Eletrônicos do futuro poderão ser montados na impressora da sua casa
Por Wikerson Landim
30/07/2012 - 12:02•2 min de leitura
Imagem de Eletrônicos do futuro poderão ser montados na impressora da sua casa no site TecMundo
Imagine se você pudesse comprar um smartphone pela internet e, em vez de aguardar a sua chegada, pudesse simplesmente apertar um botão e imprimi-lo na sua impressora caseira. Parece loucura se pensarmos na tecnologia que existe hoje, mas a ideia está muito mais perto de se tornar realidade do que você pode imaginar.
Qualquer dispositivo eletrônico tem em seu interior placas de circuito, componentes e diversos fios. A montagem de um produto não é uma tarefa simplória, mas pode se tornar tediosa. O processo de trabalho intensivo, na maioria das vezes, é feito por mão de obra barata, subcontratada em países asiáticos.
A novidade é que, cada vez mais, a impressão eletrônica em três dimensões está avançando. Isso torna possível incorporar circuitos e componentes entre os produtos possíveis de serem impressos, o que pode revolucionar a maneira como os eletrônicos são feitos hoje.
Cada vez mais aperfeiçoado
A impressão de eletrônicos não é algo exatamente novo. Processos de serigrafia e litografia em jato de tinta têm sido utilizados para a fabricação de placas de circuito e componentes. Com os avanços da tecnologia, é cada vez maior o número de superfícies que podem receber esse tipo de impressão.
(Fonte da imagem: Divulgação/Universidade Tecnológica de Viena)
Eletrônicos impressos requerem tintas especiais com propriedades elétricas, que podem atuar como condutores, semicondutores e resistores. Tintas como essas estão cada vez mais versáteis, com é o caso de um produto criado pela Xerox. A empresa desenvolveu uma tinta de prata que pode ser usada para imprimir circuitos eletrônicos flexíveis diretamente em materiais como plásticos ou tecidos.
A prata é um melhor condutor de eletricidade do que o cobre, mas a sua produção é mais cara e as dificuldades de impressão são maiores, uma vez que seu ponto de fusão é de 962 °C. No entanto, produzindo prata em partículas de apenas 5 nanômetros, a Xerox conseguiu desenvolver uma tinta cujo ponto de fusão é de 140 °C, o que permite utilizar processos de jato de tinta e outros relativamente mais baratos.
Como aplicar os recursos
O Xerox Research Center, em Palo Alto, na Califórnia, está pesquisando mais maneiras de se utilizar as novas tintas. O novo recurso poderá ser aplicado em telas flexíveis, sensores e antenas de radiofrequência. Com o surgimento desse tipo de aditivo, começa a se tornar possível a impressão de componentes diretamente no produto em si.
(Fonte da imagem: Divulgação/Essencial Dynamics)
As possibilidades se ampliam também para outras indústrias. A Optomec, empresa com sede no Novo México, nos Estados Unidos, desenvolveu uma tecnologia similar que permite imprimir componentes diretamente em óculos de realidade aumentada e que podem servir como equipamento militar para o exército norte-americano.
A impressão é feita em jato de aerossol e consiste na atomização de materiais em nanopartículas de impressão, localizadas em gotículas microscópicas. O sistema pode imprimir características eletrônicas menores do que 0,01 milímetro de largura a partir de uma grande variedade de materiais. “Em vez de montar um item com vários componentes separados, as novas impressoras 3D permitem a impressão de um produto inteiro em uma única máquina”, explica Dave Ramahi, executivo-chefe da Optomec.
Como resultado desse desenvolvimento, a indústria espera em longo prazo ter a possibilidade de construir produtos de forma mais barata e rápida. Outra consequência direta seria a criação de aparelhos mais finos e flexíveis, algo que, como já foi visto em feiras como a CES 2012 e Computex 2012, parece ser uma tendência para os próximos anos.
Fonte: Economist