França pede a sites de busca que não exibam o Wish nos resultados

Por André Luiz Dias Gonçalves

26/11/2021 - 10:001 min de leitura

França pede a sites de busca que não exibam o Wish nos resultados

Fonte:  Wish/Divulgação 

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O governo da França pediu aos principais mecanismos de busca e lojas de aplicativos móveis que operam no país a remoção dos resultados de pesquisas relacionados ao Wish. Em nota divulgada na quarta-feira (24), autoridades locais disseram que a plataforma de comércio eletrônico está sob investigação.

Desconfiando de uma suposta facilidade de vender produtos falsificados no Wish, o órgão francês encarregado dos direitos do consumidor realizou a compra de 140 produtos diferentes no e-commerce, em 2020, e resolveu testar a segurança deles. No caso dos brinquedos, 95% deles não cumpriam a legislação europeia — 45% foram considerados perigosos.

Já na categoria de eletrônicos, a agência afirma que 95% das mercadorias adquiridas não poderia estar à venda no continente e que 90% delas não eram seguras. Problemas de segurança foram identificados também em 62% das bijuterias adquiridas online, apresentando riscos ao consumidor.

Mais de 150 milhões de produtos estão à venda no marketplace.Mais de 150 milhões de produtos estão à venda no marketplace.

A investigação apontou ainda que a plataforma não informa aos consumidores sobre os riscos oferecidos por alguns produtos vendidos no marketplace nem mantém registros sobre essas vendas. A empresa foi notificada em julho, antes de qualquer ação do governo, que agora decidiu pedir a remoção das referências ao serviço na internet.

Contestando a medida

Em nota enviada ao TechCrunch, um porta-voz do Wish afirmou que a plataforma possui meios de detectar e remover quaisquer produtos que violam leis locais e levem riscos aos compradores, mesmo sem ter a obrigação legal de controlar os itens vendidos por terceiros. Ainda segundo o representante, a companhia possui critérios rigorosos para selecionar os vendedores.

O serviço considerou a ação do órgão francês “ilegal e desproporcional”, e agora tenta revertê-la judicialmente. Com a medida, a plataforma deixa de aparecer em buscas no Google, na Play Store e na App Store, na França, mas o site e o app continuam a funcionar normalmente.


Por André Luiz Dias Gonçalves

Especialista em Redator

Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.


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