brasil. (Fonte: Unsplash/Jinyun/Reprodução)

O número de profissionais que trabalham para empresas do exterior, mas vivem no Brasil, aumentou 491% entre 2020 e 2022, segundo pesquisa da Husky, plataforma de transferências internacionais. Os profissionais de tecnologia da informação são os mais procurados, mas outras áreas como designers, influenciadores digitais e streamers também estão sendo requisitados.

A pesquisa aponta que, em março de 2020, havia 1.251 usuários da Husky, e no final de novembro de 2022, já eram 11.284. Especialistas atribuem o movimento à consolidação do home office devido ao isolamento social provocada pela pandemia e às mudanças nas leis trabalhistas.

Algumas empresas oferecem opções de trabalho remoto, híbrido ou presencial aos seus funcionários. A flexibilidade do trabalho remoto também é motivadora para muitos funcionários permanecerem na empresa.

Produtividade no trabalho remoto

Ao contrário do temor das empresas, home office tem produtividade igual ou superior ao trabalho no escritório. (Fonte: Unsplash/Carl Heyerdahl/Reprodução)Ao contrário do temor das empresas, home office tem produtividade igual ou superior ao trabalho no escritório. (Fonte: Unsplash/Carl Heyerdahl/Reprodução)

A produtividade dos profissionais em home office é maior ou igual ao trabalhador presencial, aponta uma pesquisa do OTRS Group realizada na Alemanha, Brasil, Cingapura, Estados Unidos e México. O levantamento foi realizado entre 500 trabalhadores ouvidos das áreas de atendimento ao cliente, TI, administração, RH e marketing.

Cerca de 40% dos profissionais consultados afirmam que podem trabalhar com a mesma produtividade em casa quanto no escritório, enquanto 43% afirmam que são ainda mais produtivos em casa. No Brasil, 54% dos entrevistados afirmam que podem trabalhar de forma mais produtiva em home office.

No entanto, a pesquisa também apontou riscos, como a falta de reuniões presenciais e a tendência a trabalhar horas extras. Apesar disso, quase metade dos entrevistados gostariam de continuar trabalhando em home office após a pandemia, desde que com uma conexão de internet estável.



Veja também