Amazon teria usado dados de vendedores para copiar produtos
23/04/2020 - 11:34•2 min de leitura
Fonte: Freepik
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A Amazon teria usado dados de vendedores da sua plataforma de e-commerce para desenvolver e precificar os seus próprios produtos concorrentes, uma prática contrária às políticas apoiadas pela empresa. A afirmação foi feita por ex-funcionários da companhia, ouvidos pelo The Wall Street Journal.
Na matéria publicada nesta quinta-feira (23), que teve como base os depoimentos de cerca de 20 ex-colaboradores da empresa fundada por Jeff Bezos, foi revelado que alguns executivos obtiveram acesso às informações sobre as vendas de produtos populares na plataforma, de fabricantes terceirizados.
De acordo com as fontes do jornal, alguns analistas de negócios da gigante do varejo online também facilitavam o acesso a estes dados. Para driblar as regras internas, eles criavam relatórios com informações supostamente agregadas, que na verdade eram os dados pertencentes aos vendedores externos.
A Amazon já foi denunciada por práticas semelhantes em outras ocasiões
Os dados acessados pela varejista permitiam que ela destacasse quais produtos apresentavam os melhores potenciais de ganhos, além de definir que tipos de recursos ela deveria copiar e também qual preço cobrar. Com base nestes detalhes, a Amazon produzia as suas próprias versões daqueles itens.
O que diz a Amazon
Em comunicado, a empresa reafirmou que proíbe estritamente seus funcionários de acessar dados não públicos e específicos dos vendedores para determinar quais produtos de marca própria serão lançados. Ela também ressaltou que vai realizar investigações internas para averiguar a prática denunciada.
A gigante do comércio online já foi acusada desta mesma prática em outras ocasiões. Em julho do ano passado, por exemplo, um executivo da Amazon chegou a testemunhar no Congresso dos Estados Unidos, negando haver o uso de dados pertencentes aos vendedores externos em favorecimento próprio.
Na mesma época, a União Europeia também abriu uma investigação antitruste sobre a companhia, ainda em andamento, depois de receber diversas reclamações sobre falsificações e cópias de produtos. O objetivo é verificar se está havendo o uso de dados comerciais confidenciais para obter vantagem.
A empresa corre o risco de sofrer penalidades se o fato for comprovado pelo parlamento europeu.
Especialista em Redator
Jornalista formado pela PUC Minas, escreve para o TecMundo e o Mega Curioso desde 2019.