IA DeepSeek é alimentada por GPUs Nvidia secretamente, diz executivo
28/01/2025 - 18:21•2 min de leitura
Fonte: Nvidia/Reprodução
(Fonte: Nvidia/Divulgação)
As placas gráficas utilizadas para alimentar os modelos da DeepSeek são da Nvidia, reforçou o CEO da empresa americana Scale AI, Alexandr Wang. A companhia chinesa teria cerca de 50 mil Nvidia H100 que de alguma forma foram vendidas para a China, mesmo com as restrições comerciais impostas pelos Estados Unidos.
A afirmação aconteceu em uma entrevista recente da CNBC: “Meu entendimento é que a DeepSeek tem cerca de 50 mil [Nvidia] H100 que eles não podem falar sobre pois viola os controles de exportação impostos pelos Estados Unidos”, disse Wang. “Acredito que eles tenham mais chips do que o público especula”, continuou.
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Recentemente, a DeepSeek virou um dos assuntos mais relevantes do noticiário de tecnologia pelo lançamento do DeepSeek-R1, novo modelo generativo de código aberto desenvolvido com muito menos recursos do que concorrentes. O custo de preparação e manutenção da tecnologia chinesa seria significativamente menor do que as alternativas ocidentais, o que chamou a atenção da mídia e chacoalhou as ações da Nvidia.
Os dados fornecidos por Wang, porém, são especulativos. A DeepSeek não divulgou quais chips alimentam seus modelos generativos, menos ainda se são de fato milhares de placas Nvidia.
Se o hardware utilizado pela DeepSeek for da Nvidia, isso sugere que os engenheiros da empresa conseguiram, de alguma forma, contornar as restrições comerciais impostas pelos EUA. Os métodos adotados, porém, são um mistério.
Uma das teorias levantadas por usuários do X, antigo Twitter, é o uso de Singapura como ponte comercial. Conforme ressaltou o usuário @pitdesi no X, cerca de 22% da receita da Nvidia em outubro de 2024 veio de negociações com o país asiático, e esse seria um dos caminhos possíveis para obter o hardware. O documento completo está disponível no site oficial da Nvidia.
Singapura pode ser intermediadora de negociações
No artigo para investidores, a Nvidia ressalta que a receita por mercado é baseada no endereço de cobrança do consumidor. Contudo, o consumidor final pode não estar na mesma localização em que foi feita a cobrança — e é o caso de Singapura, segundo a empresa.
“Por exemplo, a maioria dos envios associados à receita de Singapura foram para localizações fora de Singapura e os envios para Singapura foram insignificantes”, explicou a companhia. Em outubro de 2024, as cobranças endereçadas ao país asiático totalizaram US$ 7,7 milhões, atrás somente dos EUA, com US$ 14,8 milhões.
É impossível afirmar que Singapura serviu como intermediário entre as negociações da Nvidia e a chinesa DeepSeek, contudo.
Na perspectiva da Nvidia, a DeepSeek conseguiu alcançar tamanho feito com os próprios modelos sem infringir os controles de exportação dos Estados Unidos.
Especialista em Redator
Redator de tecnologia desde 2019, ex-Canaltech, atualmente TecMundo e um assíduo universitário do curso de Bacharel em Sistemas de Informação. Pai de pet, gamer e amante de músicas desconhecidas.